Correios vivem crise mais séria da história
abril 7, 2017 10:21Anos atrás os Correios eram considerados uma empresa de excelência. Hoje, a estatal é um modelo de ineficiência: cobra tarifas altíssimas, mas presta serviços péssimos. Os boatos sobre o seu futuro são inúmeros, mas o que se sabe ao certo é que a empresa vive uma crise seríssima, por causa de vários fatores. Nesta semana, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, apresentou, em debate na Câmara dos Deputados, um panorama das dificuldades econômicas da empresa e elencou propostas para tentar resolver os problemas encontrados.
Segundo ele, os Correios, com 117 mil funcionários, apresentaram déficits desde 2010. A empresa teve um prejuízo de R$ 4 bilhões nos últimos dois anos, está fechando agências e pretende cortar benefícios dos funcionários.
A crise financeira dos Correios foi tema de audiência pública da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara. A reunião foi acompanhada por um grande número de funcionários dos Correios e teve a presença de sindicalistas, que ameaçaram com uma greve geral, caso não sejam adotadas soluções para a crise.
Campos atribuiu parte do problema da empresa à tendência mundial de diminuição no número de entregas de correspondências. Essa queda é atribuída à internet.
A entrega de correspondências é justamente o setor em que os Correios detêm o monopólio no Brasil. Já na outra parte do serviço, que é a entrega de encomendas, os Correios têm concorrência de empresas privadas.
Campos elencou outros fatores que explicam os sucessivos déficits da empresa, entre os quais a retirada de quase R$ 6 bilhões do caixa pelo governo federal, entre 2007 e 2013, a título de antecipação de dividendos.
"A retirada desse caixa comprometeu demais os investimentos e as possibilidades de transformações e mudanças necessárias na empresa. Tivemos dois anos com números muito comprometedores: 2015, com prejuízo de R$ 2,1 bilhões, e 2016, com prejuízo da ordem de R$ 2 bilhões", disse.
Além disso, segundo Campos, quase 70% da arrecadação dos Correios é destinado ao pagamento da folha salarial dos funcionários.
Entre as medidas elencadas por Campos para resolver esse problema está a suspensão das férias por um ano, um plano de desligamento voluntário e o corte de gratificações de chefia.
Mas o que mais causou revolta entre os funcionários foi o anúncio de corte do desembolso com o plano de saúde, que representou R$ 1,6 bilhão do prejuízo de R$ 2,1 bilhões que os Correios tiveram no ano passado.
O sistema funciona da seguinte maneira: os Correios entram com 93% do custo, e os funcionários com 7%. O plano atende toda a família dos servidores, inclusive aposentados, pais e mães.
Campos classificou o modelo do plano de saúde como insustentável e está tentando negociar o corte na Justiça do Trabalho. “É o único plano de saúde que eu conheço que tem essa dimensão. Foi construído ao longo do tempo, em um cenário em que a situação dos Correios conseguiam pagar. Hoje, com a queda do monopólio e a concorrência no serviço de encomenda, a empresa não consegue mais”, disse.
Em relação ao plano de saúde, a proposta dos Correios é financiar apenas as despesas dos funcionários e não de seus dependentes. Como contrapartida, a empresa oferece destinar 15% dos lucros para ajudar a abater o custeio do plano de saúde do trabalhador.
Campos disse ainda que não é intenção do governo privatizar a empresa, mas deixou claro que é preciso mudar a forma de atuação para dar prioridade ao setor de logística, que tem muito mercado hoje. Segundo ele, essa mudança deveria ter sido feita dez anos atrás.
O deputado Angelim (PT-AC), autor do pedido de audiência pública, anunciou que vai protocolar um pedido de criação de uma comissão especial para tratar da crise dos Correios. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)
Dinheiro sobra só para 15% dos brasileiros
abril 7, 2017 9:36O novo Indicador de Uso de Crédito e de Propensão ao Consumo, calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), aponta que somente 15% dos consumidores disseram ter ficado no azul em março, com sobra de dinheiro, sendo que 12% pretendem poupar a sobra e 4% pretendem gastar o dinheiro extra. Os dados mostram que 46% ficaram no “zero a zero”, garantindo não ter sobra nem falta de dinheiro no mês. O dado mais alarmante mostra que quase um terço dos entrevistados (32%) está no vermelho, sem conseguir pagar todas as contas.
