Haddad anuncia engajamento com movimentos sociais e populares para fortalecer democracia
24 de Setembro de 2018, 15:25Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira, 24 de setembro, o candidato do Partido dos Trabalhadores à presidência da República, Fernando Haddad, afirmou que a democracia está ameaçada diariamente e que sua campanha irá se associar aos movimentos sociais e populares em respeito à democracia popular.
Haddad esteve na sede da Polícia Federal, em Curitiba, em visita ao ex-presidente Lula, acompanhado do secretário de finanças do PT, Emidio Pereira de Souza, ao lado da Vigília Lula Livre, que completa 171 dias de resistência.
Haddad e Emidio em Curitiba nesta segunda-feira, 24 de setembro. Foto: Joka Madruga/AGPTO candidato falou sobre o fortalecimento da democracia com engajamento de sua campanha aos movimentos populares segundo ele, para comentar as declarações de Dias Tofolli, ministro presidente do Supremo Tribunal Federal, que assumiu interinamente a presidência da República hoje após viagem de Temer. Tofolli destacou a importância do funcionamento das instituições, como o Congresso Nacional e o Judiciário, para fortalecer a democracia.
Haddad destacou que a democracia está diariamente ameaçada com suposições e que o mundo está observando o Brasil, justificando o engajamento de sua campanha aos movimentos populares. “Nós vamos nos associar aos movimentos sociais em respeito à democracia popular”, manifestou-se Haddad.
Após responder perguntas de jornalistas, Haddad destacou que o foco do seu governo será emprego e educação e que uma das propostas é a ampliação da aquisição de alimentação saudável da agricultura familiar para a merenda escolar, promovendo o acesso a comida orgânica para as crianças nas escolas em todo o Brasil.
Por Paula Zarth Padilha
Fotos Joka Madruga
Para que ninguém mais duvide da força do funcionalismo
22 de Setembro de 2018, 11:17“O melhor está por vir”. Só hoje temos ideia do tamanho da ironia usada pelo ex-governador ao dizer essa frase após ser reeleito no primeiro turno das eleições de 2014. Meses depois, diante de um Estado quebrado, Richa promoveu aumento radical nos impostos, como o do ICMS de milhares de produtos. Sem contar o reajuste do IPVA em 50%.
Mas o buraco era grande. Sob a orientação do então secretário da Fazenda, Mauro Ricardo, Richa decidiu estancar a crise usando uma das poucas reservas existentes: a poupança da aposentadoria do funcionalismo. Foi aí que a briga ficou feia. As/os servidoras/es estaduais, que já não estavam contentes, viram o futuro ameaçado.
O primeiro enfrentamento dessa batalha aconteceu em fevereiro de 2015. Richa tinha pressa em aprovar a medida. Não contava com tamanha união das/os trabalhadoras/es. Com o plenário da Assembleia ocupado, o presidente da Casa, Ademar Traiano, tentou sem sucesso uma sessão às escondidas, fazendo as/os deputadas/os aliados do governador entrarem na Alep dentro de camburão.
Logo após a épica derrota do governador play-boy no dia 12 de fevereiro, em março explode um escândalo de corrupção envolvendo Richa na Receita Estadual. A Operação Publicano chega a prender o primo do governador. Com ódio no coração e necessitado da grana da ParanaPrevidência, Richa monta o maior cerco policial da história do Centro Cívico. Ele gastou R$ 1 milhão na operação violenta e o resultado: 400 feridos.
Estava dada a largada para um dos maiores períodos de enfrentamento entre o funcionalismo e o governo do Estado. Se a todo instante Richa tentava jogar a população contra a população, apontando o que ele chamava de privilégio, do outro as/os servidoras/es montaram um processo permanente de desgaste da gestão do tucano: além de incompetente, a gestão se afundava a cada dia em escândalos de corrupção.
Richa entregou o governo para Cida para concorrer ao Senado sob um risco. Ficar oito meses sem foro privilegiado e responder pelos crimes investigados por diversas operações. Um suicídio. O desgaste de sua imagem era tamanho que nem todos os esquemas do mundo poderiam evitar o pior: a sua prisão e de seus familiares.
