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Terra Sem Males

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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Comissão da Câmara vai analisar PEC sobre demarcação de terras indígenas

16 de Março de 2015, 11:58, por Desconhecido

Em fevereiro, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, recebeu lideranças kayapós, das terras indígenas Baú e Mekragnotire, no Pará. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

A Câmara dos Deputados instala amanhã (17) uma comissão especial para tratar da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/00, que transfere ao Congresso Nacional a decisão final sobre a demarcação de terras indígenas no Brasil.

A proposta é motivo de atrito entre indígenas e agricultores. Em fevereiro, lideranças indígenas foram à Câmara pedir ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que não criasse a comissão e engavetasse a proposta.

Pelo texto da proposta, passa a ser competência exclusiva do Congresso Nacional a aprovação da demarcação das terras indígenas, por meio de decreto. Caso seja aprovada na comissão especial, a proposta terá ainda que ser analisada e votada em dois turnos pelo plenário.

Fonte: Agência Brasil



Chapa Luta Jornalista é a única a concorrer nas Eleições do SindijorPR

16 de Março de 2015, 11:37, por Desconhecido

Comissão Eleitoral: Luiz Herman, Aniela Almeida e Julio Tarnowski (Foto: Gustavo Vidal)

Comissão Eleitoral homologou hoje as inscrições

A Comissão Eleitoral que coordena o processo eleitoral do SindijorPR homologou hoje (16) a inscrição da Chapa Luta Jornalista, única a concorrer às eleições. A votação está prevista para os dias 14, 15 e 16 de abril. Mesmo com apenas uma chapa inscrita, a eleição só será validada com a participação de no mínimo 50% dos eleitores. Além da nova diretoria, a eleição irá definir também novos membros do Conselho Fiscal. Quatro jornalistas se candidataram e os três mais votados serão eleitos titulares. Aquele que receber menos votos será suplente. Confira abaixo, a chapa completa e os jornalistas que estão concorrendo ao Conselho Fiscal.

DIRETORIA ADMINISTRATIVA

Gustavo Henrique Vidal – Presidência
Aline Rios – Diretoria de Interior
Celio Martins – Diretoria de Defesa Corporativa
Diangela Menegazzi – Diretoria de Formação e Ação Sindical
Ednubia Ghisi – Diretoria de Estudantes e Professores
Elaine Cristina Felchaka – Diretoria de Assessoria de Imprensa
Joaquim Eduardo – Diretoria de Imagem
Julio Cesar Carignano – Diretoria de Comunicação
Leandro Taques – Diretoria de Relação Institucional
Maigue Gueths – Diretoria Financeira
Manoel Ramires – Diretoria de Esporte e Lazer
Mariana Franco Ramos – Diretoria de Fiscalização
Pedro Carrano – Diretoria Executiva
Silvia Valim – Diretoria de Cultura e Eventos
Wilson Soler – Diretoria de Saúde e Previdência

Subseção de Cascavel

Dielson Kleber Pickler – Vice-presidência

Subseção de Foz do Iguaçu

José Roberto Geremias – Vice-presidência
Luciana Moralles Barcelos – Diretoria de Defesa Corporativa
Vilson Antônio Quintino de Oliveira – Diretoria de Imagem
Nilton Acássio Rolin – Diretoria de Ação e Cidadania

Subseção do Litoral

Oswaldo Eustaquio Filho – Vice-presidência

Subseção de Ponta Grossa

Edson Gil Santos Júnior – Vice-presidência
Jair Ubirajara Marques Junior – Diretoria Executiva
Manoel Moabis – Diretoria de Defesa Corporativa
Valdeci Galvan – Diretoria de Imagem

Subseção da Região Metropolitana de Curitiba

Mauren Lucrécia Setim – Vice-presidência

CONSELHO FISCAL

Cida Bacaicoa
Guilherme Carvalho
Ismael Freitas
Márcio Miranda

Fonte: SindijorPR



Quem Belo Monte pode condenar?

16 de Março de 2015, 9:56, por Desconhecido

Vitoriano Bill durante o ato de 08 de Março. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males

Quando circula a informação de que os principais dirigentes da Camargo Corrêa admitiram que pagaram R$ 100 milhões ao PT e ao PMDB pela hidrelétrica de Belo Monte e ninguém ainda foi condenado, me deparo nas ruas de Altamira com um professor da rede municipal de ensino de Altamira proibido de fazer qualquer manifestação contra a Norte Energia, sob pena de pagar multa diária de R$ 500,00.

