Vendas do comércio para o Dia dos Pais caem pelo 4º ano seguido
agosto 14, 2017 15:36Os golpistas bem que tentam, diariamente, vender a ideia de que a economia está se recuperando, mas está difícil, já que a realidade é outra, bem diferente. O exemplo mais recente são as vendas a prazo na semana do Dia dos Pais, que caíram 2,18% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), entidades que adoram mostrar o Brasil cor-de-rosa.
Este é o quarto ano consecutivo em que o indicador fica no negativo. As quedas nas vendas foram de 7,15% (2016), 11,21% (2015), e 5,09% (2014), e anteriormente, nos anos dos governos "petralhas", antes das ações de sabotagem preparativas para o golpe que trocou a presidenta Dilma por um bando de ladrões, houve aumentos de 3,78% (2013), 4,75% (2012), 6,86% (2011) e 10% (2010).
O indicador mostra que, com exceção da Páscoa que apresentou alta de 0,93%, o resultado do Dia dos Pais foi o melhor para uma data comemorativa em 2017, uma vez que tanto no Dia das Mães como no Dia dos Namorados as quedas foram ainda maiores, de -5,50% e -9,61%, respectivamente.
Na avaliação dos economistas do SPC Brasil, as condições econômicas ainda graves, como desemprego elevado, alto estoque de inadimplência e crédito mais restrito, continuam exercendo forte impacto sobre o consumidor, que acaba sendo obrigado a limitar e rever seus gastos para salvar as próprias finanças.
O Dia dos Pais é a primeira data comemorativa do segundo semestre e, embora não movimenta cifras tão volumosas como no Natal, Dia das Mães e Dia dos Namorados, funciona como um termômetro para as próximas datas, como Dias das Crianças e o próprio Natal.
Sindicatos denunciam desmonte da comunicação pública
agosto 14, 2017 15:12A diretoria da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), responsável pela Agência Brasil e TV Brasil, rede de televisão pública, nomeada pelo governo golpista, vem desrespeitando sistematicamente seus trabalhadores, denunciam os sindicatos de jornalistas e radialistas do Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.
As entidades emitiram nota sobre o assunto, na qual dizem que "desde a posse de Laerte Rimoli à frente da empresa e da mudança da lei da EBC por medida provisória, a comunicação pública federal vem sofrendo retrocessos diários".
"Diversos programas da TV Brasil e da Rádio Nacional foram tirados do ar - prossegue o texto da nota-, enquanto programas pró-governo foram criados. A censura nas redações é denunciada cotidianamente pelos jornalistas, que veem suas matérias editadas favoravelmente ao Planalto. Setoristas da área política e social foram tirados dos seus postos de trabalho. Com o fim do Conselho Curador pelo governo, resta aos empregados a resistência diária e a denúncia pública do que vem ocorrendo na empresa."
A íntegra da nota é a seguinte:
Os Sindicatos dos Jornalistas e Radialistas do DF, RJ e SP e a Comissão dos Empregados do DF vêm a público, mais uma vez, denunciar o sistemático desrespeito da diretoria da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) com seus trabalhadores e da tentativa de, dia após dia, desmontar a comunicação pública nacional.
Nessa sexta-feira (11), os jornalistas correspondentes da Agência Brasil no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Ceará foram surpreendidos com portarias da empresa constando a remoção desses empregados para o RJ e Brasília. Os jornalistas sequer foram informados e tinham suas alocações em vigor até janeiro de 2018.
Os correspondentes traziam uma dimensão nacional para cobertura da empresa, enviando diariamente notícias para a Agência Brasil e de forma complementar para a Rádio Nacional e TV Brasil. Esses trabalhadores foram selecionados por processo seletivo interno e os custos era quase nenhum, já que utilizavam em sua maioria a estrutura das afiliadas à rede pública.
Assédio
A atitude representa mais uma ação de perseguição da chefia da Agência Brasil, em acordo com a Diretoria de Jornalismo e com a Presidência da EBC, que são complacentes ao assédio moral cometido contra os repórteres do veículo, como denunciado em carta aberta dos empregados à direção da empresa.
No final de junho, o Ministério Público do Trabalho já havia notificado a EBC e proposto um Termo de Ajuste de Conduta para que a empresa tome medidas efetivas para combater o assédio moral. É mais um sinal de que essa diretoria não respeita a legislação e busca cotidianamente humilhar seus trabalhadores.