No dia 11 de setembro de 2018, com a prisão daquele que há poucos meses era a figura máxima do Estado, ficou provada a força das/os servidoras/es estaduais do Estado do Paraná. De governador aprovado no primeiro turno, Richa passou a um prisioneiro pelo crime de corrupção.
Que isso sirva para que nenhum político volte a duvidar da força do funcionalismo estadual. Sirva para que os direitos dos atores das políticas públicas desse Estado não voltem a ser desrespeitados.
Foto e texto: Marcio MIttelbach
Cai na real! Cinco motivos para confiar na ‘Consolidação Tricolor’
22 de Setembro de 2018, 11:04Pelo público, nem parecia um evento tão importante. Sem coquetel e sem clima de festa, a Chapa Consolidação Tricolor, candidata única para eleição do Clube, se apresentou para os associados. Os cerca de cinco mil sócios em dia com as obrigações podiam comparecer. Aqueles que se cadastraram no colégio eleitoral puderam ainda direcionar uma das tantas perguntas que afligem a torcida aos integrantes da Chapa.
Das 10 questões possíveis para os sócios – se existisse mais haveria sorteio – apenas sete foram feitas. Reflexo do baixo comparecimento dos associados. É aquela velha história, nas redes sociais o povo esbraveja, fala alto, mas ali, na hora de pedir explicações e discutir o futuro do Clube, são poucos os que aparecem.
Mas o evento da última quinta-feira, 21, teve, sim, muita coisa boa, muita esperança. Não será em um passe de mágica que vamos voltar ser o gigante dos anos 90, mas não somos mais um Clube ameaçado de fechar as portas. O resultado no campo dói, mas é preciso ter consciência do momento em que vivemos.
É como disse o presidente Leonardo Oliveira, “não venderemos sonhos, o que podemos afirmar é que vamos trabalhar muito para o sucesso do Paraná Clube”. A promessa fundamental da Chapa é consolidar o tricolor como uma das 20 maiores forças do futebol nacional até 2021.
E é nessa onda de compromisso com o Tricolor que separamos cinco avanços que nos estimulam a comparecer nas eleições do dia 25 de setembro.
Elenco – Ao ser questionado, Oliveira disse que já estão feitas tratativas para renovar com os poucos atletas que agradaram em 2018. Sobre a alta rotatividade – 74 jogadores em 2017 e 2018 – ele garantiu que todas as medidas foram tomadas para que isso não gere passivos trabalhistas. “Não podemos evitar as demandas judiciais, mas o possível foi está sendo feito para evitar passivos.”
Profissionalizar o futebol – O compromisso da gestão é que todas as funções ligadas ao futebol sejam exercidas por profissionais capacitados. Além do goleiro Marcos, novos profissionais serão contratados para dar mais inteligência ao departamento de futebol e descentralizar a função de gerente de futebol, principalmente com relação às contratações. A conferir.
Dívida – Ela ainda é de 156 milhões de reais, mas para o presidente foi esse o quesito em que o Paraná Clube mais avançou. Acordos judiciais estão permitindo o gerenciamento da dívida e o fim dos leilões que queimaram parte do nosso patrimônio. A prioridade são as dívidas trabalhistas, mas as fiscais e civis também serão honradas, garante a gestão.
Infraestrutura – A gestão comandada por Oliveira elenca como feito a consolidação do Ninho da Gralha como um CT à altura do futebol profissional e o complexo da Vila Olímpica, que supre muito bem as demandas das categorias de base. Sobre melhorias na Vila, tudo segue condicionado à conquista da posse, o que está em via de ser solucionado no ambiente político.
Categorias de base – “É irresponsabilidade avaliar o trabalho das categorias de base apenas com base nos números de atletas que estão no profissional”. Essa foi a resposta do presidente sobre o baixo aproveitamento dos atletas prata da casa. Segundo ele, os frutos seguem no pé aguardando o momento certo da colheita. A conferir.
