"Reforma" trabalhista vai aumentar desemprego, mostra pesquisa
August 9, 2017 16:37Nova rodada da pesquisa do Vox Populi, encomendada pela CUT, aponta rejeição à "reforma" trabalhista do governo Temer, materializada pela Lei 13.467, sancionada em julho. Para 57% dos entrevistados, a mudança é boa apenas para os patrões, enquanto 15% acreditam que não beneficia ninguém. Apenas 12% afirmaram que a reforma é boa para ambos e só 3% disseram que ajuda os empregados. Outros 14% não souberam ou não responderam.
A rejeição aumenta para 63% na região Nordeste e vai a 57% no Sudeste. Fica na média no Centro-Oeste/Norte e cai para 48% na região Sul. É um pouco maior entre homens (58%) do que mulheres (56%), e entre adultos (59%) do que jovens (57%) e maduros (49%). Também sobe, para 59%, entre pessoas de nível superior e com renda equivalente a até dois salários mínimos.
Sobre possíveis efeitos, 72% afirmam que o desemprego, atualmente em nível recorde, deverá aumentar. E 14% avaliam que continuará como está.
Os pesquisadores perguntaram sobre dois itens da nova lei. Para 60%, negociar sozinho, sem a presença do sindicato, é ruim ou péssimo e para 13%, ótimo ou bom. Outros 17% consideram regular e 11% não quiseram ou não souberam responder.
A maioria também foi contrária ao dispositivo que permite à mulher gestante ou lactante trabalhar em locais insalubres, mediante um atestado médico. Pouco mais da metade dos entrevistados (51%) disseram que isso é bom só para os patrões e 18%, para ninguém. Nas demais respostas, 11% acreditam que é bom para ambos e 6%, para os empregados, enquanto 14% não responderam ou não souberam responder.
Foram entrevistadas 1.999 pessoas nos dias 29 e 31 do mês passado, em 118 municípios de áreas urbanas e rurais. A margem de erro é estimada em 2,2 pontos, com intervalo de confiança de 95%.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, a reprovação só não superou os 90% porque os trabalhadores ainda não têm pleno conhecimento das novas regras. Segundo ele, Temer institucionalizou o chamado "bico" no mercado de trabalho.
"O governo e o Congresso Nacional esconderam dos trabalhadores que a reforma acaba com garantias incluídas na CLT", diz Vagner. "Disseram apenas que geraria empregos, o que não é verdade. Não disseram, por exemplo, que os empregos decentes serão substituídos por empregos precários, com salários mais baixos e sem benefícios, entre tantas outras desgraças previstas na nova lei trabalhista." (Agência Diap)
39% da população está com o nome "sujo"
August 9, 2017 15:58O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) estimam um total de 59,4 milhões de pessoas físicas negativadas no país até o fim de julho. O número representa 39,3% da população com idade entre 18 e 95 anos e reflete as dificuldades que o cenário de desemprego elevado impõe às famílias.
A estimativa de devedores vem se mantendo próxima ao nível dos 59 milhões desde o segundo trimestre de 2016. Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, isso acontece porque, se as dificuldades do cenário recessivo fazem crescer o número de devedores, a maior restrição do crédito e queda na propensão do consumo por parte das famílias, provocada pela própria crise, age na direção contrária, limitando o crescimento da inadimplência. “Assumindo que a economia e o consumo irão se recuperar de forma lenta e gradual, a estimativa deve permanecer ainda oscilando em torno dos 59 milhões de negativados ao longo dos próximos meses, sem mostrar um avanço expressivo.”
Dados detalhados por faixa etária indicam que é entre 30 e 39 anos a maior frequência de negativados, uma vez que em junho metade dessa população (50,11%) estava com o nome incluído em listas de proteção ao crédito – um total de 17,1 milhões de pessoas. Vale destacar ainda que uma quantidade significativa das pessoas entre 40 e 49 anos está inadimplente (47,55%), bem como entre os consumidores de 25 a 29 anos (46,10%).
