Obra de Tacuchian para viola sai em CD
septiembre 20, 2019 9:47A obra para viola do compositor erudito e regente Ricardo Tacuchian, que completa em novembro 80 anos de idade, foi registrada no CD “Tacuchian e a Viola” pelo Duo Burajiru, formado pelo violista Fernando Thebaldi e pela pianista japonesa Yuka Shimizu. A obra foi gravado no A Casa Estúdio e está sendo lançada pelo selo A Casa Discos. Em julho, a sua “Sinfonia das Florestas” teve estreia brasileira (Rio e Niterói) pela OSN, e, em agosto, várias de suas peças foram executadas pela Banda Sinfônica Paulista, em São Paulo.
O Duo Burajiru (Brasil, na pronúncia japonesa) realizou, em abril de 2016, na cidade de Roterdã, na Holanda,um concerto no Conservatório Codarts, obtendo grande sucesso e levando ao público europeu uma mostra da música brasileira, para viola e piano. De volta ao Brasil, ele continua na sua missão de execução, registros, revisão, reedição, comissionamento de obras de compositores da música brasileira de concerto para viola e piano de épocas e estilos musicais diversos.
Fernando Thebaldi, mestre pelos conservatórios holandeses de Haia, Roterdã e Brabants, desenvolve extensa atividade como camerista, pedagogo da viola e solista à frente das orquestras Petrobras Sinfônica, Sinfônica Nacional da UFF, Ars Musica de Roterdã e Orquestra Municipal de Asunción, no Paraguai. Na sua discografia destacam-se as obras completas para quarteto de cordas de Radamés Gnattali e Ricardo Tacuchian e os dezessete quartetos de cordas de Villa-Lobos em DVD e Bluray.
A japonesa Yuka Shimizu, nascida na província de Saitama, ingressou, em 1995, na Faculdade de Música Kunitachi de Tóquio. Sua paixão pela música brasileira trouxe-a ao Brasil em 1997, onde estudou com Clara Sverner e Mordehay Simoni, formando-se no Conservatório Brasileiro de Música, em 2001, com a orientação da Professora Maria Teresa Soares. Lançou dois CDs de piano solo: “Embalada pela brisa do Rio”, com obras de Ernesto Nazareth, e "Piano Brasil", além de ter se apresentado como solista da Orquestra Sinfônica Nacional-UFF, da Orquestra de Barra Mansa e da Orquestra Camerata de Sesi-ES.
“Toccata para Viola e Piano”, que abre o CD, foi escrita por solicitação do violista Juan Sarudiansky a quem a obra foi dedicada, tendo feito sua estreia, em 1985, no Rio de Janeiro, com Elza Gushikem ao piano. De forma ternária, suas partes extremas (Allegro) exploram a virtuosidade da viola, com uma pulsação em estilo de moto continuo. A curiosidade, nessa gravação, é que Sarudiansky, na ocasião da estreia da obra, era o professor de viola do então estudante Fernando Thebaldi, que esteve presente na audição de seu mestre.
Composta em 2004, “Xilogravura” foi criada por encomenda do violista Savio Santoro e escrita sobre o Sistema-T, uma ferramenta de controle das alturas, criada pelo compositor nos fins da década de 1980. A estreia da obra foi feita pelo próprio violista, com a pianista Tamara Ujakova, no ano seguinte de sua criação, no Rio de Janeiro. Segundo Tacuchian, “os cortes fortes gravados na madeira bruta são traduzidos musicalmente pelo impulso rítmico que predomina nesta peça”.
Em três movimentos, “Trio das Águas” foi composta em 2012, também baseada no Sistema-T, e dedicado ao Terra Brasilis Trio (André Zocca, clarineta; Valdeci Merquiori, viola; Ana Carolina Sacco, piano) que fez a première em Vinhedo (SP), no ano seguinte à sua composição. Aqui, a obra de Tacuchian ganha o registro pelo prestigiado clarinetista Cristiano Alves.
De 2015, “Tomilho”, dedicada a Fernando Thebaldi, que fez sua estreia no Rio de Janeiro, em 2017, faz parte da Série Especiarias, peças para instrumentos solo, sem acompanhamento, construídas sobre o Sistema-T. Cada peça tem o nome de um tempero e é dedicada a um instrumentista amigo do compositor. As peças dessa série foram escritas para os instrumentos da orquestra, além de outros como o violão, o cravo e o cavaquinho.
Sua obra mais recente, “Cinco Miniaturas para Viola e Piano”, de 2018, foi escrita especialmente para o Duo Burajiru, depois do sucesso obtido em sua estreia em Roterdã e sua carreira seguinte, dedicada principalmente à música do Brasil. O compositor optou por escrever cinco pequenas peças monotemáticas, com caráter contrastante entre si.
