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апреля 3, 2011 21:00 , by Unknown - | No one following this article yet.

Crônicas de Sexta: Cenas mexicanas

февраля 26, 2016 17:36, by Terra Sem Males

Por Pedro Carrano
Crônicas de Sexta
Terra Sem Males

I – Hotel Texas

No quarto 25 do hotel Texas dorme a mulher do realejo das canções repetidas, junto com os três filhos. O mais velho se pendura de cabeça para baixo nas barras do metrô e pede algumas moedas ao público enquanto se prepara para as próximas olimpíadas.

No quarto 10 vive o vendedor do bosque de Chapultepec que expõe no parque as máscaras dos lutadores de luta livre.

Já no quarto ao lado há um amontoado de quinquilharias made in Vietnam, vendidas por Juan no infinito comércio ambulante da capital.

Maria Guadalupe assiste, no quarto 9, ao desfile do Papa por toda a capital. Ela pediu sem êxito um encontro com Francisco para falar de um parente desaparecido, um entre 27 mil pessoas, devido ao narcotráfico, ao estado militarizado, ao feminicídio.

Guadalupe soube que os pais dos 43 estudantes desaparecidos de Ayotzinapa também não conseguiram se reunir com Francisco.

E assim Guadalupe se soma, no seu quarto solitário a princípio, ao país daqueles cuja voz também foi desaparecida.

II – Estação pirâmide

Era o único momento em que o menino podia ficar em silêncio.

Depois de partir da turbulenta estação norte, perto do meio-dia, ele podia descer do ônibus, não precisava vender sanduíches e refrescos por um instante e, mesmo com o sol castigando, subia as mais de cem escadas da pirâmide de Teotihuacan, para respirar o vento forte em meio à euforia dos turistas.

Apesar de tudo, e sem conhecer ao certo a história de cada uma daquelas pedras, ali no alto o menino encontrava alguns minutos de paz e silêncio, que não sabia explicar bem, mas do qual necessitava muito.

Depois voltava à estrada, mudando de ônibus de estação em estação.

Foto: Pedro Carrano

Foto: Pedro Carrano

III – Cidade do México

Logo ao chegar, atravessávamos cada estação com nomes que nos eram familiares: Allende, Zapata, Revolución. O país de mexicas e astecas amontoados nos vagões do metrô – espelho invertido do que mostram os cartazes de publicidade.

Num engano, Venâncio, nosso anti-guia, nos conduz ao vagão que iria se recolher, na estação final de Índios Verdes. O maquinário se fechou conosco lá dentro, deu marcha a ré e entrou o pátio, ao lado de outros vagões abandonados e esquecidos, casas velhas de ferrugem já sem trilhos.

Ninguém apareceu para conferir nossos gritos e chutes na porta. As luzes apagaram no silêncio do pátio, em meio à cidade que continuava barulhenta.

Dormimos no frio daquele imenso vale, tantas vezes abandonado e recuperado pelos povos. No outro dia, fomos os primeiros invadidos pelo sol em cada uma daquelas janelas e ruínas modernas.

 

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#AquiÉCorinthians: Meio tranquilo, meio favorável…

февраля 25, 2016 22:29, by Terra Sem Males

Por Geziane Diosti
Terra Sem Males

Fala, nação!

O Coringão, novamente, ficou no empate pelo Paulista. Enfrentando o São Bento fora de casa, o Timão não apresentou aquele futebol “tranquilo e favorável” que a torcida gostaria de ver, mas arrancou um pontinho com um belo gol de André no fim da partida (aliás, o jogador vem treinando forte para buscar a titularidade de vez!). Apesar do placar igual, o Corinthians segue invicto no campeonato, com quatro vitórias e dois empates.

Tite mostrou tranquilidade com o resultado, mesmo porque depois de quase dez alterações na equipe e colocando em campo um time misto, a falta de entrosamento é até considerável. Pra ele foi ‘favorável’! O técnico gostou do volume de jogo, principalmente na segunda etapa, e acredita que tudo é questão de tempo. A fase do “uh”, “quase”, “por pouco”, “poderia ter sido” vai passar! Vai!

A próxima partida do Timão pelo Paulista é neste sábado contra o Oeste, no Itaquerão, às 21h.

Jogo rápido

>> A parceria Corinthians e Caixa Econômica se encerrou nesta quarta (24) após mais de três anos. Sem a renovação, a diretoria do clube busca anunciar um novo contrato nas próximas semanas. No jogo de sábado (27) contra o Oeste, é possível que a camisa do Coringão esteja “branquinha”.

>> Elias vai, mesmo, ficar longe dos gramados por um tempo considerável. Em tempos de Libertadores, um mês fora pode ser crucial. A pancada na perna esquerda sofrida no jogo contra o Audax pelo Paulistão custou caro ao Timão, que perderá uma peça importante do elenco.

