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Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , by Blogoosfero - | 1 person following this article.

Não se faz ciência com pouco dinheiro, ensina aos golpistas o Prêmio Nobel

August 12, 2017 10:35, by segundo clichê


Para o cientista israelense Aaron Ciechanoven, Prêmio Nobel de Química em 2004, é impossível fazer pesquisa e desenvolvimento com pouco dinheiro. Segundo ele, não se pode interromper os recursos para a ciência, pois ela necessita de um investimento de longo prazo. “Israel está fazendo muito dinheiro com ciência”, disse em sua passagem pelo Brasil.

Ciechanoven começou a carreira como médico, mas decidiu seguir sua intuição e virar pesquisador. Seu grande feito foi detectar um sistema chamado Ubiquitina, responsável por eliminar moléculas de proteínas danificadas ou desnecessárias para o organismo, conhecimento que mais tarde, descobriu-se, está intimamente ligado ao câncer e às doenças degenerativas.

Ele deu uma entrevista à Agência Brasil, reproduzida adiante, na qual fala sobre investimento em pesquisa, retenção de pessoas altamente qualificadas e quais são as perspectivas sobre o futuro da medicina. 

O Brasil investiu em 2014 em pesquisa e desenvolvimento 1,27% do PIB, porcentual que vem caindo dia a dia desde que os golpistas tomaram conta do governo federal.

Para eles, indivíduos de mente primitiva, ciência é supérflua.


Agência Brasil: O senhor consegue avaliar se é possível alcançar avanços científicos e fazer descobertas relevantes com muita dedicação, mas com poucos recursos?

Aaron Ciechanoven: Eu acho difícil hoje em dia. Antigamente era possível, hoje é, na verdade, impossível, porque a ciência se tornou tão cara e sofisticada que sem dinheiro. Israel investe 4% do PIB em pesquisa. Ao lado da Coreia, somos líderes em [investimentos] em pesquisa e desenvolvimento. Países muito “primitivos” colocam 0,2%. Um país “ok” coloca entre 1% e 2%. Nós estamos no topo. Não se pode fazer ciência sem investimento, mas o investimento se paga.
É muito fácil cortar verbas da ciência, porque os cientistas não compõem uma união de trabalhadores. Eles não podem desligar a eletricidade, fechar os aeroportos, não pode fazer uma greve de trens. Eles são simplesmente cientistas, então é fácil cortar a verba deles, mas o estrago desses cortes a logo prazo são enormes. Em primeiro lugar, porque os jovens perdem o interesse em se tornar cientistas. “Ser cientista não vale a pena, cientistas não ganham dinheiro, é melhor ser um advogado ou outra coisa”. Em segundo lugar, leva-se bastante tempo para construir a infraestrutura científica. Para formar um cientista é preciso graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado, enfim, leva-se entre 20 e 30 anos e é preciso investir muito dinheiro.

Agência Brasil: Qual o prejuízo em se diminuir o investimento em pesquisa e desenvolvimento?

Ciechanoven: Não há como dizer hoje que não vai investir em cientistas e amanhã dizer que sim, não é como comprar leite no supermercado. Se hoje você não tem dinheiro, não compra leite. Você pode viver um dia sem, no dia seguinte você compra. [Formar cientistas] é um investimento de longo prazo, é uma visão do governo, do estado, com o que ele quer no fim. Porque no fim vale a pena.
Israel está fazendo muito dinheiro com ciência, estamos fazendo muito, muito dinheiro. Estamos vendendo ciência. Não temos nada pra vender, não temos bananas, nós não temos nada. Não temos recursos naturais, nós importamos tudo em Israel. O que estamos vendendo hoje é ciência, conhecimento. E estamos fazendo dinheiro disso. É como um banco. É o melhor investimento que se pode fazer. O Brasil é, em grande medida, um país de commodities [mercadorias em estado bruto ou produtos primários comercializados internacionalmente, como café, algodão, soja, boi gordo, minério de ferro e cobre]. Israel é um país de conhecimento. Pode-se viver das duas coisas.