Aos 28 anos, Vitoriano Bill é um dos mais jovens professores da rede municipal de Altamira. Foi catador de latinhas e recicláveis, engraxate, vendedor de chopp, e na adolescência trabalhou como despachante.

Formou-se em matemática e hoje é professor, radialista, poeta, blogueiro e pai de três filhos, dois deles “de coração”, filhos das irmãs mais novas que não recebem assistência alguma dos antigos companheiros.

Dono de uma mente inquieta, o professor tem um blog há quatro anos, onde registra denúncias de violação de direitos dos atingidos pelas barragem.

Veja o blog aqui

Militante do MAB desde a adolescência, escreve e mobiliza a população como pode (como aprendeu) a lutarem por seus direitos. Na cidade que não tem sequer um teatro municipal, o professor usa a arte como denúncia, organiza semanalmente o Sarau de Poesias Marginais. Em uma das poucas praças públicas de Altamira, a pracinha da Paz, ele e mais uma dezena de jovens declamam poemas que falam de luta, amor, relacionamento, violência, juventude.

Bill declama o jeito de ser e o modo de viver da juventude amazônica. Ele também apresenta semanalmente um programa na rádio comunitária Nativa FM, usa as ondas do rádio amador para informar os problemas a população de Altamira e cobrar as soluções do Estado. Com um interdito proibitório, o professor Bill já foi condenado pelo juiz DR. Gleucival Zeed Estevã. Não pode se aproximar da obra ou dos escritórios da Norte Energia, não pode auxiliar os atingidos pela barragem a organizarem-se em busca de seus direitos. O interdito proibitório contra o professor Bill é o retrato de Belo Monte, a obra feita da forma mais autoritária que a democracia brasileira já viu.

Confira um breve vídeo com Bill:

Texto e vídeo: Letícia Leite/Instituto Sócio Ambiental

O repórter fotográfico Joka Madruga está em Altamira (PA) pelo projeto Águas para a Vida. As informações estão sendo publicadas em seus perfis nas redes sociais e no portal terrasemmales.com.br.

Sua viagem foi viabilizada com financiamento coletivo (crowdfounding). Para contribuir acesse: jokamadruga.com/aguas.



Mobilização garante prazos para ressarcimento causados por enchente no Paraná

16 de Março de 2015, 9:27, por Desconhecido

Foto: MAB

Depois de 8 meses de luta, na última sexta-feira (13), famílias atingidas pela enchente no Rio Iguaçu, causada pela abertura das comportas da UHE Salto Caxias, obtém prazos para resolver a efetivação do pagamento dos danos sofridos pela enchente conforme o cadastramento.

Ao se manifestarem mais uma vez em frente à COPEL, a companhia reafirmou que fará a reposição das perdas através de um valor monetário, dependendo apenas da aprovação da diretoria da empresa, que irá se reunir no dia 17 de março, para votar a autorização do início das tratativas com os atingidos.

Em seguida, previsto para o dia 19 de março, a Copel se reunirá com a coordenação nos municípios para planejar o cronograma de ressarcimento e posteriormente encaminhar com cada uma das famílias que serão atendidas para acordar como será feito o pagamento.

São conquistas que só a luta faz valer para garantir e ampliar direitos.

Fonte: Movimento dos Atingidos por Barragens



Comerciante espera definição de Belo Monte para sair de área que será inundada

14 de Março de 2015, 12:50, por Desconhecido

Osmarino, comerciante no “Baixão”. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males

O comerciante Osmarino da Fonseca Ribeiro, 54 anos, ainda não foi realocado do bairro Boa Esperança, conhecido como “Baixão”, em Altamira-PA, e que será inundado pelo lago da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Segundo ele, a Norte Energia, empresa responsável pelas obras, ainda não avaliou seus documentos e não quer pagar a indenização de seu comércio. Sua vontade é ir para o reassentamento Água Azul.

Seu estabelecimento, que também é sua residência, é um dos poucos imóveis que ainda não foi demolido.

Por causa da insegurança só sai de casa, todos os dias, para levar suas duas filhas para a escola de motocicleta. Primeiro leva uma e volta para buscar a outra. “Estamos sem segurança nenhuma, eu tenho medo de qualquer hora aparecer algum vagabundo aqui e me roubar. Já assaltaram meus vizinhos. E por ter comércio aqui podem pensar que eu tenha muito dinheiro”, relata “seo” Osmarino.

