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Motta

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Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , von Blogoosfero - | 1 person following this article.

Arte é política, palco é palanque

May 31, 2017 17:19, von segundo clichê


Os artistas que vão participar do ato pró-diretas deste domingo, 4 de junho, na capital paulista, informam os jornalões, não querem a participação de representantes de partidos políticos e movimentos sociais na manifestação.

Alegam que dessa forma o movimento pode ganhar mais adesão popular, incorporando gente que acha o vermelho a cor do diabo.

No domingo passado, balões e bandeiras da CUT e PT foram vetados no ato que reuniu mais de 100 mil pessoas em Copacabana. 

Interessante essa posição dos artistas.


Inaugura uma nova forma de fazer arte, pois afinal toda arte, mesmo aquela que diga que não, carrega em si uma atitude política.

O  famosíssimo verso "uma rosa é uma rosa é uma rosa" parece, à primeira vista, a negação dessa afirmação. 

Mas ao dizer, com tanta ênfase, que uma rosa é apenas uma rosa, Gertrude Stein, a autora do verso, não estaria fazendo política, no sentido de delimitar o papel da poesia na sociedade, no caso reduzindo a definição da flor à botânica, sem levar em conta a sua associação à beleza, perfumes, alegria, ou coisa que o valha?

O termo política, como se sabe, nasceu na Grécia antiga, e foi adquirindo, ao longo dos séculos, inúmeros significados.

Hoje há política para tudo e em tudo, embora muita gente ache que ela seja tão somente a máscara que homens corruptos usam para exercer suas atividades criminosas, e ela esteja restrita aos ambientes muitas vezes insalubres de partidos, parlamentos e gabinetes atapetados e refrigerados.

O ato pró-diretas deste domingo é eminentemente político, conte ou não com artistas, queiram ou não os artistas.

Proibir quem rotineiramente faz da política uma atividade de transformação da sociedade, seja por meio de um partido, sindicato, organização de classe ou da sociedade civil, não é só uma demonstração de falta de conhecimentos históricos ou sociológicos.

É também ignorância do próprio papel do artista.

O palco, por mais mambembe que seja, é antes de mais nada, uma tribuna, que aceita qualquer tipo de manifestação, desde as mais piegas e reacionárias até as mais libertárias e vanguardistas.

Mas todas, sem exceção, políticas. (Carlos Motta)



Reformar não é deformar

May 31, 2017 9:55, von segundo clichê


Clemente Ganz Lúcio

As reformas normalmente são feitas para melhorar alguma coisa. Agora, como promover reformas que incidam sobre as relações sociais? Nesse caso, trata-se de alterar as regras e instituições do jogo social, movido por interesses diversos e, muitas vezes, divergentes. Por isso, frequentemente, o que, para uns, reforma, para outros, deforma.

O projeto de reforma trabalhista, elaborado pela Câmara dos Deputados e em trâmite no Senado, promove uma mudança regressiva para reduzir estruturalmente o custo do trabalho, eliminar passivos trabalhistas e legalizar a precarização.


Muito diferente desse projeto, uma reforma trabalhista deve estar conectada com um projeto de desenvolvimento nacional, visando dar fluidez às relações de trabalho, para torna-las eficazes na promoção de uma produção econômica que agregue valor, gere lucros e aumento dos salários, promova investimentos e crie empregos de qualidade, estruture e estimule um Estado forte, promova e proteja os diretos trabalhistas.

O desenho de uma reforma com esse objetivo começa com as mudanças no sistema de relações de trabalho, ou seja, nas instituições que regem os processos negociais. A negociação coletiva precisa ser o principal meio pelo qual se processa a construção das regras das relações de trabalho, complementando, de maneira harmônica, os marcos legais. Os sindicatos devem ser os sujeitos coletivos de representação de interesse, capazes de firmar compromissos, acordos e convenções.

As mudanças devem definir regras para valorizar e fortalecer as negociações coletivas, indicando como funcionará o sistema sindical de representação, induzindo a alta representatividade dos sindicatos desde o chão da empresa e em toda a estrutura vertical, habilitando-os para conduzir processos negociais em todos os níveis (empresa, categoria, setor, nacional).

Sindicatos representativos devem ter os instrumentos adequados para conduzir a tarefa de negociar em condições de equilíbrio de forças. Acesso à informação, fortalecimento da confiança no cumprimento do acordo, incentivo ao diálogo, mecanismos de solução voluntária e ágil de conflitos, entre outras, são algumas das diretrizes para criar regras que incentivem a negociação. A abrangência dos efeitos dos acordos é uma escolha fundamental, que repercutirá sobre a organização e o financiamento sindical.

