O último surto psicótico do Dr. Mesóclise
May 30, 2017 17:51Seja pela pessoa ética e moral que é, ou pelo fato de, em apenas um ano ter destruído a economia brasileira e provocado o caos político, o minúsculo Temer precisa ser interditado de suas funções o mais rapidamente possível, sob o risco de o país simplesmente ser arruinado.
Talvez por causa das pressões que vem sofrendo para que deixe a presidência e se enfie na mais próxima lata de lixo da história que encontrar, devido às recentes revelações de suas, lembrando o poeta, "tenebrosas transações", o usurpador tem dado demonstrações públicas da mais aguda esquizofrenia - outro motivo para que sofra o tratamento que o prefeito paulistano, mais um da sua laia, oferece aos dependentes químicos que zanzam pelas ruas da metrópole.
Hoje mesmo, terça-feira, 30 de maio de 2017, o Dr. Mesóclise teve um desses surtos de dissociação da realidade - e, pior, sofreu o ataque diante de uma plateia de investidores internacionais, na capital paulista.
Um vexame!
Segundo testemunhas idôneas, o insignificante pretendeu se elevar à condição de um estadista, algo que não conseguirá nem em cem mil anos, e afirmou, para o espanto dos presentes que o seu governo fez “muito em pouco tempo”, além de garantir que os estrangeiros encontram no país “uma economia que se recupera e que se moderniza”.
Incorporada a idiotia, foi além: segundo ele, os investidores encontram no Brasil um governo determinado em completar as reformas “que estão transformando o país e abrindo novas oportunidade para todos”.
E, como um Napoleão de hospício, completou: “Eu quero transmitir uma mensagem clara, o nosso governo devolveu ao Brasil o caminho do desenvolvimento, e desse caminho não nos afastaremos. Não permitiremos que voltem a colocar em risco o presente e o futuro dos brasileiros.”
Para completar o quadro de absoluta loucura presenciado pelos ilustres convidados, o pequeno golpista foi acompanhado por outros internos nos hospícios brasilienses, como o seu "ministro" de Relações Exteriores, Aloysio Nunes, que em outra vida usava o codinome "Matheus" para assaltar bancos e trens como maneira de financiar a luta contra a ditadura militar.
Aloysio arriscou-se em águas que hoje lhes são completamente turvas, já que nesta sua nova vida ele é simplesmente um bom burguês. De acordo o ex-Matheus, a Previdência Social é deficitária e socialmente injusta, assim como a legislação trabalhista: “Quem se conforma com essa situação são apenas alguns setores mais reacionários”, disse no alto de sua proverbial ignorância.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, outro a quem deveriam ser administradas altas doses de haloperidol, pelo menos equilibrou frases desconexas com lampejos de honestidade, ao afirmar que a agenda da instituição que representa tem como foco o setor privado - o trabalhador que se lasque!
Não se sabe ao certo o efeito de tantos disparates sobre a ilustre plateia. Mas certamente os pacientes ouvintes, encerrada a apresentação desse universo paralelo, devem ter refletido, à luz do sol da realidade, que o Brasil não é um país para fracos.
Ou para gente séria. (Carlos Motta)
Poupança virou palavra proibida para o brasileiro
May 29, 2017 13:20O Indicador de Reserva Financeira, calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que 65% dos brasileiros não possuem reserva financeira. Em março, 76% dos consumidores não conseguiram poupar, diante de 19% que conseguiram guardar dinheiro.
A proporção de poupadores foi maior nas classes A e B do que nas classes C, D e E. No primeiro caso, 37% pouparam, ante 60% que não pouparam. Já entre aqueles com menor renda, 13% pouparam, ante 80% que não reservaram nenhuma quantia. Apesar da diferença, em ambas as classes a maioria não poupou em março.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o baixo número de poupadores tem relação direta com a crise econômica, que potencializa a falta de cultura de poupar. “O desafio de boa parte das famílias é superar a queda da renda decorrente do aumento do desemprego e do avanço recente da inflação, que corroeu o poder de compra do consumidor.”
Em média, aqueles que conseguiram poupar guardaram R$ 502 em março - um total de R$ 14,2 bilhões poupados no mês.
O indicador também mostra que, em março, entre aqueles que possuem reserva financeira, mais da metade (55%) usou os recursos poupados. Os principais motivos foram o pagamento de contas da casa (13%), imprevistos (11%), despesas extras (9%), viajar (4%) e comprar uma casa ou apartamento (4%).
Considerando o destino dos rendimentos, 64% escolhem a caderneta de poupança. Em segundo lugar, 20% dos entrevistados decidem manter o dinheiro guardado na própria casa. Em seguida, aparecem os fundos de investimento (10%); a Previdência Privada (7%); o CDB (6%); e o Tesouro Direto (4%).
