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Segundo Clichê

febrero 27, 2017 15:48 , por Blogoosfero - | 1 person following this article.

A canção do subdesenvolvido

enero 25, 2018 9:51, por segundo clichê


Carlos Motta

Carlos Lyra é um dos expoentes da Bossa Nova. Cantou, como os seus companheiros, a flor e o amor, mas foi além: quis aproximar o movimento dos jovens da classe média das raízes do samba e apresentou-os a alguns dos mais representativos artistas do gênero. Fez também músicas de forte conotação social e política.

No longínquo ano de 1961 musicou a peça teatral "Um Americano em Brasília", de Chico de Assis e Nelson Lins e Barros. É dela a sensacional "Canção do Subdesenvolvido", parceria com Chico de Assis, que também integrou o disco "O Povo Canta", lançado para ajudar na arrecadação de verbas para a construção do teatro do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 1963.

Em 1964, ano da "Gloriosa", o disco foi retirado de circulação e o teatro do CPC da UNE, recém-construído, foi metralhado pelo Movimento Anti-Comunista (MAC), logicamente formado por homens de bem.


"Embora pense, dance e cante como desenvolvido/O povo brasileiro/Não come como desenvolvido/Não bebe como desenvolvido/Vive menos, sofre mais", diz uma parte da letra, atualíssima nestes tempos sombrios em que o país se vê prostrado, à mercê de uma quadrilha de apetite pantagruélico.

https://www.youtube.com/watch?v=JKdCBrD7jIE

O Brasil é uma terra de amores
Alcatifada de flores
Onde a brisa fala amores
Em lindas tardes de abril
Correi pras bandas do sul
Debaixo de um céu de anil
Encontrareis um gigante deitado
Santa Cruz, hoje o Brasil
Mas um dia o gigante despertou
Deixou de ser gigante adormecido
E dele um anão se levantou
Era um país subdesenvolvido
Subdesenvolvido, subdesenvolvido, etc. (refrão)
E passado o período colonial
O país se transformou num bom quintal
E depois de dadas as contas a Portugal
Instaurou-se o latifúndio nacional, ai!
Subdesenvolvido, subdesenvolvido (refrão)
Então o bravo povo brasileiro
Em perigos e guerras esforçado
Mais que prometia a força humana
Plantou couve, colheu banana..
Bravo esforço do povo brasileiro
Que importou capital lá do estrangeiro
Subdesenvolvido, subdesenvolvido... etc. (refrão)
As nações do mundo para cá mandaram
Os seus capitais desinteressados
As nações, coitadas, queriam ajudar
E aquela ilha velha ajudou também
País de pouca terra, só nos fez um bem
Um grande bem, um 'big' bem, bom, bem, bom
Nos deu luz, ah! Tirou ouro, oh!
Nos deu trem, ahhh! Mas levou o nosso tesouro
ooooh! Subdesenvolvido, subdesenvolvido... etc. (refrão)
Houve um tempo em que se acabaram
Os tempos duros e sofridos
Pois um dia aqui chegaram os capitais dos..
Estados Unidos
País amigo desenvolvido
País amigo, país amigo
Amigo do subdesenvolvido
País amigo, país amigo
E nossos amigos americanos
Com muita fé, com muita fé
Nos deram dinheiro e nós plantamos
Nada mais que café
E uma terra em que plantando tudo dá
Mas eles resolveram que a gente ia plantar
Nada mais que café
Bento que bento é o frade - frade!
Na boca do forno - forno!
Tirai um bolo - bolo!
Fareis tudo que seu mestre mandar?
Faremos todos, faremos todos...
E começaram a nos vender e a nos comprar
Comprar borracha - vender pneu
Comprar madeira - vender navio
Pra nossa vela - vender pavio
Só mandaram o que sobrou de lá
Matéria plástica,
Que entusiástica
Que coisa elástica,
Que coisa drástica
Rock-balada, filme de mocinho
Ar refrigerado e chiclet de bola
E coca-cola! Oh...
Subdesenvolvido, subdesenvolvido... etc. (refrão)
O povo brasileiro tem personalidade
Não se impressiona com facilidade
Embora pense como desenvolvido
Embora dance como desenvolvido
Embora cante como desenvolvido
Lá, lá, la, la, la, la
Êh, êh, meu boi
Êh, roçado bão
O meior do meu sertão
Comeram o boi...
Subdesenvolvido, subdesenvolvido, etc. (refrão)
Tem personalidade!
Não se impressiona com facilidade
Embora pense, dance e cante como desenvolvido
O povo brasileiro
Não come como desenvolvido
Não bebe como desenvolvido
Vive menos, sofre mais
Isso é muito importante
Muito mais do que importante
Pois difere os brasileiros dos demais
Pela... personalidade, personalidade
Personalidade sem igual
Porém... subdesenvolvida, subdesenvolvida
E essa é que é a vida nacional!



