Brics. O que é o Brics? Todos sabem: Brics é o acrónimo constituído pelas iniciais de cinco Países: Brasil, Rússia, Índia, China e Sul África.
Agora, eis dois comentários.
O primeiro de Maria:
Antes de mais, vamos conhecer melhor este Brics.
A história pormenorizada do Brics pode ser encontrada comodamente na Wikipedia, por isso vamos resumir.
O termo Brics aparece pela primeira vez num relatório da Goldman Sachs, fruto duma análise que indicava quatro Países em via de desenvolvimento como os donos da economia mundial ao longo dos próximo 50 anos: estes Países era, o Brasil, a China, a Índia e a Rússia. O mesmo relatório apontava um rápido crescimento do PIB (o Produto Interno Bruto), ao ponto de alcançar em 2050 o nível dos Países do grupo conhecido como G6, os Países mais industrializados do mundo (Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Alemanha, França e Italia).
A primeira reunião dos Brics teve lugar na Rússia, em Ekaterinburg (para os amantes do simbolismo e das conspirações "Eκάτη", Deusa dos mortos: é a localidade onde foi assassinato o último czar com toda a família) no ano 2009, e o resumo pode ser visto na declaração final: "Cremos ser necessário ter um sistema de moedas mais estável, mais facilmente previsível e mais diferenciados".
As reuniões sucessivas tiveram lugar no Brasil (2
010), na China (2011) e na Índia (2012), enquanto a próxima será na África do Sul, em 2013.
Para esquematizar, os Países do grupo Brics apresentam algumas diferenças significativas faces aos Países definidos como "mais desenvolvidos":
Ao longo deste último ano, o Brics parece ter decidido a criação dum banco dos Brics, que deveria tornar-e operativo no prazo de três anos, em evidente "concorrência" com o Fundo Monetário Internacional.
Então, que opinião é possível ter acerca do Brics?
Uma opinião positiva, sem dúvida: a hegemonia do Dólar já demonstrou todos os seus limites, com consequências que vão muito além dos meros aspectos económicos. É bom, por exemplo, que possa existir uma outra estrutura tipo FMI/Banco Mundial.
Todavia...
Todavia, e sem desejar menosprezar as intenções da organização, é difícil ver algo de "novo".
Vamos explicar.
Além das boas palavras, o que é possível observar é a mesma receita oferecida pelo sistema que já existe. Mudam as cores, mas os objectivos parecem os mesmos. Esta impressão pode estar tranquilamente errada e até pode ser desmentida em qualquer altura. Mas é interessante neste aspecto analisar as características de três membros do Brics, nomeadamente os "pesos pesados" do grupo: China, Rússia e Índia.
Da China falemos muitas vezes. Um economia que funciona, alguns riscos que, todavia, parecem não assustar em demasia, uma política sólida, um projecto com pontos fortes e perseguido com extrema decisão.
Mas não podemos esquecer o outro lado da moeda.
O PIB da China é obtido com o trabalho de centenas de milhões de Chineses muitos dos quais operam em condições sub-humanas, com turnos de trabalho particularmente duros, ordenados miseráveis e escolhas do governo que incidem profundamente nas liberdades pessoais.
Não podemos esquecer que a China mantém o valor da própria moeda artificialmente baixo, para poder vender os próprios produtos em todo o mundo, numa prática comercial que não prima pela simpatia (e pela honestidade, diga-se).
De liberdade política nem a sombra e é presente a censura.
Além disso, há também a prática de adquirir grandes extensão de terras em outros continentes (principalmente África), cujos frutos não vão eliminar as deficiências alimentares locais mas servem para alimentar o cada vez mais numeroso povo chinês.
Último problema: os recursos energéticos. Na China não há petróleo e as consequências já são visíveis, como a falta de gasóleo em algumas regiões.
Portanto, ficam algumas perguntas no ar:
Este, lembramos, por número de habitantes e resultado económicos é o primeiro entre os Países do Brics.
Neste aspecto, o segundo é a Índia.
Apesar da disparidade dos rendimentos ser baixa, a distribuição da riqueza é assunto bem diferente: 10% da população detém 33% de toda a riqueza do País. Melhor que os Estado Unidos, pode-se pensar. O facto é que um quarto de todos os indianos vivem abaixo do limiar da pobreza (isso é, ganham menos de que 0.40 Dólares por dia). Isso enquanto 85.7% de todos os cidadãos ganha menos de 2.50 Dólares por dia: tanto para fazer uma comparação, na África subsariana esta percentagem é de 80.5%.
Isso poder ser visto como normal num País ainda em fase de desenvolvimento. E pode ser.
Mas, do ponto de vista político, não pode ser escondida a preocupante aproximação entre Índia e israel, que não faz bem esperar quando o assunto for a paz regional (e não só). Uma aproximação "esquisita" tendo em conta a contemporânea participação da Índia no sistema Brics.
