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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Cascavel-PR sanciona lei que restringe o uso de agrotóxicos

5 de Junho de 2015, 14:14, por Terra Sem Males

Vereador Paulo Porto (PCdoB), autor da lei. Foto: Flávio Ulsenheimer/CMCascavel

A lei de autoria do vereador Paulo Porto (PCdoB) foi publicada no diário oficial no dia 29 de maio. Sancionada pelo prefeito Edgar Bueno (PDT), a Lei 6.484, de 25 de maio de 2015, regulamenta o uso de agrotóxicos e proíbe sua utilização nas proximidades de escolas, Centros Municipais de Educação Infantil, núcleos residenciais e unidades de saúde em Cascavel.

O município já contava com a Lei 3.494, de 2002, que tratava especificamente sobre a pulverização aérea e a nova lei amplia o controle, vedando o manejo e utilização terrestre nos perímetros dessas instituições.

Na semana passada, o Terra Sem Males divulgou a iniciativa

Saiba mais: Cascavel sanciona lei que restringe o uso de agrotóxicos

Terra Sem Males



Com nova proposta de reajuste para servidores estaduais, assembleia da APP é marcada

5 de Junho de 2015, 13:14, por Terra Sem Males

APP Sindicato convoca categoria para assembleia na próxima terça-feira, 09.

Foto: Joka Madruga/APP Sindicato.

Na última quarta-feira, 03 de junho, os deputados estaduais do Paraná, governistas e da oposição, entraram em consenso e apresentaram uma nova proposta de reajuste que contemplaria todos os servidores públicos do Estado. A proposta só será colocada em votação na Assembleia Legislativa se houver aprovação das categorias de trabalhadores e do governo.

O indicativo de data da assembleia já havia sido adiantada pelo presidente da APP Sindicato, Hermes Leão, em entrevista exclusiva ao Terra Sem Males. A assembleia que irá deliberar pela aceitação ou não da proposta e possível encerramento da greve será realizada na próxima terça-feira, 09 de junho, em local a ser definido.

Nova proposta - O líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná, deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli, apresentou uma nova proposta sobre a data-base dos(as) servidores(as) aos representantes do Fórum Estadual dos Servidores (FES) e à direção da APP-Sindicato. O texto foi formulado pelos deputados – e não pelo governo do Estado. O projeto de lei deverá estabelece uma regra para os próximos três anos:

- Outubro de 2015: pagamento de 3,45% (referente a inflação de maio a dezembro de 2014);
- Janeiro de 2016: pagamento da data base referente a 2015 (aproximadamente 8,5%);
- Janeiro de 2017: pagamento da data base referente ao ano de 2016 + 1% (de ganho real);
- Maio de 2017: pagamento da inflação (IPCA) referente ao período de janeiro a abril de 2017;
- Retirada do Artigo 2º, que condicionava o pagamento a disponibilidade financeira do Estado;
- Retirada do Artigo 6º do texto do PL da data base (que acabava com o PSPN Paraná).

Para saber sobre faltas, descontos e processos administrativos da greve, acesse aqui matéria divulgada pela APP Sindicato.

Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males



Com nova proposta de reajuste para servidores estaduais, assembleia é marcada

5 de Junho de 2015, 13:14, por Terra Sem Males

APP Sindicato convoca categoria para assembleia na próxima terça-feira, 09.

Foto: Joka Madruga/APP Sindicato.

Na última quarta-feira, 03 de junho, os deputados estaduais do Paraná, governistas e da oposição, entraram em consenso e apresentaram uma nova proposta de reajuste que contemplaria todos os servidores públicos do Estado. A proposta só será colocada em votação na Assembleia Legislativa se houver aprovação das categorias de trabalhadores e do governo.

O indicativo de data da assembleia já havia sido adiantada pelo presidente da APP Sindicato, Hermes Leão, em entrevista exclusiva ao Terra Sem Males. A assembleia que irá deliberar pela aceitação ou não da proposta e possível encerramento da greve será realizada na próxima terça-feira, 09 de junho, em local a ser definido.