As marchinhas do Carnaval do golpe

enero 24, 2018 17:53, por segundo clichê


Já que o que importa mesmo para o brasileiro é o Carnaval, seguem versões feitas para o Brasil Novo, este paraíso dos dedos-duros, de 20 marchinhas das mais conhecidas.

O autor das paródias é, nada mais, nada menos, que o imortal Gregório de Matos, o Boca do Inferno, o grande poeta satírico nascido em Salvador no ano da graça de 1636 e morto no Recife no ano da desgraça de 1696 - pelo menos é esse o pseudônimo de quem enviou o rico e oportuno material a este blog...

Sem mais, aí vão os grandes sucessos do tríduo momístico deste ano de 2018, que promete ser inesquecível - por razões óbvias.

Nota: sempre que a sílaba tônica mudar de posição em relação à letra original da marchinha, esta será destacada. Por exemplo, no primeiro verso da marchinha Aurora (SE você fosse sincera...), o “Se” é a sílaba tônica. Na paródia, a sílaba tônica passa para a última palavra (“cega”).

AURORA
Se você fosse mesmo CEGA
Ô ô ô ô, Justiça
Sacava o tanto que escorrega
Ô ô ô ô, Justiça
Se você fosse mesmo cega
Ô ô ô ô, Justiça
Sacava o tanto que escorrega
Ô ô ô ô, Justiça
O pobre e o rico você trata diferente
O amigo e o desafeto um você livra o outro prende
Agora não me venha
Dar uma de castiça   
Ô ô ô ô, Justiça!
Se você fosse mesmo cega (...)
ALAH-LA-Ô
Alah-la-ô ôôô ôôô
Mas que caô ôôô ôôô
Diziam que agora ninguém ia roubar mais
Mas o que se queria era entregar a Petrobras
Alah-la-ô ôôô ôôô
Mas que caô ôôô ôôô
Alah-la-ô ôôô ôôô
Mas que caô ôôô ôôô
Diziam que agora ninguém ia roubar mais
Mas o que se queria era entregar a Petrobras
Alah-la-ô ôôô ôôô
Mas que caô ôôô ôôô
Fomos a Curitiba
Para louvar os que vieram nos salvar
Caô! Caô! Caô, era caô...
Falar de corrupção
Quem mandou foi Tio Sam
Caô, era caô
Alah-la-ô ôôô ôôô (...)
OLHA A CABELEIRA DO ZEZÉ
Olha o privilégio do juiz
Me diz se condiz
Me diz se condiz
Olha o privilégio do juiz
Me diz se condiz
Me diz se condiz
É mais de cem mil de salário
Tá cheio de penduricalho
De férias dá quase três meses
Não presta conta pra ninguém
Corta a mamata dele!
Corta a mamata dele!
Corta a mamata dele!
Corta a mamata dele!
Olha o privilégio do juiz (...)
MULATA BOSSA NOVA
Batendo na panela
Deu um tiro no pé
A classe média
Iê iê iê iê iê iê iê
Mas que tragédia
Batendo na panela
Deu um tiro no pé
A classe média
Iê iê iê iê iê iê iê
Mas que tragédia
A renda caiu
Deve mais a cada dia
E vai perder também
A aposentadoria
Batendo na panela (...)