A Índia fica como ponto de interrogação, não estando ainda clara qual a derradeira direcção que tomará no futuro do ponto de vista geopolítico e como tenciona resolver os tremendos problemas internos, entre os quais não podemos esquecer as guerras de religião, e os externos (o infinito conflito com o Paquistão) .
A Rússia, por fim, parece-me o mais interessante deste três Países. Após ter encontrado estabilidade com Putin (grande amigo pessoal de Silvio Berlusconi, diga-se), a Rússia é agora um laboratório no qual podemos encontrar várias forças e perspectivas.
Dona de recursos naturais enormes, a economia da Rússia aposta no desenvolvimento de pequenas e médias empresas, isso apesar dum sistema bancário jovem e de propriedade de indivíduos pouco simpáticos. Com um nível de escolarização entre os mais elevados do mundo, os 145 milhões de cidadãos da Rússia são conduzidos por um sistema político presidencial que não descarta uma acção directa nos mercados (caso da Gazprom).
Elevada mobilidade interna, ausência de barreiras religiosas, aumento da procura no mercado do interior e, no caso das metrópoles, um nível de vida não tão afastado daquele que pode ser experimentado em qualquer cidade europeia, a Rússia tenta cada vez mais desenvolver um papel de atracção no Velho Continente, sem esquecer o importante papel internacional.
Difícil fazer uma previsão, mas sem dúvida a Rússia está à procura da própria nova dimensão, após ter abraçado a economia de mercado mas sem por isso ter abdicado dum certo "dirigismo" estatal.
Dito isso, chegamos ao comentário do Anónimo: será o Brics uma operação de fachada?
É possível. Mas, que fique claro, não passa duma hipótese.
O facto é que em teoria o Brics parece ser o ideal complemento das acções de deslocação económica que as elites ocidentais têm vindo a efectuar ao longo dos últimos anos. No mundo da informação alternativa as teorias não faltam: desde Dilma "illuminata" até Putin maçónico.
Mas julgo ser impossível ir além das suspeitas: a realidade é aquela dum sistema-Dólar em crise e neste sentido parece natural o surgimento dum sistema alternativo. O que, todavia, não elimina os problemas: como afirmado, até agora o Brics não propõe soluções inovadoras mas apresenta-se como alternativa no âmbito dum sistema já testado.
Os relacionamentos com o Terceiro Mundo, só para fazer um exemplo, parecem ditados por uma nova forma de colonialismo económico, com as empresas chinesas que adquirem amplos territórios por uso próprio ou entram de forma "pesada" nas economias nacionais com grandes empréstimos que implicam importantes concessões.
Há um problema que parece envolver todos os Países do Brics e este problema é a explosão da dívida privada: + 20% na Rússia ou na Turquia, outro País emergente. O que pode ser visto como "positivo" (mais crédito significa mais dinheiro para os privados), na realidade é a base para uma futura "bolha" (mais crédito significa mais dívida!).
Pára acabar, as previsões do crescimento do PIB foram revistas nos últimos tempos pois a crise mundial afecta também o desempenho dos Brics: o FMI, o mesmo que previa um crescimento explosivo e sempre em crescendo até 2043, agora é obrigado a refazer as contas tendo como base os últimos dados (gráfico à direita).
Dito isso, a melhor coisa será continuar a observar as escolhas e o desempenho dos Brics ao longo dos próximos tempos.
O que realmente interessa seria a construção dum sistema verdadeiramente alternativo e se a intenção for esta, o Brics terá só o embaraço da escolha.
Se, vice-versa, estamos perante duma simples "guerras entre bandas", então o Brics será apenas uma grande ocasião perdida.
E os Leitor, o que acham do Brics?
Ipse dixit.
Fontes: Wikipedia (versão portuguesa), BBC Brasil, Financial Times, The Economist
Agora, eis dois comentários.
O primeiro de Maria:
Só para completar, acabo de ler na coluna do Mauro Santayana: "Nesta semana, em Tóquio, os ministros das finanças do BRICS voltarão a reunir-se, à margem do encontro do FMI. Da pauta deverá constar a troca de reservas, em caso de eventual necessidade de financiamento externo, e a criação do Banco do BRICS, cujo capital inicial, segundo anuncia a imprensa internacional, poderá chegar a 50 bilhões de dólares."O segundo do Anónimo:
Estes parece que já não importa o que diga ou que faça o FMI.
Eu diria que o BRICS não é o que parece. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul estão todos "controladinhos". Mais uma manobra de apresentação de falsas alternativas pelos "titereiros", muito provavelmente...Então, onde fica a verdade? O Brics representa uma organização que pretende mudar os destinos económicos do mundo ou é apenas uma operação de fachada?
