Fim de semana de teatro e dança na Funarte SP
November 9, 2018 10:13Neste fim de semana, o Complexo Cultural Funarte SP recebe a Mostra Paralela de Artes Cênicas. Parte do Mercado de Indústrias Criativas do Brasil 2018, a Mostra tem uma programação intensa, com apresentações de teatro e dança até amanhã, sábado (dia 10).
Hoje, sexta-feira, dia 9, serão apresentados os espetáculos Nihil Obstat e Homens de Sola de Vento (foto), de dança. No sábado, o público poderá conhecer as montagens teatrais Simbad, o Navegante e Still Reich.
Também no sábado, a Sala Carlos Miranda do Complexo recebe a estreia do espetáculo Museu das Pequenas Coisas, parte do projeto de mesmo nome, organizado por artistas independentes. A montagem fica em cartaz até dia 24 de novembro, sábados e domingos, sempre às 20h30.
Outro destaque no Complexo Cultural Funarte SP são as exposições Bestiário Nordestino, na Galeria Flávio de Carvalho, e Mãe Preta, na Galeria Mario Schenberg. Ambas podem ser visitadas, com entrada franca, até o dia 25 de novembro, de segunda a sexta das 11 às 18 horas, sábados e domingos das 11 às 21 horas.
A música não fica de fora da programação do Complexo. Três shows movimentam o fim de semana da Sala Guiomar Novaes. Hoje, sexta, sobe ao palco o compositor e pianista Victor Pessoa Bezerra, às 19 horas, com o espetáculo Novo Elemento. No sábado, às 20 horas, será a vez do show Canteiro de Alumiá, com Ricardo Dutra e Quinteto Aralume. Domingo, às 17 horas, Ricardo volta ao palco ao lado de outros artistas para o Concerto Popular. Os ingressos têm shows com preços populares.
Já no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, continua a temporada do espetáculo Jogos na Hora da Sesta. A montagem fica em cartaz até o dia 2 de dezembro (exceto dias 16, 17 e 18 de novembro), sextas e sábados às 20h30, e domingos às 18 horas. Os ingressos têm preços populares.
O marabaixo do Amapá agora é patrimônio cultural do Brasil
November 9, 2018 9:42O marabaixo, manifestação cultural que expressa a resistência negra, recebeu o título de Patrimônio Cultural do Brasil, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Originada no Amapá, a tradição inclui ritmos musicais e danças e remete à vinda dos navios negreiros da África para o Brasil, homenageando os escravos que morreram durante a viagem. Registros históricos mostram que, quando os corpos eram lançados ao mar – daí o nome –, seus companheiros de clausura entoavam hinos de lamento, músicas que hoje são chamadas de ladrões.
Os 22 membros do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan aprovaram a concessão do título por unanimidade. O conselho é composto por especialistas de diversas áreas, como turismo, arquitetura e sociologia e é responsável por apreciar os processos de tombamento e registro.
O anúncio do título foi recebido com satisfação por Valdinete Costa, coordenadora de Ações Afirmativas do Ciclo do Marabaixo na Secretaria Extraordinária para os Povos Afrodescendentes (Seafro) do governo do Amapá: "O reconhecimento é, para nós, uma grande satisfação, um sonho realizado. Um momento ímpar, de muita felicidade. A luta é de resistência. Há muito tempo, a gente vem buscando essa valorização e, enfim, chegou, pelo Iphan."
Festividade
Difundida entre membros de comunidades negras, os festejos seguem princípios católicos e duram aproximadamente 60 dias, tendo início no Sábado de Aleluia. Única festividade coletiva da capital, o Ciclo do Marabaixo inclui orações típicas, ladainhas, novenas e brincadeiras para crianças que acontecem no perímetro urbano e na zona rural de Macapá.
As cerimônias são marcadas por um processo ritualístico que começa com o ritual de Aceitação, que, conforme conta Valdinete, é quando os participantes acompanham a recepção do festeiro daquele ano – marabaixeiro que fica responsável pela organização daquela edição da festa. O promesseiro, como é também chamado, elege seu santo padroeiro correspondente. "Esse é um momento de oração, de agradecimento", diz a coordenadora.
Além do Marabaixo de Aceitação, há também o Marabaixo do Mastro e o Marabaixo da Murta. Nessas duas fases, os grupos cortam um toco de árvore que, depois de ser enfeitado com murtas (ramos), está pronto para receber a bandeira do santo a que são devotos. No caso do Ciclo do Marabaixo, os marabaixeiros homenageiam a Santíssima Trindade e o Espírito Santo.
