Mais de 50 mil pessoas serão atingidas com a reestruturação do HSBC
10 de Junho de 2015, 13:33Curitiba terá prejuízos de R$ 80 milhões por ano com a saída do banco britânico do Brasil
O banco Hong Kong e Shanghai Banking Corporation (HSBC) anunciou que irá deixar o Brasil e Turquia. Esta notícia irá afetar diretamente os 21.479 trabalhadores em diversos estados brasileiros e mais de 50 mil no mundo. E impactará muito mais indiretamente, principalmente os comerciantes próximos aos centros administrativos e grandes agências. Várias entidades que defendem os trabalhadores como o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Fetec-PR e Contraf-CUT, poder público e comerciantes têm agido em defesa dos empregos dos bancários.
Diante desta realidade, o blog de jornalismo independente Terra Sem Males publica uma reportagem fotográfica de Joka Madruga sobre o tema. Confira abaixo:
“Hoje o HSBC representa 50% do nosso faturamento. Teremos que buscar novas alternativas e a expectativa é de que quem adquirir o banco mantenha esta mesma estrutura”, lamenta o comerciante Alexandre Domingues Pareja. Ele investiu num restaurante que fica em frente ao Centro Administrativo Kennedy do banco HSBC, em Curitiba.
Elias Hennemann Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. Foto: Joka Madruga
“Nós acompanhamos com bastante preocupação, principalmente nos últimos meses, o cenário que acontece com o HSBC no Brasil. Apesar de todo esforço dos seus funcionários, que trabalham com metas abusivas, pressão, ameaças de demissão, eles tem se dedicado diariamente e tem gerado lucros para a instituição”, afirma Elias Hennemann Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.
“A venda do HSBC é muito preocupante tanto pelos empregos, que é o ponto mais relevante, mas também o problema social que causará em Curitiba. Existe toda uma comunidade que se relaciona com todos estes bancários, desde restaurantes, cabeleireiros, etc. E por outro lado, como o HSBC tem sede em Curitiba, o ISS é recolhido para o município. Significa a perda de aproximadamente R$ 80 milhões, por ano, que a cidade deixará de usar nas suas obras e no social”, explica Mirian Gonçalves, Vice-Prefeita de Curitiba e Secretária Municipal do Trabalho.
Tadeu Veneri, Deputado Estadual e Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná. Foto: Joka Madruga
“O momento é muito difícil para os cerca de 22 mil trabalhadores que estão com os empregos em risco no país. No Paraná, são 12 mil empregos sem contar os trabalhadores terceirizados. Devemos encontrar alternativas para ajuda-los nesta etapa. Ou nos unimos agora para defender os empregos no Paraná, ou lamentaremos depois”, expressa Tadeu Veneri, Deputado Estadual e Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná.
Cristiane Paula Zacarias, Coordenadora Nacional da Comissão de Organização dos Empregados do HSBC. Foto: Joka Madruga
“A saída do banco representa uma traição, pois há poucos dias o banco negava que se preparava para a venda e dizia que era especulação da mídia. E hoje, a surpresa do anúncio da venda e das demissões. Os bancários estão apreensivos pois já não acreditam mais na palavra do banco, que pretende demiti-los em busca de mais resultado para os acionistas”, relata Cristiane Paula Zacarias, Coordenadora Nacional da Comissão de Organização dos Empregados do HSBC e diretora de Cultura do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.
Beto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. Foto: Joka Madruga
“Não cabe à Contraf-CUT interferir em questões relativas à venda. Cabe a nós e as federações e seus sindicatos, lutarmos pela manutenção do emprego dos trabalhadores, defendermos os direitos e garantir que nosso emprego seja decente”, enfatiza Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Junior Cesar Dias, presidente da Federação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Paraná. Foto: Joka Madruga
“O movimento é para chamar a atenção da sociedade para o que acontece. São mais de 20 mil trabalhadores com seus empregos colocados em risco. Com a saída do HSBC do Brasil, não sabemos se quem compra-lo irá manter os funcionários ou não”, informa Junior Cesar Dias, presidente da Fetec-PR (Federação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Paraná).