MAMÃE EU QUERO
Sé Sergio Moro
Sé Sergio Moro
Sergio Moro bora julgar
Condena o Lula
E prende o Lula
E mata o Lula que é pro Lula não ganhar
Sé sé sé sé sé Sergio Moro
Sé Sergio Moro
Sergio Moro bora julgar
Condena o Lula
E prende o Lula
E mata o Lula que é pro Lula não ganhar
Se o Lula volta acaba a privatizaÇÃO
Acaba o velho sonho de voltar com a escravidão
Diz pro Dallagnol montar mais uma acusação
E arruma bem depressa uma nova delação
Sé sé sé sé sé Sergio Moro (…)

Outro exemplo: Na letra original, o verso era “Dorme fiLHInho do meu coração”, e na paródia a sílaba tônica passa para o final do verso (“privatizaÇÃO”).

CACHAÇA NÃO É ÁGUA
Você pensa que o golpe é claro
O golpe não é claro não
O golpe não sai no jornal
Nem passa na televisão
Você pensa que o golpe é claro
O golpe não é claro não
O golpe não sai no jornal
Nem passa na televisão
O golpe entregou PROS juízes
O poder! Do bem! E do mal!
O golpe entreGOU pros gringos
As riquezas do nosso pré-sal
O golpe limitou o governo
A só pagar juro pra rico
Quanto a quem bateu panela
Esses tão pagando mico
Você pensa que o golpe é claro (...)
O TEU CABELO NÃO NEGA
O teu passado não nega, Supremo
O golpe você validou
Você também é golpista, Supremo
Supremo eu quero o teu favor
O teu passado não nega, Supremo
O golpe você validou
Você também é golpista, Supremo
Supremo eu quero o teu favor
A Constituição
Barroso arquivou
Fux quer voltar censura
A Cármem Lúcia agora é global
E Gilmar Mendes livra o amigo no final
O teu passado não nega, Supremo (...)

PIERRÔ APAIXONADO
Um juiz bem deslumbrado
Como alguns procuradores
Foram todos convidados
A estudar lá fora, e com tudo pago
Um juiz bem deslumbrado
Como alguns procuradores
Foram todos convidados
A estudar lá fora, e com tudo pago
O Tio Sam não dá ponTO sem nó
A Petrobras espionou sem dó
E mandou tudo, de mão beijada
Para a justiçada reduzi-la a pó
O Tio Sam tem um gênio ruim
Aos seus pupilos ensinou assim
A não gostar de empresas brasileiras
E pras empreiteiras também foi o fim
Um juiz bem deslumbrado (...)
A JARDINEIRA
Oh classe média, por que estás tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi esse golpe ao qual eu disse sim
Mas era treta e virou contra mim
Foi esse golpe ao qual eu disse sim
Mas era treta e virou contra mim
Vem, classe média
Bora acordar
Não fiques triste que você não tá sozinha
Você faz parte do povo
E com ele se caminha
Não fiques triste que você não tá sozinha
Você faz parte do povo
E com ele se caminha
Oh classe média, por que estás tão triste (...)

CIDADE MARAVILHOSA
Congresso mafioso
Cheio de gente vil
Congresso mafioso
Desgraça do meu Brasil
Congresso mafioso
Cheio de gente vil
Congresso mafioso
Desgraça do meu Brasil
Pra Dilma inventaram um pretexto incomum
Se deixassem, botavam ela em cana
O Temer não tiram de jeito nenhum
Mesmo com mala de grana
Congresso mafioso (...)

SASSARICANDO
De-de-delatando
Da cadeia todos querem se livrar
De-de-delatando
Mas só falando o que eles querem escutar
Disseram que se eu delatasse o Lula
A minha pena
O juiz anula
De-de-delatando
Da cadeia todos querem se livrar
De-de-delatando
Mas só falando o que eles querem escutar
Disseram que se eu delatasse o Lula
A minha pena
O juiz anula
Quem delata vai pra casa
Quem não delata não escapa
Então se for pra me livrar
Eu delato até o Papa
De-de-delatando (...)