Agência Brasil: Após passar 3 anos em um dos principais centros de pesquisa dos Estados Unidos, o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), você retornou a Israel. Alguns dos melhores cientistas brasileiros saem do país para completar os estudos e não retornam. Como evitar que isso ocorra?

Ciechanoven: Em Israel também muitos [cientistas] saem e não voltam. Mas nós temos que respeitar essa decisão porque é pessoal. Eu decidi voltar porque eu amo meu país e eu tinha uma posição oferecida na universidade, que era uma boa oportunidade, mas pior do que outras que recebi nos Estados Unidos. Mas a vida não é apenas ciência. Você tem família, comida, amigos, a língua, a música. A vida é muito mais complexa que a ciência. Em Israel eu sentia que poderia causar um impacto maior. Havia muitos de mim nos Estados Unidos, eles não precisavam de mim. Além disso, eu me sentia estrangeiro e precisava do sentimento de me sentir em casa. E deu certo. Talvez eu tivesse me dado melhor se tivesse ido para a Universidade de Standford, por exemplo, ou para Harvard, mas eu também não me dei mal em Israel, na verdade fui muito bem-sucedido. É muito pessoal. Eu não critico quem não volta para a terra natal. Deveríamos viver em um mundo em que as pessoas fossem completamente livres para fazer o que é bom para elas mesmo e suas famílias, mas o país precisa oferecer oportunidades para as pessoas qualificadas, porque se elas forem boas e não tiverem nada no Brasil, será uma perda garantida para o país e você terá um engenheiro que em vez desenvolver produtos para o Brasil estará fazendo isso para alguma empresa dos Estados Unidos. Isso é uma perda para o Brasil. Todo país precisa fazer o esforço para manter pessoas com alta qualificação. Além de manter, eu acho que os países deveriam convidar pessoas altamente qualificadas. Não apenas porque essas pessoas são capazes de desenvolver bons produtos e gerar renda, mas porque pessoas inteligentes criam filhos inteligentes, são mais atentos à saúde, são menos dependentes do estado de bem-estar social. Se você é educado, você pode tomar mais cuidado consigo mesmo e ainda gerar mais dinheiro. Tipicamente, educação e salários crescem de mãos dados. Quanto mais educado a pessoa é, mais dinheiro vai ganhar. A conta sempre fecha quando você tem pessoas altamente qualificadas. Então a perda é grande por deixar eles irem embora. Pega todo o dinheiro investido e manda embora para outro país. Tem alguma coisa errada nesse cálculo!

Agência Brasil: Em qual área de estudo está a maior aposta para a cura definitiva do câncer?

Ciechanoven: A resposta está em todos os lugares. Houve um tempo em que se acreditou que a resposta era o genoma. ‘Se conhecermos o genoma, saberemos tudo’. Com certeza sabemos muito pouco sobre o genoma humano. Então nós precisamos sequenciar o genoma e depois disso vamos para a sequenciamento das proteínas, aí precisamos entender todos os processos postranslacionais [interações químicas que afetam as moléculas de proteína], como a oxidação, a fosforilação. E então precisamos entender as pequenas moléculas, os açúcares, os lipídios, os aminoácidos. No fim, teremos todo o perfil. É tudo sobre “omas”. Proteoma, genoma, metaboloma, trascriptoma. Só então teremos o perfil completo do paciente, o que vai dar a informação necessária para diagnosticar a origem de cada doença e tratá-la com um remédio específico para aquela pessoa. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)



Caso de internação

August 11, 2017 15:40, by segundo clichê


Alguns trechos de um discurso feito hoje pelo Dr. Mesóclise:

“Falei em diálogo, de um lado, e responsabilidade fiscal, de outro lado, e hoje, da responsabilidade social. A cada dia, nós praticamos um ato. Ora da responsabilidade fiscal, ou seja, o governo não mente para o povo brasileiro, faz, muitas vezes, toma medidas rigorosas, mas indispensáveis para a higidez das finanças públicas do nosso país.

“Sempre fazendo uma distinção muito clara entre as medidas populistas, que são aquelas que, produzidas hoje, ganham aplausos amanhã, mas causam um grande prejuízo depois de amanhã. Eu as distingo das medidas ditas populares. Estas, sim, praticadas hoje para ter o reconhecimento popular muito tempo depois. E é o que nós temos feito.