Genivaldo Aparecido Moreira, diretor de Esportes do Sindicato dos Bancários de Curitiba. Foto: Joka Madruga
O HSBC está no Brasil há 18 anos. E este tempo todo explora os funcionários. Somos usados. O dia todo recebemos reclamações. Uma espécie de terrorismo com os funcionários”, desabafa Genivaldo Aparecido Moreira, diretor de Esportes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e funcionário do HSBC.
Vilmar Macedo Granza, analista de TI no Centro Administrativo Kennedy do banco HSBC. Foto: Joka Madruga
“As coisas estão caminhando para a pior hipótese que poderíamos ter, que é a aquisição por um banco nacional. Estes bancos já tem seus centros administrativos em outras regiões do país e não precisam de outro. O retrato do futuro é a sede da Kennedy fechada. São mais de 1.300 trabalhadores atingidos diretamente, mais seus familiares e os comerciantes do entorno. O HSBC entrou sorrateiramente no país, ganhou o Bamerindus, recebeu incentivo do governo FHC e agora ele se retira porque diz que teve prejuízo. Eu me sinto agredido com esta situação”, denuncia Vilmar Macedo Granza, analista de TI no Centro Administrativo Kennedy do banco HSBC.
Saiba mais: Acompanhe as ações do Sindicato, Fetec-CUT-PR e Contraf-CUT
Por Joka Madruga
Terra Sem Males
HSBC: um banco do submundo
10 de Junho de 2015, 8:27Desde o século 19, uma instituição financeira ligada a crimes como lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e tráfico de drogas
Ato de Natal dos Bancários, com o tema “HSBC, o fantástico banco do mal”, com paródias sobre Chapeuzinho Vermelho, Pinóquio e os Três Porquinhos. 17/12/2013. Foto: Joka Madruga
O HSBC (Hong Kong e Shanghai Banking Corporation) foi criado em Hong Kong e em Shangai no ano de 1865. Até hoje é o banco emissor da moeda de Hong Kong, de Shangai e da Tailândia.
O HSBC originou-se da Primeira Guerra do Ópio e visava financiar o crescente comércio entre a China e o Império Britânico. Teve uma longa e complicada história na Ásia até a Segunda Guerra.
Durante todo este tempo, esteve envolvido em diversos escândalos. Abaixo seguem alguns deles:
- Os jornais The Guardian, Le Monde, a BBC e o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, em 2015, denunciaram que cerca de 30 mil contas do HSBC na Suíça, com 120 bilhões de dólares em depósitos realizados entre 2005 a 2007, são de clientes criminosos e sonegadores. Este caso será “resolvido” com o pagamento de uma multa de quarenta milhões de francos suíços, algo em torno de R$ 135,88 milhões. Este episódio ficou conhecido como SwissLeaks.
- Segundo o jornal Mail on Sunday, em 2013, o banco HSBC pediu a mais de 40 embaixadas no Reino Unido para fecharem suas contas e procurarem outras instituições, como parte de um programa para redução de risco. Isto causou um grande problemas para as embaixadas que precisam de um banco, não só para receber o dinheiro das taxas cobradas para a emissão de vistos e passaportes, mas também para pagar os salários dos funcionários e os aluguéis.
- Foi listado pelo site Hype Science como o banco mais cruel do mundo.
- Em 2012 a Justiça dos Estados Unidos impôs uma multa de US$ 1,9 bilhão, por causa de lavagem de dinheiro. O HSBC foi condenado por ter facilitado a transferência de milhões de dólares a países sujeitos a sanções internacionais e aos cartéis mexicanos do tráfico de drogas.
- Em 2012 foi acusado de envolvimento com os cartéis de drogas do México.