Questionado sobre quando será notificado pela Norte Energia para sair do local, disse que não deram uma data definitiva.

Por Joka Madruga
Terra Sem Males

O repórter fotográfico Joka Madruga está em Altamira (PA) pelo projeto Águas para a Vida. As informações estão sendo publicadas em seus perfis nas redes sociais e no portal terrasemmales.com.br.

Para contribuir, acesse jokamadruga.com/aguas.



HSBC: Um mês após acusação de manipulação de dados, nova lista é divulgada

14 de Março de 2015, 11:58, por Desconhecido

Palácio Avenida, sede do HSBC no Brasil, em Curitiba. Foto: Joka Madruga/Seeb Curitiba.

Neste sábado, 14 de março, o Portal UOL divulgou uma imensa lista de nomes dos chamados “barões da mídia”, e nomes de jornalistas brasileiros, que estariam envolvidos no caso conhecido como Swissleaks.

No dia 19 de fevereiro, o portal de notícias Brasil 29 divulgou uma denúncia do jornalista brasileiro Amaury Ribeiro Junior, que acusou o UOL de manipulação na divulgação de dados relacionados à agência do HSBC em Genebra, na Suíça. O banco inglês é acusado que lavagem de dinheiro ao omitir dos países de origem contas milionárias de diversas personalidades internacionais, que teriam o objetivo de fraude fiscal.

Os dados sobre o escândalo do HSBC foram divulgados no mundo todo por um grupo de jornalistas pertencentes à ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos). Ocorre que Amaury Ribeiro Junior fazia parte do ICIJ, mas não teve acesso às informações, que no Brasil estão sendo repassadas exclusivamente ao UOL. Em fevereiro, Amaury pediu o desligamento do ICJI.

O jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, declarou que “As reportagens sobre o acervo de dados têm sido produzidas de acordo com a relevância jornalística e interesse público relacionado aos nomes que aparecem nos arquivos do HSBC. Não haverá divulgação generalizada de toda a lista”. E neste sábado divulgou nomes de brasileiros, incluindo de donos do portal.

Saiba Mais: Autor do livro “A Privataria Tucana” denuncia esquema na divulgação do HSBC. 

22 empresários de mídia e 7 jornalistas estão na lista do HSBC

Por Paula Padilha
Terra Sem Males



Conjuntura: Márcio Pochmann fala dos riscos para a classe trabalhadora

13 de Março de 2015, 18:27, por Desconhecido

Pochmann esteve em Curitiba para um Ciclo de Debates promovido pelo Instituto Democracia Popular (Foto: Paula Padilha)

Na tarde desta sexta-feira, 13 de março, o economista Márcio Pochmann esteve em Curitiba para um Ciclo de Debates e falou sobre o que ele classifica como “momento especial da crise”, explicando o contexto do Brasil diante do cenário internacional.

Para Pochmann, o Brasil está protagonizando uma alternativa à ordem internacional e está sendo questionado e pressionado por isso. Para ele, nesse momento em que a direita está nas ruas, é hora de mostrar à população qual o risco de voltarmos à subordinação aos Estados Unidos, num programa de governo onde o povo, a classe trabalhadora, ficam de fora.

O economista explicou que o governo Dilma alterou o eixo da economia e fez concessões, “demonstrando sua capacidade de dominação e de implantação do seu projeto de governo”. E essas medidas garantiram que os trabalhadores fossem os menores penalizados diante da crise mundial. “A economia cresceu menos, mas não significou derrota para os trabalhadores. E continuou reduzindo a pobreza”, explicou.

Pochmann diz que nesse momento de crise é hora de fazer escolhas difíceis, mas ele vê com otimismo esse momento e traçou uma linha histórica das dificuldades enfrentadas por todos os presidentes com projetos de governo progressistas. “Eles vão bem quando reagem”, e ele espera essa reação.

“Estamos contaminados com perspectivas geradas pelos meios de comunicação. Temos que olhar o todo, ver os elementos estruturais que condicionam a conjuntura”. Pochmann iniciou sua apresentação comentando que o sistema capitalista é um sistema de ordem global desigual, mas que apresenta sinais de deterioração e decadência.  

O Ciclo de Debates é uma proposta do Instituto Democracia Popular e realiza encontros mensais no Sindicato dos Engenheiros do Paraná.