Nova proposta - O líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná, deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli, apresentou uma nova proposta sobre a data-base dos(as) servidores(as) aos representantes do Fórum Estadual dos Servidores (FES) e à direção da APP-Sindicato. O texto foi formulado pelos deputados – e não pelo governo do Estado. O projeto de lei deverá estabelece uma regra para os próximos três anos:

- Outubro de 2015: pagamento de 3,45% (referente a inflação de maio a dezembro de 2014);
- Janeiro de 2016: pagamento da data base referente a 2015 (aproximadamente 8,5%);
- Janeiro de 2017: pagamento da data base referente ao ano de 2016 + 1% (de ganho real);
- Maio de 2017: pagamento da inflação (IPCA) referente ao período de janeiro a abril de 2017;
- Retirada do Artigo 2º, que condicionava o pagamento a disponibilidade financeira do Estado;
- Retirada do Artigo 6º do texto do PL da data base (que acabava com o PSPN Paraná).

Para saber sobre faltas, descontos e processos administrativos da greve, acesse aqui matéria divulgada pela APP Sindicato.

Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males



Opinião: Richa imita o sucesso de Bush

3 de Junho de 2015, 14:37, por Terra Sem Males

Foto: Arnaldo Alves / ANPr.

Certa vez, li um artigo no Le Monde Diplomatique tratando do governo Bush. O presidente americano (filho) atravessava inferno astral por causa da Guerra do Iraque (2003). Após ter metido o Exército lá, não conseguir sair sem a impressão de ter sido derrotado. Era um novo Vietnã. E, para não dar o braço a torcer, continuava em campanha em sua preventiva.

A indecisão de Bush, obviamente, lhe trazia impopularidade, como registrou Jeremy Brecher: “A oposição ao conflito no Iraque já não está restrita ao movimento pacifista. Entre os próprios conservadores norte-americanos, crescem a cada dia as correntes que condenam a aventura militar do presidente e pedem o início da retirada”. Mesmo assim, ele se mantinha firme no cargo. Firme e sólido. Bush estava se lixando para o interesse público. O que lhe importava era a aprovação dos falcões. É justamente desse ponto que tratava o artigo no Diplomatique. Era outro lado da crise. Do lado dos winners. Para esses, a empreitada era de sucesso. O comércio bélico crescia, a instabilidade econômica gerava desemprego, mas mantinha os lucros. O petróleo subia, assim como os dividendos daqueles que exploram o Estado.

Pois é justamente da política do caos que Beto Richa parece sobreviver neste instante. Dane-se o Estado enquanto o andar de cima não perder. Sendo assim, a greve de mais de 60 dias, o sucateamento da segurança, saúde e principalmente educação, com o cancelamento de vestibulares, são efeitos contornáveis de sua política. O desmonte do Estado, neste sentido, é uma política de sucesso. Principalmente porque os cargos comissionados são preservados, os lucros dos especuladores também. Por isso, não surpreende que em meio a toda crise, Richa e CIA ainda encontrem aplausos “verdadeiros” daqueles que se beneficiam de seu modelo de governar para poucos. A página pessoal do governador mostra vários exemplos dessa realidade apartada, como o recente encontro com 182 prefeitos. Para a claque oficial, aquela que não perde recursos, o “melhor está por vir” já chegou.

Por outro lado, retornando ao artigo da revista francesa, o que a minoria do poder não enxerga, na ânsia de lucrar com a dor, é que um Estado não se governa apenas com poucas elites. Na medida em que Bush prestigiou os poços de petróleo, abandonou os produtores rurais. Na opção pela bala, distanciou de outros grupos econômicos pujantes, como foi citado acima. E é para o mesmo caminho que segue Beto Richa, que já vê outras elites financeiras e intelectuais se distanciarem do seu governo. Como, por exemplo, a ACP vai insistir no apoio quando seus filiados “descobrirem” que a queda das vendas é reflexo dos impostos estaduais? Como ficarão aqueles que dependiam das férias de inverno dos estudantes? Formaturas? Microempresas que dependem do comércio que gira em torno da educação?

