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Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , von Blogoosfero - | 1 person following this article.

A eterna farra dos nossos parlamentares

March 10, 2017 15:05, von segundo clichê


O jornalista Luiz Gonzaga do Monte Carmelo, amigo de muitos anos, faz o seguinte comentário para uma publicação, no Facebook, de Claudia Wallin sobre a diferença abissal entre os apartamentos funcionais utilizados pelos parlamentares brasileiros e suecos: "Nossos deputados deveriam morar nos prédios do Minha Casa, Minha Vida."

Gonzaga, que escreve uma coluna para lá de interessante no jornal ABCD Maior, intitulada Os Outros Lados da História, que mostra as lutas sociais muitas vezes esquecidas pela historiografia oficial, está mais do que certo.

Mas vou além.

Nossos vereadores, deputados e senadores vivem num luxo, numa mordomia que não condiz, absolutamente, com o trabalho que desempenham - no caso deles, que deveriam desempenhar.


A maioria quase total dos parlamentares brasileiros não passaria numa prova para alunos do Ensino Médio. Muitos, nem do Fundamental.

Fora a ignorância, há o problema, maior, da ética, ou falta dela.

Ou eles defendem, desavergonhadamente, interesses corporativos - vide as bancadas do boi, da bala, da bola, dos evangélicos... -, ou se rendem aos mais variados lobbies, para ficar nos exemplos mais corriqueiros de sua atuação.

O interesse público, parafraseando o ex-técnico da seleção brasileira Carlos Alberto Parreira, é apenas um detalhe. 

E tudo isso se passa em meio a um luxo reservado a poucos neste mundo: assessores, carros, passagens de avião, moradia, tudo de graça, tudo pago por nós, os pobres, miseráveis e ordinários contribuintes.

Na minha utopia esse tipo de político faria um trabalho voluntário, ou, quando muito, remunerado de acordo com a sua atuação (comparecimento às sessões legislativas, às reuniões das comissões etc), teria o suporte de assessores técnicos do quadro de cada casa (Câmara Municipal, Assembleias Legislativas, Câmara dos Deputados e Senado), e uma ajuda fixa para viagens e moradia - e só. 

Lógico que Receita Federal e outros órgãos de fiscalização ficariam de olho bem aberto para ver se esses devotos homens públicos não receberiam algum tipo de "incentivo" por fora.

Na minha utopia a coisa funcionaria assim. 

Mas ela é apenas uma utopia, nada mais que uma utopia. (Carlos Motta)



Nem sempre a "iniciativa privada" é melhor

March 10, 2017 9:29, von segundo clichê


Reproduzo abaixo um artigo de Tim Vickery, e publicado no site da BBC Brasil, da qual ele é colunista. 

Ele compara os sistemas de saúde da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos. Quem adora criticar o SUS, o sistema de saúde brasileiro, e enaltecer os serviços dos particulares, ou acha que a tal "iniciativa privada" é sinônimo de eficiência, poderia perder alguns minutos para lê-lo. 

E, depois, para refletir.

Vai aí a íntegra:


Tim Vickery: A ideia de que a iniciativa privada
é sempre melhor é uma grande falácia

Tim Vickery
Colunista da BBC Brasil*

Na Grã-Bretanha, gasta-se 9,1% do PIB com saúde. Nos Estados Unidos, são 17,1% e subindo.

Mesmo assim, na semana passada, quando a minha mãe sofreu um pequeno derrame, fiquei bem feliz que ela é inglesa e não americana.

Ela foi bem e rapidamente tratada no hospital, e a recuperação está sendo acompanhada por uma equipe de especialistas que visitam a sua casa - sem que ela desembolse um centavo por tudo isso.

Claro que nada vem de graça. Alguém tem que pagar. Mas, por enquanto (já que isso é uma outra história), o país goza de um sistema socializado, financiado principalmente mediante impostos e sem cobranças, ou com contas pequenas para remédios.

Nos Estados Unidos, entretanto, o sistema é fragmentado e particular, visando o lucro. Os rios de dinheiro gastos não vão fluindo para um resultado eficiente, a não ser pelos acionistas. A expectativa de vida na Grã-Bretanha é de 81 anos - e somente 78,9 nos Estados Unidos.

A ideia de que a iniciativa privada é sempre a melhor e mais eficaz solução é uma das grandes falácias da nossa época.

Fica evidente, por exemplo, que o seu modelo de saúde é negativo para o povo dos Estados Unidos em resultados e, principalmente, em custos.