YES, NÓS TEMOS BANANAS
Yes, nós temos ladrões
Ladrões do dinheiro do povo-ôô
Desde mil e quinhentos, são maus elementos
Que despertam ódio e rancor
Yes, nós temos ladrões
Ladrões do dinheiro do povo-ôô
Desde mil e quinhentos, são maus elementos
Que despertam ódio e rancor
Espalham que o governo que caiu
Foi o mais corrupto do Brasil
Trocaram por outro, que afinal,
É o pior da História mundial
O que é mais raro e bem legal
É fazer o país menos desigual
Mas pra que nada mude, pra sabotar
Pega ladrão é o que se vai gritar
Yes, nós temos ladrões (...)

TURMA DO FUNIL
Chegou a máfia tucana
Todo mundo rouba mas não vão pra Lava-Jato
Ha ha ha ha
Mas não vão pra Lava-Jato
O Serra e o Aécio nem perdem o mandato
Chegou
Chegou a máfia tucana
Todo mundo rouba mas não vão pra Lava-Jato
Ha ha ha ha
Mas não vão pra Lava-Jato
O Serra e o Aécio nem perdem o mandato
A imprensa é velha amiga
E na Justiça ninguém compra essa briga
É conta na Suíça
É mala de milhão
Mas nada deles irem pra prisão
Chegou
Chegou a máfia tucana (...)

MARCHA DO REMADOR (Se a canoa não virar)
Se esse golpe não morrer
Olê, olê, olÊ
O Brasil vai se perder
Se esse golpe não morrer
Olê, olê, olÊ
O Brasil vai se perder
O juiz e o procurador
Têm que ser do povo o servidor
Têm que fugir da televisão
E que resgatar a Constituição
Se esse golpe não morrer
Olê, olê, olê
O Brasil vai se... (claro que aqui as pessoas cantarão outra coisa)

TAÍ
Taí
Eu fiz tudo pra você me acreditar
Oh meu bem, na web tentam te enganar
Só na Globo, só na Globo você pode confiar
Taí
Eu fiz tudo pra você me acreditar
Oh meu bem, na web tentam te enganar
Só na Globo, só na Globo você pode confiar
Te convenci que o Lula era um ladrão
E que roubava pra lá de bilhão
Que no governo botou uma quadrilha
E que essa crise toda é sua filha
Que no governo botou uma quadrilha
E que essa crise toda é sua filha
Tudo que eu digo é verdade pura
Já desde os tempos da ditadura
E agora eu tenho que te convencer
Nem roubo nem crise não vai mais ter
E agora eu tenho que te convencer
Nem roubo nem crise não vai mais ter
Taí
Eu fiz tudo pra você me acreditar (...)
ÍNDIO QUER APITO
Ê ê ê ê ê
O povo quer votar
Se não deixar, pau vai comer
Ê ê ê ê ê
O povo quer votar
Se não deixar, pau vai comer
Tão tentando tirar fora o Lula
Tão forçando a barra, só NÃO vê quem não quer
Mas não se segura a maré
O povo vai votar em quem ele quiser
Ê ê ê ê ê (...)
SACA-ROLHA
Os ódios vão rolar
De quem não gosto eu vou logo rotular
De esquerdopata, de petralha ou feminazi
Mas só na rede
Que eu sei brigar
Deixa os ódios rolar
Os ódios vão rolar
De quem não gosto eu vou logo rotular
De esquerdopata, de petralha ou feminazi
Mas só na rede
Que eu sei brigar
É em Miami que eu quero morar
E só na Globo eu vou acreditar
E pro Brasil melhor governo é ditadura
Pr'eu me dar bem
Pr'eu me dar bem
Os ódios vão rolar (...)

MARCHA DO CORDÃO DA BOLA PRETA
Quem não chora não mama
Segura, juiz
Seu privilégio
Antes que o povo perceba
E essa vaca
Vá pro brejo
Quem não chora não mama
Segura, juiz
Seu privilégio
Antes que o povo perceba
E essa vaca
Vá pro brejo
Você faz que não vê
(você faz que não vê)
Que é um absurdo total
(um absurdo total)
Essa baba embolsar
(essa baba embolsar)
Pra trabalhar num tribunal
Pega muito mal
Quem não chora não mama (...)