A Richa, o filho, assim como Bush, The son, o sucesso político momentâneo deve virar fracasso eleitoral. Um padecia de dislexia. Outro, como registrou Valdir Cruz, sofre de pseudolalia. Em todo caso, a nau, em breve vai naufragar.

Por Manoel Ramires
Terra Sem Males



Hermes Leão: “A prática deste governo é pior que o regime militar”

2 de Junho de 2015, 13:41, por Terra Sem Males

Exclusivo: Presidente da APP Sindicato fala com o Terra Sem Males sobre ataques do governo à greve

Professor Hermes Leão durante uma das assembleias da categoria na Vila Capanema. Foto: Joka Madruga

Nesta terça-feira, 02 de junho, quando a paralisação dos professores estaduais completa 35 dias e após adesão à greve de diversas outras categorias de servidores públicos que fazem parte do Fórum das Entidades Sindicais (FES), o presidente da APP Sindicato Hermes Leão conversou com a equipe do Terra Sem Males sobre os novos ataques promovidos pelo governo estadual.

Leão critica as atitudes ditatoriais de Beto Richa, que tem utilizado inclusive o termo “insubordinação” para amedrontar diretores de escolas que aderiram à greve. Para Hermes, o uso de um termo utilizado no AI-5, quando diretores de escola exerciam cargos de confiança por indicação do governador, é uma tentativa de amedrontar, já que atualmente as direções são escolhidas via voto popular e não são passíveis de insubordinação.

“A prática desse governo é pior que a do regime militar no Estado do Paraná”, denuncia o dirigente. Confira os demais trechos da entrevista:

Divulgação de salários via Portal da Transparência

Tropa de choque avança contra os trabalhadores do estado. Foto: Joka Madruga

Nos últimos dias, o governo tem investido na divulgação dos salários de professores com melhor remuneração no portal da transparência, ao mesmo tempo em que dificulta a consulta a salários de comissionados e secretários.

“O governo faz ataque todo dia para tentar vender que é uma greve político partidária. Criminalizou os salários nas redes sociais, com o uso da transparência no viés da criminalização. Nós apoiamos a transparência, mas não desta forma. É um ataque fortíssimo tentando aniquilar o sindicato”, explica Hermes.

Existem denúncias de que listas com nomes de professores e seus salários estão sendo divulgados em grupos de whatsapp em cidades menores. “É um movimento violento nas redes sociais, assessores parlamentares ensinam como acessar o portal da transparência, mas para acessar de cargos comissionados temos dificuldade. Como se ganhar mais de R$ 2 mil fosse um crime. O governo tenta colocar a sociedade contra os professores como se fôssemos marajás, como se ganhar um pouco mais fosse crime”, afirma Hermes Leão.

Governo não quer o fim da greve

Professor Hermes discursa minutos antes da tropa de choque do governo Beto Richa agredir os trabalhadores do estado. Foto: Joka Madruga

Já surgiram boatos que o próprio governo estaria postergando a negociação e consequente fim da greve para desviar o foco de escândalos de corrupção que envolvem pessoas muito próximas ao governador. Para Hermes, o governo pode ter sim interesse em prolongar a greve.

“Dá pra dizer que pra eles também interessa prolongar a greve porque tá todo mundo muito cansado, tanto os educadores em greve como estudantes e suas famílias. Ontem tivemos um encontro com mais de 700 diretores de escolas que estão em greve, inclusive do interior, todos afirmando que não vão deixar a greve antes que a pauta seja atendida. Fizemos um ato na Secretaria de Educação e fomos atendidos pela secretária (Ana Ceres) num debate muito tenso”.

Bloqueio de contas da APP Sindicato

Professores satirizam declarações do governador Beto Richa, do PSDB. Foto: Joka Madruga

Em outra frente, o governo estadual também pediu ao judiciário o bloqueio das contas bancárias da APP Sindicato, na tentativa de inviabilizar a paralisação financeiramente. As contas ainda não estão bloqueadas porque o pedido ainda não foi julgado. “Fizeram ataque com apoio do poder judiciário, pedindo para bloquear as contas da APP, na tentativa de inviabilizar o sindicato também financeiramente. Numa greve, na mobilização, temos custos altíssimos”, ressalta.