- Em 2012 o HSBC foi condenado a pagar R$67,5 milhões por espionagem. O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, juntamente com a Fetec-CUT-PR e a Contraf-CUT, denunciaram a prática ilegal de invasão de privacidade por causa de uma investigação feita pelo banco inglês, com informações detalhadas de bancários afastados por motivo de saúde, em sua maioria trabalhadores de Curitiba e região.
Clique aqui para ver diversas notícias sobre o HSBC.
Resistência dos trabalhadores
Nesta terça-feira, 09 de junho, os bancários participaram de uma mobilização nacional em defesa do emprego Em Curitiba, foram fechados os quatro centros administrativos do banco. O protesto coincidiu com o anúncio oficial do diretor-executivo do HSBC mundial, Stuart Gulliver: a nova estratégia prevê a saída do HSBC do Brasil e da Turquia, com a previsão de 50 mil demissões no mundo todo, metade nos dois países envolvidos.
Após a mobilização desta terça, o tema foi debatido na Assembleia Legislativa do Paraná e com a Prefeitura de Curitiba. Nacionalmente, o banco chamou o movimento sindical para uma reunião nesta quarta, dia 10, em São Paulo.
Desde novembro de 2014 existem boatos da venda do Hong Kong e Shanghai Banking Corporation – HSBC Brasil – e a preocupação se acirrou com a divulgação do balanço financeiro do banco em 2014, que apresentou prejuízo de R$ 549 milhões. O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região vem atuando em diversas frentes pela defesa do emprego no HSBC, são mais de 22 mil funcionários no país e 11 mil famílias diretamente afetadas somente em Curitiba e região, considerando bancários e trabalhadores de outras categorias, já que a sede do HSBC Brasil é na capital paranaense.
Por Joka Madruga e Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males
Mudança de nomes de Cmeis e ruas ligados à Ditadura é debatida na Câmara Municipal
9 de Junho de 2015, 15:21Nomes dos 199 Cmeis não estão associados ao período da ditadura mas constam no debate
Cmeis já estão nomeados por escritores e personalidades que não estão relacionadas com a ditadura. Foto: Manoel Ramires
A Comissão de Legislação, Justiça e Redação abriu o debate sobre a substituição de nomes de ruas e cmeis que remetam ao período da Ditadura Miliar nesta terça-feira (9). Os centros municipais e ruas mudarão de nome após consulta à Comissão Estadual da Verdade do Estado do Paraná. Objetivo é definir que personagens estão associados ao período ditatorial.
A matéria sobre os logradouros e prédios públicos é do vereador Pedro Paulo (PT). Ele argumenta que a denominação é atribuída como forma de homenagem a fatos ou pessoas, “cujas memórias se tornam eternizadas com seus nomes gravados ao logo das vias públicas”. “A ditadura militar foi um período de terror para todos. Todo o horror das torturas praticadas foram suportadas por toda sociedade, por longo tempo refém da impotência em combater ou resistir ao massacre legitimado.”
Com relação aos Centros Municipais de Educação Infantil, nenhum nome deve mudar, uma vez que os 199 equipamentos não estão associados a pessoas do período da Ditadura Militar. De poetas como Helena Kolody, escritores como Gracialino Ramos e personalidades como o ex-piloto Ayrton Senna, os nomes dos Cmeis são predominantemente ligados à região onde estão localizados e a religião cristã (pelo menos 20 cmeis).
Resta mudança do nome de ruas, como Marechal Castelo Branco, afinal, de acordo com o projeto, a Comissão Estadual da Verdade do Estado do Paraná deverá ser consultada acerca do envolvimento das autoridades com governo militar “estando dispensada essa consulta em casos notórios”. Na troca, terão preferência os nomes que remetam a fatos ou a pessoas relacionadas à luta pela liberdade, pela democracia e pelos direitos humanos.
Homenagens vazias
Se de um lado, os vereadores buscam retirar associação ao período militar, de outro, não há resgate da memória dos homenageados. A página da Prefeitura de Curitiba, por exemplo, não apresenta currículo da pessoa que dá nome ao equipamento público. Isso ocorre nas Secretarias de Saúde, Defesa Social e Educação, FCC e FAS que concentram maior quantidade de equipamentos municipais.
