Gehe zum Inhalt

Motta

Full screen

Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , von Blogoosfero - | 1 person following this article.

O Brasil do golpe, uma década perdida

February 25, 2017 9:49, von segundo clichê


Reportagem da Reuters Brasil mostra que, ao contrário do que apregoam governo e seus jornalistas amestrados, a recessão provocada pelos golpistas está longe de terminar e vai deixar sequelas durante um longo tempo.

O título da matéria resume a tragédia: "Brasileiro só recuperará riqueza perdida com recessão em 10 anos."

A sua íntegra é a seguinte:


Os efeitos da crise prolongada e da expectativa de lenta retomada da economia do Brasil vão fazer com que a riqueza do brasileiro demore dez anos para se recuperar do estrago causado pela recessão.

Na projeção de economistas, o pico do Produto Interno Bruto (PIB) per capita alcançado em 2013 só será superado no início da próxima década, entre 2022 e 2023.

"Em 2022, o PIB per capita deve alcançar 31 mil reais (em números deflacionados) e aí supera o patamar de 2013, quando estava em 30,8 mil reais. É praticamente uma década perdida", diz o economista e sócio da consultoria 4E, Bruno Lavieri.

A recessão enfrentada pela economia brasileira nos últimos anos fez com que o PIB per capita do Brasil acumulasse forte queda desde 2014, devolvendo os ganhos obtidos no período de forte crescimento da economia. Segundo Lavieri, esse indicador fechará 2017 a 27,8 mil reais, voltando a crescer gradualmente apenas a partir de 2018.

A assistente administrativa Andréia Zanetti, de 34 anos, é um exemplo de como o brasileiro sente os efeitos dessa diminuição da riqueza. Desempregada por sete meses, ela até conseguiu nova colocação em novembro passado, mas o salário atual equivale à metade do que recebia no trabalho anterior.

Com isso, precisou reduzir consumo e readequar o orçamento doméstico à nova realidade. "Troquei as lojas em que comprava roupa, deixei de jantar e almoçar fora e cortei o telefone fixo de casa", diz Andréia. "Mudei até a marca do leite que comprava para o meu filho."

A economia brasileira vem sofrendo com a forte recessão e, segundo cálculos de especialistas, deve ter encolhido mais de 9 por cento desde o início da crise, acertando em cheio a riqueza da população.

"No acumulado desde 2014 até agora, houve queda de 9,6 por cento no PIB per capita. É uma redução do padrão de vida bastante expressiva", afirma o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Julio Mereb.   Continuação...

A projeção de lenta recuperação da riqueza do brasileiro é explicada pela expectativa de baixo crescimento econômico nos próximos anos diante da queda do PIB potencial do país.

"A economia deve avançar no máximo em linha com o crescimento potencial, ao redor de 2,5 por cento, nos próximos anos", afirmou a economista da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro, para quem o PIB per capita do país só vai superar o resultado de 2013 em 2023.

O PIB potencial do Brasil perdeu fôlego na crise atual sobretudo por causa da forte queda do investimento e pelo lento crescimento da População Economicamente Ativa (PEA), cujo avanço mais forte em anos passados também ajudava a elevar a capacidade de crescimento do Brasil.

A PEA chegou a aumentar 2 por cento ao ano, mas deve crescer a uma taxa inferior a 1 por cento nos próximos anos por causa do envelhecimento da população.

Também fundamental para o enriquecimento do país, o desempenho da produtividade --que está estagnada nas últimas décadas-- depende de mudanças estruturais na economia, que envolvam reformas para aumentar o investimento, desburocratizar e melhorar o ambiente de negócios da economia brasileira.

"As reformas dão previsibilidade para a economia e puxam o ciclo virtuoso ao tornar o ambiente mais propício para negócios e trazer ganhos de produtividade", afirmou o economista do Itaú Rodrigo Miyamoto.

O estrago da recessão no padrão de vida do brasileiro também fica evidente quando se compara o PIB per capita do Brasil medido em dólar com o de outras economias.

Os últimos números do Fundo Monetário Internacional (FMI), que retiram os efeitos cambias e de inflação, mostram que o PIB per capita do Brasil deve encerrar este ano em 15,5 mil dólares, bastante distante de economias parecidas como a do Chile (24,7 mil dólares) e a do México (19,5 mil dólares).

