
Na filosofia, a ontologia é a parte da metafísica que se dedica ao estudo do ser, da existência e da realidade.
O tema do “ser” refere-se à natureza do que é, à existência e à essência das coisas. Por outro lado, o tema do “ter” está relacionado com a posse, a propriedade e a relação das coisas com outras coisas ou com agentes. Ambos os temas são fundamentais para a reflexão filosófica sobre a natureza da realidade e da existência.
A diferença entre Ser e Ter é que o Ser é o que você é, é o que você acredita, são suas crenças. As crenças formam sua identidade e tem caráter altamente subjetivo. Já o Ter são ideias, o Ter é exterior a nós, é algo desejado, ou não, que quando adquiridos mudam, moldam o Ser.
Podemos dizer que toda e qualquer coisa que torne a vida do ser humano melhor e mais significativa é uma forma de riqueza.
O ar que respiramos, a água que bebemos, os alimentos, a educação que recebemos dos nossos pais e professores, nossos livros, são exemplos de riquezas. Mesmo os acontecimentos aparentemente ruins em nossas vidas podem se tornar riquezas de valor inestimável, quando melhoramos com eles.
Por outro lado, o mero acúmulo de bens pode se tornar um transtorno para qualquer pessoa, quando não existe um suporte emocional e psicológico.
Portanto, considerar-se rico, mesmo sem ter um tostão furado no bolso, não é, de modo algum, um contrassenso.
Aquilo que fazemos para ganhar a vida é diferente daquilo que fazemos para ter uma vida. Trabalhamos pelo sustento, porém para ter uma vida com qualidade, devemos amar, nos conectar, servir a um propósito e encontrar um real significado.
Quando somos, ficamos mais felizes do que quando temos, além de que o SER não se acaba com o tempo, é eterno, mas o TER pode terminar a qualquer momento. Vamos correr atrás do SER: ser gente, ser íntegro, ser amigo, amar e ser amado, ser solidário…, pois assim teremos mais paz e felicidade.
“Ser” é mergulhar na realidade de nós próprios, dos outros e do mundo à nossa volta. A felicidade, diz Jung, consiste em estar bem conosco próprios e com os outros. “Ser” está associado a independência, a liberdade e a consciência crítica.
Poderemos lutar por melhores condições de vida, pois isso faz parte do nosso engrandecimento, mas de forma que não desperte a cobiça, a forma desenfreada que vai se transformar em inveja.
Desde os primórdios da humanidade, são as duvidas que norteiam nossas maiores descobertas.
O movimento é o que mais convém, nunca parar. Se transformar, se multiplicar, se refazer, tornar-se, vir a ser. Devir é muito melhor que ter.
Disse o mestre Charles Chaplin:
“Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelos bens que possui, o verdadeiro valor do homem é o seu caráter, suas ideias e a nobreza dos seus ideais”.
Na verdade, o “ser” antecede ao “ter”. Não é mesmo?!
Pensemos nisso!
Porque:
“A verdadeira filosofia consiste em reaprender a ver o mundo “. (Maurice Merleau-Ponty)
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