Este é o tempo de relembrar as lutas dos povos contra a tirania, para que a emoção nos ajude a preparar nossa razão para a luta contra a tirania que já aflora de todos os cantos do Brasil:
“Tanto mar” comemora a vitória do Estado democrático, em festa. E não só o reencontro com a liberdade. É a alegria, a esperança cantada. Esta música – que festejava a Revolução dos Cravos, em Portugal – foi proibida. Tem uma 1ª versão de 1975 e uma segunda em 1978. A letra da canção tinha um destinatário especial (“Sei que estás em festa, pá”), o português José Nuno Martins (que na altura era um dos melhores amigos de Chico Buarque.
Quando o disco foi editado, em 1975, vivia-se em Portugal a euforia da Revolução de Abril. Como sempre solidário, Chico quis homenagear esse tempo de liberdade e compôs uma das suas melhores e mais emblemáticas canções.
A canção foi incluída (e naturalmente cantada) no concerto que deu origem ao álbum “Chico Buarque & Maria Bethânia ao vivo”, mas a censura brasileira da altura proibiu a sua divulgação e apenas foi autorizada a sua inclusão no album como tema instrumental.
É claro que em Portugal a versão original cantada foi a que apareceu editada, tornando-se rapidamente um dos maiores êxitos da época. Dois anos depois, já com a revolução dos cravos em “banho-maria”, Chico alterou (compreensivelmente) a letra e a nova versão, intitulada “Tanto Mar II” viu a luz do dia no album “Chico Buarque”, editado em 1978.