ME DÁ UM DINHEIRO AÍ
Ei, você aí
EstanCÁ a sangria aí
EstanCÁ a sangria aí
Ei, você aí
Estancá a sangria aí
Estancá a sangria aí
Não vai estancar
Não vai mais não
Você vai ver
O grande acordão
Que eu vou fazer com Supremo, com tudo
Botando o Michel no grande acordo nacional
RETRATO DO VELHO
Bota o retrato do Lula outra vez
Bota no mesmo lugar
Bota o retrato do Lula outra vez
Bota no mesmo lugar
No sorriso do velhinho
A gente volta a sonhar
No sorriso do velhinho
A gente volta a sonhar
Bota o retrato do Lula outra vez
Bota no mesmo lugar
Bota o retrato do Lula outra vez
Bota no mesmo lugar
No sorriso do velhinho
A gente volta a sonhar
No sorriso do velhinho
A gente volta a sonhar
Eu já botei o meu
E tu? Não vais botar?
Eu já enfeitei o meu
E tu? Vais enfeitar?
No sorriso do velhinho
A gente volta a sonhar
No sorriso do velhinho
A gente volta a sonhar
Bota o retrato do Lula outra vez (...)



Mais fortes são os poderes do povo!

enero 24, 2018 10:01, por segundo clichê



Carlos Motta

Cinquenta e quatro anos atrás, em 1964, ano da "Gloriosa", era lançado "Deus e o Diabo na Terra do Sol", do baiano Glauber Rocha. Os críticos consideram o filme um marco do chamado "cinema novo", movimento que renovou a cinematografia nacional.

O filme trata da injustiça, da exploração do homem pelo homem, da luta de classes, da desigualdade social e de como os poderosos usam a violência para resolver os seus problemas. Nada de novo. Os temas são perenes, estão no ar desde o surgimento do homo sapiens - ou mesmo antes disso.

Para ressaltar as suas fortes imagens, "Deus e o Diabo..." conta com uma trilha sonora de primeira qualidade, de autoria do talentoso Sérgio Ricardo, 85 anos de idade, 66 anos a serviço da arte e cultura do país.

"Perseguição" e "Sertão Vai Virar Mar", duas das músicas do filme, se tornaram icônicas por resumirem, alegoricamente, não só o filme, mas o período histórico em que ele foi feito: o início da ditadura militar, o fim das ilusões dos que sonhavam ver o Brasil ao lado das grandes potências mundiais.

As duas canções são magnificamente interpretadas por Sérgio Ricardo.

E embora tenham sido feitas para um filme, poderiam muito bem terem sido compostas para expressar o que grande parte dos brasileiros sente hoje, ao ver a maior liderança política da história sofrer a mais abjeta perseguição de que se tem notícia.

Mas como brada o personagem Corisco, prestes a ser abatido pelo mercenário Antônio das Mortes, no simbólico duelo entre ambos, "mais fortes são os poderes do povo".

https://www.youtube.com/watch?v=A19p6jZQpSk

- Se entrega, Corisco!
- Eu não me entrego, não!
Eu não sou passarinho
Pra viver lá na prisão
- Se entrega, Corisco!
- Eu não me entrego, não!
Não me entrego ao tenente
Não me entrego ao capitão
Eu me entrego só na morte
De parabelo na mão
- Se entrega, Corisco!
- Eu não me entrego, não!
(Mais forte são os poderes do povo!)


Farrea, farrea povo
Farrea até o sol raiar
Mataram Corisco
Balearam Dadá
O sertão vai virá mar
E o mar virá sertão
Tá contada a minha história
Verdade e imaginação
Espero que o sinhô
Tenha tirado uma lição
Que assim mal dividido
Esse mundo anda errado
Que a terra é do homem
Num é de Deus nem do Diabo 



Marcelo Cigano mostra sua versatilidade em SP

enero 23, 2018 16:57, por segundo clichê


Marcelo Cigano, um dos principais acordeonistas do país, fará show, no dia 30, terça-feira, no Jazz B (Rua General Jardim, 43, República, São Paulo). No espetáculo, que começa às 21 horas, ele será acompanhado por Vinicius Araujo (guitarra), Bruno Migotto (baixo), Edu Ribeiro (bateria) e Jota P. (sax), e apresentará o repertório de seu segundo disco, que está em fase de produção.

