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Segundo Clichê

Febbraio 27, 2017 15:48 , by Blogoosfero - | 1 person following this article.

A reforma da Previdência e a desigualdade entre homens e mulheres

Marzo 7, 2017 15:40, by segundo clichê


O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) e a Plataforma Política Social lançaram versão completa de documento para problematizar a Reforma da Previdência (PEC 287/2016).

O documento traz insumos para a discussão sobre desigualdade de gênero e a reforma, que pretende eliminar o bônus concedido às mulheres no tempo de contribuição e idade de aposentadoria.

Jornada dupla e diferenças no mercado de trabalho: a reforma desconsidera as condições desfavoráveis enfrentadas pelas mulheres no trabalho (menor taxa de participação, maior desemprego e menor rendimento), além da dupla jornada, tendo em vista a quantidade de horas por semana dedicadas aos afazeres domésticos e ao cuidado com os filhos (em média, uma mulher ocupada acima de 16 anos trabalha quase 73 dias a mais que um homem em um ano).


O fato de as mulheres se responsabilizarem por esse trabalho lhes tira tempo, as exclui dos espaços públicos, as estigmatiza como cuidadoras. O reconhecimento da importância deste trabalho e de que as mulheres o realizam majoritariamente é o que justifica historicamente algumas regras previdenciárias diferenciadas por gênero.

Piso previdenciário: o patamar do piso previdenciário afeta mais as mulheres, já que piores rendimentos e mais precárias vinculações as empurram para o recebimento do benefício de valor mínimo.

Aposentadoria por idade: como essa modalidade é a mais acessada pelas mulheres, devido à dificuldade de acúmulo de anos para acessar a aposentadoria por tempo de contribuição, aumentar a aposentadoria por idade as desfavorece.

Expectativa de vida das mulheres: argumenta-se a favor da aproximação das idades de aposentadoria pela maior expectativa de vida ao nascer das mulheres, mas a maior expectativa de vida das mulheres no Brasil resulta de aumento acentuado da mortalidade dos jovens homens, em especial negros, e a diferença de expectativas de vida está em queda. Além disso, o argumento que articula tempo de contribuição à expectativa de vida dialoga com um princípio atuarial para o qual quanto maiores os benefícios, maiores devem ser as contribuições e vice-versa. No entanto, o princípio que rege a diferença de idades é justamente o reconhecimento de um trabalho não contributivo, um argumento protetivo e não atuarial.

Papel das políticas públicas: Na União Europeia, há maior igualdade entre as idades mínimas de aposentadoria de homens e mulheres, mas isso tem ocorrido de forma gradual e acompanhado de políticas de cuidado (creches, apoio a idosos e pessoas com deficiências) e compensações às mulheres. Segundo o documento, a simples supressão da diferença de idade leva à maior desigualdade de gênero. (Ana Luíza Matos de Oliveira, economista/Fundação Perseu Abramo)



Uma pesquisa com os meus botões

Marzo 7, 2017 11:32, by segundo clichê


Fiz uma pesquisa com os meus botões e cheguei à seguinte conclusão: 92,73% do pessoal que bateu panelas, saiu às ruas com a camisa da CBF, xingou a presidenta Dilma de "vaca" e o ex-presidente Lula de "ladrão", "apedeuta", "bêbado", e outros tantos termos do mesmo quilate, não tinha a menor ideia do que seria o país pós-impeachment e livre dos "petralhas".

Desses 92,73%, mostra o meu levantamento, 71,13% achava que o substituto da presidenta seria o implacável Aécio Neves. O restante pensava que o Palácio do Planalto ficaria ocupado ou pelo mito Bolsonaro, ou pelos seguintes personagens: Silas Malafaia, Eduardo "somos milhões" Cunha, Geraldo "o santo" Alckmin, José "careca" Serra, e Pelé.

Ah, também houve menções ao ex-presidente Lula...


No que toca à vida pós-golpe, ou seja, essas coisas triviais como trabalho, emprego, aposentadoria, moradia, saúde, educação, esse blá-blá-blá todo sem nenhuma importância na dinâmica de uma sociedade civilizada, 65,52% dos apoiadores do golpe responderam que não tiveram nenhuma preocupação em saber os planos do novo governo para essas áreas.

Para eles, disseram, importante mesmo era ter acabado com os "petralhas".

Os outros dividiram suas respostas em: não haverá mais impostos; acabará o limite de velocidade nas estradas; os "privilégios" dos negros serão extintos; a homossexualidade será decretada crime; e as escolas serão obrigadas a ensinar religião.