“É exata e precisamente em função do diálogo que você acaba tendo a percepção dos problemas do país. Se você se encastela, se encasula e não dialoga, você não recebe as naturais sugestões que surgem precisamente da conversa ampla que se faz ao longo do tempo.”

O sujeito precisa ser internado urgentemente.



O Brasil Novo silenciou a música do festival

August 11, 2017 10:25, by segundo clichê


Carlos Motta

O golpe, com tudo o que de ruim trouxe para o Brasil, segue fazendo as suas vítimas.

Dia a dia o país vai se tornando mais pobre, material e espiritualmente.

A inflação cai na mesma velocidade em que a paz dos cemitérios se amplia e domina todos os ambientes.

O medo toma conta daqueles que gostam de ser chamados de "empreendedores".

Poucos, aliás pouquíssimos, se arriscam em investir em seus negócios, preferem aguardar a intervenção do deus ex-machina - ou a mão invisível do mercado - que vai resolver todos os problemas.

Na área artística sobrevivem os "universitários" - sertanejos, sambistas, forrozistas, chorões, todos os ritmos reduzidos a um baticum nivelador da mediocridade.


Iniciativas consolidadas por anos de sucesso, de crítica, marketing e público, se evaporam ao contato dessa ventania pestilenta que arrasa com a nação.

Na página da internet, um comunicado lacônico informa a morte de um dos mais importantes eventos musicais do país, o Festival Etapa de Música de Arte, que se realizava anualmente desde 2007 na cidade de Valinhos, Estado de São Paulo, colada a Campinas.

Nele se apresentou a fina flor da música brasileira: Hélio Delmiro, Paulo Moura, Zimbo Trio, Duo Fel, Banda Mantiqueira, Hector Costita, Raul de Souza, Victor Biglione, Duo Carrasqueira, Badi Assad, Heraldo do Monte, Yamandu Costa, Bocato, Nelson Ayres, Renato Borghetti, Wagner Tiso, Ricardo Herz, Danilo Brito, Roberto Menescal, Ulisses Rocha, Arismar do Espírito Santo, Chico Pinheiro, Eumir Deodato, Laércio de Freitas, Mauro Senise, Rildo Hora, Proveta, Roberto Sion, João Carlos Martins, Romero Lubambo, Cristovão Bastos, Osmar Milito, Hermeto Paschoal, João Donato, Marco Pereira, Hamilton de Holanda, Marcel Powell, Naná Vasconcelos, Antonio Adolfo, Danilo Caymmi, Egberto Gismonti, Carlos Lyra, Carlos Malta, Robertinho Silva, João Bosco...

Tudo isso com ingressos baratos, um teatro confortável, cadeiras numeradas, sem atrasos, sem filas para entrar, coisa de Primeiro Mundo.

É dispensável dizer o que significa, para todos, público e artistas, um festival como esse.

E dói ler o comunicado reproduzido abaixo, que anuncia o seu fim.

Descanse em paz.

Comunicado – Festival Etapa de Música de Arte

Neste ano, como parte do replanejamento de nossas atividades culturais, estamos alterando a periodicidade do FEMA – Festival Etapa de Música de Arte –, que há 10 anos tem sido realizado anualmente sem interrupção.

Com isso, não haverá edição em 2017 do FEMA.

Até 2016 foram realizados cerca de 60 shows, com a presença de mais de 20 mil espectadores, sempre com grande sucesso. Foi uma importante contribuição para o panorama cultural da região, apresentando a beleza da grande música aos muitos que já a apreciavam e a tantos outros que passaram a apreciá-la em #Valinhos e na região de Campinas.

O projeto FEMA sempre foi produzido com investimentos próprios do Etapa, sem nunca contar com apoio de qualquer lei de incentivo. A arrecadação de todas as edições foi transferida para instituições voltadas à comunidade, como a ABEUNI – Aliança Beneficente Universitária de São Paulo, que realiza caravanas de saúde para atender regiões carentes, e mais recentemente a Orquestra Filarmônica de Valinhos, que realizou e segue realizando concertos didáticos gratuitos para a população e divulga a música erudita nas escolas públicas de Valinhos.