Nascido numa família cigana, Marcelo começou a tocar acordeão aos 8 anos de Idade por influência de seu pai, também acordeonista. Com versatilidade e virtuosismo ele transita entre diversos gêneros musicais, como o samba, choro, forró, bossa nova, tango e jazz.

Lançou em 2014 seu primeiro disco, intitulado "Influência do Jazz", com direção musical de Oliver Pellet e participações especiais de Hermeto Pascoal, Toninho Ferragutti, Lea Freire, Thiago Espírito Santo, entre outros.

Entre shows e gravações, Marcelo já tocou com Joel Nascimento, Isaias Bueno, lsrael Bueno, Arismar do Espirito Santo, Guello, Oswaldinho do Acordeon, Nailor Proveta, François de Lima, Fábio Torres, Edu Ribeiro, Arthur Bonilla, Spok Frevo Orquestra, Robin Nolan, Paul Mehling, Jon Larsen e Tcha-Badjo.



Escritor viaja por suas raízes em Angola, Portugal e Brasil

enero 23, 2018 9:56, por segundo clichê


Ricardo Ferreira nasceu em Banguela, no sul de Angola, em 1966. Com apenas 9 anos, ao início da guerra civil no país, partiu com os pais, portugueses, para Lisboa, onde cresceu junto com a democracia lusitana. Duas décadas depois, em visita de férias à Bahia, apaixonou-se por Salvador, para onde logo se mudou definitivamente.

As vivências da trajetória de vida por três países lusófonos deram origem à trilogia literária “O Grande Banquete”, um resgate das raízes do autor e uma declaração de amor às terras que o acolheram. “Os livros aconteceram naturalmente, sem pressa. Ao longo dos anos, reuni as ideias, experiências e os relatos de vários tempos”, comenta Ricardo. Segundo ele, a iniciativa de transferir para as páginas dos livros sua trajetória e seus pensamentos foi motivada por insistentes pedidos dos amigos.


O primeiro livro, “A Transformação e o Templo” (160 págs., Cogito Editora, R$ 39,90), de 2013, narra as experiências de um português exultante com os atrativos das terras baianas. Sua escrita é descritiva, porém intensa – por vezes até sofrida –, cheia de sons, tons, cores e sabores. O leitor depara com o relato de um apaixonado pela Bahia que viaja pelos mais ricos recantos do Estado, descobrindo desde a Ilhéus da Gabriela de Jorge Amado até a Itaparica de João Ubaldo, enquanto sente o cheiro da terra vermelha que remete à sua infância.


Na sequência, “Viagens à Nossa Volta” (168 págs., Quarteto Editora, R$ 39,90), de 2015, o escritor convida a uma viagem sedutora pelas culturas de Angola, Portugal e Brasil, combinando ficção e realidade em uma busca contemplativa de suas próprias raízes e dos elos que nos unem a todos como cidadãos lusófonos.


A saga se encerra com “Eles e Elas e os Risos do Fado” (202 págs., Quarteto Editora, R$ 39,90), de 2016. Sutil e reflexiva, a narrativa gira em torno de dois estudantes, o português Carlos e a brasileira Lisa, que se conhecem no meio universitário português. A história do casal é apresentada à medida que o leitor é inserido em um passeio romântico pela vida noturna de Lisboa e suas atrações e, em certo momento, cruza o Atlântico para chegar a Salvador.


Elementos centrais na trajetória pessoal e profissional de Ricardo, a lusofonia e a relação entre os países de língua portuguesa constituem-se, simultaneamente, como objeto de inspiração e de crítica para o autor.


Vivendo em “um triângulo afetivo e profissional” entre as três pátrias que o formaram como cidadão e homem, o autor relaciona, de maneira criativa e harmoniosa, suas memórias às histórias dos países e nações.


“Tive a grata oportunidade de vivenciar essas experiências multiculturais, que sem dúvida me tornaram um ser melhor. É essa mistura que me atrai e é sobre isso que escrevo e reflito”, diz o autor.



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