Por Paula Padilha
Terra Sem Males



Manifestação em defesa da democracia reúne movimentos sociais em Curitiba

13 de Março de 2015, 17:20, por Desconhecido

Milhares de pessoas se reuniram na Praça Santos Andrade (Foto: Paula Padilha)

No final da tarde desta sexta-feira, 13 de março, mais de três mil pessoas se reuniram na Praça Santos Andrade, em Curitiba, no Dia Nacional de Luta em defesa da Democracia, da Petrobrás, pela Reforma Política. Às 19 horas, os manifestantes iniciaram uma caminhada em direção à Boca Maldita. Participaram representantes de diversas entidades dos movimentos sociais, sindicais e estudantil, empunhando bandeiras e cantando palavras de ordem.

Durante o ato na Praça Santos Andrade, o presidente do Sindipetro PR/SC, Mário Dal Zoti, falou que os trabalhadores da Petrobrás apoiam as investigações contra a corrupção mas alertou que a população deve saber que a mídia está utilizando as investigações para denegrir a imagem da empresa, com o objetivo da privatização. “Na imprensa só vemos notícias negativas, mas estamos passando o recado à sociedade paranaense: a Petrobrás é muito maior e investe no país”, alertou.

Roni Barbosa, representante da FUP, lembrou que em todo país milhares de brasileiros também estavam nas ruas para se manifestar. “É importante saber atravessar essa crise política e defender a democracia brasileira contra o terrorismo da internet”, defendeu o ex-presidente da CUT-PR.

Antes de começar a passeata, a vice-presidente da CUT Nacional, Carmem Ferreira, falou que 13 de março é um dia histórico para a classe trabalhadora. “Nós sempre estivemos nas ruas, mas hoje é um dia histórico da nossa luta, das organizações sociais que defendem a democracia do país. Não ao golpe promovido pela mídia!”, defendeu a dirigente, informando que em São Paulo, mais de 100 mil pessoas ocupavam a Avenida Paulista.

Por Paula Padilha
Terra Sem Males 



Dia Nacional de Luta terá “tuitaço” e transmissão ao vivo no portal da CUT

13 de Março de 2015, 9:29, por Desconhecido

Foto: CUT

Defesa dos direitos dos trabalhadores, Petrobrás, democracia e reforma política.

Milhares de pessoas se reunirão nesta sexta-feira (13) em todo o país para defender os direitos da classe trabalhadora, a Petrobrás, a democracia e uma reforma política capaz de mudar não apenas o sistema eleitoral, mas a forma de representação na sociedade brasileira.

Nas ruas para lutar pelo Brasil, como já fizeram aqueles que redemocratizaram o golpe militar e ajudaram a redemocratizar o Brasil, os movimentos sociais estarão em 26 estados e no Distrito Federal.

A mobilização na rede começa às 11h desta sexta com um “tuitaço”. Para participar, utilize a hashtag ##Dia13Diadeluta.

Haverá também transmissão da mobilização de São Paulo, a partir das 15h, no Portal da CUT. Para incorporar a veiculação em blogs e sites.

Clique aqui para acessar a transmissão.

Em resolução da Direção Nacional da CUT, assinada por Vagner Freitas, presidente nacional, e Sérgio Nobre, secretário-geral, a Central lembra que nasceu das lutas e continuará a mobilizar suas bases, a partir do local de trabalho, para ocuparem novamente as ruas, junto com os movimentos sociais.

“Conclamamos todas as entidades da CUT e todos os trabalhadores e trabalhadoras CUTistas a participarem das mobilizações do dia 13 de março para defender nossos direitos (não ao PL 4330, retirada imediata das MPs 664 e 665)”, afirma a resolução.

“Conclamamos nossas bases para defender a Democracia e a Reforma Política, através da Constituinte Exclusiva e Soberana, e para barrar a contra-reforma (PEC 352) puxada por Eduardo Cunha no Congresso Nacional. Conclamamos nossas bases para saírem também às ruas no dia 13 de março em defesa da Petrobrás, pela manutenção da Caixa Econômica Federal 100% pública, em defesa da soberania nacional e para exigir mudanças na política econômica do governo (não à elevação da taxa de juros e às medidas de ajuste de caráter regressivo e recessivo)”.