Governismo
As ações dos gestores da empresa seguem ainda a tentativa do Governo Federal de desmontar a comunicação pública. Desde a posse de Laerte Rimoli à frente da empresa e da mudança da lei da EBC por Medida Provisória, a comunicação pública federal vem sofrendo retrocessos diários.
Diversos programas da TV Brasil e da Rádio Nacional foram tirados do ar, enquanto programas pró-governo foram criados. A censura nas redações são denunciadas cotidianamente pelos jornalistas, que vêem suas matérias editadas favoravelmente ao Planalto. Setoristas da área política e social foram tirados dos seus postos de trabalho. Com o fim do Conselho Curador pelo Governo, resta aos empregados a resistência diária e a denúncia pública do que vem ocorrendo na empresa.
Já não bastasse o corte da verba de custeio da EBC em mais de 60% pelo Governo, a direção não se move para buscar a destinação da Contribuição para o Fomento da Comunicação Pública, que já soma mais de 3 bilhões de reais e segue congelada pelo governo. São gastos milhões com ponto eletrônico dos empregados, mas a Rádio Nacional da Amazônia continua fora do ar e até os contratos de estagiários são suspensos.
Mordaça
A direção da empresa ainda buscar silenciar seus profissionais com a criação de um verdadeiro código de "mordaça", batizado como de conduta, para impedir que os trabalhadores da comunicação pública possam se expressar sobre o que a direção da empresa vem fazendo
A empresa prepara um plano opressor de Desligamento Voluntário, buscando retirar da empresa os mais antigos funcionários sem prever nenhum concurso para repor estes postos de trabalho. Enquanto isso, dezenas de profissionais, impedidos até de se licenciar sem seus vencimentos, pedem demissão por não serem reconhecidos como profissionais, não suportarem o assédio e a pressão governista e verem a comunicação pública desrespeitada.
Os Sindicatos seguirão resistindo na luta pelo cumprimento do preceito constitucional de uma comunicação pública independente e pelo respeito aos trabalhadores da EBC.
Sindicato dos Jornalistas do DF, RJ e SP
Sindicato dos Radialistas do DF, RJ e SP
Comissão de Empregados da EBC
Conceição Tavares: "Nunca vivemos uma crise tão forte"
agosto 14, 2017 10:39A economista Maria da Conceição Tavares, 87 anos, ex-professora do Instituto de Economia (IE) da Unicamp, está aposentada, mas continua uma observadora arguta dos acontecimentos da política e da economia do Brasil. Justamente por estar alerta, ela se diz extremamente preocupada com a situação do país.
“Estou muito pessimista porque as condições estão péssimas. Faz dois anos que estamos estagnados. Nunca vivemos uma crise tão forte. Isso não aconteceu nem mesmo nos anos 1930”, analisa, em referência à chamada Grande Depressão.
Em entrevista por telefone ao "Jornal da Unicamp", desde o Rio de Janeiro, onde reside, instigada a falar sobre o atual momento do Brasil, Conceição Tavares não poupou o verbo, uma das suas características mais marcantes. Sobre o governo do presidente Michel Temer, a intelectual não faz qualquer concessão. “As atitudes deste governo têm servido para agravar a situação do país. Aliás, não se trata de um governo, mas sim de um desgoverno”, define.
A recém-aprovada reforma trabalhista, na opinião da economista, é um exemplo dos retrocessos impostos pela atual política de Temer e seus apoiadores. “Essa medida tem o claro objetivo de acabar com a CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], que vem da era Vargas. Isso vai trazer repercussões graves, como o aprofundamento da precarização do trabalho”, aponta.
“Agora, estão discutindo a reforma da Previdência. Este governo não tem qualquer legitimidade para conduzir essa matéria. É um governo ilegítimo que está caindo aos pedaços. Não tem moral para fazer nada; só faz besteiras.”
Questionada se não vê as eleições de 2018 como uma oportunidade de recolocar o país nos eixos, Conceição Tavares mais uma vez demonstra extrema desconfiança. “Meu filho, para começo de conversa, eu espero que haja eleição no ano que vem. Tenho dúvida quanto a isso. Afinal, já não tivemos um golpe branco? Então, podemos ter outro. Além do mais, não tem candidato que preste. Do lado deles não tem ninguém. Do nosso lado tem o Lula, mas estão fazendo o possível e o impossível para neutralizá-lo. Está tudo muito obscuro”, finaliza.