>> Outro que vai ficar no DM é Marlone, que levou um carrinho no jogo contra a Ferroviária, jogou no sacrifício, mas não teve jeito: a entorse no tornozelo esquerdo foi confirmada e o meia-atacante vai ter que ter paciência.

>> Os ingressos para o jogo entre Corinthians x Santa Fé, dia 02/03, no Itaquerão, pela Libertadores, já estão à venda pela internet. A promessa é de estádio lotado!

#VaiCorinthians

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Secretário de Saúde “culpa importados” por casos de dengue em Curitiba

февраля 24, 2016 14:19, by Terra Sem Males

Ainda em audiência pública, Cesar Titton não dá prazo para entregas de unidades abandonadas.

Por Manoel Ramires
Terra Sem Males

O secretário de saúde de Curitiba, Cesar Titton, participou de audiência pública na Câmara Municipal. O foco de sua apresentação foi o combate ao aedes aegypti na capital. Ele diz que os 196 casos confirmados são importados de outros municípios. O Paraná já registra 7 mil ocorrência de doentes relacionados ao aedes aegypti. Cesar Titton também foi cobrado pelos vereadores por causa do abandono das obras nas Unidades de Saúde Campo Alegre e Jardim Aliança. Para ambas, o secretário não definiu prazo de conclusão das obras.

Em sua apresentação, o secretário de saúde expôs qual tem sido a estratégia de Curitiba no combate à dengue, a zika e chikungunya. Ele confirmou a notificação de 1755 e a confirmação de 196 infectadas por dengue em Curitiba. Segundo mapa apresentado por Titton, a maior incidência de dengue ocorreu na região do Parolin e sul da cidade.

“Nós fizemos 64 mil abordagens em Curitiba em 2015 e ampliamos a rede de combate. Os 196 casos registrados são importados, ou seja, de pessoas de outras cidades que vem para Curitiba”, afirmou o secretário. Segundo dados da secretaria de saúde, ainda foram três casos de chikungunya importados em 2015 e um em 2016. Já a zika registra dois casos em 2015 e 22 em 2016, sendo todos de pessoas que não residem em Curitiba.

Atendimento no SUS

Sobre o atendimento do SUS nas Unidades Básicas e Unidades de Pronto de Atendimento (UPAs), Cesar Titton apresentou números em que 38% do atendimento realizado na capital é de pessoas que não residem na cidade. São 22% da região metropolitana, 11% de outras cidades e 0,5% de outros estados. O atendimento de curitibanos residentes é de 62%.

Para o secretário, o tempo de espera nas UPAs é de 1h42. Boa parte dessa espera se deve ao desconhecimento da população no momento de procurar o serviço adequado. “Tem muita gente procurando a UPA que poderia ser atendida em uma unidade básica. Procuramos reposicionar essas pessoas. Muitas delas procuram a UPA quando as unidades básicas estão fechadas”, constata o secretário.

Colabora para o prejuízo do atendimento a não conclusão de obras como das Unidades Jardim Aliança e Campo Alegre. Para ambas, o secretário admitiu falta de recursos e pressão no governo estadual para que verbas sejam liberadas. O assunto foi denunciado pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sismuc) há um ano. Com relação à Campo Alegre, a retomada da obra pode ocorrer após reabertura do edital. “O novo edital sai em trinta dias para sabermos sobre a retomada das obras. Para elas teremos aporte financeiro da prefeitura e esperamos do governo estadual.

Já as incertezas com relação a US Jardim Aliança são maiores. O secretário não apresentou estimativa de retomada das obras. Apenas disse que cobrou o governo estadual com relação à liberação de verbas. “Após o carnaval eu fui pedir liberação de recursos ao governo estadual”, comentou.

Déficit financeiro e vacinas

O secretário admitiu divida da Prefeitura de Curitiba com a FEAES – Fundação Estatal de Saúde. Titton explicou que o repasse de verbas ocorre uma vez por ano e em fevereiro e que a gestão deve celebrar “Termo Ajuste Financeiro” para honrar a dívida. Embora o valor cobrado seja de R$ 68 milhões,  secretário comentou que equipe técnica estuda esse valor.

Com relação à falta de vacinas e medicamentos, o secretário disse que cobra do Ministério da Saúde o repasse de verbas, mas que a rede está é com “um controle maior na liberação dos medicamentos”.

 

Em tempo: O Terra Sem Males editou o título da matéria substituindo o termo “estrangeiros” por “importados” para que não seja erroneamente relacionado aos imigrantes, mas sim, à definição de quando a pessoa fica doente em outro município e retorna a Curitiba.

