Fórum 29 de abril realiza espaço de planejamento
3 de Julho de 2015, 17:59Dia 29 de maio milhares de pessoas foram às ruas para relembrar o massacre de 29 de abril. Foto: Joka Madruga.
Representantes de movimentos sociais, entre os quais MST, MAB e MPM, e representantes de centrais sindicais, caso da CUT, CTB e Nova Central, ao lado de sindicatos e organizações estudantis, reuniram-se em Curitiba para seguir na construção do Fórum 29 de abril, um espaço de unidade dos movimentos sociais e de partidos de esquerda.
Negócio Sujo – Quando o lixo é transformado em lucro
3 de Julho de 2015, 16:23O problema do lixo não é novo, mas uma máquina antiga pronta para causar um acidente grave.
A bomba-relógio foi acionada quando, em Curitiba, os moradores do bairro da Cachimba não suportaram mais os impactos do lixão instalado no bairro há quase trinta anos.
Mobilizações e trancaços na entrada do aterro sanitário da Cachimba foram feitos no ano de 2009, para forçar Prefeitura e Secretaria Municipal de Meio-ambiente a adotar uma saída. Audiências públicas foram realizadas. De fachada ou não, é difícil avaliar se esses espaços realmente foram legítimos. Mas é certo que os órgãos oficiais e a Prefeitura teve tempo e acúmulo suficiente para encontrar uma saída.
Vários militantes populares, à época, atuaram nesta causa, quando a Assembleia Popular foi procurada por um grupo de moradores da Cachimba para contribuir nas mobilizações e no debate sobre o tema. O problema não estava apenas lá. Uma vez que Mandirituba, Itaperuçu e Fazenda Rio Grande também tiveram associações e grupos de moradores mobilizando-se para não receber o novo lixão.
Ações judiciais e disputas entre grandes grupos – caso da Estre e do grupo Joel Malucelli – levaram o Sistema Integrado de Aproveitamento de Resíduos Sólidos (Sipar) a ser embargado pela Prefeitura. Esses grandes grupos disputaram entre si o consórcio e usaram inclusive expedientes ilegais, como infiltrar pessoas nos movimentos sociais para tentar usar os movimentos para pressionar pelo seu projeto.
Isso resultou, por exemplo, inclusive em queima e tiroteio de pistoleiros contratados para desmontar um acampamento de manifestantes instalado em Fazenda Rio Grande, em 2010.
“Primeiro, no Sipar, foi um sonho muito grande da Prefeitura, onde eles cometeram vários equívocos, querendo fazer um empreendimento numa área que não era deles. Era tão frágil, perderam o direito de se instalar”, afirma Jadir de Lima, liderança da Aliança para o Desenvolvimento Comunitário da Cachimba (Adecon).
Entre as preocupações dos moradores dos bairros que poderiam ser impactados pela instalação de novo aterro sanitário, não estavam apenas o impacto imediato na vizinhança, mas o fato de a maioria dessas regiões possuírem nascentes e rios, ao lado de problemas habitacionais.
Como alternativa, não se trata de apenas pensar soluções caseiras, mas buscar uma visão de totalidade, refletir sobre como modo de produção capitalista hoje é feito para o descarte, desempregando e gerando empregos precários.
Ao mesmo tempo, o povo pobre segue sem possibilidade de participar nos rumos e nas decisões sobre o seu próprio futuro, uma vez que a qualidade da água está ligada à forma como tratamos o lixo produzido. E esta lógica está submetida à iniciativa privada.
O que acontece no aterro industrial da Essencis talvez seja o melhor resumo desta situação. O direito à moradia está se confrontando com o direito de um grupo particular de se expandir. E isso se dá às custas da preservação ambiental, da qualidade da água, transformando até mesmo a gestão do lixo em um negócio lucrativo.
Por Pedro Carrano
Memória e opinião
Terra Sem Males
Saiba mais: Existem alternativas ao problema do lixo?
* Desde terça-feira, 30 de junho, a imprensa do Sismuc, em parceria com o site Terra Sem Males, publica um dossiê com quatro matérias. As reportagens trazem denúncias sobre os contratos e a situação dos aterros sanitários em Curitiba e Região Metropolitana, pertencentes a empresas particulares.
Sismuc entra com ação no Ministério Público contra Fruet
3 de Julho de 2015, 13:54Sindicato questiona calotes da Prefeitura de Curitiba com relação aos servidores.