São justamente as características e qualidades do novo sistema de relações de trabalho (tipo de organização e representação sindical e de normatização dos processos de negociação) que permitirão definir o conteúdo e escopo do objeto da negociação, sistema este assentado no princípio de ampla participação dos trabalhadores, na responsabilidade compartilhada por decisões democráticas e na proibição de práticas antissindicais.

Tão importante quanto o desenho final de todo o sistema de relações laborais é a definição da estratégia de transição do velho para o novo. Uma transição que valorize e incentive a mudança voluntária assumida pelas partes é fundamental para o sucesso do novo modelo. Uma transição, por exemplo, que reconheça as desigualdades existentes entre as empresas (micros, pequenas, médias e grandes) e a ausência de proteção de parcela expressiva dos trabalhadores, deve gerar mudanças que ampliem a proteção laboral e o desenvolvimento econômico das empresas, com definição de metas e repartição de resultados.

Uma reforma deve buscar construir uma nova cultura política nas relações laborais, por isso deve ser produzida em espaço de diálogo social e de ampla negociação, com o envolvimento de todos os agentes econômicos e políticos. Essa construção deve gerar compromissos fortes com o novo modelo e ser capaz de conduzir a transição e criar confiança para enfrentar incertezas geradas pela mudança.

Efetivamente, esses elementos estão todos fora do projeto de reforma trabalhista elaborado pela Câmara. Ao contrário, o processo de mudança cria derrotados, o que acirrará os conflitos, aumentará a desconfiança, fragilizará compromissos e trará mais insegurança. Trata-se de um projeto de quem gostaria que a senzala ainda existisse.

(Clemente Ganz Lúcio é sociólogo e diretor-técnico do Dieese)



O último surto psicótico do Dr. Mesóclise

May 30, 2017 17:51, von segundo clichê


Seja pela pessoa ética e moral que é, ou pelo fato de, em apenas um ano ter destruído a economia brasileira e provocado o caos político, o minúsculo Temer precisa ser interditado de suas funções o mais rapidamente possível, sob o risco de o país simplesmente ser arruinado.

Talvez por causa das pressões que vem sofrendo para que deixe a presidência e se enfie na mais próxima lata de lixo da história que encontrar, devido às recentes revelações de suas, lembrando o poeta, "tenebrosas transações", o usurpador tem dado demonstrações públicas da mais aguda esquizofrenia - outro motivo para que sofra o tratamento que o prefeito paulistano, mais um da sua laia, oferece aos dependentes químicos que zanzam pelas ruas da metrópole.  

Hoje mesmo, terça-feira, 30 de maio de 2017, o Dr. Mesóclise teve um desses surtos de dissociação da realidade - e, pior, sofreu o ataque diante de uma plateia de investidores internacionais, na capital paulista.

Um vexame!


Segundo testemunhas idôneas, o insignificante pretendeu se elevar à condição de um estadista, algo que não conseguirá nem em cem mil  anos, e afirmou, para o espanto dos presentes que o seu governo fez “muito em pouco tempo”, além de garantir que os estrangeiros encontram no país “uma economia que se recupera e que se moderniza”. 

Incorporada a idiotia, foi além: segundo ele, os investidores encontram no Brasil um governo determinado em completar as reformas “que estão transformando o país e abrindo novas oportunidade para todos”.

E, como um Napoleão de hospício, completou: “Eu quero transmitir uma mensagem clara, o nosso governo devolveu ao Brasil o caminho do desenvolvimento, e desse caminho não nos afastaremos. Não permitiremos que voltem a colocar em risco o presente e o futuro dos brasileiros.”

Para completar o quadro de absoluta loucura presenciado pelos ilustres convidados, o pequeno golpista foi acompanhado por outros internos nos hospícios brasilienses, como o seu "ministro" de Relações Exteriores, Aloysio Nunes, que em outra vida usava o codinome "Matheus" para assaltar bancos e trens como maneira de financiar a luta contra a ditadura militar.

Aloysio arriscou-se em águas que hoje lhes são completamente turvas, já que nesta sua nova vida ele é simplesmente um bom burguês. De acordo o ex-Matheus, a Previdência Social é deficitária e socialmente injusta, assim como a legislação trabalhista: “Quem se conforma com essa situação são apenas alguns setores mais reacionários”, disse no alto de sua proverbial ignorância.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, outro a quem deveriam ser administradas altas doses de haloperidol, pelo menos equilibrou frases desconexas com lampejos de honestidade, ao afirmar que a agenda da instituição que representa tem como foco o setor privado - o trabalhador que se lasque!