O caso mais emblemático de comparação é o da Coreia do Sul, cujo PIB per capita era bastante parecido com o do Brasil na década de 1980. Hoje, no entanto, a riqueza média dos sul-coreanos é de 39,7 mil dólares.

"Foi um país que fez um investimento muito grande em educação e liberou a importação de tecnologia para diversos setores da economia, o que ajudou de alguma maneira a qualificar a mão de obra", explicou o professor de economia do Insper Otto Nogami.



Empresas se afundam na inadimplência

February 24, 2017 14:51, von segundo clichê


Uma coisa é certa: poucos países têm, como o Brasil, um ministro da Fazenda capaz de decretar, como num passe de mágica, o fim da recessão. Pena que a sua afirmação fique só no campo da ficção, pois no mundo real a desgraça promovida na economia pelo golpe de Estado que levou ao poder o Dr. Mesóclise e seu bando de picaretas a cada dia se aprofunda mais.

Hoje  o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgaram números sobre a inadimplência das empresas. E não deu outra: o número das caloteiras aumentou 5,28% em janeiro, em comparação com o mesmo período do ano passado.


Levando em consideração os dados das cinco regiões brasileiras, o indicador demonstrou que o Nordeste teve o maior avanço do número de pessoas jurídicas negativadas em relação a janeiro do ano passado (6,70%), seguido pelo Norte (5,39%), Sudeste (5,29%), Centro-Oeste (4,47%) e Sul (3,17%).

No entanto, o Sudeste teve a maior concentração de dívidas registradas pelas empresas – 43,72% do total de registros do país pertence a empresas da região. Isso se explica pelo fato de a região ter a maior participação no PIB (soma de todos os bens e serviços produzidos no país) brasileiro.

Houve também aumento de 3,45% na quantidade de dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas, na comparação com janeiro de 2016. 

O número de empresas devedoras por setor indica que o segmento de serviços (que engloba bancos e instituições financeiras) teve a maior alta de empresas negativadas em janeiro de 2017 na comparação com o mesmo período do ano anterior (8,00%), seguido de indústria (4,78%) e comércio (4,12%).



Recuperação do setor industrial ainda é não é clara

February 24, 2017 14:39, von segundo clichê


Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a produção industrial teve queda de 6,6­­% no acumulado do ano de 2016. Trata-se do terceiro ano de queda seguida do segmento e ainda o terceiro pior para um ano na série histórica iniciada em 2002, perdendo apenas para 2015, com baixa de 8,3% na produção, e para 2009, com recuo de 7,1%.

Na comparação mês a mês, ocorreu de novembro para dezembro um aumento de 2,3% na produção industrial, impulsionado particularmente pelo setor de veículos automotores. Veículos automotores, reboques e carrocerias registraram alta de 10,8%, o que intensificou o índice do mês anterior, de 6,9%. O resultado para esse segmento foi o maior desde junho de 2016, quando houve alta de 11,7%. 


O resultado positivo da produção industrial em dezembro foi abrangido por outros setores pesquisados.

Entre os 24 ramos investigados, 16 registraram crescimento em relação a novembro. Embora a produção industrial mostre um aumento na produção de caminhões e automóveis, os estoques permanecem acima do nível desejado e não houve mudança substancial na capacidade ociosa da indústria. Tal resultado positivo na comparação mensal pode ser apenas um “respiro” frente a uma base de comparação com níveis muito baixos. Dados da confederação Nacional da Indústria (CNI), que antecipam um cenário a ser consolidado por dados do IBGE, mostram que em janeiro, a produção industrial continuou a apresentar queda, mesmo que com menor intensidade, ao mesmo tempo em que o emprego industrial também apresentou retração. 

Nesse cenário delicado, a sinalização de queda da Selic pode contribuir positivamente para o setor produtivo, ocorrendo uma melhora nos balanços das empresas (endividamento) decorrente da redução prevista da taxa de juros. No entanto, cabe uma sinalização mais positiva do Banco Central quanto à estabilidade da taxa de câmbio e ao seu patamar. Esperemos cenas dos próximos capítulos. (Igor Rocha, economista/Fundação Perseu Abramo)



Brasil, uma imensa masmorra

February 23, 2017 19:17, von segundo clichê


A civilização, definitivamente, passa longe do Brasil. A contemporaneidade, então, nem sabe onde é essa terra, que em várias áreas ainda vive como se estivesse na Idade Média.

A Justiça, por exemplo, eternamente demorada e ineficiente.