Integrantes da Chapa Consolidação Tricolor
Leonardo Oliveira (presidente); Jefferson Huyer Klippel (1º vice-presidente), Jamil Afonso Thomaz (2º vice-presidente), Fernando Geraldi (membro 1) e Oliveiros Machado Neto (membro 2).
Foto e texto: Marcio Mittelbach
Santander escancara defesa do fim da aposentadoria
21 de Setembro de 2018, 12:40Santander escancara defesa do fim da aposentadoria: banqueiros querem reforma da previdência pública pela oportunidade de ampliar a venda do produto previdência privada
Nas TVs de elevadores e espaços publicitários de Curitiba circulam nesta semana de setembro propagandas do banco espanhol Santander a favor da Reforma da Previdência, retirada da pauta de votação no Congresso após muita resistência da classe trabalhadora organizada pelas centrais sindicais, que se uniram contra o fim da aposentadoria.
Com o mote “Faça já a reforma da sua previdência”, o Santander anuncia a real intenção dos banqueiros em fomentar a aprovação a todo custo da reforma da previdência pública: sem o acesso dos trabalhadores à aposentadoria pelo INSS, é só correr para um banco privado e comprar sua aposentadoria privada.
Esse entendimento do Santander é compartilhado com as demais instituições financeiras que atuam no país. Em fevereiro, o recém-empossado presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, declarou que “não há alternativa” justificando que a reforma da previdência seria fundamental para “reduzir rombos nas contas públicas”, omitindo que, ainda em 2017, empresas privadas deviam ao INSS R$ 426 bilhões, conforme apuração da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), com dados divulgados pela agência Repórter Brasil.
Os bancos também são devedores desta conta: de acordo com o levantamento da procuradoria, em 2017 o Bradesco devia R$ 465.249.669,73 ao INSS, o Santander devia R$ 80.303.961,27 e o Itaú devia R$ 88.871.826,29.
Secretário da Previdência de Temer recebeu banqueiros para escrever texto da reforma
Um dos responsáveis pelo texto da PEC 287, da Reforma da Previdência, o secretário Marcelo Caetano, teve uma agenda oficial em 2016 com 11 encontros com banqueiros, conforme revelou o jornalista Rogério Galindo, do jornal Gazeta do Povo. “As reuniões com representantes dos bancos foram 11. JP Morgan, Bradesco e Santander tiveram direito a três reuniões com Marcelo Caetano”, escreveu o jornalista.
Caetano foi acusado, em fevereiro de 2017, de conflito de interesses, pois também acumulava o cargo de membro do Conselho de Administração de uma das maiores empresas de previdência privada do país, a BrasilPrev, do Banco do Brasil, conforme divulgou o jornal Correio Brasiliense.
Relator da Reforma da Previdência recebeu doações de bancos
A tramitação da PEC 287, da Reforma da Previdência, foi acelerada no Congresso em fevereiro de 2017, quando uma comissão foi instalada na Câmara e definida a relatoria pelo deputado federal Arthur Maia (PPS-BA). À época, o deputado Ivan Valente, do PSol, questionou a escolha de Maia, denunciando que ele recebeu em campanha R$ 100 mil do Itaú, R$ 100 mil do Bradesco Vida e Previdência, e outros R$ 100 mil do Santander, e por isso não teria isenção para relatar.
A Reforma da Previdência foi retirada da pauta após a realização de duas greves gerais e outros dias de paralisação dos trabalhadores, além de muita mobilização organizada em Brasília e em diversas cidades pelas centrais sindicais. A proposta da PEC inviabilizava o acesso à aposentadoria integral por estabelecer idade mínima de 65 anos (para homens e mulheres) associada à ampliação do tempo de contribuição de 25 anos para 35 anos.