Uso do medo pela insubordinação

Governo Beto Richa (PSDB) amedronta os trabalhadores. Foto: Joka Madruga

O governo tem usado o termo insubordinação, que vem do estatuto do servidor dos anos 1970, no AI-5 (medida usada na ditadura militar que vitimou milhares de brasileiros), porque os diretores eram da confiança do governo e não podiam criticar o regime militar. Quem se desalinhava dos militares eram presos ou afastados. Dos anos 1980 pra cá temos lei. O diretor é escolha da comunidade escolar e o governo tem que acatar, aceitar a vontade popular. Esse debate é importante. Os diretores são ameaçados por escrito pelos núcleos de educação. O Sindicato orienta nessa guerra que o direito de greve está garantido, mas o governo usa o medo”, defende Hermes Leão.

A greve continua

Professor Hermes em entrevista coletiva numa das assembleias da APP-Sindicato, na Vila Capanema. Foto: Joka Madruga

Nesta terça-feira, os servidores públicos em greve participaram pela manhã de uma audiência pública no plenarinho da Assembleia Legislativa sobre o financiamento da educação. Na parte da tarde, os grevistas ocupam as galerias da Casa do Povo para acompanhar as discussões dos deputados.

Era para ir a votação nesta semana a proposta do governador de reajuste de 3,45% parcelado em três vezes, mais reposição da inflação somente em janeiro de 2016, com mudança da data-base. “Os próprios deputados da base do governo entenderam que seria muito desgastante votar. Eles já estão sem espaço público”, explica Hermes. Na segunda, dia 01, os deputados esboçaram uma outra proposta que contemple a reposição da inflação do período da data-base, de 8,17%, mas ainda não há posicionamento oficial do governador.

A APP Sindicato e a coordenação do Fórum das Entidades Sindicais (FES) apontam um indicativo de assembleia geral para 09 de junho, se houver proposta.

“O nosso balanço é de que a greve está muito forte e isso ontem ficou muito evidente. A reunião com os diretores das escolas superou todas as expectativas, com 100% se posicionando pela continuidade da greve até que a nossa pauta seja atendida”, finaliza o presidente da APP Sindicato, Hermes Leão.

Professor Hermes no meio do povo durante o massacre promovido pelo governo do Beto Richa. Foto: Joka Madruga

Por Paula Zarth Padilha
Editado por Joka Madruga
Terra Sem Males



Beto Richa nomeia filha de secretária de educação para cargo comissionado

1 de Junho de 2015, 16:47, por Terra Sem Males

Nomeação saiu no último dia 25 em Diário Oficial.

Reprodução – Diário Oficial.

A crise financeira que assola o Paraná, segundo o Governo Estadual, parece não atingir os cargos comissionados. Na mesma semana em que o governador Beto Richa anunciou o parcelamento do reajuste salarial dos servidores estaduais, ele nomeou a filha da secretária de Educação para um cargo comissionado. O debate entre salários tem gerado polêmicas, principalmente porque o Portal da Transparência dá destaque para os vencimentos dos professores, mas não faz o mesmo com os cargos comissionados.

Ana Seres Comin, filha da secretária de Educação, Ana Seres Trento Comin, foi nomeada para exercer cargo de assessora, Símbolo DAS – 5. A nomeação foi publicada em Diário Oficial no último dia 25 de maio. Segundo o Portal da Transparência, o cargo exercido pela filha da secretária recebe R$ 5318.

A indicação de Ana Seres só vem a engrossar a quantidade de cargos comissionados no governo Carlos Alberto Richa. De acordo com pesquisa do deputado estadual Tadeu Veneri (PT), em 2009, o governo gastava R$ 82 milhões com indicações. Em 2013, a despesa saltou para R$ 456 milhões. Para o deputado, os cargos comissionados são utilizados como moeda de troca.

“O problema é que tem muita gente recebendo na folha sem que esteja fazendo a contrapartida do trabalho. Ele não substitui os comissionados por efetivos porque isso mantém e amplia a rede política e de apoios”, avalia.