Ou o sistema carcerário, que faz inveja às mais soturnas masmorras dos tempos em que o homem era ainda mais violento e cruel do que hoje.

Levantamento dos tribunais de Justiça de todo o país, por recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que os direitos humanos, no Brasil, são simplesmente um conceito abstrato, algo tão distante da nossa realidade quanto os exoplanetas descobertos outro dias desses.

O resumo da pesquisa do CNJ é aterrador: uma pessoa presa provisoriamente no Brasil fica em média um ano e três dias encarcerado antes de ir a julgamento.

Em Pernambuco, quem é detido em flagrante permanece, em média, mais de dois anos e meio (974 dias) encarcerado, antes de ter a sentença proferida por um juiz.


No Rio Grande do Norte, Estado em que pelo menos 26 presos morreram em rebeliões no início deste ano, uma pessoa detida sem julgamento aguarda, em média, 682 dias antes de ser condenada ou absolvida por um juiz.

Como os números são uma média, é possível que haja pessoas presas há muito mais tempo sem que tenham sido julgadas.

Os dados foram compilados por ordem da presidente do CNJ, ministra Cármen Lúcia. A iniciativa foi tomada após a crise carcerária ocorrida no início do ano, na qual mais de 100 presos foram assassinados em presídios do Amazonas, de Roraima e do Rio Grande do Norte.

De acordo com as informações do CNJ, o número de presos provisórios no país ultrapassa 221 mil. Número próximo ao do déficit de vagas em todo o sistema penitenciário, que segundo os dados mais recentes do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), mantido pelo Ministério da Justiça, era de 250.318 vagas em 2014, ano dos números mais recentes.

Diante do quadro, 25 tribunais de Justiça encaminharam planos de trabalho os quais detalham ações que podem acelerar os julgamentos e potencialmente reduzir o número de pessoas presas sem necessidade.

Das unidades da Federação, a que tem maior quantidade de presos provisórios é o Estado de Sergipe, no qual 82,3% das pessoas detidas não tiveram julgamento definitivo. Em seguida vem Alagoas, com 80,92%. Os Estados que registram percentuais menores de presos nessas condições são Mato Grosso do Sul (15,12%) e Amazonas (13,57%).

Em números absolutos, São Paulo é o Estado com o maior número de presos provisórios (35.788), seguido por Minas Gerais (26.721) e Rio de Janeiro (22.942).



Bancos públicos atuam para reduzir a estrutura do Estado

February 23, 2017 15:32, von segundo clichê


A política bancária e creditícia do socialdesenvolvimentismo em tudo se diferenciou da política praticada entre 1994 e 2002, quando o que se observava era a internacionalização e a desestatização do setor bancário.

O encolhimento do número de bancos privados nacionais veio acompanhado do aumento do número de bancos privados estrangeiros e da privatização dos bancos públicos estaduais, além do enxugamento dos federais. Nesse período, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) praticamente restringiu sua atuação ao financiamento de exportações, o Banco do Brasil (BB) encolheu enormemente o crédito do setor rural e a Caixa Econômica Federal (Caixa) viu estagnar o crédito para habitações. Não é exagero afirmar que o período foi marcado por uma política de crédito passiva.

Já entre 2003 e 2008, ainda que ajudado por uma conjuntura internacional favorável, o que se nota no Brasil é a renacionalização do sistema bancário. Nesse período, retomando a importância das políticas de crédito, o governo promoveu a melhora da relação entre o crédito bancário e o PIB por meio de uma série de incentivos macro e microeconômicos, estimulando desde a redução da taxa básica de juros até a regulamentação dos empréstimos consignados em folha de pagamento.


Mais ainda, graças à criação das contas simplificadas, à difusão dos correspondentes não bancários e à ampliação do acesso ao crédito popular, o número de contas correntes mais do que dobrou, enquanto o número de poupanças cresceu exponencialmente. O que se observa ao longo desse período é o aumento ininterrupto no número de agências e postos bancários e a difusão e o barateamento do crédito, com a inclusão de clientes de camadas sociais mais baixas.

Além disso, a partir de 2008 e adentrando o mandato da presidenta Dilma, já no contexto da crise financeira internacional, merecem destaque três iniciativas que restauraram a importância dos bancos públicos federais: o aumento do aporte financeiro disponível para a atuação do BNDES, o incremento do fomento para a agricultura apresentado pelo BB e a inauguração do programa habitacional para casas próprias da Caixa.