Reforma Trabalhista inviabiliza aposentadoria por contribuição
A mobilização dos trabalhadores impediu a Reforma da Previdência mas não a aprovação da Trabalhista, que amplia as possibilidades de contratação pelo empregador de forma a diminuir custos e prejudicar direitos dos trabalhadores, flexibilizando contratações por carteira assinada. Uma dessas formas é o trabalho intermitente, em que o trabalhador é acionado por demanda, refletindo no cálculo do tempo e do valor de contribuição para o INSS, esvaziando a arrecadação da previdência e fortalecendo o discurso de que o sistema não se sustenta.
Temer penaliza afastados
Para dar uma resposta ao “rombo” da previdência, ao invés de cobrar as empresas devedoras, o presidente Michel Temer estabeleceu metas para os médicos peritos na concessão dos benefícios de afastamentos por doenças, acidentes e aposentadorias por invalidez e promoveu também revisão de benefícios, despejando no mercado de trabalho pessoas até então consideradas inaptas para exercer suas funções.
De acordo com informações do Ministério da Previdência Social, 96% dos peritos médicos do INSS aderiram a um modelo de cumprimento de metas por perícia realizada, com estimativa de realização cerca de 230 mil perícias revisionais extraordinárias por mês.
Em julho de 2018, o governo encontrou “irregularidades” e cortou o benefício de 341 mil auxílios-doença e outras 108 mil aposentadorias por invalidez.
Por Paula Zarth Padilha
Acesse aqui para conferir o posicionamento da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná
Um mês após incêndio no Museu Nacional, Curitiba sedia ato nas escadarias da UFPR
21 de Setembro de 2018, 10:45O Ato de Luto em Luta pelo Museu Nacional e pela Dignidade Cultural Brasileira, que será realizado no dia 30 de setembro de 2018 (próximo à data de um mês do incêndio que destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, RJ), às 15h em frente ao Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná, tem diferentes bases, mas algumas intenções comuns:
A primeira delas é marcar o luto de todos os brasileiros pela destruição quase que total do acervo e aos danos graves sofridos pelo prédio principal do Museu Nacional do Brasil no dia 2 de setembro. Os objetos, que em sua maioria são insubstituíveis, apesar das falas superficiais dos atuais responsáveis pela revitalização do Museu, representam milênios da História humana e duzentos anos de esforços nacionais em nome do colecionismo, da pesquisa, da Ciência e da História.
A segunda é marcar a nossa posição enquanto estudantes, trabalhadores, pesquisadores e cientistas brasileiros, denunciando o crime que este velho Estado cometeu. Porque não foi um mero “acidente”. O que aconteceu foi a expressão concentrada de anos e anos de descaso e negligência com a nossa cultura e educação. Os equipamentos culturais (como as galerias, monumentos, casas de cultura, museus, entre outros) e a educação brasileira (as escolas, as universidades, as iniciações científicas, etc.) estão cada vez mais ameaçados e mais pertos de uma destruição iminente, como foi o caso do Museu. O que vimos neste trágico caso foi um exemplo destes dois eixos. A administração do Museu pertencia à UFRJ que, como toda universidade pública, é alvo de políticas de cortes de investimentos. Desde 2017, com a EC 95/2017, o orçamento da universidade (que já era baixo), começa a abaixar gradativamente, já que a medida congela investimentos em Educação por 20 anos, lesionando não só a universidade, mas também o Museu. Em recente entrevista, o Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, diz que é culpa da UFRJ por ter investido menos no Museu e por não ter procurado “outras fontes de investimento”, como empresas privadas. Ou seja, para nosso ilustre Ministro, o Estado corta o investimento da universidade e quem é culpada é a UFRJ por não ter vendido o Museu aos grandes empresários que já estão se apropriando de vários museus nacionais. Mas, ao contrário, nós dizemos que se a nossa Educação e nossa Cultura está ameaçada, é culpa deste velho Estado e a solução não é a sua privatização!
E a terceira, é a de dizer que estamos fartos de entrar em luto pela nossa Nação. Enquanto os mesmos políticos de sempre, em conluio com os grandes banqueiros, empresários e latifundiários de nosso país, garantem a manutenção de suas riquezas, o nosso povo perde seus direitos mais básicos, tirando-o a saúde, a educação e a cultura. E, além disso, jogam a culpa uns aos outros, isentando-se de suas próprias culpas. Choram lágrimas de crocodilo, enquanto o nosso povo continua a perder cada vez mais. Mas nós dizemos basta! Resistiremos e lutaremos com e pela cultura popular!