Antes de mais, vamos conhecer melhor este Brics.
O Brics em síntese
A história pormenorizada do Brics pode ser encontrada comodamente na Wikipedia, por isso vamos resumir.
O termo Brics aparece pela primeira vez num relatório da Goldman Sachs, fruto duma análise que indicava quatro Países em via de desenvolvimento como os donos da economia mundial ao longo dos próximo 50 anos: estes Países era, o Brasil, a China, a Índia e a Rússia. O mesmo relatório apontava um rápido crescimento do PIB (o Produto Interno Bruto), ao ponto de alcançar em 2050 o nível dos Países do grupo conhecido como G6, os Países mais industrializados do mundo (Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Alemanha, França e Italia).
A primeira reunião dos Brics teve lugar na Rússia, em Ekaterinburg (para os amantes do simbolismo e das conspirações "Eκάτη", Deusa dos mortos: é a localidade onde foi assassinato o último czar com toda a família) no ano 2009, e o resumo pode ser visto na declaração final: "Cremos ser necessário ter um sistema de moedas mais estável, mais facilmente previsível e mais diferenciados".
As reuniões sucessivas tiveram lugar no Brasil (2
010), na China (2011) e na Índia (2012), enquanto a próxima será na África do Sul, em 2013.
Para esquematizar, os Países do grupo Brics apresentam algumas diferenças significativas faces aos Países definidos como "mais desenvolvidos":
- o PIB encontra-se numa fase de crescimento, maior do que o homólogos dos Países industrializados;
- a inflação é superior (1.89% no G6, 7.12% no Brics);
- a dívida pública é controlada, ficando no geral abaixo de 50% (única excepção é a Índia, com 59%);
- nos Países do Brics é , no geral, significativo o crescimento demográfico (que faz aumentar a procura interna).
Ao longo deste último ano, o Brics parece ter decidido a criação dum banco dos Brics, que deveria tornar-e operativo no prazo de três anos, em evidente "concorrência" com o Fundo Monetário Internacional.
Então, que opinião é possível ter acerca do Brics?
Uma opinião positiva, sem dúvida: a hegemonia do Dólar já demonstrou todos os seus limites, com consequências que vão muito além dos meros aspectos económicos. É bom, por exemplo, que possa existir uma outra estrutura tipo FMI/Banco Mundial.
Todavia...
Todavia, e sem desejar menosprezar as intenções da organização, é difícil ver algo de "novo".
Vamos explicar.
Três Países
Além das boas palavras, o que é possível observar é a mesma receita oferecida pelo sistema que já existe. Mudam as cores, mas os objectivos parecem os mesmos. Esta impressão pode estar tranquilamente errada e até pode ser desmentida em qualquer altura. Mas é interessante neste aspecto analisar as características de três membros do Brics, nomeadamente os "pesos pesados" do grupo: China, Rússia e Índia.
Da China falemos muitas vezes. Um economia que funciona, alguns riscos que, todavia, parecem não assustar em demasia, uma política sólida, um projecto com pontos fortes e perseguido com extrema decisão.
Mas não podemos esquecer o outro lado da moeda.
O PIB da China é obtido com o trabalho de centenas de milhões de Chineses muitos dos quais operam em condições sub-humanas, com turnos de trabalho particularmente duros, ordenados miseráveis e escolhas do governo que incidem profundamente nas liberdades pessoais.
Não podemos esquecer que a China mantém o valor da própria moeda artificialmente baixo, para poder vender os próprios produtos em todo o mundo, numa prática comercial que não prima pela simpatia (e pela honestidade, diga-se).
De liberdade política nem a sombra e é presente a censura.
Além disso, há também a prática de adquirir grandes extensão de terras em outros continentes (principalmente África), cujos frutos não vão eliminar as deficiências alimentares locais mas servem para alimentar o cada vez mais numeroso povo chinês.
Último problema: os recursos energéticos. Na China não há petróleo e as consequências já são visíveis, como a falta de gasóleo em algumas regiões.
Portanto, ficam algumas perguntas no ar:
- ao longo de quanto tempo o colosso chinês poderá continuar com a exploração de centenas de milhões de trabalhadores/cidadãos antes destes tomarem consciência da própria condição e avancem com reivindicações para uma melhor qualidade de vida? Isso teria óbvios impactos na questão da mão de obra barata, por exemplo.
- ao longo de quanto tempo a China poderá manter o valor da própria moeda artificialmente baixo antes de "chocar" com as moedas dos outros Brics?
- ao longo de quanto tempo a China poderá manter o próprio ritmo de desenvolvimento antes que a escassez dos recursos energéticos se torne um entrave na óptica do crescimento?
Este, lembramos, por número de habitantes e resultado económicos é o primeiro entre os Países do Brics.
Neste aspecto, o segundo é a Índia.