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“As hidrelétricas vieram para Rondônia e acabaram com a gente”

февраля 23, 2016 0:23, by Terra Sem Males

Por Joka Madruga
Terra Sem Males

Era 19 de julho de 2015, um domingo, saímos cedo de Porto Velho-RO rumo ao distrito Nova Mutum-Paraná, no meio da Amazônia, a 106km da capital rondoniense, e de lá seguimos até o acampamento do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) nas margens da BR 364. Aproveitei a carona com uma equipe de comunicação do movimento que foi para lá realizar um documentário que em breve estará disponível.
BR 364 sentido Bolívia. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

BR 364 sentido Bolívia. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

A motivação da viagem era conversar com pescadores e pescadoras, vítimas da usina hidrelétrica de Jirau, para meu projeto Águas Para Vida – uma reportagem fotográfica sobre os atingidos por barragens na Amazônia. Uma das atingidas com quem conversamos foi Nilce de Souza Magalhães, a Nicinha, militante do MAB que está desaparecida desde o dia 07 de janeiro de 2016.
Pescador no rio Cutia. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Pescador no rio Cutia. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

No rio Madeira, muitas famílias de pescadores tiveram que ser realocadas por causa da construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. Uma das lutas destas pessoas é uma justa indenização e realocação para poderem seguir em frente com suas vidas. Nicinha era uma das porta-vozes deles. Sempre denunciando e cobrando ações para sua comunidade.
Rio Madeira. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Rio Madeira. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Chegamos no acampamento do MAB, nas margens da rodovia no KM 876, entre os rios Cutia, Mutumparaná e Madeira, a 167km de Porto Velho-RO, perto do meio-dia. Os barracos ficam numa ilhota, no meio de uma lagoa formada por causa da barragem de Jirau. Da estrada até as residências dá uns 300 metros. E a única forma de chegar é de canoa ou voadeira. Estacionamos o carro no acostamento da rodovia para gritar e acenar rumo aos barracos, do outro lado das águas. Pouco depois, vimos uma senhora entrar numa embarcação e vir em nossa direção. Era uma vizinha de Nicinha que foi nos buscar.
Vizinha da Nicinha após nos deixar ruma para sua casa. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Vizinha da Nicinha após nos deixar ruma para sua casa. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Atravessamos na canoa e encontramos a pescadora Nicinha, de quem eu tinha ouvido falar muitas vezes nos dias que fiquei em Rondônia. Uma mulher com semblante forte, marcada pelo sol, cabelos lisos, sorriso fácil e forte personalidade. Não parecia ser mulher de levar desaforo para casa. Na beira da estrada ficava um freezer com peixes, que ela deixava para venda. Pediu para que um da comitiva voltasse até lá e pegasse dois peixes para o almoço, o qual assou e serviu com arroz e salada. Seu barraco era simples.
Nilce de Souza Magalhães, a Nicinha, em seu barraco. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Nilce de Souza Magalhães, a Nicinha, em seu barraco. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Um telhado de diversas lonas remendadas era seu refúgio. Num canto um fogão velho e uma carcaça de geladeira, usada como dispensa. Um cercado rodeado por uma tela de arame era seu quarto, que tinha uma cama de casal e um mosquiteiro. Sentada numa rede do lado de fora foi onde a entrevistamos. A energia elétrica usada vinha de um gerador movido a óleo diesel. Ela vivia neste local com seu marido, Nei, e seus animais de estimação.
Nei, marido da Nicinha no barraco deles. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vid

Nei, marido da Nicinha no barraco deles. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vid

Enquanto preparava os alimentos, conversamos sobre sua atuação, as lutas na região, a situação das pescadoras e pescadores locais e sua vida
Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Nicinha nasceu em Xapuri, no Acre. Foi para Abunã aos dois anos de idade, onde viveu 46 anos, até a enchente de 2014 alagar toda sua casa. Sua vida era pescar. Com a destruição de sua residência, ela passou a receber auxílio aluguel de R$500,00, mas não era suficiente para o sustento de sua família. Além do aluguel ela tinha outras despesas e não tinha como pescar. Com esta situação, Nicinha disse ter acumulado uma dívida de mais de R$6 mil reais somente entre energia elétrica e água. E por isto tomou a decisão com seu marido de morar num barraco de lona.
Nicinha no que sobrou do seu quintal em Abunã. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Nicinha no que sobrou do seu quintal em Abunã. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

“Antes saíamos para pescar durante uma semana e voltávamos para casa. Não tínhamos barraco fixo durante a pesca porque o rio fornecia tudo que precisávamos. Hoje moro aqui há cinco meses porque lá onde eu vivia não existe mais lugar para pescar”, desabafou.
Nicinha e o rio Madeira. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Nicinha e o rio Madeira. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Ela denuncia que esta situação se dá por causa das usinas hidrelétricas. “Não vamos sair daqui enquanto a usina não arrumar um lugar para os pescadores. A usina acabou com nossas casas, nos matou afogados e agora querem nos matar de fome”, afirmou.
Placa da Usina de Jirau, financiada por bancos públicos e privados. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Placa da Usina de Jirau, financiada por bancos públicos e privados. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