O grupo ainda confraterniza à mesa, onde se servem caldos e o Almoço dos Inocentes, que traz o simbolismo de 13 crianças, representando Jesus e seus 12 apóstolos. "Tudo é voltado para a fé, para o catolicismo", pontua Valdinete.
Preconceito
A coordenadora conta que, conforme inventário iniciado em 2012, há, no Estado, pelo menos 22 círculos marabaixeiros, entre grupos e comunidades que, ao longo dos anos, enfrentaram persistentes ataques, motivados por racismo, já que o marabaixo, embora saúde santos católicos, agrega diversos elementos da cultura negra e é regido por povos tradicionais, como os quilombos.
"Tivemos preconceito, inclusive, de magistrados que usaram de sua autoridade para nos intimidar, no ato de algumas festividades. Mas não paramos de cantar nossos ladrões", relata a coordenadora. "Nos unimos numa só voz, clamando por respeito e fizemos um ato, que ocasionou no reconhecimento da própria Assembleia Legislativa de criar o Dia Estadual do Marabaixo. Tivemos oposição dentro da Igreja Católica. Foram vários atos isolados que nos fizeram ir para as ruas, pedindo valorização", afirma Valdinete.
Desde de 2011, após a aprovação de uma lei estadual, o Dia Estadual do Marabaixo Amapaense é comemorado em 16 de junho. "Com essa certificação, a gente tem certeza de que o marabaixo será visto com outros olhos, mais calorosos. Nós já temos muitos adeptos. Já foi adotado por brancos, indígenas. Antes éramos muito criticados por causa dos tambores", emenda.
Estima aos ancestrais
Neste ano, a organização do ciclo inaugurou, na capital, o Museu Natalina Costa, cujo acervo resgata a história da pioneira de marabaixo, falecida em 2017. "O marabaixo foi trazido pelos então escravos. E a nossa referência foram nossos ancestrais, que é passada de pais para filhos e a gente vai perpetuando essa tradição. Nossas referências são negros como os pretos velhos. Na minha família, que agora estou gerenciando, estamos na quarta geração de marabaixo. Veio da minha bisavó e agora está comigo, e já estou passando pros meus filhos, netos. A gente se baseia muito nos mais velhos, é neles que tem essa referência", finaliza. (Agência Brasil)
"À Cidade", do autor independente Mailson Furtado, é o Livro do Ano do 60º Prêmio Jabuti
November 9, 2018 9:27A Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou os vencedores do 60º Prêmio Jabuti. “À Cidade”, do poeta cearense Mailson Furtado (foto), é o Livro do Ano. O autor levou para casa a estatueta do Jabuti e o prêmio em dinheiro de R$ 100 mil.
Furtado vive em Varjota, cidade de menos de 20 mil habitantes do interior do Ceará. “Fiz o livro na mão, até a capa foi desenhada por mim. Espero que esse prêmio abra essa janela para todas as editoras e autores de qualidade que não têm espaço ou condições financeiras de lançar um livro. Esse prêmio não é meu, é nosso”, diz Furtado.
Na cerimônia comemorativa dos 60 anos do Prêmio, também foram conhecidos os ganhadores das 18 categorias do Jabuti, que receberam o troféu e R$ 5 mil - com exceção da categoria Livro Brasileiro Publicado no Exterior, premiada apenas com a estatueta.
Concorriam em cada categoria dez finalistas, divulgados no dia 4 de outubro. As obras foram avaliadas por três jurados especialistas de cada categoria, indicados pelos leitores, mercado editorial e validados pelo Conselho Curador do Prêmio Jabuti. Já para o prêmio máximo da noite, o Livro do Ano, concorreram as obras vencedoras dos Eixos Literatura e Ensaios.
O prêmio de Personalidade Literária foi conferido ao poeta Thiago de Mello pelo conjunto de sua obra. Ele recebeu uma homenagem em vídeo, com depoimentos de grandes autores e profissionais do mercado. Devido a problemas de saúde, o poeta não pôde comparecer e foi representado por sua esposa, Pollyanna Furtado, e pelo seu filho, o compositor Thiago de Mello.
Em 2018, diferentemente dos anos anteriores, os vencedores foram conhecidos somente durante a cerimônia de premiação, quando o envelope da auditoria responsável pela apuração das notas e pelo sigilo dos resultados foi entregue para ser aberto.
Nesta edição, o Prêmio Jabuti anunciou diversas mudanças voltadas ao leitor e ao mercado. Entre as novidades estão: a reorganização das categorias em quatro eixos: Literatura, Ensaios, Livro e Inovação; a criação da categoria Formação de Novos Leitores, dedicada a ações de incentivo à leitura; as inscrições com preços mais acessíveis para autores independentes.