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Mulheres cutistas de sindicatos do Paraná lançam plataforma feminista para as eleições 2018
21 de Setembro de 2018, 8:28O lançamento da Plataforma das Mulheres da CUT para as eleições 2018, que tem como temática central a luta por “Nenhum Direito a Menos”, foi realizado no dia 20 de setembro, na sede da central, em Curitiba.
Conforme explicou a diretora da Secretaria de Mulheres da CUT/PR, Anacélie Azevedo, as entidades sindicais devem agir, além de encaminhar pautas do trabalho, como ferramentas de ação social. Ela apresentou a plataforma, que é dividida em quatro eixos que abordam pautas feministas, em defesa de todas as mulheres: igualdade e não discriminação no trabalho; o fim da violência contra a mulher; responsabilidades domésticas compartilhadas; e direitos sexuais e reprodutivos.
A plataforma contempla propostas para que haja comprometimento das candidaturas das eleições de 2018, situadas no contexto do atual mercado de trabalho e de como a precarização atinge as mulheres e de forma ainda mais drástica as mulheres negras. “Se uma mulher branca recebe salários 40% menores que os homens, entre as mulheres negras esse valor chega a 70% menos”, contextualiza Anacélie.
A dirigente também situou como a reforma trabalhista impacta para as mulheres: com a terceirização são as mulheres que são chamadas para atividades precárias e o teletrabalho, pejotização, a informalidade e o trabalho intermitente sobrecarregam ainda mais considerando as jornadas duplas e triplas que as mulheres exercem em relação aos homens. “As mulheres são as primeiras a serem demitidas com os avanços tecnológicos. Esse é um princípio a ser rompido e nós precisamos de igualdade”, disse, defendendo a implantação de projetos de lei com esse fim.
Violência e responsabilidades compartilhadas
Outros dois importantes eixos da plataforma são o fim da violência contra a mulher e o compartilhamento dos cuidados com casa e filhos. As principais propostas para esses dois pontos são a revogação da chamada PEC do Teto dos Gastos e a retomada do Pacto pelo Fim da Violência contra as Mulheres, uma ação governamental extinta pelo governo Temer com o fim Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres. Sobre o eixo dos direitos sexuais e reprodutivos, a plataforma da CUT destaca a necessidade de amplificação de políticas públicas pela saúde integral da mulher, o fomento do parto humanizado e também o reconhecimento do aborto como problema de saúde pública.
Durante a apresentação da plataforma, a candidata a vice-governadora Anaterra Viana, única presente entre as candidatas e candidatos convidados, destacou a importância de uma plataforma feminista e se comprometeu a encaminhar o documento para as demais candidaturas de seu partido e destacou em sua fala que essas pautas históricas de políticas públicas para as mulheres, inseridas no movimento feminista, sempre esbarram na violência de gênero.
Acesse aqui a íntegra da plataforma em PDF
Por Paula Zarth Padilha
Foto: Gibran Mendes
OPINIÃO | Quando a eleição terminar, o que será do amanhã?
19 de Setembro de 2018, 8:56Por Juan Leal*
Pode parecer uma discussão prematura ou desatinada diante da turbulência pela qual o processo eleitoral brasileiro está passando, talvez os que comungam do pragmatismo institucional digam que o projeto de centro-esquerda vencerá nas urnas e reconstruiremos o país, mas, ao contrário, proponho uma questão que ainda permanece obscura no momento: qual é o futuro que estamos construindo para o presente após o fim dessas eleições? Rechaçando a inversão da máxima de Rolland (popularizada por Gramsci) ao invocar certo “otimismo da razão” na crença de que o povo será feliz de novo com uma vitória no pleito eleitoral, a conjuntura tem mostrado que a nova fase capitalista que se instaura de maneira globalizada imporá sua reorganização custe o que custar. Ainda que o preço seja a democracia.