O CD tem o preço médio de R$ 30 e pode ser adquirido em www.acasaestudio.com.br .
Josephine Baker está de volta ao Rio
septiembre 11, 2019 14:27A história da dançarina, cantora, atriz, ativista e humorista Josephine Baker (1906-1975), norte-americana naturalizada francesa que conquistou o mundo com sua arte e talento, volta a ser contada no Rio e de forma esplendorosa. Em terceira temporada no Teatro Maison de France, no Centro, “Josephine Baker – A Vênus Negra” ficará em cartaz de 12 de setembro a 6 de outubro – sextas, sábados e domingos – agora com ainda mais pompa: já foi indicada aos prêmios Shell (melhor atriz, autor e figurino), Cesgranrio (direção musical e melhor atriz em musical), e Botequim Cultural (autor e melhor atriz em musical) pelo primeiro semestre de 2017, prêmio APTR (melhor atriz) pelo segundo semestre de 2017, e aos prêmios Broadway World (atriz revelação) APCA (melhor atriz) e Aplauso Brasil (melhor atriz, autor e espetáculo).
A volta ao Rio e, especialmente, ao teatro Maison de France, é motivo de grande alegria e entusiasmo de todo o elenco: “Nosso espetáculo tinha a intenção de resgatar a memória de uma história que precisava ser contada, mas o resultado foi muito maior do que o esperado. Fizemos verdadeiros amigos, dentro da equipe e com o público, no Rio, em SP e BH por onde passamos com casa lotada!”, ressalta a premiada atriz Aline Deluna, que vive a personagem principal. Ela completa: “Eu diria que mais do que uma representação teatral, o espetáculo é uma apresentação de pessoas que se unem pela diferença e pelo desejo de viverem livres e felizes."
O “mito de Cinderela” era como Josephine Baker via sua vida: uma menina negra, pobre, nascida em St. Louis, Missouri, nos Estados UNidos, num período de intensa discriminação e segregação racial, que se tornou uma das artistas mais célebres de sua época. Com sua dança selvagem e as caretas que fazia em cena, e posteriormente com seu surpreendente refinamento, tornou-se uma aclamada cantora francesa, mas sem nunca abandonar seu entusiasmo e sua voracidade em cena, valendo-se sempre do humor e do deboche para conquistar e alegrar seu público.
É essa mulher e artista à frente de seu tempo que o espetáculo “Josephine Baker, a Vênus Negra”, com texto de Walter Daguerre e direção de Otavio Muller, busca apresentar ao público. No papel principal, Aline Deluna, além de cantar e dançar, se parece fisicamente com Baker. Acompanhando a atriz, o trio de jazz formado pelos músicos Dany Roland (bateria e percussão), Christiano Sauer (contrabaixo, violão e guitarra) e Jonathan Ferr (piano e escaleta). POr meio da dramaturgia, da música ao vivo, dança e humor, “Josephine Baker - a Vênus Negra” aborda questões sociais e culturais em discussão ainda nos dias de hoje, como a discriminação racial, a censura dentro da arte, o valor do saber acadêmico versus o conhecimento prático e a indagação de qual é o papel da arte e do artista frente à sociedade.
Percorrer a vida de Josephine Baker é fazer uma viagem no tempo, quando o jazz, até então “música de negros”, passa a ser reconhecido como arte e absorvido com entusiasmo pelos brancos; é acompanhar, pelo olhar de quem viveu, a busca por seu lugar e acabou por reinventá-lo diante da sociedade.
Serviço
De 12 de setembro (sexta-feira) a 6 de outubro (domingo)
Local: Teatro Maison de France
Horários: Sextas 19:30 Sábados 20:00 Domingos 18:00
Ingressos: De R$ 60,00 a R$ 70,00 (inteira) / de R$ 30,00 a R $35,00 (meia-entrada)
Duração: 70 minutos
Classificação: 16 anos
Capacidade: 352 lugares
Endereço: Av. Presidente Antonio Carlos, 58
Informações: 2544-2533
Banda brasiliense leva a angústia da vida moderna a álbum de estreia
septiembre 3, 2019 9:10As influências da banda vêm da MPB, da world music e do pop internacional. O projeto teve início no encontro entre Humberto e Anderson, que compuseram as músicas e encontraram Naiça para dar voz ao material. Nesse processo entraram também André e Diego, produtores experientes, inclinados a experimentar novos sons. As composições, segundo a banda, foram sendo desconstruídas no estúdio e pensadas de dentro para fora, buscando consolidar uma identidade nova para o som.
Yan Britto e Lídia Moreira integraram-se ao grupo durante o período de ensaios para dar corpo ao projeto. O conceito do álbum trata da influência do tempo sobre a percepção das emoções e o valor da memória. Temas como angústia, solidão e melancolia são abordados em forma de confissões pessoais, imersas numa sonoridade brasileiro urbana e contemporânea.