Seguiremos, em nossos canais oficiais nas redes sociais – Facebook, YouTube e Spotify – a mostrar tudo de bom que é realizado e também nos inspirando para o que virá no futuro.

Nesse trabalho, realizado a muitas mãos, agradecemos a todos que garantiram a longevidade do evento: aos colaboradores do Etapa Educacional que se dedicaram de forma excepcional – na área de Comunicação e na área Pedagógica –, aos fornecedores e parceiros. Mencionamos especialmente Luiz Amaro, que atuou como curador e produtor do Festival durante toda esta década.

Ao público, nossa gratidão por todo o carinho dispensado.

A todos, um sonoro e musical... até breve.



A responsabilidade da oposição de esquerda na atual conjuntura

August 10, 2017 16:27, by segundo clichê


Antônio Augusto de Queiroz

A oposição de esquerda, para sobreviver politicamente e voltar a assumir o poder no país, precisa urgentemente modificar suas formas e métodos de atuação no Congresso Nacional, antes que o desmonte do aparelho de Estado e os retrocessos nos direitos sociais e na soberania nacional se tornem irreversíveis.

O governo Michel Temer, a serviço das forças neoliberais e do mercado financeiro, nos últimos dois anos, provocou grandes estragos em conquistas históricas do povo brasileiro, como a aprovação do congelamento do gasto público (EC 95/16) e da reforma trabalhista (Lei nº 13.467/17), sem que houvesse uma reação à altura das forças de esquerda.

Agora, depois do espetáculo “de compra de deputados” que levou à rejeição da denúncia contra o presidente Michel Temer, o governo retoma o ânimo para avançar com sua agenda em favor do capital e de retrocessos sociais, com o acelerado desmanche do Estado Nacional, tanto em termos de soberania quanto em termos de serviços públicos à população.


E a população, frente aos custos de participação e reação, tem ficado indiferente. Mesmo os setores esclarecidos da sociedade, informados da captura de boa parte das instituições pelo mercado, a começar pela Presidência da República e do Congresso, tem preferido esperar o momento das eleições gerais, para, protegidos pelo voto secreto, trocar o comando dessas instituições.

Diante dessa realidade, cabe à oposição de esquerda cumprir o papel de dificultar ou até impedir que essa agenda prossiga no Parlamento. Afinal, exigir o devido processo legislativo, defender os direitos das minorias e exercer o direito constitucional de resistência e de obstrução regimental, como fez um grupo de senadoras durante a votação da reforma trabalhista no Senado, são absolutamente legítimos.

E a oposição de esquerda, especialmente na Câmara dos Deputados, não tem feito isso. Ao contrário, tem sido muito cooperativa no sentido de permitir votar matérias contrárias ao seu ideário, mesmo discursando e votando contra. A postura da oposição foi tão comportada, a ponto de fazer acordo de procedimento, como aquele combinado na votação da reforma trabalhista na Câmara, quando, em troca de três votações nominais, os deputados deixaram votar um projeto que representa um verdadeiro atentado aos direitos dos trabalhadores brasileiros. 

O atual governo não tem escrúpulo nem compromisso com o povo. Dar a ele um tratamento menos duro do que a oposição de direita deu ao governo Dilma é inaceitável. Transigir, mesmo que em troca da votação de outros temas, é capitulação.

É preciso impedir a votação de toda e qualquer matéria contrária ao interesse do povo, porque, conforme já foi exposto, a população não tem clareza dos reflexos dessas medidas sobre sua vida, nem está disposta a arcar com os custos de participação e reação neste momento. É preciso chamar atenção para o mal que essas mudanças representam, e uma das formas de fazê-lo é resistindo à sua votação nos plenários da Câmara e do Senado. É preciso usar, sem peias, os instrumentos legítimos e democráticos de obstrução, e, no limite, recorrer quando as regras do jogo não forem respeitadas e a Constituição ignorada ao próprio Poder Judiciário.

