POR FERNANDO BRITO no TIJOLAÇO

Valor conta os “milagres”, mas não nomina os “santos” ao narrar que executivos da Odebrecht “metiam a mão” para si mesmos no dinheiro de propinas.
“Grandes empreiteiras, entre elas a Odebrecht, começaram a identificar casos em que funcionários responsáveis por operar o pagamento de propina acabavam embolsando parte do dinheiro, desviado para contas no exterior ou benefícios pessoais.’
No popular: roubando o dinheiro pago a outro para roubar o Estado em benefício da empresa.
O curioso é que a matéria diz que – coitados! – os executivos “aprenderam a roubar” com os políticos.
“A cultura de praticar irregularidades no relacionamento com o poder público demonstrou um sintoma perverso: disseminar-se também internamente, como numa terra sem lei.”
Jura? O mundo dos negócios é de santos e os corruptores, pobrezinhos, acabaram se contaminando com os gestores que foram corromper.
Aliás, não roubaram do ladrão. Cometeram “deslizes”.
No caso da Odebrecht, nem mesmo a “estrutura profissional” de pagamento sistematizado de propina, nas palavras do Ministério Público, com seus mecanismos de contabilidade clandestina, conseguiu evitar a proliferação de deslizes contra a empresa pelos seus executivos.
Só faltou mesmo dizer que ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão.