Entre os consumidores que não pouparam em março, a principal justificativa foi a renda baixa, mencionada por 44% dos entrevistados. Os imprevistos também se destacaram, citados por 16% e outros 13% disseram estar sem renda no momento. Além destes motivos, 9% citaram o fato de não conseguirem controlar os gastos e 6% a falta de disciplina.
Já entre os entrevistados que conseguiram poupar, a maior parte (37%) se diz motivada por imprevistos como doenças, mortes e problemas diversos. Há também 31% que falam em garantir um futuro melhor para a família e 22% que pretendem reformar ou quitar um imóvel. A preocupação com a aposentadoria não é algo que se destaca, citada somente por 14% dos que pouparam.
"O mercado quer"
May 29, 2017 13:14Uma frase que se lê muito nos jornalões afora é "o mercado quer".
Certo é que "mercado" poderia remeter a outros tantos significados, tais como aquele simpático lugar onde se pode comprar frutas, legumes, verduras, ovos, carnes, embutidos, e muito mais coisas gostosas.
Ou, se houver o complemento "consumidor", se referir a uma centena de milhões de pessoas que, no Brasil, dormem e sonham com os mas variados produtos e serviços, muitos absolutamente supérfluos, outros essenciais à existência.
Mas o mercado preferido por variados analistas econômicos e políticos que venderam suas almas para aquilo que outrora se poderia chamar de imprensa é outro.
Normalmente, quem cita o tal "mercado" demonstra uma intimidade tamanha com essa entidade que até abrevia a sua denominação, pois suprime a parte mais importante da palavra, composta, na verdade: se fossem mais formais, escreveriam "mercado financeiro", pois é desse simpático setor da economia, formado por bancos, corretoras, bolsas de valores etc e tal, dos quais se julgam possuidores de segredos, desejos, e com os quais julgam privar da mais completa confiança, amizade, até.
Para esses notáveis escribas, o "mercado" é algo tão intrínseco às suas funções profissionais que eles não passam um dia sequer sem mencioná-lo em suas ilações sobre os rumos deste nosso tão machucado Brasil.
E o citam como se ele tivesse a relevância de um oráculo, como se as suas respostas proporcionassem a solução para tudo, desde as mais comezinhas questões microeconômicas, até os mais audaciosos projetos para a reconstrução do país.
O mercado quer.
Não o "mercado sugere", ou mesmo "o mercado pede".
O mercado quer, ele impõe, ele é o mais poderoso instrumento de dominação da nossa sociedade.
O mercado é a eminência parda, o cardeal Richelieu desta iníqua revolução que pretende levar de volta o Brasil ao século XIX.
O mercado é a antítese da democracia, da transparência, e de qualquer projeto político/social progressista.
O mercado manda e só resta aos ordinários obedecer. (Carlos Motta)
O aprofundamento da crise e as tarefas do campo democrático
May 29, 2017 10:52Jean Keiji Uema
Assim, vislumbra-se um novo horizonte no campo da luta e da resistência. Ao mesmo tempo, impõe-se para os partidos de esquerda e setores democráticos no Brasil as tarefas históricas de recomposição e unidade na ação, principalmente na articulação de uma frente unificada para a disputa política presente, e a construção de um programa viável e progressista que deve ser apresentado e discutido com a sociedade.
Por outro lado, apesar da delação não ter sido uma conspiração urdida para retirar Temer do governo e Aécio do páreo, instalou-se uma divisão importante no consórcio golpista, que leva uma parcela poderosa, incomodada com as fragilidades de seus atores políticos, a buscar um nome “limpo” e “confiável” que viabilize a continuidade das reformas neoliberais e a implantação da sua agenda conservadora, além de continuar o desmonte das políticas sociais. A cobertura do caso pela Rede Globo reveste-se integralmente desse propósito.
É com essa perspectiva que trabalham esses setores que propugnam pela “solução constitucional” da eleição indireta pelo Congresso, como se não fosse possível e desejável restituir ao povo a legitimidade democrática de seu governo, em uma escolha direta do presidente da República.
Há ainda, um outro aspecto problemático que se coloca para o campo da esquerda e democrático nessa conjuntura: como se posicionar diante da gravidade dos métodos da PF e da PGR utilizados na nova delação e nas investigações em curso que evidenciam um aprofundamento, cada vez mais despudorado, do processo de supressão de direitos e garantias, o que é alarmante dada a legitimação social que obtém, pois acabam por revelar crimes e fatos de interesse e relevâncias incontestes. Utilizam-se desses métodos sob o argumento de que o combate à corrupção justifica os meios utilizados, ainda que com sacrifício de direitos e liberdades essenciais ao Estado de Direito.