A decisão de morar na ilha, em acampamento, foi tomada pela comissão de 36 pescadores e pescadoras. Várias entidades governamentais foram até o local para que eles saíssem. “Aqui não é o lugar ideal para morar, mas é o único lugar que temos para sobreviver. Longe dos pais, dos filhos e netos. Mas infelizmente foi o que a usina forçou para nós no Alto Madeira”, relatou.
Local onde fica o barraco da Nicinha. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Local onde fica o barraco da Nicinha. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Na época do inverno amazônico, os pescadores e ribeirinhos entram na floresta para tirar castanha e sangue-de-dragão (planta medicinal) para subsistência. Segundo Nicinha, a instalação da usina hidrelétrica de Jirau é a culpada pelo sumiço destas árvores. Com a cheia de 2014, a barragem da usina fez com que o rio Madeira transbordasse acima do previsto. Por isto, as plantas que ficaram nos alagados morreram apodrecidas, poluindo a água.
Ao fundo um verdadeiro cemitério de árvores, assassinadas pela água represada. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Ao fundo um verdadeiro cemitério de árvores, assassinadas pela água represada. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Numa das idas e vindas na BR 364, Nicinha sofreu um acidente de automóvel no fim de 2014. O carro onde estava colidiu com um ônibus da usina de Jirau. Isto lhe custou algumas costelas quebradas. Ela não recebeu nenhum tipo de ajuda por parte da empresa. “Procuramos o ônibus no dia seguinte, mas não achamos ele. Esconderam”, lamentou.
BR 364. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

BR 364. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Uma das reclamações dos ribeirinhos do acampamento é de que houve alteração na temperatura da água dos rios Mutumparaná e Cutia. E que o fato das árvores apodrecerem dentro da água causou poluição e contaminação, inviabilizando para o consumo humano e prejudicando na pescaria. Para ter água potável, os moradores têm que ir no supermercado comprar.
Peixe morto boiando no rio Cutia. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Peixe morto boiando no rio Cutia. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Outro fator que os pescadores denunciam é por ter muita madeira enterrada nas margens dos rios, após a construção da hidrelétrica. “Muitos peixes morreram”, comentou.
"Depósito" de madeiras nas margens do rio Cutia. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

“Depósito” de madeiras nas margens do rio Cutia. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Antes da barragem, os pescadores podiam deixar a rede armada durante a noite toda, que no dia seguinte o peixe continuava fresco. Um saco de gelo era suficiente para manter a refrigeração até a venda. Hoje precisam de muito mais. Nos dias atuais, em menos de uma hora os peixes precisam ser retirados, senão perdem a qualidade e têm que ser jogados fora.
Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males

Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males

“Já faz cinco anos que a usina fala em fazer análise da água, pesquisa, documentação. Nós pescadores temos filhos, netos. São cinco anos de estudos. Querem mais quantos anos para fazer a coisa certa? Nosso peixe de qualidade sumiu. Aqui um saco de gelo para manter fresco o que pescamos custa R$30,00. Em Porto Velho sai por R$12,00, mas olha o quanto irei gastar para ir até lá?”, reclamou Nicinha.
Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Uma das alternativas para as famílias era ir para Nova Mutum-Paraná. Após a conclusão da usina, as casas vazias foram ocupadas por ribeirinhos que ficaram sem teto. Porém, muitos pescadores não quiseram ir por falta de emprego e por ser longe dos rios. “A usina e os órgãos competentes deveriam fazer um trabalho bonito. Não somos vagabundos, queremos nos sustentar com dignidade. Se eu for morar no Mutum, vou viver do que? Vou comer o que?”, questionou.
Distrito de Nova Mutum-Paraná. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Distrito de Nova Mutum-Paraná. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

De acordo com os pescadores, a usina de Jirau fez uma proposta de ajuda de custo de R$250,00 para até três pessoas por família, R$450,00 para até cinco e R$650,00 acima de sete. “Isto é uma falta de respeito. As hidrelétricas vieram para Rondônia e acabaram com a gente. O que uma pessoas faz com R$250,00 por mês? Não paga nem o transporte para irmos buscar este dinheiro em Porto Velho”, afirmou Nicinha.
Torres de energia elétrica no rio Cutia onde se encontra com o rio Madeira. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Torres de energia elétrica no rio Cutia onde se encontra com o rio Madeira. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