Cerca de 35% da sua população já enfrentou dificuldade financeira por causa de contas médicas. E a busca por lucro traz pressões para aumentar as cobranças para os saudáveis e limitar os tratamentos aos doentes - a velha história de oferecer o guarda-chuva quando está fazendo sol e retirá-lo na chuva.

Estima-se que o aumento de um ano na expectativa de vida é capaz de aumentar o PIB per capita em 4%, enquanto uma mão de obra mais saudável pode aumentar a produtividade de uma empresa de 20% a 47%.

Gastos com saúde, portanto, juntos aos com educação e infraestutura, não são custos, mas investimentos. Faz sentido socializá-los até numa lógica puramente comercial, pois reduzem o custo de fazer negócios e aumentam a competitividade da economia.

O oposto acontece quando a iniciativa privada toma conta desses setores. Daí, haverá uma procura por renda, que faz tudo mais caro, tirando a competitividade.

Algumas atividades estratégicas, portanto, deveriam ser feitas pelo Estado - o que conduz a uma das perguntas mais importantes da atualidade: qual tipo de Estado?

Condições fundamentais para a iniciativa privada são um Estado de direito e a proteção dos ganhos, sem as quais ninguém vai investir. Adam Smith, o pai da economia clássica, sabia disso muito bem, embora muitos de seus chamados discípulos já tenham se esquecido...

O governo, escreveu Smith, "é, na realidade, instituído para a defesa dos ricos contra os pobres ou daqueles que têm alguma propriedade contra aqueles que não têm absolutamente nada".

Duas conclusões. Primeiro, quem mais se beneficia das ações do Estado deveria estar preparado para financiá-lo. A redução de impostos em cima das grandes empresas e os super-ricos é um grande contrassenso.

Segundo, o Estado é um ator integral na engrenagem. Qualquer modelo que considera o Estado uma interferência indesejada fica sem valor, pois postula uma situação que nunca existiu nem poderia existir.

Uma das lutas do século 21 é em prol de um Estado democrático, honesto e eficiente - aquele que criou o sistema de saúde na Grã-Bretanha seria um exemplo.

Foi um Estado mobilizado por guerra que, depois da vitória sobre os nazistas, conseguiu se direcionar para o bem comum. Ajudou nas lutas da minha mãe, que nasceu em pobreza degradante, forneceu para os seus filhos oportunidades impensáveis pouco tempo antes e agora, embora sob ataque de forças poderosas, está a ajudando num momento de necessidade.

É bastante possível que alguém que esteja lendo esse humilde artigo num iPhone - dos quais os componentes-chave (internet, GPS, tela sensível ao toque e outros) foram desenvolvidos com dinheiro público e depois entregues numa bandeja para a iniciativa privada.

O iPhone é, então, uma buginganga emblemática da época contemporânea.

(Tim Vickery é colunista da BBC Brasil e formado em História e Política pela Universidade de Warwick)



Uma democracia não pode ter presos políticos

March 9, 2017 16:34, von segundo clichê

Comentário do jornalista Mario Rocha no Facebook:

"O juizeco do Paraná deu mais uma sentença de condenação ao Zé Dirceu. Alegação: recebimento de propinas por parte de administradores de uma tal empresa Tubular. Os administradores estão soltos sob a alegação de que não havia provas contra eles. Entendeu o modus operandi do juizeco? Ele diz ter provas de que o Dirceu recebeu propinas. Mas não tem provas para condenar quem pagou a propina. Será que o juizeco, como questionou o advogado Batocchio, passou no exame da OAB? Zé Dirceu pode não ser santo, mas ele é hoje um preso político."

Há pouco a acrescentar.

Apenas que José Dirceu foi um dos principais troféus que a direita escolheu para arrebatar na sua cruzada contra a esquerda brasileira: o maior prêmio, como todos sabem, é o ex-presidente Lula.


Afinal, além de seu histórico de lutas contra a ditadura militar, Dirceu foi um dos pilares do PT, formulou a estratégia que permitiu a eleição de Lula e o seu sucesso no governo, além de ter sido seu mais importante ministro no primeiro mandato.

Natural, portanto, que tenha sido alvo de intensa perseguição, que culminou na farsa do julgamento da AP 470, aquele do "não tenho provas, mas a literatura jurídica me permite condená-lo", e nessa armação grotesca dos lava-jatos.