O Indicador mostra ainda que 63% dos consumidores planejam cortar os gastos totais em abril, incluindo itens como supermercado, água, luz, telefone, transporte, roupas e lazer. Tal intenção de reduzir gastos é justificada por 23% dos entrevistados com o fato de estarem sempre tentando economizar. Porém, a crise econômica também tem sua influência sobre os respondentes: 18% pretendem realizar cortes porque os preços estão muito elevados, e 14% tiveram redução da renda ou dos ganhos.
Pouco menos de um terço dos entrevistados (28%) afirmaram que pretendem manter o mesmo nível de gastos e apenas 7% manifestaram a intenção de aumentar. Excluindo itens de supermercado, na lista dos produtos que os consumidores planejam comprar no mês de abril, os itens de farmácia aparecem em primeiro lugar, citados por 29%. Em seguida, aparecem a recarga de celular (25%), roupas, calçados e acessórios (22%), perfumes e cosméticos (17%) e os materiais de construção, citados por 10%.
O estudo também busca medir, numa escala de zero a 100, a utilização das principais modalidades de crédito pelos consumidores no mês anterior à pesquisa, sendo considerados empréstimos bancários, financiamentos, cartões de crédito, de loja, crediários, e limite do cheque especial. Quanto mais próximo de 100 estiver o indicador, maior o uso do crédito; quanto mais distante, menor o uso. Em março, foram registrados 24,6 pontos, abaixo dos 27,9 pontos de fevereiro.
Em termos percentuais, 37% dos consumidores disseram ter utilizado algum tipo de crédito em fevereiro, sendo que o cartão de crédito foi a modalidade mais utilizada pela maioria (31%, com gasto médio de R$ 902,74), seguido de cartão de loja e crediário (14%, com gasto médio de R$ 354,50) e limite do cheque especial (7%). Houve também utilização de empréstimos (5%) e financiamentos (4%), modalidades com critérios de concessão mais rigorosos.
Os EUA não sabem viver sem guerra
abril 7, 2017 9:28No Twitter, a atriz gente boa Leticia Sabatella disse que o "Zé Mayer não se emenda". O mesmo pode-se dizer do Tio Sam.
Anos atrás, tropas dos EUA invadiram o Iraque sob a alegação de que Saddam Hussein tinha armas químicas e estaria pronto pra usá-las. A versão do então presidente Bush Jr. foi bovinamente comprada por jornais como NY Times e Washington Post.
Depois de destruir um país, matar velhos, mulheres e crianças, os "defensores mundiais da democracia" assumiram que não havia arma química nenhuma nas mãos do Saddam.
Agora, sob o Trump (quanta decadência na "land of the free", país que elege Bush e Trump), os EUA lançam mísseis em território já devastado na Síria, onde famílias como a sua e a minha sobrevivem sabe-se lá de que jeito.
A alegação é de que o recente ataque químico na Síria teria sido feito sob ordens do Assad, versão mais uma vez comprada pela imprensa ocidental sem que haja provas da autoria do ataque químico.
Os EUA não sabem viver sem estar em guerra. E só ler um pouco a história daquele país.
Os EUA, que já foram sócios bélicos do Saddam e do Bin Laden, não se emendam. Para além de suas fronteiras, só conhecem a linguagem das armas.
Em represália a um ataque químico, lançam mísseis como se esses não matassem.
Que lógica estúpida é esta? (Mario Rocha)
O PT acabou. Mas vai fazer eleições em 4.109 cidades domingo
abril 6, 2017 16:47Há algo de podre no reino das notícias.
Os jornalões não cansam de dizer que o Partido dos Trabalhadores acabou, morreu, foi exterminado pelos homens de bem - afinal, era a fonte de toda a corrupção que exauriu os mais preciosos recursos do país, mas que, felizmente, está sendo extirpada do corpo social pelos valentes e patrióticos lava-jatistas.