O Sismuc entrou com uma representação contra o prefeito Gustavo Fruet. O pedido de investigação foi protocolado para o procurador geral de Justiça do Paraná Gilberto Giacoia. Para o sindicato, o Decreto 1385/2014 suspendeu diversas leis e trouxe prejuízo financeiro para os servidores. A medida do Sismuc foi definida em assembleia da categoria. Já em outra petição, o sindicato cobra do prefeito o restabelecimento de enquadramento dos cirurgiões dentistas. O sindicato ainda deve entrar com outras duas ações contra a Prefeitura de Curitiba.
Dentes à mostra
3 de Julho de 2015, 12:58“Fonte ligada à funerária Paz Eterna, que contratou os serviços da terceirizada, afirma que os dois funcionários envolvidos no vazamento prestaram depoimento à polícia na madrugada desta sexta-feira (26). Ambos poderão responder pelo crime de vilipêndio a cadáver, que prevê de um a três anos de prisão mais pagamento de multa” (Reprodução: R7 notícias).
O doutor me desculpe por favor.
Desculpe. Ah, é senhor, né?
Então, o senhor me desculpe.
Me desculpe mesmo. Desculpe-me, é o jeito correto de dizer.
Desculpe, desculpas, desculpa.
Me Deusculpe, como disse um humorista.
Falo sério.
Perdão e súplicas de minha parte.
Sou trabalhador. Sou trabalhadora. O senhor sabe disso.
Não pude resistir, não foi por mal, minha senhoria.
Sou evangélica, e isso não teve nada de ritual com o diabo, não. Deus me livre!
Nem gosto de morto.
Acho essa funerária na verdade uma grande merda, mas quero continuar trabalhando aqui. Porque preciso.
Não. Não sou não.
Como é que diz mesmo? Essa turma aí que gosta de trepar com cadáveres? Não sou desses.
Nem sou fotógrafo.
Nem sou ninguém, não.
Não precisava ter me demitido não.
Ele estava morto já. Estava com os dentes arrebentados. Eu o consertei e deixei bonito para o velório.
Mas o senhor entende? Era o morto na televisão o dia inteiro.
Eu entrava na padaria e ele estava lá, todo mundo se emocionando com ele. Chorando por ele.
Eu também sou humano. Sou humana. Eu também chorei sim.
Não sei se cometi um crime. É roubo, é furto, como é que se chama o que eu fiz?
O senhor entende a tentação? Eu queria mostrar para os amigos, pros grupos do face.
Eu queria bombar e ter o meu momento também.
Eu fiz a foto do cadáver e divulguei no facebook para todo o mundo curtir e compartilhar. Foi só tirar o celular do bolso rapidinho e nem precisei buscar o melhor ângulo.
Se ele estava sorrindo? Se as costelas? Se eu mostrei aquele montão de vísceras, sangue e merda?
Pois é.
Mas não me demita, não senhor. Afinal, o senhor também curtiu a foto do cadáver na hora que eu postei.
Não?
Por Pedro Carrano
Crônicas de Sexta
Terra Sem Males
Negócio sujo: Grupo que quer gerir lixo de Curitiba e Região é citado em depoimento da Lava-Jato
2 de Julho de 2015, 14:45Multinacional também já sofreu processos em outras cidades do Brasil e do Peru.
Imagens aéreas do aterro da Essencis, anexas ao protocolo da CPI do Lixo. Foto: Manoel Ramires.
Esta é a terceira reportagem da Série Negócio Sujo.
Em 8 de outubro de 2014, a contadora Meire Poza declarou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lava Jato que emitiu R$ 600 mil em notas fiscais para a Revita Engenharia S/A. Ela trabalhava com o doleiro Alberto Youssef e ambos firmaram acordo de delação premiada, entregando empresas e políticos envolvidos em corrupção em troca da redução de suas próprias penas. A denúncia já havia sido apontada por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás, em depoimento anterior.
A Revita faz parte do grupo Solví Participações Em Projetos de Saneamento Ltda e atua nos segmentos de saneamento, energia, engenharia e lixo. Também pertence ao grupo Solví a empresa Essencis Soluções Ambientais S/A, que é dona do Aterro Sanitário Industrial de Resíduos Tóxicos Perigosos e Não Perigosos na Cidade Industrial de Curitiba.
Por Phil Batiuk
* Desde terça-feira, 30 de junho, a imprensa do Sismuc, em parceria com o site Terra Sem Males, publica um dossiê com quatro matérias. As reportagens trazem denúncias sobre os contratos e a situação dos aterros sanitários em Curitiba e Região Metropolitana, pertencentes a empresas particulares.
