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Segundo Clichê

febrero 27, 2017 15:48 , por Blogoosfero - | 1 person following this article.

IBC-Br maio: tem marola no fundo do poço

julio 14, 2017 16:17, por segundo clichê


O Banco Central informou na manhã desta sexta-feira (14) que o seu indicador antecedente do PIB (IBC-Br) registrou variação negativa no último mês de maio (-0,5%). Embora já viéssemos alertando aqui neste espaço para a possibilidade de novas quedas do nível de atividade em decorrência da ausência de fatores capazes de dar impulso a um ciclo de retomada do crescimento, as vozes do mercado financeiro reunidas pelo jornal Valor Econômico estimavam que o IBC-Br de maio apontaria para um crescimento de 0,3%.


Além disso, quando se considera o resultado acumulado nos cinco primeiros meses de 2017 frente ao mesmo período de 2016 (os últimos meses sob o governo Dilma), o que se observa é também uma queda de 0,10%, a despeito dos ajustes metodológicos nas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística e que inflaram os resultados nos primeiros meses do presente ano.

Ou seja, a cada novo resultado vai ficando cada vez mais claro que, embora ocorram oscilações positivas de um ou outro segmento da economia, o arranjo macroeconômico conduzido pelo governo Temer e seus ministros-banqueiros não é capaz de dar partida a nenhum motor da demanda agregada.

Sem isso, o país deverá permanecer à mercê de eventuais impulsos exógenos (maior apetite do mercado externo, um regime climático favorável à safra agrícola) e se acostumar com a marola no fundo do poço. Sem escadas, sem mola e sem cordas, seria talvez o caso de devolver a pergunta cínica que Michel Temer fez aos brasileiros dias atrás: o que será deste pais com mais um ano e meio sob o seu governo?  (Marcelo P. F. Manzano/Fundação Perseu Abramo)



O Dr. Mesóclise e o revelador bife de filé-mignon

julio 14, 2017 10:28, por segundo clichê


A notícia se espalhou com a velocidade da luz e surpreendeu a todos mais que a revelação da receita da famoso bolo de fubá de dona Vivi: o Dr. Mesóclise estava sendo processado por um sujeito, morador novo da cidade, sob a acusação de desviar para seu uso parte da carne que o açougue Faca de Ouro doava, semanalmente, para a Casa de Repouso Vida Feliz, o lar dos velhinhos - carne de primeira, filé-mignon, a mais nobre.

Convém explicar que o Dr. Mesóclise é o o mais ilustre cidadão de Banana Verde, farol ético e moral para as gerações presentes e futuras, receptáculo de extensivos conhecimentos exclusivos e gerais, conjugador emérito de verbos e excepcional colocador de pronomes.

Em resumo, um cidadão acima de qualquer suspeita. 


Por isso a comunidade bananaverdense não teve dificuldade de escolher o seu lado nessa pendenga: o doutor, todos sabem, é incapaz de fazer mal a qualquer pessoa, muito menos aos simpáticos velhinhos da casa de repouso - ainda mais que ele é, como presidente de honra, o principal responsável pelo bem-estar dos internos e até mesmo pela sobrevivência da instituição.

Mas havia um ou outro que tinha lá suas dúvidas sobre a conduta do excelentíssimo doutor. 

A polêmica foi mantida, com episódios que destoavam da calmaria habitual de Banana Verde - as discussões acaloradas no Ponto Chic, o bar frequentado pelo quem-é-quem da cidade, são prova disso -, até o dia em que Sua Excelência, o dr. César Moura, conhecido e respeitado magistrado da comarca, iria pesar, com sua proverbial imparcialidade, os elementos de acusação e de defesa do rumoroso caso.

De um lado, recibos, depoimentos de testemunhas, até mesmo de alguns bons velhinhos moradores da casa de repouso, que juraram que a carne lá servida, três vezes por semana, era cheia de nervos, um tanto dura e de difícil digestão.

Do outro lado, um discurso apaixonado sobre as virtudes de um homem que dedicou sua vida inteira, frugal, como todos sabem, em benefício do progresso de sua amada cidade, sempre desinteressadamente.