A ascensão de um candidato fascista no Brasil é resultado de diversos fatores, inclusive a própria realidade material de miséria, desemprego e violência exacerbados. Contudo, ainda que cautelosamente, destaco a campanha jurídico-midiática contra o projeto petista e, consequentemente, contra toda a esquerda. É muito relevante e revelador que o ex-presidente mais popular da história democrática esteja preso. A distinção deste último fator é fundamental para compreendermos o deslocamento do eixo de polarização política da sociedade e, a partir disso, como o processo eleitoral não tem permitido que se apresente um projeto à esquerda do PT. Com a aceitação de uma grande parcela da população ao discurso simplista do candidato fascista – ainda que isso não signifique necessariamente uma adesão ao projeto fascista -, a polarização política passou a ter: de um lado a referência na extrema-direita, e, no outro, aqueles que se encontram no espectro do centro justificado pelo pragmatismo eleitoral. Para barrar o avanço do Bolsonaro, o voto útil no candidato com mais chances de derrotá-lo ganhou força. O medo estabeleceu os limites da polarização. Esta é uma observação um tanto quanto clara, mas é dela que surge uma pergunta crucial: como a centro-esquerda será capaz de refundar seu projeto institucional depois de sua falência culminada no golpe de 2016?
O golpe que retirou Dilma do poder nos ensinou que não há espaço para conciliação de classes no momento atual do capitalismo. A grande burguesia demonstra que não aceitará pôr em risco seus lucros exorbitantes – inclusive, conquistados durante os próprios governos do PT – em detrimento de um projeto público de seguridade social e de Estado grande. As retiradas de direitos da classe trabalhadora têm sido violentas e ainda permanecem em pauta. Diante do atual caos social, o tal “otimismo da razão” tem criado a ilusão de que este grave problema parece solucionável pela via eleitoral nos moldes atuais. No entanto, as conjunturas em diversos outros países demonstram que a realidade brasileira não é somente fruto das consequências tardias de uma história construída a partir de revoluções passivas, mas sim de um projeto do capital.
A eleição de Emmanuel Macron, na França, evidenciou que os intermediários políticos dos bancos e do grande capital financeiro não são mais necessários para a consolidação do programa neoliberal e, em menos de um ano, uma dura reforma trabalhista foi implementada. O fenômeno de um candidato banqueiro acendeu a luz de emergência sobre a ofensiva do capital. E, ainda, disputou acirradamente o segundo turno com uma candidata representante da extrema-direita. Poucos anos antes, em uma crise sem precedentes, a população da Grécia sofreu com a ofensiva autoritária do FMI e da União Europeia. A saída imposta pelos credores internacionais custou pacotes de austeridade e reformas de Estado que retiraram diversos direitos da população, inclusive endurecendo a repressão sobre a convocação de greves. O primeiro-ministro na época, Alexis Tsipras, apesar de sua filiação ao Syriza, sucumbiu ao capital pela lógica não mais aceitável da conciliação. A Europa também tem sido, nos últimos anos, espaço de um crescimento exponencial da extrema-direita e as últimas eleições parlamentares de alguns países foram marcadas pelo fortalecimento desses partidos em locais onde a social democracia era, até em então, sólida. Na Suécia, por exemplo, o Partido dos Democratas, com origens no nazismo, atingiu seu recorde histórico e tornou-se o terceiro maior do país. Ao contrário da narrativa criada pelos donos do poder, a crise da democracia participativa não tem origem em si mesma, mas na própria reorganização do capital, e é sistematicamente impulsionada pelo financiamento das classes dominantes. Portanto, mesmo com o concomitante crescimento do “não-voto”, os panoramas políticos indicam o sucesso do processo em curso de transição capitalista. E, como método, tal processo tem sido imposto à revelia dos valores democráticos, dissimulado a partir da legitimidade das urnas.