Luís Antonio Torelli, presidente da Câmara Brasileira do Livro, comemora o sucesso da premiação. “A escolha de um autor independente mostra a força e capacidade do prêmio em representar o escritor brasileiro. Desejo muito sucesso para Mailson Furtado e todos os homens de Letras espalhados pelo nosso país”, acrescenta Torelli.
Conheça a relação de vencedores:
Livro do Ano: À Cidade - Autor: Mailson Furtado, autor independente
Eixo Literatura
Categoria Conto: Enfim, Imperatriz - Autora: Maria Fernanda Elias Maglio, Editora Patuá
Categoria Crônica: O poeta e outras crônicas de literatura e vida - Autores: Rubem Braga, André Seffrin, Gustavo Henrique Tuna, Global Editora
Categoria HQ: Angola Janga | Autor: Marcelo D'Salete, Editora Veneta
Categoria Infantil e Juvenil: O Brasil dos Dinossauros - Autores: Luiz Eduardo Anelli, Rodolfo Nogueira, Editora Marte Cultura e Educação
Categoria Poesia: À Cidade - Autor: Mailson Furtado, autor independente
Categoria Romance: O clube dos jardineiros de fumaça - Autora: Carol Bensimon Editora Companhia das Letras
Categoria Tradução: Título: Poemas - Tradutor: Geraldo Holanda Cavalcanti, Editora da Universidade de São Paulo
Título: O macaco e a essência- Tradutor: Fábio Bonillo, Editora Biblioteca Azul
Eixo Ensaios
Categoria Artes: Título: Imaginai! O teatro de Gabriel Villela - Autores: Rodrigo Louçana Audi, Dib Carneiro Neto, Edições Sesc São Paulo
Categoria Biografia: Roquette-Pinto: o corpo a corpo com o Brasil - Autor: Cláudio Bojunga, Editora Casa da Palavra
Categoria Ciências: As Maravilhosas Utilidades da Geometria: da pré-história à era espacial - Autor: Adalberto Ramon Valderrama Gerbasi, Editora Marcelino Champagnat - PUCPRESS
Categoria Economia Criativa: Design de Capas do Livro Didático: A Editora Ática nos Anos 1970 e 1980 - Autor: Didier Dias de Moraes, Editora da Universidade de São Paulo
Categoria Humanidades: Democracia Tropical - Autor: Fernando Gabeira, Editora Estação Brasil
Eixo Livro
Categoria Capa: O Corego: Texto Anônimo do Século XVII sobre a Arte da Encenação - Capista: Carla Fernanda Fontana, Editora da Universidade de São Paulo
Categoria Ilustração: Os trabalhos da mão - Ilustrador: Nelson Cruz, Editora Positivo
Categoria Impressão: Bruno Dunley - Responsável: Ipsis (Jesué Pires), Editora Associação para o Patronato Contemporâneo
Categoria Projeto Gráfico: Conflitos: fotografia e violência política no Brasil - 1889-1964 -Responsável: Luciana Facchini, Editora Instituto Moreira Salles
Eixo Inovação
Categoria Formação de Novos Leitores: Psicanálise e literatura - Freud e os clássicos Responsável: Ingrid de Mello Vorsatz
Categoria Livro Brasileiro Publicado no Exterior: Fim | Autora: Fernanda Torres, Editora Companhia das Letras
Criolo: "Enquanto houver desigualdade social, toda paz é uma mentira"
November 7, 2018 11:26A edição de novembro da Revista 29HORAS, publicação distribuída gratuitamente nas salas de embarque e desembarque do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, traz uma entrevista exclusiva com Criolo. O cantor, rapper e compositor expressa sua indignação e preocupação com a desigualdade social no Brasil, assunto que predomina não só nas sete páginas dedicadas à matéria, mas também que ronda a sua vivência. “Costumo dizer que o dia que eu tenho show é o dia que eu não trabalho, é o dia de uma celebração maior da luta de uma existência”, afirma.
Sua atual música de trabalho, “Boca de Lobo”, que ganhou recentemente um videoclipe (assista aqui), é um verdadeiro manifesto contra a atual situação do Brasil. As cenas, fortes e agressivas, fazem referência a escândalos que são consequência do abuso de poder no país. O incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, o desastre ambiental causado pela Samarco em Mariana, a máfia da merenda e a “Farra dos Guardanapos”, também no Rio, são alguns dos temas abordados por Criolo. “Eu sinto que a canção não pode ser tratada como um jardim onde eu vou lá podar, moldar e deixar do jeito que tem que ser porque alguém vai ver”, diz. “A arte é uma força que arranca todas as paredes.”