O projeto Águas Para Vida – uma reportagem fotográfica sobre os atingidos por barragens da Amazônia é atemporal. Não tem uma previsão para ser concluído. Tudo depende da captação de recursos para viabilizar as viagens. Inicialmente eram três rios, mas no decorrer da jornada aumentou para seis. Em setembro de 2013 e março de 2014 estive em Altamira-PA documentando a luta do povo de lá contra Belo Monte. Demorei para publicar esta matéria devido a tantos contratempos nos últimos meses.
Ilha onde fica o acampamento do MAB. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Ilha onde fica o acampamento do MAB. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Como cidadão brasileiro sou solidário à família de Nicinha. Que a Polícia Civil de Rondônia dê uma resposta eficaz o mais rápido sobre seu desaparecimento e paradeiro.
Nei e Nicinha. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Nei e Nicinha. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/Águas Para Vida

Água, mulher e energia não são mercadorias!
 
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Reforma Política: Constituição Federal é alterada para permitir janela de 30 dias na troca de partido sem perda de mandato

февраля 22, 2016 15:55, by Terra Sem Males

A janela partidária é o único ponto sobre a Reforma Política com consenso para ser votada em 2016, de acordo com texto da Agência Senado.

Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males

Foi promulgada na última quinta-feira, 18 de fevereiro, a Emenda Constitucional nº 91, estabelecendo prazo de 30 dias, a contar da publicação do texto em Diário Oficial, para troca partidária sem perda de mandato. A emenda foi debatida na PEC 182/2007 (na Câmara), ou PEC 113/2015 (no Senado), que dispõe sobre a fidelidade partidária e estabelece perda de mandato para quem se elege por determinado partido e resolve trocar por outro.

De acordo com informações da Agência Câmara, “Desde 2008, o Supremo Tribunal Federal (STF) entende que os mandatos pertencem aos partidos e que, por isso, o detentor de mandato eletivo não pode mudar para outra legenda sem perder o mandato. Mas a desfiliação para a filiação em partido recém-criado não acarreta a perda do cargo. Com a promulgação da emenda, mais uma brecha será aberta para a troca partidária”.

De acordo com as agências de notícias da Câmara e do Senado, a janela para troca de partido é apenas um dos itens da reforma política, que foi concluída na Câmara no ano passado e tramita de forma desmembrada no Senado.

As PECs são analisadas pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara, se for aprovada é criada Comissão Espacial na casa, com prazo de 40 sessões do plenário para ser aprovada, com votação em dois turnos. A partir daí é encaminhada ao Senado, onde passa pelo mesmo procedimento. A Emenda é promulgada se tiver a mesma redação na Câmara e no Senado. Saiba mais sobre a tramitação de PECs.

Durante todo o ano de 2015 foram promulgadas seis Emendas Constitucionais, mas nenhuma delas sobre mandato de parlamentares. Acesse o teor:

Emenda Constitucional nº 91 (Altera a Constituição Federal para estabelecer a possibilidade, excepcional e em período determinado, de desfiliação partidária, sem prejuízo do mandato).

Emenda Constitucional nº 90 (Inclui o transporte como direito social)

Emenda Constitucional nº 89 (amplia prazo de recursos da União para irrigação)

Emenda Constitucional nº 88 (altera o limite de idade para aposentadoria compulsória de servidores públicos federais)

Emenda Constitucional nº 87 (altera impostos)

Emenda Constitucional nº 86 (torna obrigatória execução orçamentária)

Emenda Constitucional nº 85 (atualiza o tratamento das atividades de ciência, tecnologia e inovação).

Acesse aqui a Constituição Federal, já com a Emenda 91, disponibilizada pelo Senado.

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#AquiÉCorinthians: Na pressão, mas conseguimos!

февраля 22, 2016 14:36, by Terra Sem Males

Por Geziane Diosti
Terra Sem Males

Fala, nação!

O Corinthians tomou um, foi lá e empatou. Tomou outro, foi lá e empatou novamente. E assim finalizou o jogo em 2×2 na Fonte Luminosa e arrancou um empate suado contra o bom time da Ferroviária, permanecendo líder do Grupo D e ainda sem derrotas no Paulistão. Na entrevista coletiva, o técnico Tite elogiou o bom desempenho da equipe, considerando a partida como a “melhor da temporada”. Lucca e Giovanni Augusto marcaram para o Alvinegro.

O fato é que a “Ferrinha” pressionou o Timão o tempo todo, além de a trave ter nos salvado no final. Marlone, que levou uma entrada dura após pancada no tornozelo, jogou no sacrifício até o final e, como Tite já havia feito todas as substituições, não poderia mais sacá-lo. Ponto negativo para Cássio, que falhou feio no segundo gol.

A próxima partida do Corinthians pelo Paulistão será contra o São Bento, quarta, dia 24, às 21h45, no Walter Ribeiro, pela 6ª rodada.