A escalada autoritária em curso no Brasil não é fato isolado dos acontecimentos internacionais que vêm ditando a relação entre capital e trabalho. Com a iminência de um crescimento da centro-esquerda nas eleições, o presidenciável fascista passou a integrar a agenda dos banqueiros e, hoje, conta com o apoio do capital financeiro e especulativo. Fato evidenciado sem pudores pelo comportamento da bolsa de valores diante dos eventos que influenciam em sua candidatura. Esta imbricada relação que se estabeleceu durante o processo eleitoral demonstra que o verniz da democracia não é mais capaz de dar boa aparência aos interesses nefastos das classes dominantes e os discursos autoritários passaram, novamente, a ser servis a eles. Diante deste cenário, não é possível depositar certeza na estabilidade da democracia brasileira independentemente do resultado eleitoral, confiando às urnas o futuro da classe trabalhadora. O prognóstico indica que um governo, qualquer que seja sua identidade ideológica, que não se coloque subserviente ao projeto atual do capital dificilmente será capaz de manter-se no poder institucional. Dada a nossa já fragilizada democracia, intervenções e fechamentos de regimes soam como soluções cada vez mais atraentes.
Pela manutenção da crença nos princípios leninistas de organização da classe trabalhadora, de nenhuma forma sugiro, aqui, que percamos a disposição de construção dos partidos, tampouco que abandonemos o processo eleitoral em curso. É preciso, sem ressalvas, derrotar fragorosamente o representante fascista nas urnas. Contudo, a vitória nas eleições não garante a hegemonia do projeto progressista, ao contrário, este se mostra débil pela incapacidade de disputarmos a produção cultural através de ferramentas e métodos capazes de gerar uma profunda transformação de sentido na sociedade. Esta debilidade já se fez manifesta no pós-golpe de 2016, quando as conquistas que perduraram 13 anos foram desfeitas em 6 meses sem que as organizações populares tivessem qualquer poder de influência na correlação de forças. Mesmo que nossos impulsos de autoafirmação digam o contrário. As tentativas de cooptação dos movimentos sociais durante os governos petistas e o consequente descompromisso na construção de consenso da sociedade civil em torno do projeto da esquerda refletiram-se na dificuldade de mobilização popular diante das bruscas retiradas de direitos. Perdemos todas as batalhas desde então. Por isso, o aprendizado histórico deve ser o farol nesse momento em que vemos a democracia ruir pelo autoritarismo e pela onda fascista. Para tanto, a reflexão sobre construções que excedam a institucionalidade burguesa é urgente e não menos necessária do que a campanha eleitoral, pois a nossa capacidade de incidir na realidade após o resultado apurado no pleito depende sobretudo de ferramentas consistentes de organização. É preciso reinventar as formas de diálogo, os métodos e os instrumentos para que sejamos capazes de disputar essa sociedade intensamente polarizada e tendente a reafirmar o projeto do capital. Se o capitalismo modificou as relações de trabalho, a esquerda deve compreender de quais formas as explorações e opressões se manifestam na materialidade da vida das trabalhadoras e trabalhadores, para que a identificação com o projeto revolucionário tenha sentido real. Isso não se resolve nos processos eleitorais, e o atual escancara que estamos distantes desse entendimento. Atentos ao resultado das urnas, essas inquietações devem estar na ordem do dia de uma esquerda em que o pessimismo da razão é sustentação do seu comprometimento com a transformação social.
*Juan Leal é produtor cultural e membro da Escola de Teatro Popular – RJ.
Haddad: “Nossa proposta é discutir ideias, não pessoas”
18 de Setembro de 2018, 9:27Rabino visita Lula e destaca a força do ex-presidente
18 de Setembro de 2018, 9:22Clara Ant, fundadora do Instituto Lula, falou com os militantes na Vigília #LulaLivre, nesta segunda-feira (17), que completa 164 dias de resistência à prisão política do Lula em frente a Superintendência da Policia Federal do Paraná, em Curitiba-PR. Foto: Joka Madruga/Agência PT
“Ele sente que poderia ter feito muito mais em seus 8 anos. Principalmente para a classe pobre”, acrescentou Fucs, destacando também que o ex-presidente é um exemplo de força.