Polêmica

A remuneração dos professores tem gerado muita controvérsia. Recentemente, o Portal Da Transparência do Paraná criou uma aba especial para expor os salários da categoria. O mesmo não foi feito, por exemplo, com a remuneração de secretários e cargos comissionados. Outro problema na exposição trata da época em que o contracheque dos professores está exposto. O governo adotou abril como referência. Neste mês a categoria teve pago 1/3 de férias e 13º atrasado, elevando em 30% o salário real.

Por Manoel Ramires
Terra Sem Males



Lei municipal restringe uso de agrotóxicos em Cascavel

1 de Junho de 2015, 15:33, por Terra Sem Males

Produtos da reforma agrária são livres de agrotóxicos. Foto: Joka Madruga.

Um projeto de lei que restringe o uso de agrotóxicos nas proximidades de escolas, centros de educação infantil, núcleos residenciais e unidades de saúde foi aprovado pela Câmara de Vereadores de Cascavel, oeste do Paraná, no mês de maio.

O município já contava com a Lei 3.494, de 2002, que tratava especificamente sobre a pulverização aérea e a nova lei amplia o controle, vedando o manejo e utilização terrestre nos perímetros dessas instituições.

A proposta é de autoria do vereador Paulo Porto (PC do B) e foi fruto de longo debate que envolveu educadores, movimentos sociais e o Centro de Assistência em Toxicologia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, entre outros.

O uso de agrotóxicos no Paraná cresceu 20%, entre 2008 e 2011, segundo o Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social). O estado consome por ano 96,1 milhões de quilogramas de agrotóxicos, o que representa mais de 9 quilogramas por hectare de área plantada, três vezes mais que a média nacional.

Em Cascavel, por exemplo, a quantidade de tóxicos nas plantações é de 23 kg por hectare ano. “Apesar do crescimento do uso de agrotóxicos, a produção neste período se manteve praticamente estável. Ou seja, está se utilizando mais veneno para produzir a mesma quantidade de comida”, comentou o vereador Paulo Porto.

Segundo dados da 10ª Regional de Saúde no Paraná, entre 2007 e 2014, foram registrados 3.229 casos de intoxicação, sendo que 645 notificações em decorrência do uso de agrotóxicos agrícolas, raticidas e agrotóxicos domésticos, o que representa 20% do total de intoxicações.

Fonte: Portal de Notícias de Cascavel  (CATVE) e blog Mercado dos Orgânicos.



Repórter fotográfico Leandro Taques lança San Lazaro Babalú Ayé nesta terça-feira, em Curitiba

1 de Junho de 2015, 14:21, por Terra Sem Males

Fotógrafo mostra celebração religiosa e fiéis flagelados em Cuba. Foto: Leandro Taques.

Leandro Taques esteve em Cuba no ano de 2011 e soube da festa religiosa de San Lazaro – Babalú Ayé, mas não teve a oportunidade de fotografá-la. Retornou nos anos seguintes para registrar o povo cubano, que no dia 17 de dezembro celebra San Lazaro, santo flagelado que anda com seus dois cachorros. Babalú Ayé é o correspondente orixá. Os cubanos celebram com sacrifícios e se arrastam até a igreja com correntes amarradas a blocos de concreto para pagar suas promessas.

Os registros fotográficos foram transformados em livro, que será lançado nesta terça-feira, dia 02 de junho, em Curitiba. Taques contou com a plataforma kickante de financiamento coletivo para viabilizar a publicação do livro e o produto final é uma das opções de recompensa para os colaboradores.

O repórter falou com exclusividade ao Terra Sem Males. Confira a entrevista:

Terra Sem Males – Em que momento você decidiu que o projeto viraria livro?

Leandro Taques – Depois da primeira viagem para Cuba, quando “ouvi falar” de San Lazaro, retornei no ano seguinte, 2012, para fotografar a Romaria. Depois comecei a me interessar pelo crowdfunding e decidi que faria um projeto. San Lazaro seria um bom material… Em 2014 novamente fui fotografar já com a proposta da publicação.

