
Clã gaúcho administrou massa falida da Boi Gordo e possui 250 mil hectares em quatro regiões do país; fazendas têm histórico de desmatamento, crimes ambientais e incidência em parque; PF investigou relação da pecuarista com Willian Agati, o “Concierge do PCC”
O intrigante caso do clã Golin, uma família originária do Rio Grande do Sul, na cidade de Ibirapuitã, com raízes no agronegócio e empreendimentos diversos que decidiu contribuir com vultuosos recursos para a Campanha de Tarcísio de Freitas em São Paulo.
Maribel Golin é sócia de empresas como JBT Empreendimentos e Participações, que teve um salto impressionante no capital social coincidentes com doações generosas à campanha de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.

Escrevo este artigo baseado em investigações do observatório De Olho nos Ruralistas de onde destaco as conexões entre o clã gaúcho e o ultra bolsonarista Tarcísio de Freitas ali referidas.
O Salto Milionário da JBT: De Milhares a Milhões em Dias O clã Golin, conhecido por suas operações no setor agropecuário e imobiliário, viu uma de suas empresas, a JBT Empreendimentos e Participações, passar por uma transformação financeira chocante em 2022.
Até o início daquele ano, o capital social da JBT era modesto: apenas R$ 72,4 mil. No entanto, em 4 de agosto de 2022, houve um aumento repentino para R$ 27,4 milhões – um crescimento astronômico de 37.833,48%.
Essa injeção de capital não passou despercebida. Duas semanas após o aumento, em 26 de agosto, Maribel Golin realizou sua primeira doação via PIX à campanha de Tarcísio de Freitas: R$ 100 mil.
O timing é curioso, especialmente considerando que o primeiro turno das eleições ocorreu em 2 de outubro. Seis dias antes da votação, em 26 de setembro, Maribel fundou a Agro Globo Cereais, com sede em Itapetininga (SP), no mesmo endereço de antigas empresas como Fazendas Reunidas Boi Gordo e Eldorado Agroindustrial – um local com histórico no agronegócio. Logo após as eleições, em 6 de outubro, veio a segunda parcela: R$ 400 mil doados por Maribel à campanha de Tarcísio.
Esses movimentos financeiros foram organizados em um infográfico pelo De Olho nos Ruralistas, ilustrando o fluxo de recursos e datas críticas, que destacam o papel central do clã Golin nessa narrativa.
Expansão para Novos Setores: Stall Energy e Influências no Governo As conexões do clã gaúcho Golin não param por aí. Em 2021, foi fundada a Stall Energy, uma empresa especializada na recuperação energética de resíduos urbanos.
Embora Maribel e sua Green Investimentos e Participações só tenham entrado como sócias em janeiro de 2023 – coincidentemente, o primeiro ano do mandato de Tarcísio como governador de São Paulo –, a empresa já atraiu atenção oficial.
Em agosto de 2023, a fábrica da Stall em Boituva (SP) recebeu a visita do secretário de Desenvolvimento Econômico do estado, Jorge Lima. Essa interação no mínimo sugere laços entre o clã Golin e o governo paulista,.
O clã gaúcho Golin enfrenta acusações graves, incluindo suposta lavagem de dinheiro ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital), envolvendo o processo de Willian Agati.
O Agronegócio e Política
O caso do clã gaúcho Golin ilustra como o agronegócio enreda parte da política e dos políticos brasileiros, razão de parte dos atrasos e retrocessos com que o Brasil é seguidamente “premiado” por votações no Congresso Nacional e em ações absurdas e anti ambientais também nos Estados.
Com doações totais de R$ 500 mil à campanha de Tarcísio e expansões empresariais pós-eleição, surge a necessidade de maior escrutínio sobre fluxos financeiros em campanhas.
Leia a investigação na íntegra no Link:
E aguarde novos artigos aqui no blog sobre as ações do Agronegócio gaúcho que interferem na vida, na política e na democracia do Estado e do Brasil.