Jogo rápido

>> O zagueiro paraguaio Balbuena já esteve no banco de reservas nesse domingo e deve ganhar espaço no time em breve.

>> Marlone será dúvida para o jogo da próxima quarta (24) após a pancada sofrida no tornozelo e segue no Departamento Médico. Outros jogadores que se encontram no DM: o goleiro Walter e o volante Elias. O zagueiro Felipe foi preservado pelo técnico Tite e o meia Guilherme está realizando trabalhos musculares.

>> A novela Clayton (do Figueirense) continua, mas a diretoria disse que não vai entrar em leilão pelo jogador. “Não vamos colocar R$ 1 a mais”, disse em entrevista ao globo.com. O jogador segue na mira do Atlético MG e Palmeiras. A oferta do Corinthians ao clube catarinense é de quase R$ 13,5 milhões para comprar 50% dos direitos econômicos.

>> Só pra lembrar: Timão joga pela Libertadores só no dia 02/03 (que não está tão longe assim, já na próxima semana), contra o Santa Fé, no Itaquerão.

#VaiCorinthians

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Curitiba poderá ter doulas nos partos de hospitais públicos e privados

февраля 22, 2016 14:27, by Terra Sem Males

Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males

Está em tramitação na Câmara Municipal de Curitiba o projeto de lei 005.00106.2015 que prevê a permissão da presença de doulas em maternidades públicas e privadas da cidade para acompanhar gestantes durante o parto, sem a cobrança de custo adicional por parte das maternidades por autorizar as doulas. O projeto também estabelece que está garantido o acompanhante, mesmo que a gestante tenha uma doula acompanhando.

De acordo com o projeto, as gestantes teriam acesso dentro da maternidade aos instrumentos utilizados pelas doulas para amenizar as dores do pré-parto, como óleos de massagem, bolsa de água quente e bolas para exercício físico.

O tema será debatido pelo Plenário da Câmara nesta terça-feira, 23 de fevereiro, e aguarda votação em primeiro turno desde maio de 2015, quando foi proposto.

Com informações da Câmara Municipal de Curitiba

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Fesmmuc: Municipais elegem nova direção no Paraná

февраля 22, 2016 13:31, by Terra Sem Males

Congresso em Maringá definiu plano de lutas da Fessmuc

Por Manoel Ramires
Terra Sem Males

Os servidores municipais do Paraná se reuniram em Maringá para eleger a nova direção da Federação dos Sindicatos dos Servidores Municipais Cutistas – Fesmmuc. A entidade representa 42 sindicatos municipais no estado. Além disso, os delegados definiram os planos de lutas para os próximos anos e avaliaram a conjuntura no país, no estado e nas cidades. Ao longo de três dias de debates, se percebeu que é necessário virar o jogo e enfrentar o avanço conservador no Brasil que, entre outros, retira direitos da classe trabalhadora. Uma das principais preocupações dos municipais é a iniciativa de governantes de alterar os regimes próprios de previdência e a Reforma da Previdência, de iniciativa do Governo Federal.  Outra preocupação dos municipais é pautar as eleições deste ano com políticas públicas que prestigiem a maioria da população.

A nova direção da Fessmuc se deu com a eleição da chapa “Valorização, organização e luta”. Ela fica à frente da entidade para os próximos quatro anos: 2016 a 2020. O presidente é Allyson Nathan, do Sindicato dos Servidores Municipais de Mandaguari (Sismman). Allyson comemora também algumas mudanças no Estatuto que dão espaço para a juventude.

“O congresso do nosso ramo serviu para realizarmos importantes debates políticos. Implementamos a paridade de gênero, estabelecemos uma linha de atuação nas políticas públicas, formulamos um plano de lutas, alteramos o estatuto da nossa federação com questões importantes, e avanços pra juventude, como a implementação de cota de participação em Congressos, Plenárias, formações, além de estabelecermos a cota de participação da juventude na direção da entidade”, avalia.

Allyson também destaca os desafios da Fessmuc para a próxima gestão: “Nosso maior desafio é auxiliar na estruturação dos sindicatos novos e do interior, além de formar os novos dirigentes. Nosso projeto político é de uma federação de luta, que unifique nosso ramo e que faça a defesa da classe trabalhadora”, direciona.

Ataques aos regimes previdenciários é foco da luta dos municipais

O Congresso, que conta com a participação de 125 delegadas e delegados, avaliou os desafios dos municipais neste ano eleitoral e o combate às pautas conservadoras no país. Graça Costa, da CUT nacional, destacou a importância de os servidores assumirem o protagonismo neste cenário de crise institucional.

“Vocês têm a oportunidade de disputar a conjuntura estadual e nacional. Se, de um lado, a presidência da República foi eleita pela classe trabalhadora, de outro, o Congresso é um dos mais conservadores desde 1964. Nessas Casas tramitam dez projetos extremamente ruins para os trabalhadores. Um deles, de Tasso Jeressatti (PSDB), abre espaço para privatização e terceirização. É um ataque frontal ao serviço público”, alerta Graça.