Quais suas expectativas para o lançamento e a exposição?

A expectativa sempre é boa, a princípio nem era para ter exposição ou um “evento” para o lançamento, mas como a campanha ultrapassou a nossa meta, acabou sendo possível fazer a expo e o lançamento. Pelo retorno que tenho tido do povo creio que vai ser bem bacana. Uma forma bem bonita de “finalizar”. Missão cumprida e uma certa “prestação de contas”, principalmente aos que participaram com doações. Estou bem feliz!

Quando você realiza um projeto pessoal como esse, qual é o próximo passo?

O próximo passo é seguir caminhando. Alguns projetos engatilhados, outros ainda só ideia, e assim por diante. Muitas coisas para acontecer mas ainda nada muito “nítido”. Sigo fotografando e tratando bem as oportunidades…

A religiosidade dos povos é um assunto recorrente no seu trabalho?

Acredito que a religiosidade seja um assunto, que em algum momento, fotógrafos documentais sempre fotografam. Quase natural, óbvio, ouso dizer que se não todos, a grande maioria dos documentalistas, em algum momento registram a religiosidade. Eu venho fotografando esse assunto desde 2009. E provavelmente seguirei fotografando por muito tempo. Há muito o que fotografar.

Qual a importância do processo colaborativo de familiares para a finalização do seu livro?

Segundo as estatísticas do financiamento colaborativo, 80% das doações acontecem do seu “primeiro círculo” ou seja, familiares e amigos e gente que conhece e acompanha o seu trabalho. No meu caso não foi diferente, ainda não fiz esse levantamento mas a média é essa mesmo. A maioria dos doadores são pessoas, físicas ou jurídicas, que conhecem o meu trabalho. Essa é a lógica do crowdfunding.

Já tem algum novo projeto previsto?

Ainda nada muito definido, por enquanto apenas ideias.

Lançamento do livro San Lazaro Babalú Ayé, de Leandro Taques
Data: terça-feira, 02 de junho
Horário: 19 horas
Local: Museu da Fotografia – Solar do Barão (Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533)

Sobre o autor:

Leandro Taques é jornalista e repórter-fotográfico, graduado em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Tuiuti do Paraná. Pós-graduado em Fotografia, pelas Faculdades Curitiba e em Fotografia enquanto Instrumento de pesquisa nas Ciências Sociais, pela Faculdade Cândido Mendes, do Rio de Janeiro.

Trabalha como repórter-fotográfico desde 1998. Em 2002 fotografou no Afeganistão durante a invasão americana àquele País. Ainda em 2002 registrou o cotidiano do povo do Tibet e Nepal. Em 2006/2007 realizou o Projeto Documental O Retrato da Paz – Angola – África, que resultou um livro e uma exposição que foi mostrada em mais de 15 cidades pelo Brasil além de inúmeras palestras. Pelo trabalho sobre Angola recebeu menção especial no Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos 2007. Em 2013 fotografou a Palestina ocupada e também na Síria.

Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males 



Crônica: Entre deuses e búfalos

1 de Junho de 2015, 12:38, por Terra Sem Males

Ele por alguma razão pensava em um deus. No deus que, ele imaginava, deveria ser o Deus de todos. Enquanto isso enxergava búfalos bem à sua frente, na paisagem mansa da serra e das nuvens, da estrada pedregosa, encharcada, estreita.

Não havia cercas. Ou algumas poucas. Os búfalos experimentavam o comando daquelas paisagens, na planície da última grande faixa de mata atlântica.

A maior parte da manada repousava debaixo de uma figueira. Apenas três búfalos mascavam o pasto à beira da estrada. E exatamente todos miravam quando ele surgiu no horizonte.

Atentos a cada gesto dele, os búfalos não pareciam ter a distração comum às vacas e bois. Ao lado dos plantios de arroz, verdes e amarelos, e das áreas inacessíveis de floresta, os búfalos pareciam um personagem deslocado naquele cenário de latifúndio.