Por essas e outras é estranho saber que, neste domingo, o PT, que para todos os órgãos de comunicação oficiais - e eles são muitos! - não existe mais, vai realizar eleições diretas em mais de 4 mil municípios para renovar seu quadro de dirigentes.
O Processo de Eleições Diretas (PED) municipais do PT vai dar início à fase decisiva do 6º Congresso Nacional Marisa Letícia Lula da Silva. Trata-se de um processo de renovação partidária que vai ser realizado em 4.109 municípios. Nada menos do que 62.748 filiados se apresentaram para concorrer às direções do PT para os próximos dois anos.
A votação terá três fases: para a chapa de delegados estaduais, presidente municipal e chapa do diretório municipal. No caso de algumas capitais, há ainda o voto para os diretórios zonais.
Em 3,2 mil municípios, a eleição será realizada com votação estadual e municipal, e um novo diretório municipal será eleito onde houver quorum. Além disso, em 909 municípios terão eleições apenas em nível estadual.
O voto é secreto e realizado das 9 às 17 horas. Os resultados serão contabilizados até o dia 11 de abril.
De acordo com a Secretaria de Organização, foram registrados 3.332 candidatos a presidente, 3.819 chapas para diretórios e 244 para as direções zonais. Além disso, 121 chapas se inscreveram para a eleição de delegados aos Congressos Estaduais.
As instâncias municipais também organizarão, na data e no local do PED municipal, plenárias para debater a pauta do Congresso Nacional; cenário internacional; cenário nacional; balanço dos governos nacionais petistas; estratégia política e programa; funcionamento do PT e organização partidária.
É muita coisa para um partido político que, dizem, está enterrado, e algo impensável de ser feito na maioria das agremiações existentes.
Uma Páscoa sem ovos
abril 6, 2017 11:13Com a economia ainda em recessão e o desemprego crescente, o consumidor está pouco ligando, neste ano, para o coelhinho ou os ovos de Páscoa. Uma sondagem do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais mostra que entre os consumidores que vão realizar compras na Páscoa, 39% planejam diminuir os gastos na comparação com o ano passado, principalmente as mulheres (47%).
O aumento dos preços dos ovos de chocolates e demais produtos típicos do período sem que a renda também tenha crescido (42%), além do desemprego (21%), são as razões mais mencionadas entre quem acha que vai gastar menos na data comemorativa. No total, 57% dos brasileiros vão presentar alguém nesta Páscoa. Três em cada dez (28%) consumidores estão indecisos e 15% disseram abertamente que não realizarão compras.
Levando em consideração os consumidores que não vão comprar chocolates, os motivos mais citados são o endividamento e a priorização de dívidas (22%). A falta de costume ou o fato de não gostarem da data (18%) e o desemprego (17%) completam a lista de justificativas. Entre os indivíduos da classe C, o percentual de endividamento (28%) e desemprego (22%) são ainda maiores do que para o restante da amostra.
“A piora da economia ainda exerce um forte impacto sobre o consumidor, que acaba sendo obrigado a limitar seus gastos para organizar as finanças. Diante dessas dificuldades, até mesmo datas comemorativas de grande apelo como a Páscoa, acabam sofrendo com a priorização de gastos do brasileiro. Cabe ao empresário do varejo investir em promoções, preços atrativos e em estratégias de vendas para atrair os consumidores que estão indecisos, que representam um grande percentual”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
O levantamento revela ainda que 56% dos consumidores ouvidos têm a sensação de que os preços dos produtos para a Páscoa estão mais caros neste ano do que em 2016. Para 24%, os valores estão na mesma faixa e apenas 4% acreditam em preços menores. Diante da conjuntura de preços estão mais salgados, a pesquisa também mostrou que maioria (89%) dos compradores pretende fazer pesquisa de preço antes de levar os ovos ou demais produtos para casa. O comportamento surge com mais força entre as pessoas da classe C (91%) e as mulheres (93%).
A atual crise econômica é mencionada por sete em cada dez (67%) consumidores para justificar a percepção de preços mais elevados no comércio. Outros 25% disseram que os preços estão mais altos por tratar-se de uma data comemorativa, em que a procura pelos chocolates aumenta de forma considerável.