Conceição Tavares está sendo homenageada ao longo do mês de agosto pelo Instituto de Economia da Unicamp, sua casa, por meio do evento “Economia e Pensadores II”. Até o dia 30, serão realizadas diversas palestras e debates em torno da obra da economista, que ofereceu contribuições importantes para a compreensão de diferentes temas, entre eles o subdesenvolvimento. (Jornal da Unicamp)
Não se faz ciência com pouco dinheiro, ensina aos golpistas o Prêmio Nobel
agosto 12, 2017 10:35Para o cientista israelense Aaron Ciechanoven, Prêmio Nobel de Química em 2004, é impossível fazer pesquisa e desenvolvimento com pouco dinheiro. Segundo ele, não se pode interromper os recursos para a ciência, pois ela necessita de um investimento de longo prazo. “Israel está fazendo muito dinheiro com ciência”, disse em sua passagem pelo Brasil.
Ciechanoven começou a carreira como médico, mas decidiu seguir sua intuição e virar pesquisador. Seu grande feito foi detectar um sistema chamado Ubiquitina, responsável por eliminar moléculas de proteínas danificadas ou desnecessárias para o organismo, conhecimento que mais tarde, descobriu-se, está intimamente ligado ao câncer e às doenças degenerativas.
Ele deu uma entrevista à Agência Brasil, reproduzida adiante, na qual fala sobre investimento em pesquisa, retenção de pessoas altamente qualificadas e quais são as perspectivas sobre o futuro da medicina.
O Brasil investiu em 2014 em pesquisa e desenvolvimento 1,27% do PIB, porcentual que vem caindo dia a dia desde que os golpistas tomaram conta do governo federal.
Para eles, indivíduos de mente primitiva, ciência é supérflua.
Agência Brasil: O senhor consegue avaliar se é possível alcançar avanços científicos e fazer descobertas relevantes com muita dedicação, mas com poucos recursos?
Aaron Ciechanoven: Eu acho difícil hoje em dia. Antigamente era possível, hoje é, na verdade, impossível, porque a ciência se tornou tão cara e sofisticada que sem dinheiro. Israel investe 4% do PIB em pesquisa. Ao lado da Coreia, somos líderes em [investimentos] em pesquisa e desenvolvimento. Países muito “primitivos” colocam 0,2%. Um país “ok” coloca entre 1% e 2%. Nós estamos no topo. Não se pode fazer ciência sem investimento, mas o investimento se paga.
É muito fácil cortar verbas da ciência, porque os cientistas não compõem uma união de trabalhadores. Eles não podem desligar a eletricidade, fechar os aeroportos, não pode fazer uma greve de trens. Eles são simplesmente cientistas, então é fácil cortar a verba deles, mas o estrago desses cortes a logo prazo são enormes. Em primeiro lugar, porque os jovens perdem o interesse em se tornar cientistas. “Ser cientista não vale a pena, cientistas não ganham dinheiro, é melhor ser um advogado ou outra coisa”. Em segundo lugar, leva-se bastante tempo para construir a infraestrutura científica. Para formar um cientista é preciso graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado, enfim, leva-se entre 20 e 30 anos e é preciso investir muito dinheiro.
Agência Brasil: Qual o prejuízo em se diminuir o investimento em pesquisa e desenvolvimento?
Ciechanoven: Não há como dizer hoje que não vai investir em cientistas e amanhã dizer que sim, não é como comprar leite no supermercado. Se hoje você não tem dinheiro, não compra leite. Você pode viver um dia sem, no dia seguinte você compra. [Formar cientistas] é um investimento de longo prazo, é uma visão do governo, do estado, com o que ele quer no fim. Porque no fim vale a pena.
Israel está fazendo muito dinheiro com ciência, estamos fazendo muito, muito dinheiro. Estamos vendendo ciência. Não temos nada pra vender, não temos bananas, nós não temos nada. Não temos recursos naturais, nós importamos tudo em Israel. O que estamos vendendo hoje é ciência, conhecimento. E estamos fazendo dinheiro disso. É como um banco. É o melhor investimento que se pode fazer. O Brasil é, em grande medida, um país de commodities [mercadorias em estado bruto ou produtos primários comercializados internacionalmente, como café, algodão, soja, boi gordo, minério de ferro e cobre]. Israel é um país de conhecimento. Pode-se viver das duas coisas.
Agência Brasil: Após passar 3 anos em um dos principais centros de pesquisa dos Estados Unidos, o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), você retornou a Israel. Alguns dos melhores cientistas brasileiros saem do país para completar os estudos e não retornam. Como evitar que isso ocorra?