Vale mencionar a importância crescente dos bancos públicos estaduais e das agências de desenvolvimento. 

Dessa vez, trata-se inequivocamente de uma política de crédito ativa e de criar o embate entre os limites do velho padrão rentista e patrimonial de acumulação e as possibilidades de um novo modelo de financiamento para o desenvolvimento.

Enquanto Dilma utilizou os bancos públicos como forma de pressionar as instituições financeiras privadas para a redução dos juros e do spread bancário, como já foi dito, nesse primeiro ano de governo golpista o BB e a Caixa passaram a cobrar juros mais caros em algumas linhas de crédito. Entre os cinco maiores bancos do país, o BB teve o maior juro no financiamento de veículos, enquanto a Caixa operou a segunda maior taxa no rotativo do cartão de crédito. Os bancos passaram a adotar o discurso de recomposição das receitas e de recuperação da rentabilidade e abriram mão das funções públicas e sociais dos bancos estatais.

Além disso, o BB anunciou uma reestruturação envolvendo a demissão de cerca de 18 mil funcionários, o fechamento de cerca de 402 agências, a transformação de 379 agências em postos de atendimento, além do encerramento das atividades de 31 superintendências.

A Caixa, por seu turno, estabeleceu como meta demitir em torno de 11 mil funcionários, com o encerramento das atividades em cerca de cem agências, além de estar preparando estudos para viabilizar em 2017 a abertura de capitais da empresa. O Programa Minha Casa, Minha Vida deve sofrer uma redução de 9% em 2017, ao mesmo tempo que abre uma nova linha de crédito para faixas de renda de R$ 9 mil. Por trás desse duplo movimento, é possível notar uma certa mudança no viés do programa, que passa a atender um número menor de pessoas de baixa renda e passa a ter um número maior de beneficiários de classe média.

O BNDES, por fim, passou por uma descapitalização, antecipando R$ 100 bilhões ao Tesouro. Além disso, o banco converteu o financiamento de grandes empresas em linhas de crédito para pequenas e médias empresas, e, mais ainda, o governo pretende converter a taxa de juros de longo prazo (TJLP) em uma taxa normal de juros de mercado. Isso significa um encarecimento de cerca de 30% da TJLP, decisão que deve impactar negativamente o investimento em capital fixo no país.

A prioridade do financiamento de longo prazo e do investimento industrial tem sido paulatinamente substituída pela priorização da operacionalização das privatizações e concessões.

O que se observa, em suma, é um movimento duplo: em primeiro lugar, trata-se de diminuir o ativismo estatal dos bancos públicos federais, por meio de privatizações e enxugamentos na estrutura das instituições e nas ofertas de créditos por elas promovidas; em segundo lugar, busca-se alterar o perfil do público beneficiário desses créditos, como fica evidente no caso da Caixa, que diminui o volume global de crédito e incorpora uma fatia destinada a atender a classe média. Algo análogo ocorre com o BNDES: diminui-se o total de crédito ofertado e o financiamento decrescente de grandes empresas passa a ombrear com o financiamento crescente de pequenas e médias empresas.

Essas duas medidas acima apontadas, nas suas entrelinhas, denunciam o viés político-econômico do governo Temer, que envolve a priorização da classe média (e não das camadas populares e trabalhadoras) e a associação com o capital financeiro internacional (mais do que com o próprio capital produtivo nacional).

Trata-se, portanto, de uma reversão à lógica neoliberal, em detrimento da distribuição de renda por meio do fortalecimento da ampliação do crédito para as camadas populares e em detrimento da soberania nacional por intermédio do fortalecimento do financiamento de longo prazo para o que ainda resta do capital produtivo nacional.

Na passagem de 2016 para 2017, os bancos públicos constituíram a última fronteira das investidas do governo Temer contra a estrutura do Estado. Em qualquer circunstância essa postura seria contestável, mas ela se torna ainda mais danosa quando levada a cabo em um cenário de recessão econômica, queda dos investimentos, retração do consumo e instabilidade da economia internacional. Sem a ampliação do crédito e do financiamento com juros justos, tanto na Selic quanto na TJLP, e sem a utilização dos bancos públicos como mecanismos anticíclicos e distributivista, a recuperação econômica torna-se ainda mais improvável nesse ano que se inicia. (Boletim de Análise de Conjuntura/Fundação Perseu Abramo)



Motta

0 Communities

keine