“O Lula é uma pessoa muito forte, impressionante a força que ele tem. Na situação que ele está, isolado em uma cela, tem uma força enorme. Ele sabe que não está sozinho, estão com ele naquela cela simbolicamente milhões de brasileiros.”
O rabino ainda destacou que sua visita foi principalmente espiritual, com a finalidade de dar mais conforto a Lula, mas também serviu para desmistificar certos preconceitos. “Para mim foi uma felicidade ter encontrado Lula, escutar o que ele pensa do povo judeu, de Israel.”
Da Redação da Agência PT de notícias
Fotos: Joka Madruga
Em coletiva com blogueiros, Noam Chomsky fala sobre a relação entre mídia e Estado
18 de Setembro de 2018, 9:16Em entrevista coletiva com blogueiros e mídias alternativas em São Paulo, o linguista, filósofo e ativista norte-americano Noam Chomsky, de passagem pelo Brasil, falou sobre a situação da mídia no mundo. Chomsky fez uma comparação entre o mito da imprensa livre dos “ditos países livres” – especialmente Inglaterra e EUA – e o que aconteceu nos países da América Latina nos últimos anos, em especial no Brasil, com mídias que tendem a ser mais do espectro da direita, segundo o filósofo.
Sobre a imprensa inglesa, Chomsky citou a obra “Revolução dos Bichos”:“Orwell, faz uma sátira ao mundo autoritário e de como na Inglaterra eles conseguem suprimir ideias divergentes sem o uso da violência. Ele não fala muito sobre como essas ideias divergentes são escondidas, mas ele fala como os meio de comunicação pertencem a homens ricos”. O filósofo lembrou que a introdução do livro – em que Orwell faz as ponderações sobre a mídia – “foi suprimida e só apareceu 30 anos depois”.
O professor explicou como, hoje, a mídia se organiza nos países ocidentais. “Se a gente observa a estrutura de como a imprensa funciona nesses países nós vamos ver grandes corporações que pertencem a corporações ainda maiores. Então nós temos um negócio em que os produtores de notícias e os publicitários têm o mesmo interesse e eles dizem o que vai ser interessante ser publicado ou não”, declarou.
Exemplificando a diferença de tratamento dado à imprensa por EUA e Inglaterra e pelos países da América Latina, Chomsky afirmou que “a Venezuela de Chavez foi duramente condenada pelos EUA e pela Inglaterra, simplesmente porque um canal de televisão foi substituído por um menor. Concordo com o julgamento de que foi um erro do governo Chavez, eu condeno essa ação, mas não concordo com a segunda parte de que isso nunca aconteceria nos EUA e nem na Inglaterra. É inimaginável haver um golpe de estado nos EUA com o New York Times apoiando e o New York Times continuar circulando. Os governos de esquerda e centro esquerda que passaram pela América Latina nas últimas décadas em geral tiveram uma postura de abertura para imprensa, ainda que essa imprensa fosse universalmente contra esse governo. Nos ditos países livre, isso jamais aconteceria: uma imprensa uniformemente contra os governos, como na América Latina”.
Seguindo esse raciocínio, para Chomsky, “o que aconteceu no Brasil não foi exceção, foi regra. A esquerda que esteve no poder na América Latina estava aberta ao fato de que a imprensa funcionava como queria, como Nicarágua e na Venezuela que deixou a imprensa correr solta. Se algo assim se reproduzisse nos países centrais, os editores desses jornais teriam sorte de não estarem presos”.
O filósofo reafirmou que “durante os anos Lula e Dilma, o Brasil se tornou o país mais respeitado do Mundo, e isso pode acontecer de novo”. Segundo Chomsky, “o Brasil sempre foi visto como o colosso do sul. E o Brasil, com Lula, se tornou um dos países mais respeitados do mundo. Organizou o sul do mundo com protagonismo, de forma inédita”.
Acesse aqui o link com o vídeo (íntegra)
Fonte: lula.com.br