Já a presidenta da Confetam, Vilani Oliveira, destacou que é necessário virar o jogo da pauta conservadora e ir pra cima dos inimigos da classe trabalhadora. “Em abril, no Congresso Nacional, nós vamos lançar a plataforma dos municipais, dialogando qual é o futuro que queremos, mostrar qual é a cidade que queremos. Pois temos que nos preocupar não apenas com nossas pautas, mas com interesse coletivo de todas as pessoas”, incentivou.

Além do enfrentamento da agenda conservadora nacional, a pauta estadual também deve ser enfrentada pelos municipais, no entendimento de Regina Perpétua Cruz, presidenta da CUT-PR. Ela citou a importância do Fórum 29 de Abril no enfrentamento de políticas que buscam tirar direitos dos servidores, como fez o governador Beto Richa (PSDB). Ela ainda destacou a força dos municipais dentro da CUT, uma vez que são o terceiro maior ramo dentro da Central.

Defender a previdência

As discussões se concentraram bastante na necessidade de proteger as previdências municipais e combater a Reforma da Previdência proposta pelo governo federal. “Vivemos uma conjuntura difícil. A CUT é contra qualquer reforma, como da previdência, que retire direito contra trabalhadores e mulheres. Esse congresso deve aprovar uma moção de repúdio contra qualquer iniciativa neste sentido”, ressaltou Regina Cruz.

Na mesma linha foi o deputado estadual Tadeu Veneri. Para ele, os trabalhadores novamente estão pagando pelos privilégios e isenções dadas aos mais ricos. Tadeu defende a necessidade de travar essa luta: “Precisamos discutir o assunto. 50% do rombo da previdência são oriundos de não recolhimento de impostos, dos isentos. Diversas áreas são isentas, como exportação, pequenas empresas, filantropia etc. E quem paga por essa isenção é o trabalhador. Portanto, isso é um ponto a ser debatido. Não tem o menor sentido, por exemplo, que as taxas de loterias não recolham para a seguridade social. E por aí vai porque um bando de rico não paga a previdência e depois consegue diversas isenções”, completa.

Quanto à análise de conjuntura, o deputado destacou que o governador Beto Richa tenta reconstruir sua imagem com o dinheiro descontado da previdência estadual. “80% dos recursos do Governo do Paraná vêm da previdência dos servidores estaduais”

Já Junéia Martins Batista, que é assistente social e servidora municipal de São Paulo, destacou que a crise econômica se misturou à política. “Os deputados não estão preocupados com o povo ou seus eleitores, mas apenas com o capital que patrocinou suas campanhas. O Brasil está refém da bancada BBB – boi, bala, bíblia”. Ela também convocou os municipais contra a Reforma da Previdência: “Nós vamos para cima da Dilma em 31 de março, pois ela não tem feito o governo que nós elegemos. Vamos dizer não a qualquer ajuste da previdência”.

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Papa Francisco pede o fim da pena de morte

февраля 22, 2016 10:15, by Terra Sem Males
Da Agência Lusa

O papa Francisco pediu ontem (21) que não seja executada nenhuma pena de morte durante a celebração do Jubileu Extraordinário, que ocorre até 20 de novembro, e pediu à comunidade internacional o fim definitivo dessa prática.

“Faço um apelo à consciência dos governantes para que consigam um acordo internacional para abolir a pena de morte. E proponho aos católicos que cumpram um gesto de valentia: que nenhum condenado seja executado durante o Ano Santo da Misericórdia”, disse.

Diante milhares de fiéis que se juntaram na Praça de São Pedro para a habitual oração dominical do Angelus, Francisco disse que “também os criminosos gozam do direito inviolável à vida”. Ao falar da janela do Palácio Apostólico do Vaticano, o papa lembrou que “o Jubileu Extraordinário da Misericórdia é uma ocasião propícia para promover no mundo formas mais maduras de respeito pela vida e pela dignidade das pessoas”.

Para Francisco, cresce no mundo contemporâneo um sentimento “contra a pena de morte, inclusivamente como instrumento de legítima defesa social”. Segundo ele, “as sociedades modernas têm a possibilidade de castigar eficazmente o criminoso sem o privar da oportunidade de redimir-se”.

“O problema deve abordar-se pela lógica de uma justiça penal que está cada vez mais em linha com a dignidade do homem. O mandamento ‘não matarás’ tem um valor absoluto e diz respeito tanto aos inocentes como aos culpados”, disse.

O papa Francisco concluiu o seu discurso com uma mensagem dirigida a “todo os cristãos e a todos os homens de boa vontade”, a quem pediu que trabalhem “não só pela abolição da pena de morte, mas também para melhorar as condições das prisões, em respeito pela dignidade das pessoas privadas de liberdade”.