A grande festa do rock progressivo brasileiro
agosto 27, 2019 23:43![]() |
A lendária Bacamarte encerra o festival dia 25 de outubro no Teatro Municipal de Niterói |
As cidades do Rio e Niterói vão abrigar a 3ª edição do CaRIOca ProgFestiva entre este sábado, 31 de agosto, e 25 de outubro, que contará com 13 apresentações de 12 bandas de rock progressivo de todo o Brasil. O festival é produzido pela Vértice Cultural e BeProg , sem patrocínio, com fôlego extra e promovendo, desta vez, mais do que o dobro de atrações dos anos anteriores. Os shows serão no Centro Cultural Justiça Federal (Centro), Centro da Música Carioca (Tijuca), Solar de Botafogo e Teatro Municipal de Niterói, onde o festival se inicia e termina.
Abrindo o CaRIOca ProgFestival 2019, a banda Kaizen, formada em 1992, sobe ao palco do Teatro Municipal de Niterói, dia 31 de agosto, sábado, lançando o seu álbum “Áquila”, em CD e vinil. Nome consagrado no circuito do rock progressivo, o grupo realiza um trabalho autoral utilizando instrumentos como violino, bandolim, guitarra, sintetizadores, baixo e bateria. Aportando no Rio, o festival recebe os cariocas da Tempus Fugit, expoente do estilo, já com quatro CDs lançados e um DVD registrado no festival Progfest2000 (Los Angeles), no dia 5 de setembro, quinta-feira, no Centro da Música Carioca, Tijuca, relançando o icônico álbum “The Down after the Storm”, agora remasterizado e com faixas adicionais.
De Niterói e criada pelo multi-instrumentista e produtor musical Alex Curi, o Sequaz se apresenta na quinta-feira seguinte, dia 12, no mesmo palco da Tijuca, com repertório autoral - músicas do álbum “Ilha Distante” e as inéditas que farão parte do novo álbum em gravação - além de algumas pérolas de Jeff Beck e outros nomes da música instrumental, no show “Retorno ao Vivo”.
De Rondônia, a Prognoise sobe ao palco do Centro da Música Carioca na semana seguinte, dia 19 de setembro, quinta-feira, lançando o seu álbum “Solar”. Formada em 2012, teve seu primeiro EP, “Esquizoide”, lançado em 2015, chega ao Rio pela primeira vez, com influências de bandas internacionais (Pink Floyd, Premiatta Forneria Marconi, Eloy, King Crimson) e nacionais (O Som Nosso de Cada Dia, Mutantes e O Terço, entre outras) privilegiando o trabalho autoral, preferencialmente em português.
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Paraenses da Ultranova têm show dia 26 de setembro |
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Jorge Pescara toca dia 1º de outubro |
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Paulista Dialeto vai tocar Bartók |
Os cariocas do Arcpelago sobem ao mesmo palco da Tijuca, no sábado, dia 12 de outubro, às 17h, com o “Show Interseções”. A musicalidade elaborada e estreitamente vinculada à sonoridade analógica é a espinha dorsal do Arcpelago, que se alastra tanto pela vertente sinfônica, quanto pelo space-rock, hard rock e fusion, sendo notável a intensa preocupação do grupo com timbres e efeitos sonoros.
Em seguida, no mesmo dia, às 20h, será a vez do Caravela Escarlate, formada em 2011 e composta por David Paiva, multi-instrumentista e compositor, em parceria com o tecladista e compositor Ronaldo Rodrigues (também integrante do Arcpelago), com o veterano baterista Elcio Cáfaro, dono de extenso currículo na MPB e na música instrumental brasileira, uma das poucas bandas nacionais hoje divulgadas por selo europeu, a Karisma Records, que lançou em vinil o álbum homônimo da banda e relançou o CD, que também teve apoio na produção executiva da Vértice Cultural.
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Gaúchos da Apocalypse fazem dois shows |
Com cinco discos já lançados, o Fleesh, formado por Celo Oliveira e Gabby Vessoni em 2014, lança seu álbum “Across the Sea” na terça-feira, dia 22 de outubro, no Centro Cultural Justiça Federal, na Cinelândia, na íntegra junto com outras faixas de seus CDs.