Por Manoel Ramires
Com informações da Câmara Municipal de Curitiba
Terra Sem Males
Greve dos educadores do Paraná é encerrada por ampla maioria
9 de Junho de 2015, 12:14Em assembleia realizada na manhã desta terça-feira, 09 de junho, mais de 10 mil professores e educadores de escolas públicas do Paraná decidiram, por ampla maioria, aceitar a proposta de reajuste salarial e encerrar a greve, que durou mais de 70 dias no ano de 2015 (29 dias nos meses de fevereiro e março e os outros 40 dias desde o dia 27 de abril).
A assembleia da categoria foi realizada pela APP Sindicato no estádio da Vila Capanema, em Curitiba, com a presença de professores de todo o Paraná.
A recomendação é que as aulas reiniciem já nesta quarta-feira, 10 de junho, e o calendário de reposição e os problemas de infraestrutura serão negociados com o governo estadual. De acordo com o presidente da APP Sindicato, Hermes Leão, durante discurso no estádio, a greve está encerrada mas os educadores continuarão vigilantes e lutando contra a retirada de direitos.
“Não vencemos na questão previdenciária mas a greve alcançou legitimidade com a população e quem saiu derrotado e desgastado foram os poderes constituídos”, declarou Hermes Leão, referindo-se ao governador Beto Richa e os poderes executivo, legislativo e judiciário do Paraná.
Proposta aprovada
O projeto de lei deverá estabelece uma regra para os próximos três anos:
- Outubro de 2015: pagamento de 3,45% (referente a inflação de maio a dezembro de 2014);
- Janeiro de 2016: pagamento da data base referente a 2015 (aproximadamente 8,5%);
- Janeiro de 2017: pagamento da data base referente ao ano de 2016 + 1% (de ganho real);
- Maio de 2017: pagamento da inflação (IPCA) referente ao período de janeiro a abril de 2017;
- Retirada do Artigo 2º, que condicionava o pagamento a disponibilidade financeira do Estado;
- Retirada do Artigo 6º do texto do PL da data base (que acabava com o PSPN Paraná).
Com informações de Pedro Carrano
Edição de Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males
Vereadores mudam de lado e mantém veto de Fruet ao abono de faltas nas greves
8 de Junho de 2015, 15:22Reunião entre sindicatos, vereadores e prefeito deve ocorrer na próxima segunda-feira.
Os vereadores mantiveram o veto do prefeito Gustavo Fruet que tratava do abono das faltas dos servidores da saúde e educação. As faltas foram anotadas em virtude de greves contra compromissos descumpridos. Por outro lado, os legisladores encaminharam requerimento ao prefeito solicitando audiência com os sindicatos. O objetivo é retirar as faltas. A manobra é vista com desconfiança pela oposição, uma vez que não são dadas garantias aos servidores.
Para mudar de lado, os 23 vereadores que votaram a favor do prefeito aceitaram o argumento de vício de iniciativa. É o que disse o líder do governo, vereador Paulo Salamuni: “Inconstitucional e ilegal. Há vício de iniciativa. Os artigos foram vetados porque não era competência da Câmara Municipal. A única possibilidade legal é de o prefeito abrir o diálogo e encaminhar uma lei”, direcionou.
Os vereadores dizem que são contrários aos descontos. Por isso colheram 26 assinaturas solicitando audiência entre prefeito e sindicatos. O encontro deve ocorrer na próxima semana e já contaria com anuência de Gustavo Fruet. No requerimento, “sugerimos que sejam excluídas das fichas funcionais as faltas e penalidades impostas. O abono e o restabelecimento das vantagens é uma questão de justiça, até porque os servidores já repuseram as faltas”, registra o documento.