Brasil sem rumo
2 de Julho de 2015, 12:491 – O cavalo de pau que a Câmara dos Deputados deu ontem na votação da redução da maioridade penal demonstra que o Brasil está sem rumo. Tá todo mundo querendo colocar a mão no volante e dirigir por estradas sequer construídas. A começar pelo Governo Federal. A veloz queda de aprovação da presidente Dilma só reflete o que analistas mais à esquerda já apontavam: conversões à direita são infinitas. Os aliados não querem ser passageiros, querem conduzir a limousine.
2 – Já o piloto de Fórmula Truck Eduardo Cunha engana-se ao crer que tem cruzado a linha de chegada em primeiro ao mudar as regras a cada volta. A corrida agora será no Senado. E lá, projeto de Serra (e Alckmin) prefere a mudança no ECA do que a redução. O que está em jogo é a presidência da República. Aí, a corrida é de Fórmula 1.
3 – Sem rumo também estão o DEM e o PSDB. A estratégia de corrida deles parece ser só furar o pneu do adversário, como Dick Vigarista. Logo os tucanos que tinham uma proposta mais razoável com o ECA e podiam construir o consenso. O PPS, que não é piloto de rolemã, pulou desse carro prevendo que essa estrada ruma ao abismo.
4 – Abismo esse que boa parte da sociedade tem colocado como rota no GPS. Sob pretexto de criar um atalho anti-PT, metem o país em estradas esburacadas e lameadas. Querem que a nação vire um off-road. É o que pensa o deputado Onyx Lorenzoni que, durante a votação, sentenciou o destino do pobre, sempre apertado no busão: “Vamos fazer uma redução seletiva”. Alguma dúvida que o caminho a ser seguido é o aumento da impunidade? Taca-lhe pau neste carrinho.
Por Manolo Ramires
Terra Sem Males
Deputados querem votar nova emenda sobre maioridade penal nesta quarta
1 de Julho de 2015, 17:21Líderes de partidos querem enviar ainda nesta quarta-feira, 01 de julho, um novo texto para votação sobre a redução da maioridade penal de 16 para 18 anos. A chamada emenda aglutinativa à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93 prevê a redução, de 18 para 16 anos, da maioridade penal para crimes considerados graves.
O novo texto retira da lista de crimes graves o tráfico de drogas e o roubo qualificado, para trazer mais adesões de deputados à emenda. Deputados do PT, Psol e PC do B não querem uma nova votação nesses termos.
Entenda - Na madrugada de terça (30/06) para quarta-feira, os deputados rejeitaram a redução da maioridade penal para crimes hediondos (estupro, latrocínio; homicídio qualificado e lesão corporal grave, lesão corporal grave seguida de morte e roubo agravado) por apenas cinco votos. Foram 303 votos a favor, quando o mínimo necessário eram 308. Foram 184 votos contra e 3 abstenções.
Eduardo Cunha já se declarou favorável à redução da maioridade penal, mas como presidente da Câmara, não tem direito a votar PECs (propostas de emenda à Constituição), somente quando é votação secreta ou quando há necessidade de desempate.Cunha também já declarou que não acredita que o texto original da PEC 171 seja aprovado.
Os partidos PT, Psol, PSB, PDT, PCdoB, Pros, PPS e PV orientaram seus deputados pela votação contra a redução da maioridade penal. Defensores dos direitos humanos, movimentos sociais, a CNBB e entidades de classe como a CUT e seus sindicatos filiados engrossam a campanha contra a redução da maioridade penal e a favor da educação. Essas entidades defendem que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) já prevê penas punitivas adequadas aos adolescentes, a partir dos 12 anos, quando necessário.
Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males
Redução da maioridade penal não está descartada
1 de Julho de 2015, 16:32Câmara rejeitou redução de maioridade apenas para crimes hediondos. PEC 171 ainda será votada.
Mesmo com a derrota da proposta que previa a redução da maioridade penal apenas para crimes hediondos, é preciso ficar atento: o debate sobre o tema ainda não foi encerrado na Câmara Federal. Nesta quarta-feira, 01 de julho, Eduardo Cunha defendeu que a votação da PEC 171, que prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos para qualquer crime, seja retomada já na próxima semana.
De acordo com informações da Agência Câmara, o acordo de lideranças previa a continuidade dos debates, mas com a primeira derrota, Cunha quer mais tempo para que os defensores da redução possam fazer um novo texto e “para que se entenda o que está sendo votado”.