Encerrando com chave de ouro, a lendária Bacamarte celebra seus 45 anos de formação com um show imperdível, dia 25 de outubro, no Teatro Municipal de Niterói. Fundada em 1974 por Mario Neto e Sergio Vilarim, a banda veio a gravar de forma independente o álbum “Depois do Fim”, em 1979, porém só lançado em 1983, quando, depois de ter suas músicas entre as mais tocadas pela Fluminense FM, foi aclamado por público e crítica como uma verdadeira obra-prima do rock progressivo. O álbum vendeu milhares de cópias em países como Alemanha, Itália, Rússia e, principalmente, Japão. Em 1999, foi lançado o álbum "Sete Cidades", que também teve sua tiragem esgotada rapidamente. Em 2009, após vários anos desaparecido das prateleiras e tendo se tornado item de colecionador disputado por amantes do gênero no Brasil e no exterior, “Depois do Fim” foi relançado pela Som Livre, em versão remasterizada diretamente da fita master original.
No Teatro Municipal de Niterói, a banda será formada por Mario Neto (guitarra e violão), Marcus Moura (flauta e acordeon), William Murray (contrabaixo), Robério Molinari (piano e teclados) e Alex Curi (bateria), com a participação especial da cantora Jane Duboc.
Hanna amplia releitura de João Gilberto
agosto 21, 2019 10:37Quatro anos depois de lançar o álbum “O Amor é Bossa Nova – Homenagem a João Gilberto”, que recebeu indicações ao Grammy Latino e ao Prêmio da Música Brasileira, a cantora Hanna volta a se debruçar sobre a obra do grande artista, morto dia 6 de julho. Desta vez, a cantora faz uma releitura mais abrangente.
O segundo volume de “O Amor é Bossa Nova – Homenagem a João Gilberto”, um CD duplo, reúne 23 canções que se consagraram na voz do pai da bossa nova e que se tornaram obrigatórias em setlists jazzísticos mundo afora. O resgate concebido pela cantora traz ainda duas cartas na manga: “Ho ba la la” e “Bim Bom”, duas composições de João Gilberto, do seu primeiro compacto (“Chega de Saudade”, de 1957), foram autorizadas pelo próprio autor.
O disco duplo “O amor é Bossa Nova – Homenagem a João Gilberto – volume 2” reúne também outras músicas que o baiano gravou e levou para o mundo e se tornaram standards internacionais: “Aquarela do Brasil”, “Corcovado”, “Águas de Março”, “Caminhos Cruzados”, “Avarandado”, “A Cor do Pecado”, “Desde que o Samba é Samba”, “É Preciso Perdoar”, “Eu Quero um Samba”, “Eu sei que vou te Amar”, “Eu vim da Bahia”, “Falsa Baiana”, “Fotografia”, “Insensatez”, “Lígia”, “Pra quê discutir com a Madame”, “O Samba da Minha Terra”, “Retrato em Branco e Preto”, “Você e eu”, “Triste”, “Tim Tim por Tim Tim”.
Com uma carreira internacional – em março de 2019 ganhou o título de Embaixadora do Turismo do Rio de Janeiro – e depois de apresentações ao longo dos últimos 20 anos em clubes de jazz da Itália, Suíça, Grécia e França, além de importantes casas de show do Rio (Teatro Rival, Planetário da Gávea e Forte de Copacabana, entre outros), Hanna repagina com seu estilo, a influência inconfundível de João Gilberto.
A cantora, compositora e atriz nasceu em Maceió, Alagoas, e começou a carreira muito menina na Rádio Difusora de Alagoas, onde foi eleita a "Rainha do Rádio". Mais tarde, no Rio de Janeiro, iniciou também carreira de modelo e atriz, realizando campanhas publicitárias e filmes.
Em 1981, gravou para a trilha sonora do filme “Xavana, a Ilha do Amor”, de Zigmunt Sulistrowski, no qual também atuou como atriz no papel de uma cantora. Em 1984 gravou, pela Som Livre, uma música para a personagem de Christiane Torloni na novela "Partido Alto", de Aguinaldo Silva e Glória Perez. Além do LP da novela, a música “Sentimentos” deu nome a outro disco, pela mesma gravadora, com produção de Alexandre Agra, arranjos de Ricardo Cristaldi e direção geral de Guto Graça Mello.
Em 1999, gravou o CD independente “Eu te Amo”, lançado em cadeia nacional no programa “Jô Soares Onze e Meia”, no SBT. Em 2001, lançou o CD "Nós em Nós", pela Ipanema Records, no qual canta compositores consagrados como Caetano Veloso, Rita Lee, Gonzaguinha, Cazuza e outras de própria autoria.
Para ouvir online
https://open.spotify.com/album/1FSsEutuEkvgQOWIzSwy6x?si=CneDXyWpTWWTqiy7BrXbew
Videoclipes do novo disco
“Aquarela Brasileira” - https://www.youtube.com/watch?v=325ASAy_73c&feature=youtu.be
“Bim Bom” - https://www.youtube.com/watch?v=tQxvh5mFXfQ&feature=youtu.be
“Eu vim da Bahia” - https://www.youtube.com/watch?v=NdoAoIhuZpw&feature=youtu.be