A reunião, no entanto, não anima os sindicatos. Para o Sismuc, a base tem ressalvas com mesas que não avançam: “É um voto de desconfiança. A gente quer resolver esse impasse, receber o abono. O debate sobre legalidade é vazio quando o próprio prefeito editou decreto adiando uma lei. Ele teve todo tempo para rever isso. Se não abonar, essa conta vai ser dividida entre prefeito e vereadores”, ressalta a direção do Sismuc.
Os sete vereadores que votaram pela derrubada do veto também desconfiam da manobra. Para Zé Maria, o intuito dos governistas é adiar o problema. “Não há vontade em negociar. Se Fruet quisesse, já tinha enviado o projeto a essa casa. Ele quer transferir a responsabilidade para os vereadores”, justificou.
Prejuízo
Com o veto, os servidores municipais da saúde e da educação que participaram de greves de 17 a 20 de março de 2014 (educação) e 30 e 31 de março de 2015 (saúde) seguem com prejuízos financeiros. É o caso da servidora da saúde Paula Campos: “O desconto foi muito alto por causa da greve. No meu caso chegou a quase mil reais. Essa é a realidade da maioria”, lamenta.
Os descontos das greves estão sendo questionados juridicamente também. O Sismuc tem ação no Tribunal de Justiça (TV-PR) e no Superior Tribunal Federal (STF).
Votação
A favor do abono
Chicarelli, Chico do Uberaba, Jorge Bernardi, Noêmia Rocha, Professor Galdino, Valdemir Soares e Zé Maria.
Contra o abono
Aílton Araújo
Aladim Luciano
Aldemir Manfron
Beto Moraes
Cacá Pereira
Carla Pimentel
Cristiano Santos
Dirceu Moreira
Dona Lourdes
Felipe Braga Cortes
Geovane Fernandes
Hélio Wirbinski
Jairo Marcelino
Jonny Stiva
Julieta Reis
Mauro Ignácio
Paulo Rink
Pier Patruzzielo
Sabino Picolo
Serginho do Posto
Por Manoel Ramires
Sismuc
Movimento por Moradia realiza ato nesta terça na Assembleia Legislativa
8 de Junho de 2015, 12:48Famílias querem moradia e denunciam as ameaças de despejo da Ocupação Tiradentes na Cidade Industrial de Curitiba. Caminhada segue até a Assembleia Legislativa.
Moradores estão mobilizados contra ameaça de despejo da empresa Essencis, que mantém um lixão ao lado das ocupações. Foto: Joka Madruga.
Na manhã de terça-feira (9), cerca de 700 trabalhadores sem-teto do MPM (Movimento Popular por Moradia) realizam marcha no Centro Cívico de Curitiba. O grupo se reúne as 09h na Praça 29 de Dezembro e segue até a Assembleia Legislativa.
Grande parte dos manifestantes faz parte da Ocupação Tiradentes e busca sensibilizar os deputados diante das ameaças de despejo realizadas pelo aterro ESSENCIS, apesar de recente decisão da Justiça decretando que a posse do terreno em questão não é dela, pois as “provas” de sua propriedade são contratos fraudulentos, ilegais e nulos.
Na Assembleia Legislativa haverá uma reunião dos representantes do MPM com a Comissão de Direitos Humanos. A manifestação foi a forma encontrada de chamar a atenção para as necessidades dos sem teto e pedir de todas as partes, a responsabilidade social e capacidade sincera de diálogo, afastando tentativas de despejo forçado e violento, que atentem contra a dignidade de centenas de crianças, idosos e mulheres residentes do local.
Fonte: Movimento Popular por Moradia
Blogueiros lutam pelo fortalecimento da comunicação popular
8 de Junho de 2015, 12:43O advogado e blogueiro Tarso, registrando a greve dos servidores do Paraná, no dia 05 de maio de 2015. Foto: Joka Madruga
Na próxima sexta-feira, 12 de junho, começa o 3º Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais do Paraná (#3ParanáBlogs), organizado pela recém criada Associação Paraná Blog (dos Blogueiros e Ativistas Digitais do Paraná).