Dirceu preso é a prova mais cabal de que não existe Justiça no Brasil, mas sim um simulacro a serviço de interesses políticos e pecuniários.

O Judiciário é a maior fonte de corrupção do Estado brasileiro, já que sua fiscalização e controle são exercidos pelos seus próprios membros.

A prisão de Dirceu é uma aberração jurídica e moral.

Uma aberração que deveria ser combatida por todos os que acreditam na democracia e, principalmente, pelos integrantes do PT, que, pelo menos publicamente, nada têm feito em favor de sua libertação. (Carlos Motta)



Uma democracia que tem presos políticos

March 9, 2017 16:02, von segundo clichê

Comentário do jornalista Mario Rocha no Facebook:

"O juizeco do Paraná deu mais uma sentença de condenação ao Zé Dirceu. Alegação: recebimento de propinas por parte de administradores de uma tal empresa Tubular. Os administradores estão soltos sob a alegação de que não havia provas contra eles. Entendeu o modus operandi do juizeco? Ele diz ter provas de que o Dirceu recebeu propinas. Mas não tem provas para condenar quem pagou a propina. Será que o juizeco, como questionou o advogado Batocchio, passou no exame da OAB? Zé Dirceu pode não ser santo, mas ele é hoje um preso político."

Há pouco a acrescentar.

Apenas que José Dirceu foi um dos principais troféus que a direita escolheu para arrebatar na sua cruzada contra a esquerda brasileira: o maior prêmio, como todos sabem, é o ex-presidente Lula.


Afinal, além de seu histórico de lutas contra a ditadura militar, Dirceu foi um dos pilares do PT, formulou a estratégia que permitiu a eleição de Lula e o seu sucesso no governo, além de ter sido seu mais importante ministro no primeiro mandato.

Natural, portanto, que tenha sido alvo de intensa perseguição, que culminou na farsa do julgamento da AP 470, aquele do "não tenho provas, mas a literatura jurídica me permite condená-lo", e nessa armação grotesca dos lava-jatos.

Dirceu preso é a prova mais cabal de que não existe Justiça no Brasil, mas sim um simulacro a serviço de interesses políticos e pecuniários.

O Judiciário é a maior fonte de corrupção do Estado brasileiro, já que sua fiscalização e controle são exercidos pelos seus próprios membros.

A prisão de Dirceu é uma aberração jurídica e moral.

Uma aberração que deveria ser combatida por todos os que acreditam na democracia e, principalmente, pelos integrantes do PT, que, pelo menos publicamente, nada têm feito em favor de sua libertação. (Carlos Motta)



Política dos golpistas aprofunda recessão

March 9, 2017 11:00, von segundo clichê


A queda do Produto Interno Bruto de 3,6% em relação a 2015, quando a economia já havia retraído 3,8%, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirma uma tendência de aprofundamento da recessão.

De acordo com o economista da Unicamp e presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, os dados refutam a hipótese de que uma simples mudança de governo seria suficiente para fazer  a credibilidade empresarial voltar ao país e a economia sair da recessão. Instituída a política econômica do atual governo, o que houve, de fato, foi um aprofundamento da recessão.


“A fase mais dura da recessão durante o governo da ex-presidenta Dilma Rousseff havia durado até a metade de 2015, depois entramos numa fase de redução das quedas. Contudo, com o golpe, no ano passado, o caminho de saída da recessão que já estava em curso foi interrompido e ela tornou a crescer. Tanto é que no terceiro trimestre de 2016 a economia caiu 0,7%. E agora, o último dado revelado, é uma queda de 0,9%”, diz.

Pochmann  afirma ainda que a queda da taxa de juros é um fato novo e segue com um ritmo inferior à queda da inflação, de tal forma que temos uma queda nominal mas não real. “A taxa de juros tem aumentado no Brasil. Do ponto de vista do consumo e do investimento,  o determinante não é a evolução nominal da taxa de juro, e sim a evolução real, porque a inflação vem caindo mais rapidamente do que a capacidade do Banco Central de reduzir a taxa Selic”.

Já o economista Igor Rocha avalia que a economia passa por uma retração forte da demanda, e todos os eixos que poderiam possibilitar uma recuperação estão travados, inclusive do ponto de vista externo. “O governo faz uma política pró-cíclica quando deveria fazer política anticíclica para atenuar a recessão. Só recentemente houve uma queda da taxa de juros, em uma cadência muito inferior à necessidade para provocar uma recuperação." (Fundação Perseu Abramo)



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