O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva abriu o debate geral da 80ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, com um discurso marcante que enfatizou a defesa inabalável da democracia e criticou forças antidemocráticas ao redor do mundo.

Lula, como é tradicional para o Brasil ser o primeiro a discursar na assembleia, utilizou a plataforma global para reafirmar o compromisso do país com instituições democráticas fortes, declarando que “nossa democracia é inegociável” e que ataques às instituições brasileiras, como o Judiciário, são inaceitáveis.

O discurso abordou temas amplos, incluindo a persistência de ameaças globais como o autoritarismo, a necessidade de reforma nas instituições internacionais e questões urgentes como o conflito em Gaza, onde Lula criticou a inação da comunidade internacional.

Lula destacou a resiliência da democracia brasileira, fazendo alusões indiretas a eventos recentes no país e no exterior, como os ataques a instituições democráticas. Ele alertou para o risco contínuo de “forças antidemocráticas” que ainda representam uma ameaça global, em uma crítica implicita a Trump, e a movimentos semelhantes em outras nações.

Além disso, o presidente brasileiro defendeu a importância da multilateralidade, propondo reformas na ONU para torná-la mais eficaz no enfrentamento de crises como mudanças climáticas, desigualdades econômicas e conflitos armados.

Ele também tocou em questões regionais, como a cooperação no BRICS e tarifas comerciais, posicionando o Brasil como um ator chave na diplomacia global. O tom do discurso foi explosivo e assertivo, com Lula enfatizando que a democracia pode prevalecer sobre o autoritarismo, e que o Brasil está comprometido em liderar esforços para um mundo mais justo e sustentável.

Essa abordagem coloca o Brasil cada vez mais ativo na arena internacional, contrastando flagrantemente com o período do golpista Temer e de seu sucessor Bolsonaro .

A Importância do Discurso do Lula para o Brasil

Para o Brasil, o discurso de Lula na ONU representa uma reafirmação da estabilidade democrática após anos turbulentos, especialmente pós-eleições de 2022 e os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram instituições em Brasília. Ao declarar que ataques ao Judiciário e outras instituições são “inaceitáveis”, Lula fortalece a narrativa de um país que prioriza o Estado de Direito, o que é crucial para atrair investimentos estrangeiros e restaurar a confiança interna. Além disso, o discurso posiciona o Brasil como líder em agendas globais, como a preservação da Amazônia e a transição energética, o que pode impulsionar a economia nacional por meio de parcerias internacionais. Em um momento de polarização política doméstica, essa intervenção na ONU serve como um lembrete de que o Brasil busca unidade e progresso, transcendendo divisões ideológicas.

A Importância do Discurso de Lula para o Mundo

No âmbito global, o discurso de Lula ganha relevância ao alertar para os perigos do autoritarismo em um ano marcado por eleições em vários países. Sua defesa da democracia ressoa em um contexto de crescentes tensões geopolíticas, como a guerra na Ucrânia, o conflito no Oriente Médio e a ascensão de governos autoritários.

Lula promoveu a ideia de que a ONU deve ser reformada para melhor representar os interesses dos países em desenvolvimento, o que poderia levar a uma governança global mais inclusiva e eficaz contra desafios como a pobreza, a fome e as mudanças climáticas.

Para o mundo, o discurso reforça o papel do Brasil como ponte entre o Norte e o Sul global, incentivando diálogos que priorizem a cooperação em vez do confronto, e destacando a necessidade de ações coletivas para um futuro sustentável.

A própria mudança de tom de Donald Trump com relação a Lula, mostra que o Discurso de Lula e as ações da Diplomacia Internacional do Brasil estão fazendo efeito até no seio do Império, o que não é pouca coisa.