Criolo é de origem humilde e foi criado numa favela. Ele nasceu e viveu grande parte de sua vida no Grajaú, bairro periférico da Zona Sul de São Paulo, e enfrentou inúmeras dificuldades e injustiças. Por isso, suas falas são intensas e repletas de questionamentos, nunca superficiais. “Eu cresci num ambiente em que falavam que a gente ia morrer de morte matada ou de fome, não ia passar dos sete anos por subnutrição, dos 13 por violência humana... O medo é a ferramenta eficaz de manipulação. Junte isso ao sucateamento brutal das escolas públicas, das questões da humanidade, e a gente tem uma situação muito sofrida”, afirma.
Ele é categórico ao dizer que a desigualdade social é o grande problema da humanidade. “Enquanto houver desigualdade social, toda paz é uma mentira. A desigualdade social vem oferecer tudo aquilo que a alma não precisa, tudo que uma criança não precisa”, alega. “Por que as pessoas têm que comer comida no lixo se a gente exporta comida? Se somos iguais, então por que somos tratados como diferentes? Explica pra mim! Por que tudo se resume a dinheiro?”, questiona.
A família de Criolo é o que ele considera seu maior bem e ele não poupa palavras para enaltecer sua mãe, Maria Vilani, e também seu pai. “Minha mãe é o meu espelho maior, meu céu, meu chão. Ela é tudo. Quando relembro a história da minha mãe, eu tenho esperança no ser humano”, conta. Ambos cursaram juntos o Ensino Médio, quando ele tinha 14 anos e ela 39. A sugestão de estudarem juntos foi do próprio artista, que sempre admirou a sede de conhecimento da mãe, que aprendeu a ler praticamente sozinha e hoje se tornou professora, fez faculdade de filosofia, extensão em história e psicologia e pós-graduação em línguas e semiótica. Além disso, é autora de quatro livros e fundou um café filosófico no bairro do Grajaú. “Tudo o que eu fiz dos 11 anos pra cá é só um complemento do que a minha mãe faz”, diz.
Apesar de vivenciar tanta injustiça e desigualdade social, Criolo conta que tem boas esperanças com relação ao futuro dos jovens do Brasil. “Tenho visto em cada canto do país tanta energia positiva que isso tem me alimentado a alma. São jovens se reunindo e apresentando soluções magníficas de transformação social. E tudo dentro de uma disciplina muito grande. Eu não vou perder nunca a esperança na nossa juventude. Nunca, nunca, nunca. Nun-ca”, diz. Para Criolo, são os jovens que, com suas ações e lutas por igualdade social, em todas as camadas do que essa luta sugere, vêm enchendo o coração dos brasileiros de esperança, pois, para ele, o amor é a solução. “Existem pessoas fazendo coisas especiais por todo o Brasil”, afirma.
Além da entrevista com Criolo, a edição de novembro da Revista 29HORAS traz um especial sobre a indústria automobilística, que destaca uma matéria com algumas das “máquinas berrantes” que estarão expostas no Salão do Automóvel. Também é possível conferir um texto sobre circuitos culturais na ponta sul da Avenida Paulista.
No mercado desde 2009, a revista 29HORAS é uma publicação mensal dirigida exclusivamente aos passageiros que embarcam e desembarcam no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Auditada pela BDO, empresa especializada em auditoria e consultoria, a revista conta com 65 mil exemplares a cada edição.
Edvaldo Santana mistura samba e futebol
November 7, 2018 10:17O ótimo Edvaldo Santana vai lançar, nesta sexta-feira, 9 de novembro, às 21 horas, no Sesc Santo André (Rua Tamarutaca, 302, Vila Guiomar, Santo André), o videoclipe da música "Gelo no Joelho", gravado no campo de futebol do Vila Nova, no Jardim Jamaica.
O show de lançamento do vídeo terá a participação dos jogadores do time Celeste Proletária.
A gravação do vídeo, com direção de Robson Timóteo e Anderson Chocks, foi feita durante exibição da banda e de um jogo de futebol, procurando refletir, segundo Edvaldo, a importância desses elementos culturais - música e futebol -, na vida das pessoas.
"Gelo no Joelho" mistura samba rock e jazz, com metais estilo gafieira.
No show de lançamento do videoclipe, Edvaldo estará acompanhado por Luiz Waack (guitarra e banjo), Simone Julian (sax tenor e flauta), Eliezer Tristão (tuba e trombone), Cláudio Faria (trompete), Reinaldo Chulapa (baixo), Leandro Paccagnella (bateria), Sérgio Duarte (gaita) e Bruno Prado (percussão).
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