Tudo indica que já a partir de setembro de 2017, em razão da fúria fiscal da equipe econômica, haverá a paralisia do Estado, com a absoluta incapacidade de o governo atender as demandas básicas da população por serviços públicos. Mas isso, se a oposição não denunciar de modo competente e ostensivo essas maldades, não terá o condão de vincular tal paralisia dos serviços públicos às ações, opções e orientações políticas do atual governo.

A responsabilidade da oposição de esquerda, portanto, é muito grande nesta conjuntura, tanto em termos de dificultar e obstruir a votação dessas matérias, quanto em denunciar o desmonte do Estado e os efeitos perversos desses retrocessos sociais sobre a população.
(Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político e diretor de Documentação do Diap)



Heranças dos governos do PT evitam tombo maior da indústria

August 10, 2017 16:20, by segundo clichê


Marcelo P. F. Manzano

Com a demanda interna ainda deprimida e sem horizonte de recuperação, o único sopro de vida que ainda traz algum dinamismo ao setor industrial brasileiro tem sido a demanda externa. As exportações de grãos, por exemplo, foram responsáveis pela melhora na produção de bens de capitais agrícola (crescimento de 19,1% no primeiro semestre), enquanto as vendas recordes de automóveis para o exterior foram fundamentais para garantir a expansão desse segmento da indústria ao longo dos primeiros seis meses do ano (17,1%). Além dessas, outra categoria econômica que registrou destacado dinamismo no período foi a extrativa mineral (notadamente nos ramos de óleos brutos de petróleo e gás natural), com crescimento de 6%, também fortemente estimulada pelas vendas ao mercado externo.


Mas o que revela o dinamismo desses segmentos da indústria nacional além da evidente relação com a demanda externa? Em grande medida, o relativo sucesso que se percebe nos três casos mencionados deve-se a algumas políticas que foram adotadas pelos governos Lula e Dilma e que hoje servem para compensar o desastre provocado pela agenda da austeridade.

Em primeiro lugar, o aumento da produção e exportação de petróleo e a redução da dependência de derivados importados revelam o acerto da estratégia de investimento da Petrobras na exploração de petróleo no pré-sal, ainda em meados da década de 2000, a qual, cabe lembrar, sofreu à época críticas pesadas da oposição e da grande mídia. Hoje, mas de 50% da produção de petróleo e gás no Brasil provêm do Pré-sal.

Em segundo lugar, o forte crescimento das exportações do setor automotivo (aumento de 57,2% nos primeiros seis meses de 2017!) resulta, em grande medida dos ganhos de competitividade externa dos veículos brasileiros na esteira do programa Inovar-Auto, criado pelo governo Dilma em 2012. Conforme apontou o presidente da Anfavea ao jornal Valor Econômico, os padrões dos carros produzidos no Brasil melhoraram significativamente em decorrência das contrapartidas exigidas em troca dos benefícios fiscais concedidos pelo programa e com isso as montadoras instaladas no Brasil conquistaram fatia maior no mercado internacional de veículos. 

Não é demais lembrar que tal resultado só foi possível também graças à exitosa política externa que teve início no primeiro governo Lula, liderada pela dupla Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia. No bojo da chamada política Sul-Sul, redesenharam o mapa das relações comerciais do Brasil com o resto do mundo, em especial com os países do Mercosul, os quais são hoje grandes compradores de automóveis brasileiros.

Em terceiro lugar, a excepcional expansão de 30% da safra de grãos que hoje fortalece o nosso saldo comercial e ajuda a impulsionar a produção de bens de capital, além de ter sido beneficiada por condições climáticas muito favoráveis, é também a expressão positiva da política de expansão do programa de financiamento agrícola do governo federal em parceria com o Banco do Brasil (o Plano Safra), o qual acabou sendo usado pelos golpistas para acusarem a presidenta Dilma de ter realizado as tais “pedaladas” fiscais.

Em suma, ao contrário do que gosta de afirmar a grande mídia mercadista, os experimentos desenvolvimentistas dos governos Lula e Dilma não apenas foram fundamentais para dar tração à economia brasileira durante os seus governos, como ainda hoje são as principais fontes de dinamismo da nossa combalida estrutura produtiva. (Fundação Perseu Abramo)



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