Apesar da disparidade dos rendimentos ser baixa, a distribuição da riqueza é assunto bem diferente: 10% da população detém 33% de toda a riqueza do País. Melhor que os Estado Unidos, pode-se pensar. O facto é que um quarto de todos os indianos vivem abaixo do limiar da pobreza (isso é, ganham menos de que 0.40 Dólares por dia). Isso enquanto 85.7% de todos os cidadãos ganha menos de 2.50 Dólares por dia: tanto para fazer uma comparação, na África subsariana esta percentagem é de 80.5%.
Isso poder ser visto como normal num País ainda em fase de desenvolvimento. E pode ser.
Mas, do ponto de vista político, não pode ser escondida a preocupante aproximação entre Índia e israel, que não faz bem esperar quando o assunto for a paz regional (e não só). Uma aproximação "esquisita" tendo em conta a contemporânea participação da Índia no sistema Brics.
A Índia fica como ponto de interrogação, não estando ainda clara qual a derradeira direcção que tomará no futuro do ponto de vista geopolítico e como tenciona resolver os tremendos problemas internos, entre os quais não podemos esquecer as guerras de religião, e os externos (o infinito conflito com o Paquistão) .
A Rússia, por fim, parece-me o mais interessante deste três Países. Após ter encontrado estabilidade com Putin (grande amigo pessoal de Silvio Berlusconi, diga-se), a Rússia é agora um laboratório no qual podemos encontrar várias forças e perspectivas.
Dona de recursos naturais enormes, a economia da Rússia aposta no desenvolvimento de pequenas e médias empresas, isso apesar dum sistema bancário jovem e de propriedade de indivíduos pouco simpáticos. Com um nível de escolarização entre os mais elevados do mundo, os 145 milhões de cidadãos da Rússia são conduzidos por um sistema político presidencial que não descarta uma acção directa nos mercados (caso da Gazprom).
Elevada mobilidade interna, ausência de barreiras religiosas, aumento da procura no mercado do interior e, no caso das metrópoles, um nível de vida não tão afastado daquele que pode ser experimentado em qualquer cidade europeia, a Rússia tenta cada vez mais desenvolver um papel de atracção no Velho Continente, sem esquecer o importante papel internacional.
Difícil fazer uma previsão, mas sem dúvida a Rússia está à procura da própria nova dimensão, após ter abraçado a economia de mercado mas sem por isso ter abdicado dum certo "dirigismo" estatal.
Dúvidas?
Dito isso, chegamos ao comentário do Anónimo: será o Brics uma operação de fachada?
É possível. Mas, que fique claro, não passa duma hipótese.
O facto é que em teoria o Brics parece ser o ideal complemento das acções de deslocação económica que as elites ocidentais têm vindo a efectuar ao longo dos últimos anos. No mundo da informação alternativa as teorias não faltam: desde Dilma "illuminata" até Putin maçónico.
Mas julgo ser impossível ir além das suspeitas: a realidade é aquela dum sistema-Dólar em crise e neste sentido parece natural o surgimento dum sistema alternativo. O que, todavia, não elimina os problemas: como afirmado, até agora o Brics não propõe soluções inovadoras mas apresenta-se como alternativa no âmbito dum sistema já testado.
Os relacionamentos com o Terceiro Mundo, só para fazer um exemplo, parecem ditados por uma nova forma de colonialismo económico, com as empresas chinesas que adquirem amplos territórios por uso próprio ou entram de forma "pesada" nas economias nacionais com grandes empréstimos que implicam importantes concessões.
Há um problema que parece envolver todos os Países do Brics e este problema é a explosão da dívida privada: + 20% na Rússia ou na Turquia, outro País emergente. O que pode ser visto como "positivo" (mais crédito significa mais dinheiro para os privados), na realidade é a base para uma futura "bolha" (mais crédito significa mais dívida!).
Pára acabar, as previsões do crescimento do PIB foram revistas nos últimos tempos pois a crise mundial afecta também o desempenho dos Brics: o FMI, o mesmo que previa um crescimento explosivo e sempre em crescendo até 2043, agora é obrigado a refazer as contas tendo como base os últimos dados (gráfico à direita).
Dito isso, a melhor coisa será continuar a observar as escolhas e o desempenho dos Brics ao longo dos próximos tempos.
O que realmente interessa seria a construção dum sistema verdadeiramente alternativo e se a intenção for esta, o Brics terá só o embaraço da escolha.
Se, vice-versa, estamos perante duma simples "guerras entre bandas", então o Brics será apenas uma grande ocasião perdida.
E os Leitor, o que acham do Brics?
Ipse dixit.
Fontes: Wikipedia (versão portuguesa), BBC Brasil, Financial Times, The Economist
1Um comentário
da ficcção para o mundo real
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