De acordo com a estimativa, o Sudeste é a região que concentra, em termos absolutos, o maior número de negativados, somando 25,6 milhões de consumidores, o que representa 39,06% da população adulta da região.
Em seguida aparecem o Nordeste, que conta com 15,7 milhões de negativados, ou 39,28% da população; o Sul, com 7,8 milhões de inadimplentes (35,01%); o Norte, com 5,3 milhões de devedores (45,52%, o maior percentual entre as regiões); e o Centro-Oeste, com um total de 4,9 milhões de inadimplentes (43,03% da população).
Os dados de dívidas abertos por setor credor revelam que todos os segmentos mostraram retração anual do número de pendências pelo segundo mês consecutivo. No setor de comércio foi onde houve o recuo mais acentuado: o número de pendências com o segmento caiu -7,40%. Em seguida estão comunicação (-6,53%), água e luz (-4,20%) e bancos (-3,15%).
Em termos de participação, os bancos seguem como credores de maior parte das dívidas em atraso no país, concentrando 48,87% do total. Aparecem, em seguida, o setor de comércio (19,84%), o setor de comunicação (14,08%) e os segmentos de água e luz (7,89% das pendências).
Todo poder ao Parlamento!
August 9, 2017 10:21
Carlos Motta
A nova que vem de Brasília dá conta que o Dr. Mesóclise e sua turma de picaretas estão bolando mais um plano para acabar de vez com as pretensões do ex-presidente Lula voltar a ocupar o cargo de chefe do Executivo central novamente.
O truque da vez se chama parlamentarismo, esse sistema de governo no qual o presidente da República é uma figura decorativa e quem dá as cartas é o primeiro-ministro, escolhido pelo Congresso - ou Parlamento -, entre os seus.
Coisa de Primeiro Mundo.
Com isso, pensam os golpistas, o país ficará livre de vez do "Nine", esse sujeitinho que teima em ter votos, por mais condenado que seja, por mais que se diga, em tudo o que é jornal, revista, programa de rádio e televisão, sites da internet, redes sociais, que ele é um corrupto e ladrão, pois afinal tem um "triplex" na badalada Guarujá e um sítio na também charmosa Atibaia, e seu filho é dono da Friboi, tem uma Lamborghini de ouro, um iate de R$ 20 milhões, e uma fazenda que parece muito com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba, interior paulista.
Com o parlamentarismo, acreditam os usurpadores, não haverá a menor chance de o "Brahma" retornar ao Palácio do Planalto - existe uma ínfima possibilidade de ele concorrer na eleição do ano que vem, se o TRF-4 não julgar a tempo a sua apelação, ou se, num desses fenômenos da natureza, resolverem absolvê-lo.
O fato é que os golpistas morrem de medo do "Apedeuta".
Por isso têm de se cercar de todos os lados, garantir que ele nunca, em nenhuma hipótese, pela terceira vez, resolva garantir três refeições ao dia para os pobres, que, como sempre diz, são a solução e não o problema do Brasil.
Imagine só alguém dar atenção a eles, fazer deles cidadãos e não mera mão de obra a ser explorada - ah, os bons tempos da escravidão...
Eles temem mesmo que, cumprindo uma pena de prisão perpétua na masmorra curitibana, o "Molusco" consiga passar um recado para os seus apoiadores - essas pragas vermelhas que insistem em não aceitar a modernização do país - votarem em outro comunistinha qualquer, esse Haddad das bicicletas e da velocidade baixa nas marginais paulistanas, ou até naquele boquirroto do Ciro Gomes, ou - é melhor nem pensar nisso - no tal Flávio Dino, que está dando um jeito no Maranhão, o Maranhão tão querido pelo nosso velho e bom Sarney, quem diria...
Por tudo isso, o jeito é o parlamentarismo.