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Pensamentos Imperfeitos: Ocupe Palácio Iguaçu

февраля 20, 2016 20:13, by Terra Sem Males

Por Paula Zarth Padilha
Pensamentos imperfeitos (Crônicas da Paula)

Terra Sem Males

Depois de uma pausa na metade de 2015, nesta semana reabriram as portas do Palácio Iguaçu, sede do poder executivo paranaense, para a população. A chamada visita guiada acontece excepcionalmente neste fim de semana, como parte do evento Feira Gastronômica do Palácio, promovida com algum tipo de apoio da RPC TV, se considerarmos os ícones da emissora espalhados de diversas formas pela Praça Nossa Senhora de Salette, no Centro Cívico, local da feira.

As visitas são feitas em grupos de dez a quinze pessoas, de hora em hora, e para entrar no Palácio basta deixar pertences em um armário e assinar uma lista com telefone e RG. Mas pode fotografar.

A caminhada tem duração de aproximadamente 50 minutos e é acompanhada por um funcionário – que se identificou como estagiário – do Museu Oscar Niemeyer, que conta a história do Centro Cívico (o primeiro do país), do Palácio Iguaçu (inaugurado um ano após o centenário da emancipação), dos diversos salões (de atos, de inteligência, nobre, de reuniões, capela católica, entre outros), dos bustos, obras de arte e quadros diversos espalhados pela estrutura imensa e relativamente vazia.

Na entrada do Palácio, um imenso salão vazio, com uma escadaria e uma parede, também imensa, com uma obra datada de 1953, em comemoração ao centenário da emancipação do Paraná. Soubemos que aquele monumento foi a única obra entregue a tempo do centenário, pois o Palácio Iguaçu foi inaugurado em 1954, tendo um busto de Getúlio Vargas, que já não era presidente, recepcionando quem chega. Aos fundos, um imenso mapa do Paraná em relevo, com rios e planaltos, encravado no chão, identificando algumas cidades do Estado.

A mobília e tapeçaria fazem parte da conservação histórica e não podem ser tocados ou pisados. A capela (que de acordo com o guia não fica sob responsabilidade do estado laico) mantém novenas às quartas-feiras ao meio dia, aberta ao público, mas frequentada principalmente por funcionários da casa. No salão dos ex-governadores, o que mais impressiona é o retrato de Álvaro Dias (risos). Vale a pena ver. Soubemos que o retrato original era outro, que ele doou e trouxe o atual de casa (sim, é difícil de acreditar que ele mesmo escolheu a pintura que está lá exposta).

O salão nobre é lindo demais, com antiguidades mobiliárias sensacionais, como deve ser a sala de estar de castelos e palácios. A tecnologia se confunde com o acervo histórico. A sala de inteligência, para reunir o secretariado, tem um imenso telão para videoconferências e isolamento de som para a área externa, onde geralmente se concentra a imprensa à espera de algum posicionamento do governador.

Somente no segundo andar é possível perceber, de fato, que pessoas trabalham no prédio, que mais parece mesmo um museu. Lá está o gabinete do governador, então passamos pelas salas das secretárias, pela ante-sala, pela cristaleira com presentes, por mais uma imensa sala de reuniões e pudemos admirar o espaço íntimo do mandatário dentro do Palácio Iguaçu.

Os porta-retratos estão cuidadosamente posicionados para que os visitantes não possam enxergar as fotos. Isso se alguém olhar para o lado, já que o governador ostenta capacetes de corrida e miniaturas diversas relacionadas ao automobilismo mas que não reparei direito. O mais legal de conhecer no ambiente foi a visão da sacada do governador: alinhada com a avenida Cândido de Abreu, desde a Praça Nossa Senhora de Salette, passando pela Praça 29 de Março, até os olhos alcançarem a catedral, marco zero de Curitiba na Praça Tiradentes. Sim, ele pode ver tudo que acontece ali, o campo visual é imenso.

Saí de lá pensando: “imagina que louco se o governador usasse a sacada do seu gabinete para acenar para a população”.

Se você está em Curitiba neste domingo, 21 de fevereiro, corre lá para ocupar o Palácio Iguaçu. Não há previsão de quando ele será aberto novamente. A visita é gratuita e muito legal.

Em tempo: uma equipe da TV É Parana (TV Educativa, oficial do governo) acompanhou a visita do nosso grupo. Fui abordada para ser uma das entrevistada mas, ao dizer que sou jornalista, antes de mencionar “de esquerda ocupando o espaço público”, meu depoimento foi dispensado pelo colega de profissão. Ainda bem.

Confira dezenas de fotos do Palácio Iguaçu aqui.

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