Fonte: CUT



Os atingidos de Belo Monte

12 de Março de 2015, 14:32, por Desconhecido

Em Altamira aproximadamente 10 mil famílias serão atingidas diretamente pelo lago de Belo Monte, segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens. A empresa Norte Energia quer a usina em funcionamento até setembro e só construiu até o momento 4.100 casas para realocar os impactados. Uma conta que não fecha. Este foi apenas um dos motivos de centenas de pessoas terem manifestado contra Belo Monte na última quarta-feira (11). Confira abaixo o relato de homens e mulheres da região de Altamira que estão a sofrer com esta situação.

Senhor Elinho. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males

José Elio da Silva, 82 anos, o senhor Elinho, morador do bairro Novo Horizonte, no município de Brasil Novo-PA.

Vereador João Artur. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males

O vereador João Artur (PMN), de Altamira-PA, fala sobre o reassentamento Jatobá, criado para reassentar os moradores impactados pelo lago da usina, e que está sem infraestrutura necessária para se viver. “É com muita tristeza que vemos esta situação. Temos feito relátorios e encaminhados ao ministério Público Federal e notificado a Norte Energia por estas obras mal construídas (casas com rachaduras) e falta de políticas públicas. Não temos escolas, não temos creche, o Posto de Saúde não funciona como deveria e o transporte público não atendem 100%”, relata João Artur.

Senhor Pedro. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males

Pedro Soares de Aragão, morador a 22 anos da Ilha da Fazenda, pescador que tem um forte sentimento pelo Rio Xingu e se queixa do descaso com sua comunidade por parte da Norte Energia. “O rio Xingu para mim é uma riqueza, é de onde tiro o pão de cada dia. E eles (empresa) não dão assistência para nós do lado de baixo (sua comunidade fica abaixo da barragem), eles só ficam para o lado de cima”, lamenta o senhor Pedro.

Dona Luzia. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males

Luzia Silva da Costa, 58 anos, moradora da Ilha da Fazenda está angustiada com o futuro de sua comunidade. “A situação está difícil para nós. Lá o rio vai secar (o rio deverá ser desviado do seu curso normal) e não teremos condições de ficar lá. Nós vivemos do rio, ele é nossa vida. Pois não podemos viver sem a água. Por isto estamos atrás de nossos direitos”, reclama dona Luzia.

Raimundo e Raimunda, de Vitória do Xingu. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males

O casal Raimunda Fonseca Teixeira e Raimundo Santos da Costa são casados e vivem da pesca e agricultura em Vitória do Xingu-PA. Não serão atingidos pelo lago, mas vivem o problema da moradia que encareceu com a construção de Belo Monte. “Antes o aluguel era de 50 a 100 reais, hoje varia de 400, 700 a 1000 reais. Belo Monte só tem trazido dificuldade para nós. Não poderemos mais pescar lá. O rio Xingu é nossa riqueza. Nascemos e nos criamos na beira do Xinguzão”, desabafa o casal.

O carroceiro Gilson de Jesus no meio dos colegas de categoria (de camiseta preta). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males

Uma categoria que não é atingida diretamente, mas já sofre as consequências de Belo Monte, são os carroceiros. Em Altamira há aproximadamente 130 deles, que transportam várias coisas como areia, tijolos, peixes, madeira, mercadorias que os ribeirinhos compram e precisam levar até os barcos, etc. O transporte com tração animal é dos mais baratos na cidade. E a forma que são impactados é por perderem os pontos de carroças e o aumento do tráfego no trânsito, colocando suas vidas em risco. Após o alagamento não deverão ter novos pontos e mesmo se tiver, eles alegam que irão perder muita freguesia, que foi realocada para lugares distantes. “Belo Monte não nos reconhece como atingidos”, lamenta o carroceiro Gilson de Jesus.

Val, morador do Asurini. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males

Elisvaldo Crispim Gomes, o Val, morador da comunidade Asurini, em Altamira-PA, se sente acuado e com seus direitos violados por parte do Consórcio de Belo Monte. É do rio Xingu que tira seu sustento e lazer. “Não sabemos como o Xingu ficará depois do lago. O que sabemos é que vai represar e poluir o rio. As madeiras não foram retiradas ainda. Não sabemos o impacto negativo que pode vir, como pragas, mosquitos, insetos peçonhentos. Outro problema é com a água potável para consumo humano, pois o lago irá afetar os mananciais que usamos”, explica Val.

Por Joka Madruga

O repórter fotográfico Joka Madruga está em Altamira (PA) pelo projeto Águas para a Vida. As informações estão sendo publicadas em seus perfis nas redes sociais e no portal terrasemmales.com.br. Para contribuir, acesse jokamadruga.com/aguas.