Ciechanoven: Em Israel também muitos [cientistas] saem e não voltam. Mas nós temos que respeitar essa decisão porque é pessoal. Eu decidi voltar porque eu amo meu país e eu tinha uma posição oferecida na universidade, que era uma boa oportunidade, mas pior do que outras que recebi nos Estados Unidos. Mas a vida não é apenas ciência. Você tem família, comida, amigos, a língua, a música. A vida é muito mais complexa que a ciência. Em Israel eu sentia que poderia causar um impacto maior. Havia muitos de mim nos Estados Unidos, eles não precisavam de mim. Além disso, eu me sentia estrangeiro e precisava do sentimento de me sentir em casa. E deu certo. Talvez eu tivesse me dado melhor se tivesse ido para a Universidade de Standford, por exemplo, ou para Harvard, mas eu também não me dei mal em Israel, na verdade fui muito bem-sucedido. É muito pessoal. Eu não critico quem não volta para a terra natal. Deveríamos viver em um mundo em que as pessoas fossem completamente livres para fazer o que é bom para elas mesmo e suas famílias, mas o país precisa oferecer oportunidades para as pessoas qualificadas, porque se elas forem boas e não tiverem nada no Brasil, será uma perda garantida para o país e você terá um engenheiro que em vez desenvolver produtos para o Brasil estará fazendo isso para alguma empresa dos Estados Unidos. Isso é uma perda para o Brasil. Todo país precisa fazer o esforço para manter pessoas com alta qualificação. Além de manter, eu acho que os países deveriam convidar pessoas altamente qualificadas. Não apenas porque essas pessoas são capazes de desenvolver bons produtos e gerar renda, mas porque pessoas inteligentes criam filhos inteligentes, são mais atentos à saúde, são menos dependentes do estado de bem-estar social. Se você é educado, você pode tomar mais cuidado consigo mesmo e ainda gerar mais dinheiro. Tipicamente, educação e salários crescem de mãos dados. Quanto mais educado a pessoa é, mais dinheiro vai ganhar. A conta sempre fecha quando você tem pessoas altamente qualificadas. Então a perda é grande por deixar eles irem embora. Pega todo o dinheiro investido e manda embora para outro país. Tem alguma coisa errada nesse cálculo!
Agência Brasil: Em qual área de estudo está a maior aposta para a cura definitiva do câncer?
Ciechanoven: A resposta está em todos os lugares. Houve um tempo em que se acreditou que a resposta era o genoma. ‘Se conhecermos o genoma, saberemos tudo’. Com certeza sabemos muito pouco sobre o genoma humano. Então nós precisamos sequenciar o genoma e depois disso vamos para a sequenciamento das proteínas, aí precisamos entender todos os processos postranslacionais [interações químicas que afetam as moléculas de proteína], como a oxidação, a fosforilação. E então precisamos entender as pequenas moléculas, os açúcares, os lipídios, os aminoácidos. No fim, teremos todo o perfil. É tudo sobre “omas”. Proteoma, genoma, metaboloma, trascriptoma. Só então teremos o perfil completo do paciente, o que vai dar a informação necessária para diagnosticar a origem de cada doença e tratá-la com um remédio específico para aquela pessoa. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
Caso de internação
agosto 11, 2017 15:40Alguns trechos de um discurso feito hoje pelo Dr. Mesóclise:
“Falei em diálogo, de um lado, e responsabilidade fiscal, de outro lado, e hoje, da responsabilidade social. A cada dia, nós praticamos um ato. Ora da responsabilidade fiscal, ou seja, o governo não mente para o povo brasileiro, faz, muitas vezes, toma medidas rigorosas, mas indispensáveis para a higidez das finanças públicas do nosso país.”
“Sempre fazendo uma distinção muito clara entre as medidas populistas, que são aquelas que, produzidas hoje, ganham aplausos amanhã, mas causam um grande prejuízo depois de amanhã. Eu as distingo das medidas ditas populares. Estas, sim, praticadas hoje para ter o reconhecimento popular muito tempo depois. E é o que nós temos feito.”
“É exata e precisamente em função do diálogo que você acaba tendo a percepção dos problemas do país. Se você se encastela, se encasula e não dialoga, você não recebe as naturais sugestões que surgem precisamente da conversa ampla que se faz ao longo do tempo.”
O sujeito precisa ser internado urgentemente.