Mas o advogado, o célebre dr. Carlos Meriz, foi além das palavras: apresentou uma prova, a seu ver, irrefutável, da inocência do afamado réu.

Chamou para testemunhar dona Marcelina, a faz-tudo da casa do Dr. Mesóclise.

E ela jurou que nunca havia servido para o seu patrão nenhuma receita de carne que não fosse cozida, sempre acompanhada de abundante molho, e que naquela casa onde trabalhava, com orgulho, havia tantos anos, nunca preparara um bife sequer.

- O doutor não suporta carne grelhada ou frita - justificou.

Dito isso, apresentou a prova definitiva da inocência do ilustre cidadão bananaverdense:

- Todos sabem que o filé-mignon fica muito melhor grelhado. Nunca iria jogá-lo numa panela para cozinhar, como o doutor gosta.

Não deu outra.

Em vista de tal testemunho, o meritíssimo juiz dr. César Moura não teve dúvida em inocentar o mais ilustre cidadão bananaverdense.

E, é claro, condenar o acusador a pagar as custas do processo. (Carlos Motta)



A banalização do cinismo

julio 13, 2017 16:21, por segundo clichê


O cinismo, realmente, se integrou perfeitamente ao espírito do brasileiro. 

As manifestações desse tipo de comportamento, antes restritas a uma minoria, hoje se espalham por todos os lados.

Ser cínico, hoje, parece, é obrigação de quem quer estar em dia com os ares fétidos deste Brasil Novo. 

Não faltam exemplos de cinismo.

Um deles foi enviado via e-mail para um mailing extenso de jornalistas: trata-se de um press release da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas e Serviço de Proteção ao Crédito, a respeito da infame aprovação do projeto de lei da tal "reforma trabalhista", essa monstruosidade que, na prática, acaba com a CLT, o conjunto de normas que regulava a relação capital-trabalho, promovendo algum equilíbrio entre as partes.

O título do material é um primor: "Entidades do varejo comemoram aprovação da reforma trabalhista."

Para não provocar ânsias de vômito, transcrevo apenas três parágrafo da peça pornográfica:


"A aprovação do texto-base do projeto da reforma trabalhista, na noite desta terça-feira (11), no Plenário do Senado Federal, foi recebida com o sentimento de vitória e de dever cumprido pelas principais entidades que representam o segmento do varejo. O placar de 50 votos favoráveis à 26 contrários mostra que o Brasil deseja avançar no processo de atualização das leis, que por terem sido criadas na década de 40, já não mais se adequam ao mercado de trabalho moderno.

A nova legislação que entrará em vigor 120 dias após sanção presidencial, que acontecerá nesta quinta-feira (13/07), valoriza os acordos coletivos, possibilita a readequação de jornadas de trabalho, além de reduzir a burocracia dos contratos com prevalência dos acordos. O desejo da UNECS é que o presidente Michel Temer sancione sem vetos que prejudiquem o setor, especificamente no que diz respeito ao trabalho intermitente.

Essa conquista da sociedade brasileira que tem o potencial de gerar novos empregos e impulsionar a economia nacional é comemorada pelo setor de comércio e serviços, que representa 68% do PIB nacional e 73% dos empregos diretos. Somente as sete instituições representativas que compõem a União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS) respondem por 21% das vagas formais do país e detém o faturamento de R$ 1 trilhão."

Enfim...

É com esse tipo de empresário que o Brasil conta para ser um país mais justo, menos desigual e mais democrático. (Carlos Motta)



A terra dos "doutores"

julio 13, 2017 11:00, por segundo clichê


A sentença que condena o ex-presidente Lula a 9 anos e meio de prisão é uma peça tão absurda que faz a gente refletir sobre como algumas pessoas atingem posições de relevância na sociedade.

São os nossos "doutores".

O Brasil deve ser o país com mais "doutores" em todo o planeta.

Em toda rua de toda cidade há um "doutor" em alguma função: fisioterapia, odontologia, direito, medicina, ciências sociais...

É tanta sabedoria que chega a dar vergonha a nós, cidadãos ordinários, que escolhemos profissões tão abjetas que nunca, mas nunca mesmo, nos darão a possibilidade de sermos tratados como "doutores".