O problema é que, desse modo, caminhamos a passos largos para a consolidação de um estado policialesco, de exceção, impune em suas violações de direitos, seletivo na atuação do aparelho repressor, inclusive do Poder Judiciário. Associado com a mídia que monopoliza a informação, a tônica que impera é a criminalização integral da atividade política e a identificação de alvos preferenciais para o degredo social. Esse é o caldo de cultura da violência, do autoritarismo, do fascismo social e das saídas antidemocráticas. O prejuízo, cabe lembrar, será sempre pior para a população mais pobre das periferias e do campo, já entregues hoje ao arbítrio do Estado, para os setores marginalizados, minoritários e para os movimentos e organizações da sociedade civil reivindicatórios.
É nesse mar revolto que navegamos, cheio de perigos e armadilhas, mas no qual se prenuncia uma possibilidade de resistência. Como diz Camões, “Deus ao mar o perigo e o abismo deu, mas nele é que espelhou o céu”. Para que essa resistência se efetive e se fortaleça, impõem-se as tarefas da aglutinação das forças progressistas e da construção de um programa para o enfrentamento das forças conservadoras. Um programa que unifique para além da esquerda tradicional e das pautas localizadas e corporativas.
Essa unidade deve ser construída sem hegemonia de um partido e abranger diversos setores: movimentos e organizações sociais, mídia alternativa, universidades e intelectuais, sindicatos, igrejas, artistas e mesmo setores empresariais. Todos que caibam em uma pauta que seja progressista e resistente e que defenda os interesses do povo e da democracia.
Uma plataforma de oposição à aliança de direita que se articula no Congresso, na mídia, e na Avenida Paulista e que, se hoje tem uma fissura, ainda assim se organiza e se prepara para eleger, em eleições indiretas, mais um títere para conduzir um governo entreguista e antinacional. Uma direita que quer reproduzir no Brasil a aliança conservadora que se espalha pelo mundo em suas variações conservadoras, xenófobas e tecnocratas, em prejuízo da democracia social, política e econômica.
Desde logo, sugere-se desde logo alguns pontos importantes para a agenda dessa plataforma de resistência e luta:
1 – Restituição da legitimidade do governo. Para isso, o melhor caminho é a eleição direta para presidente da República, fazendo retornar ao povo o poder soberano e o direito de decidir o seu destino.
2 – Revogação da Emenda Constitucional nº 95, que limita os gastos públicos por 20 anos, medida maior da visão rentista, antipopular e antinacional;
3 – Retirada e rejeição das propostas das reformas trabalhista e previdenciárias, que são ilegítimas e fundadas em interesses espúrios e prejudiciais aos interesses do povo brasileiro;
4 – Proteção e desenvolvimento do interesse nacional e popular na exploração do petróleo brasileiro, notadamente do pré-sal, uma das maiores riquezas do Brasil e que não pode ser entregue aos interesses internacionais;
5 – Manutenção e ampliação das políticas sociais e econômicas protetivas das classes pobres e médias da população, como a valorização do salário mínimo, o bolsa-família, o Minha Casa Minha Vida, o Mais Médicos, a ampliação das vagas nas universidades e do ensino técnico, do financiamento estudantil, etc;
6 – Defesa incondicional do Estado de Direito, das garantias e dos direitos individuais e coletivos em face da ação arbitrária e violenta do Estado em sua atuação persecutória e judicial, seja contra quem for.
7 – Reforma política que assegure uma representação democrática e legitima, que evite a influência e os abusos do poder econômico. Essa é uma condição imprescindível para a superação da crise e para uma perspectiva de futuro;
8 – Retomada do desenvolvimento econômico, notadamente da indústria brasileira, que assegure o bem-estar da maioria da população, com os investimentos necessários para reverter a extrema desigualdade econômica que ainda temos, com geração de emprego e renda.
O propósito deve ser o de unir o campo democrático e progressista para o enfrentamento atual e os momentos graves que se avizinham, criando as condições para disputar o apoio social e político, fazendo o contraponto necessário ao conservadorismo hoje vigente, quiçá suficiente para vencê-lo, e oferecendo uma perspectiva de futuro para a maioria do povo brasileiro.
(Jean Keiji Uema é assessor da bancada do PT no Senado e mestre em Direito Constitucional pela PUC-SP/Agência Diap)
Petrobras corta patrocínios esportivos
May 28, 2017 11:51Mais uma consequência da funesta Operação Lava-Jato, que desempregou centenas de milhares de trabalhadores, ao destruir as mais importantes empresas da construção civil do país, e jogar no chão a reputação da principal companhia brasileira, a Petrobras: neste ano, a petrolífera vai reduzir seu programa de patrocínio esportivo.
O novo plano prevê investimento de R$ 40 milhões, sendo R$ 10 milhões para esporte de rendimento e R$ 30 milhões para automobilismo. O montante é menor em relação ao patrocínio do ano passado, de R$ 50 milhões.
A estatal encerrou este ano o patrocínio para confederações de esportes olímpicos das seguintes modalidades: remo, esgrima, boxe, levantamento de peso e taekwondo.
Desse modo a Petrobras continua sua rápida trajetória para a irrelevância, conforme a receita dos diretores nomeados pelo governo golpista.
Triste fim.