Em entrevista ao Terra Sem Males, o advogado Tarso Cabral Violin, Presidente da organização e autor do Blog do Tarso, defendeu a democratização da mídia. “Temos que mexer na mídia tradicional e fortalecer a blogosfera independente”, afirma. Confira a entrevista:
Terra Sem Males – Qual a importância do encontro para os blogueiros?
Tarso Cabral Violin: O Encontro Estadual de blogueiros e ativistas digitais está em sua terceira edição e neste ano irá discutir as questões de democratização da mídia; as questões judiciais que envolvem blogueiros, já que sofremos com ações e nem todos sabem como se defender; e vamos discutir o massacre do dia 29 de abril, cometido contra os professores pelo governador Beto Richa, além de debater o avanço do conservadorismo no país.
Você acredita que a democratização dos meios de comunicação é possível?
Nós temos que fortalecer a blogosfera independente, que é uma das soluções, mas também temos que mexer na mídia tradicional. Os jornais não são considerados serviços públicos, mas TV e rádio sim e a Constituição proíbe oligopólios. A mídia como serviço público deve ser regulamentada. As emissoras de rádio e TV do país não podem continuar nas mãos de apenas sete famílias, como ocorre hoje.
Qual a importância dos blogs de notícia independentes na informação alternativa às mídias tradicionais?
A gente infelizmente ainda não é páreo para os grandes veículos de comunicação. Tudo isso que está acontecendo no Paraná nesse ano de 2015 com a greve dos professores e as apurações de notícias que enfraquecem o governador ocorreu porque a RPC e a Gazeta do Povo apoiaram. Após a reeleição do Beto Richa, a Globo começou a questionar o governador com uma força muito grande, agregando todas as forças do estado. Mas os blogs e ativistas digitais também tiveram papel essencial, com o uso de todas as redes sociais e sites da blogosfera.
Quantos blogs independentes e progressistas atuam no Paraná?
Nós não temos esse levantamento, mas a Associação Paraná Blogs conta com 30 pessoas e os encontros de blogueiros têm a participação de até 200 pessoas, e não é só de blogueiros que se autoproclamam progressistas. Mesmo que tenha um posicionamento mais conservador, mas ativistas em geral que defendam a democratização da mídia fazem parte da Paraná Blogs. E também queremos expandir mais para o interior do estado.
A Paraná Blogs convida a todos os ativistas digitais, que discutem temas de interesse público nas redes sociais, como política, cultura, comunicação para participar do #3ParanáBlogs e ajudar na divulgar o evento.
O 3º Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais do Paraná (#3ParanáBlogs) será realizado sexta e sábado, dias 12 e 13 de junho, na sede da APP Sindicato, em Curitiba. Acesse aqui a programação completa e informações sobre inscrições.
Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males
Blogueiros lutam pelo fortalecimento do jornalismo independente
8 de Junho de 2015, 12:43Na próxima sexta-feira, 12 de junho, começa o 3º Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais do Paraná (#3ParanáBlogs), organizado pela recém criada Associação Paraná Blog (dos Blogueiros e Ativistas Digitais do Paraná).
Em entrevista ao Terra Sem Males, o advogado Tarso Cabral Violin, Presidente da organização e autor do Blog do Tarso, defendeu a democratização da mídia. “Temos que mexer na mídia tradicional e fortalecer a blogosfera independente”, afirma. Confira a entrevista:
Terra Sem Males – Qual a importância do encontro para os blogueiros?
Tarso Cabral Violin: O Encontro Estadual de blogueiros e ativistas digitais está em sua terceira edição e neste ano irá discutir as questões de democratização da mídia; as questões judiciais que envolvem blogueiros, já que sofremos com ações e nem todos sabem como se defender; e vamos discutir o massacre do dia 29 de abril, cometido contra os professores pelo governador Beto Richa, além de debater o avanço do conservadorismo no país.
Você acredita que a democratização dos meios de comunicação é possível?