A mochila era carregada ao peso de uma cruz. O caminhoneiro lhe avisou que a caminhada até a comunidade levaria meia hora. Isso só no fim da carona. A travessia de dois rios ele não havia inserido na advertência, o tamanho da solidão que viria carregada na água gélida do rio, limpa e lenta, também não.

Tampouco o vazio das casas. Era como passar em frente ao que era recorrente nos sonhos: casas da infância, casas da juventude, casas vazias com ele por dentro, casas abandonadas, vazias, vazias, vazias, sonho repetido à exaustão e agora bem ali à sua frente. Alguns pássaros agarrados nos poucos pedaços de cercas que surgiam. Chegou a pensar na sua relação estranha e torta com um Deus que ele sem querer já passava a buscar na travessia.

Agora, iria cruzar simplesmente o caminho dos búfalos, que o miravam com olhos fixos, desconfiados. Não podia voltar atrás, depois de dois rios e de ter sido deixado nessa região de plantios de maracujás e caronas magras, de gente sem linha fixa de ônibus.

Não podia recuar.

A estrada era de pedra, terra, água, talvez sal. As casas eram de barro, sem janelas, vento e deserto. Nunca conheceu um búfalo na vida, só nos desenhos animados, associado a alguma estepe africana, a fama de agressividade, frente a frente com um animal gigantesco que, assim como ele, também estava em um ambiente estranho. Como analisar o temperamento de um búfalo?

Mas não teve coragem. A casa abandonada há alguns metros dali serviu de refúgio naquela noite. Ele não podia passar pelos búfalos e nem calculava condições de retornar. Os búfalos seguiam mastigando o mundo real na base da serra.

Várias vezes ele cogitou retornar, mas desistia da ideia, julgando que, por  ora, não valia a pena pelo tempo desperdiçado até aquele lugar.

No interior da casa, foi muito bem tratado por uma família local, o que atenuava um pouco a angústia de não ter chegado até a comunidade onde planejou, o objetivo inicial do seu trajeto.

Os dias passavam e a presença das crianças, o cheiro do almoço, o balanço da rede tranquilizava um pouco a presença incômoda dos búfalos que seguiam no raio da sua visão e não se moviam da estrada.

Ele permaneceu ali, oscilando entre momentos quando decidia voltar e outros poucos quando criava coragem de atravessar a trilha dos búfalos. Logo voltava ao ponto onde estancou. Não conseguia criar confiança nos deuses. E sabia que também não confiava naqueles animais.

A chuva castigou o telhado daquela casa por meses, logo depois por anos.

Por Pedro Carrano
Crônicas de Sexta
Terra Sem Males



Fotos do ato de um mês do massacre contra os trabalhadores do Paraná

29 de Maio de 2015, 19:32, por Terra Sem Males

Diversas categorias de servidores públicos do Paraná realizaram, na manhã desta sexta-feira (29/05), uma caminhada pelo Centro Cívico de Curitiba. Organizado por diversas centrais sindicais, os trabalhadores protestaram contra a lei de terceirização, retirada de direitos trabalhistas, ajuste fiscal feito pelos governos e para relembrar o massacre do dia 29 de abril, quando o governo Beto Richa (PSDB) agrediu professores e servidores em Curitiba. Fato que foi pauta em jornais de mais de 30 países.

Abaixo segue uma seleção de fotos do repórter fotográfico Joka Madruga.

Bancários fecharam diversas agências no centro de Curitiba. Foto: Joka Madruga

Foto: Joka Madruga

Professor Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato. Foto: Joka Madruga

Milhares de trabalhadores estiveram nas ruas da capital paranaense. Foto: Joka Madruga

Trabalhadores bancários participaram da caminhada. Foto: Joka Madruga

Luiz Fernando, diretor de comunicação da APP-Sindicato. Foto: Joka Madruga

Foto: Joka Madruga

Durante o trajeto várias pessoas nos prédios mostraram apoio aos manifestantes. Foto: Joka Madruga

O povo pediu “Fora Beto Richa”. Foto: Joka Madruga

Balas de borracha para quem? Foto: Joka Madruga

Mãos vermelhas. Foto: Joka Madruga

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