Com ele, não há erro - o povo brasileiro, que nem sabe o que faz um prefeito, um vereador, um deputado ou um senador, e que acha que a culpa por sua rua ser toda esburacada é do presidente da República, vai saber escolher um Congresso só de luminares, exemplos de honestidade e dedicação ao serviço público, certamente vai votar em quem pretende doar seu trabalho e seu esforço para o desenvolvimento da nação, para o aperfeiçoamento da democracia e redução das desigualdades sociais.
Esse povo, que nunca, nenhuma vez, nem por sonhos, levou ao Parlamento figuras como o incrível Eduardo Cunha, a família Bolsonaro, Felicianos e Malafaias - amém! - e tantos outros, tatuados ou não, com certeza vai acompanhar, como se a seleção brasileira estivesse numa final de Copa do Mundo, a emocionante eleição do primeiro-ministro.
E, escolhido o vencedor, sairá às ruas, vestindo as camisetas verde-amarelas da CBF, a honesta, soltará rojões, e gritará, efusivamente, num Carnaval temporão, o nome desse messias que concluirá a travessia deste imenso transatlântico Brasil rumo ao porto seguro das crenças ancestrais, essas que não admitem experiências exóticas, nem aventuras perigosas, ou promessas despropositadas de dias melhores.
Secretário dos golpistas é contra ajuda às empresas
August 8, 2017 17:45O país gastou R$ 723 bilhões com subsídios para o setor privado em um período de 10 anos encerrado em dezembro de 2016, informou o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto de Almeida, na audiência pública da comissão mista do Senado para análise da Medida Provisória (MP) 777.
A MP 777 trata da substituição da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), usada em contratos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pela Taxa de Longo Prazo (TLP).
A TJLP, atualmente em 7% ao ano, é subsidiada pelo Tesouro Nacional. Quanto maior sua distância da Selic, taxa básica de juros da economia, hoje em 9,25% ao ano, maior o custo para o Tesouro. Para Mansueto de Almeida, não é uma política adequada conceder tal subsídio a grandes empresas. “Parte do subsídio concedido foi para empresas que não precisavam de ajuda nenhuma do setor público. Alguns falam que foi política industrial. Isso está equivocado”, disse.
Segundo o secretário, existem duas hipóteses de concessão de subsídios como política industrial. Uma, comum nas décadas de 50 e 60 do século passado, é a concessão de subsídio a empresas de um determinado setor para que elas diversifiquem sua produção em interesse do país. A outra, mais contemporânea, diz respeito à concessão de incentivos a "startups" (empresas que buscam explorar atividades inovadoras no mercado) para ajudar principalmente pequenas e médias empresas.
“O Brasil não fez nenhum dos dois. Nós pegamos empresas muito grandes, que sabiam há décadas fabricar determinados produtos, e demos crédito subsidiado para se tornarem maiores e fazerem mais do mesmo. Isso não é política industrial”, afirmou.
Como se diz por aí, em cada boca uma sentença.
O secretário pode achar o que quiser, mas a verdade é que a política de subsídios dos governos trabalhistas permitiu que os empresários, durante a era Lula-Dilma, produzissem e investissem com menos custos - e não é exatamente isso o que eles pedem desde sempre?
Se um país não pode ter um banco de fomento que ajude a empresa nacional - de todos os tamanhos - a prosperar, é melhor entregar de vez as suas chaves para as instituições financeiras privadas - multinacionais, principalmente.
Outra coisa: não é culpa do governo se os empresários, não todos, é claro, mas boa parte deles, não aumentaram a produção, não contrataram funcionários, não modernizaram suas instalações, mas sim aumentaram seus lucros.
Como bom neoliberal que é, o secretário Mansueto deveria, em vez de criticar os governos que atenderam os pleitos dos empresários, esculachar com os seus amigos da "iniciativa privada", que não têm, por estas plagas, como diz outro neoliberal de carteirinha, o ex-ministro Delfim Netto, "o espírito animal" do empreendedor, e sim o espírito de "bons vivants". (Com informações da Agência Brasil)