Não se sabe ao certo o efeito de tantos disparates sobre a ilustre plateia. Mas certamente os pacientes ouvintes, encerrada a apresentação desse universo paralelo, devem ter refletido, à luz do sol da realidade, que o Brasil não é um país para fracos.

Ou para gente séria. (Carlos Motta)



Poupança virou palavra proibida para o brasileiro

May 29, 2017 13:20, von segundo clichê


O Indicador de Reserva Financeira, calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que 65% dos brasileiros não possuem reserva financeira. Em março, 76% dos consumidores não conseguiram poupar, diante de 19% que conseguiram guardar dinheiro.

A proporção de poupadores foi maior nas classes A e B do que nas classes C, D e E. No primeiro caso, 37% pouparam, ante 60% que não pouparam. Já entre aqueles com menor renda, 13% pouparam, ante 80% que não reservaram nenhuma quantia. Apesar da diferença, em ambas as classes a maioria não poupou em março.


Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o baixo número de poupadores tem relação direta com a crise econômica, que potencializa a falta de cultura de poupar. “O desafio de boa parte das famílias é superar a queda da renda decorrente do aumento do desemprego e do avanço recente da inflação, que corroeu o poder de compra do consumidor.”

Em média, aqueles que conseguiram poupar guardaram R$ 502 em março - um total de R$ 14,2 bilhões poupados no mês.

O indicador também mostra que, em março, entre aqueles que possuem reserva financeira, mais da metade (55%) usou os recursos poupados. Os principais motivos foram o pagamento de contas da casa (13%), imprevistos (11%), despesas extras (9%), viajar (4%) e comprar uma casa ou apartamento (4%).

Considerando o destino dos rendimentos, 64% escolhem a caderneta de poupança. Em segundo lugar, 20% dos entrevistados decidem manter o dinheiro guardado na própria casa. Em seguida, aparecem os fundos de investimento (10%); a Previdência Privada (7%); o CDB (6%); e o Tesouro Direto (4%).

Entre os consumidores que não pouparam em março, a principal justificativa foi a renda baixa, mencionada por 44% dos entrevistados. Os imprevistos também se destacaram, citados por 16% e outros 13% disseram estar sem renda no momento. Além destes motivos, 9% citaram o fato de não conseguirem controlar os gastos e 6% a falta de disciplina.

Já entre os entrevistados que conseguiram poupar, a maior parte (37%) se diz motivada por imprevistos como doenças, mortes e problemas diversos. Há também 31% que falam em garantir um futuro melhor para a família e 22% que pretendem reformar ou quitar um imóvel. A preocupação com a aposentadoria não é algo que se destaca, citada somente por 14% dos que pouparam.



"O mercado quer"

May 29, 2017 13:14, von segundo clichê


Uma frase que se lê muito nos jornalões afora é "o mercado quer".

Certo é que "mercado" poderia remeter a outros tantos significados, tais como aquele simpático lugar onde se pode comprar frutas, legumes, verduras, ovos, carnes, embutidos, e muito mais coisas gostosas.

Ou, se houver o complemento "consumidor", se referir a uma centena de milhões de pessoas que, no Brasil, dormem e sonham com os mas variados produtos e serviços, muitos absolutamente supérfluos, outros essenciais à existência.

Mas o mercado preferido por variados analistas econômicos e políticos que venderam suas almas para aquilo que outrora se poderia chamar de imprensa é outro.

Normalmente, quem cita o tal "mercado" demonstra uma intimidade tamanha com essa entidade que até abrevia a sua denominação, pois suprime a parte mais importante da palavra, composta, na verdade: se fossem mais formais, escreveriam "mercado financeiro", pois é desse simpático setor da economia, formado por bancos, corretoras, bolsas de valores etc e tal, dos quais se julgam possuidores de segredos, desejos, e com os quais julgam privar da mais completa confiança, amizade, até.

Para esses notáveis escribas, o "mercado" é algo tão intrínseco às suas funções profissionais que eles não passam um dia sequer sem mencioná-lo em suas ilações sobre os rumos deste nosso tão machucado Brasil.

E o citam como se ele tivesse a relevância de um oráculo, como se as suas respostas proporcionassem a solução para tudo, desde as mais comezinhas questões microeconômicas, até os mais audaciosos projetos para a reconstrução do país.

O mercado quer.

Não o "mercado sugere", ou mesmo "o mercado pede".

O mercado quer, ele impõe, ele é o mais poderoso instrumento de dominação da nossa sociedade.

O mercado é a eminência parda, o cardeal Richelieu desta iníqua revolução que pretende levar de volta o Brasil ao século XIX. 

O mercado é a antítese da democracia, da transparência, e de qualquer projeto político/social progressista.

O mercado manda e só resta aos ordinários obedecer. (Carlos Motta)



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