Nós temos que fortalecer a blogosfera independente, que é uma das soluções, mas também temos que mexer na mídia tradicional. Os jornais não são considerados serviços públicos, mas TV e rádio sim e a Constituição proíbe oligopólios. A mídia como serviço público deve ser regulamentada. As emissoras de rádio e TV do país não podem continuar nas mãos de apenas sete famílias, como ocorre hoje.
Qual a importância dos blogs de notícia independentes na informação alternativa às mídias tradicionais?
A gente infelizmente ainda não é páreo para os grandes veículos de comunicação. Tudo isso que está acontecendo no Paraná nesse ano de 2015 com a greve dos professores e as apurações de notícias que enfraquecem o governador ocorreu porque a RPC e a Gazeta do Povo apoiaram. Após a reeleição do Beto Richa, a Globo começou a questionar o governador com uma força muito grande, agregando todas as forças do estado. Mas os blogs e ativistas digitais também tiveram papel essencial, com o uso de todas as redes sociais e sites da blogosfera.
Quantos blogs independentes e progressistas atuam no Paraná?
Nós não temos esse levantamento, mas a Associação Paraná Blogs conta com 30 pessoas e os encontros de blogueiros têm a participação de até 200 pessoas, e não é só de blogueiros que se autoproclamam progressistas. Mesmo que tenha um posicionamento mais conservador, mas ativistas em geral que defendam a democratização da mídia fazem parte da Paraná Blogs. E também queremos expandir mais para o interior do estado.
A Paraná Blogs convida a todos os ativistas digitais, que discutem temas de interesse público nas redes sociais, como política, cultura, comunicação para participar do #3ParanáBlogs e ajudar na divulgar o evento.
O 3º Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais do Paraná (#3ParanáBlogs) será realizado sexta e sábado, dias 12 e 13 de junho, na sede da APP Sindicato, em Curitiba. Acesse aqui a programação completa e informações sobre inscrições.
Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males
Ser jornalista na América Latina é risco de morte
7 de Junho de 2015, 23:52Brasil ocupa o 3º lugar como país mais violento do continente em relação a perseguição a jornalistas
No dia 29 de abril, vários jornalistas foram agredidos pelo governo de Beto Richa (PSDB), no massacre da PM contra os servidores públicos. Imagem: Luiz Carlos de Jesus
A Venezuela é apontada como um pais que vive uma ditadura que persegue jornalistas, mas os números desmentem isto. Segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras, México, Colômbia e Brasil são os países mais perigosos para a imprensa. Entre janeiro de 2000 e setembro de 2014 foram assassinados 81 jornalistas no México, 56 na Colômbia e 38 no Brasil.
Na Palestina, Líbia, Síria, Ucrânia, Iraque e Afeganistão também se registra uma elevada cifra de ataques a profissionais do jornalismo que tentam contar a realidade de seus países, constantemente atacados pelos EUA, Israel e outras potencias ocidentais.
A preocupação desta organização, que levantou estes dados, é que nenhum dos três países na ponta deste ranking está em guerra com outra nação. Colômbia vive um conflito armado há mais de 50 anos e o México tem sérios problemas com cartéis de drogas. E o que mais preocupa nestes países é falta de vontade política em resolver os crimes e não ter um judiciário eficiente.
Nesta listagem não aparece a Venezuela. Ou seja, no país bolivariano não há perseguição a jornalistas com motivação política. Tanto que existem vários jornais, rádios e redes de televisão que são oposição ao governo chavista de Maduro. E não sofrem nenhum tipo de ingerência da presidência daquele país. São livres para comunicar.
No dia 12 de fevereiro, jornalistas foram atingidos por balas de borracha quando cobriam a greve dos servidores estaduais. Foto: Joka Madruga
2014
Em 2014, foram assassinados 66 jornalistas no mundo, 7% a menos do que no ano anterior. Mas houve um aumento expressivo de 37% no número dos sequestros de jornalistas no ano passado.