E os nossos "doutores" são cada vez mais jovens.

O doutor Dallagnol, chefe dos procuradores lava-jatos, por exemplo, tem cara de bebê.

Mesmo o doutor Moro, o juiz implacável que atribuiu para si a responsabilidade de mandar para a cadeia todos os corruptos do país, parece um daqueles meninões de praia que poderiam figurar em novelas de televisão.

Nada contra o fato de eles serem jovens, mas é que certas funções exigem um tanto de experiência de vida que não se encontra nos livros - ou nas apostilas de concurso público. 

Fora a juventude, esses nossos "doutores" têm um traço em comum: a sua sapiência tem a profundidade de uma página de jornal, a leveza de uma bolha de sabão.

É uma sabedoria que só engana trouxas, ou seja, a grande massa idiotizada pelos meios de comunicação, pelos "pastores" evangélicos, pelas correntes de whatsapp, pelas postagens das redes sociais.

Qualquer doutor de verdade, ou mesmo uma pessoa medianamente educada e informada, é capaz de reduzir a pó, em minutos, o pernosticismo desses "doutores" de araque.

Só um país onde a educação é tão desleixada e o patrimonialismo tão arraigado é capaz de formar tantos "doutores" como essas estrelas dos nossos jornalões.

Chega a ser inacreditável que alguém como o juiz da tal operação Lava jato seja celebrado do modo que foi nestes últimos anos não só pelos meios de comunicação, que têm claros objetivos ideológicos, mas também por membros da comunidade jurídica.

Um fato como esse me faz lembrar de meu tipo inesquecível, o saudoso sociólogo Antonio Geraldo de Campos Coelho, com quem tive a oportunidade de passar deliciosos momentos na Jundiaí de minha juventude.

Pois bem, o Coelho não admitia ser chamado de "professor". 

Ele se sentia profundamente ofendido se alguém o tratasse por esse título.

E tinha uma explicação perfeitamente lógica para isso:

- Todo mundo é professor, é uma avacalhação. Tem o professor de capoeira, o professor de ioga, o professor de bordado... 

Isso foi há 40 anos. 

Hoje ninguém mais quer ser chamado de professor nesta terra de doutores. (Carlos Motta) 



Situação fiscal do país é dramática. Palavra do deputado tucano

julio 13, 2017 9:49, por segundo clichê


Está cada vez mais difícil sustentar a tese de que o Brasil Novo superou a recessão e que, graças aos esforços do governo golpista a crise é coisa do passado. Até o relator, na Comissão Mista de Orçamento da Câmara dos Deputados, do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, a LDO, de 2018, Marcus Pestana (tucano de Minas Gerais), acha que a situação fiscal o país é trágica : "Nós vivemos uma situação dramática. O Rio de Janeiro é só a ponta do iceberg do que pode acontecer no Brasil se não houver responsabilidade fiscal. O governo só não chegou a um estrangulamento total porque tem capacidade de se financiar no mercado, pela emissão de títulos públicos.”


A Comissão concluiu a votação do relatório final do deputado Marcus Pestana, que será votado em sessão do Congresso Nacional. 

O relatório final mantém a meta fiscal proposta pelo governo. O texto prevê, para 2018, deficit primário de R$ 131,3 bilhões para o conjunto do setor público consolidado, número que Pestana chamou de “pornográfico”.

O governo federal responderá pelo deficit de R$ 129 bilhões. Estatais federais terão como meta o deficit de R$ 3,5 bilhões, e nos Estados e municípios a projeção é de superavit de R$ 1,2 bilhão.

O projeto estabelece a possibilidade de compensação entre os resultados do governo, das estatais e dos entes federados. Com isso, desde que mantida a meta total de R$ 131,3 bilhões, o governo poderá fazer mudanças no seu esforço fiscal ou no das estatais durante a execução orçamentária.

Se os números propostos pelo governo se confirmarem, o ano de 2018 será o quinto consecutivo de deficit primário. Os saldos negativos contribuem para o crescimento da dívida do governo.



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