Ainda em 2014, a Síria continuou sendo o país do mundo com o maior número de jornalistas assassinados. Foram 15 profissionais. O segundo do ranking da RSF é a Faixa de Gaza, na Palestina, com 7 assassinatos, seguido do leste da Ucrânia com 6, do Iraque e da Líbia, ambos com 4 mortes. A maior parte dos assassinatos ocorreram em zonas de conflito.
Além dos crimes contra a vida dos profissionais foram registrados 119 sequestros, 178 prisões, 853 detenções, 1.846 ameaças ou agressões e 134 procura por exílio.
Jornalistas pedem o fim da perseguição em ato realizado em Curitiba, no dia 03 de maio de 2015. Foto: Joka Madruga.
Sequestros
Os sequestros de jornalistas saltaram em 2014, com um acréscimo de 37% das ocorrências. Foram 119 casos este ano, contra 87 em 2013. Ucrânia, Líbia, Síria, Iraque e México, nesta ordem, registraram o maior número de repórteres sequestrados. Na lista de zonas mais perigosas para o exercício da profissão aparecem, na ordem: Iraque, Síria, Líbia, Paquistão e Colômbia.
Brasil
A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) informa que o Brasil ficou com o terceiro lugar no registro de mortes de jornalistas na América Latina, com 38 assassinatos entre 2000 e 2014. Na lista de vítimas se encontram jornalistas, blogueiros, comunicadores sociais e colaboradores de veículos de mídia.
O que mais preocupa os jornalistas brasileiros, segundo a ONG, são os traficantes e os “coronéis” da política que impõe um clima de terror aos profissionais. Segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), só durante a Copa do Mundo de 2014 foram registradas 19 agressões a jornalistas.
A RSF encaminhou no dia 01 de junho deste ano uma carta aberta à presidenta Dilma Rousseff, exigindo que o governo brasileiro “se comprometa a tomar medidas concretas e eficazes para combater a violência contra os jornalistas”.
Paraná
Na terra das araucárias, tem aumentado as perseguições, ameaças e agressões a jornalistas. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná incentivou a criação de um Comitê Regional de Proteção ao Jornalista. Participam deste movimento organizações não governamentais de direitos humanos, sindicatos, parlamentares, entidades do movimento estudantil e instituições públicas.
Para contribuir com a luta pela liberdade de imprensa, foi criado um site para disponibilizar documentos e realizar denúncias. Clique aqui acessar.
Gustavo Vidal, presidente do Sindijor, fala na manifestação dos profissionais de imprensa do Paraná contra as agressões e perseguições, no dia 03 de maio de 2015. Foto: Joka Madruga.
Clique aqui para ver o infográfico da RSF.
Joka Madruga
Terra Sem Males, com informações do Reporters Sans Frontieres, Abraji e Sindijor-PR
Edição: Paula Zarth Padilha
Vídeo de paródia contra os donos da Friboi viraliza na internet
6 de Junho de 2015, 14:10A maior produtora de carne do mundo, o grupo brasileiro JBS, que é dono da Friboi (sim, a Friboi não é do filho do Lula) e da Seara, teve que recuar, graças à organização dos trabalhadores, feita pelo sindicato da categoria (Contac – Confederação dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação).
Clique neste link para ver o vídeo: EXPLORAÇÃO DE TRABALHADOR TEM NOME!
O sindicato fez uma paródia de uma propaganda, que tem o Tony Ramos como personagem principal. O vídeo viralizou e a empresa recuou. Os trabalhadores conseguiram benefícios, inclusive nos planos de saúde. A luta deles agora é um piso nacional para a categoria.
O vídeo aborda também os problemas do financiamento privado de campanha. Em 2014, a JBS/Friboi/Seara doou mais de 350 milhões de reais para políticos. Dilma (PT), Aécio (PSDB), Beto Richa (PSDB), senadores e 163 deputados receberam parte desta bolada.
Por Joka Madruga
Terra Sem Males