Sobre o futuro do país, 45,13% dos homens de bem que vestiram verde e amarelo nas ruas no ano passado disseram que só o "Bolsomito" arrumará a situação; 30,42% pediram "intervenção militar constitucional"; 15,67% acham que a salvação é o Brasil virar um Estado norte-americano, sob a liderança de Trump; e o restante afirmou que o futuro a deus pertence e o importante foi ter tirado os "petralhas" do poder.

A pesquisa se encerrou por aí.

Meus pobres botões estavam extenuados.

Um deles resumiu o sentimento de todos: 

- Vamos esquecer o que fizemos, vamos ver se o Jornal Nacional, a Veja, a Folha, o Globo, o Estadão, algum desses jornalistas que sabem de tudo, pode nos explicar o que aconteceu e o que pode acontecer daqui para a frente.

E se calou, num mutismo característico de um botão. (Carlos Motta)



O tamanho do desastre: 34% dos consumidores estão no vermelho

Marzo 6, 2017 18:34, by segundo clichê


Um novo indicador do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), denominado Uso de Crédito e de Propensão ao Consumo, que busca reunir dados sobre a evolução da utilização de crédito e consumo em geral pelos consumidores, revela a a grandiosidade do desastre provocado pelos golpistas na economia brasileira. 

Ele aponta que 58% dos consumidores pretendem cortar gastos no mês de março, enquanto 31% afirmam que vão manter os gastos e somente 5% disseram que vão aumentá-los. O levantamento também mostra que mais de um terço dos entrevistados (34%) estão no vermelho, ou seja, não conseguiram pagar todas as contas em fevereiro. Quase metade (49%) estão no zero a zero - sem sobras e sem falta de dinheiro - e 15% estão com sobras, sendo que 11% pretendem guardar o excedente e 4% querem gastar.


Entre os itens que os consumidores pretendem comprar no próximo mês estão os de farmácia (33%), recarga de telefone (28%), vestuário (27%), perfumes e cosméticos (21%), e serviços de salão de beleza, citados por 11% dos entrevistados.

43% dos consumidores utilizaram algum tipo de crédito em janeiro. O cartão de crédito é o meio mais utilizado

O estudo também busca medir, numa escala de zero a 100, a utilização de crédito pelos consumidores no mês anterior à pesquisa, sendo considerados empréstimos bancários, financiamentos, cartões de crédito, de loja, crediários, e limite do cheque especial. Quanto mais próximo de 100 estiver o indicador, maior o uso do crédito; quanto mais distante, menor o uso. No mês de fevereiro, foram registrados 27,9 pontos. Em termos percentuais, 43% dos consumidores disseram ter utilizado algum tipo de crédito em janeiro, sendo que o cartão de crédito foi a modalidade mais utilizada pela maioria (39%, com gasto médio de R$ 805,73), seguido de cartão de loja e crediário (14%, com gasto médio de R$ 336,37) e limite do cheque especial (6%). Houve também utilização de empréstimos (5%) e financiamentos (3%), modalidades com critérios de concessão mais rigorosos.

Com o desemprego em alta, gastos considerados supérfluos ficaram em segundo plano. Entre aqueles que utilizaram cartão de crédito, a maioria o fez uso para itens de necessidade: 57% para alimentação ou supermercado, 45% farmácia ou remédios, 34% itens de vestuário, 29% para combustível.

Entre os que utilizaram crediário, os itens mais adquiridos foram de vestuário (42%), alimentos (24%), eletroeletrônicos (10%) e eletrodomésticos (8%) - geralmente as lojas oferecem crediários por meio de carnê ou cartão da própria loja para os itens citados, por isso eles se destacam nestas modalidades.

Já entre os que possuem financiamentos, 20% utilizaram para comprar carro, 17% para eletrodomésticos, 9% para apartamento, 9% faculdade e 9% também para móveis.

Com relação ao acesso ao crédito, 46% dos entrevistados disseram ter cartão de crédito, 28% possuem cartões de loja ou crediário e 19% têm cheque especial à disposição. Também são citados empréstimos (17%) e financiamentos (18%), ambos com parcelas em aberto.



Ensino superior teve expansão maior no Norte e Nordeste

Marzo 6, 2017 15:18, by segundo clichê

O capítulo de Danilo Jorge Vieira no livro “Desenvolvimento regional no Brasil: políticas, estratégias e perspectivas” trata da expansão do ensino superior de 1995 a 2014 em relação ao desenvolvimento regional.

Como mostra a tabela abaixo, a taxa de crescimento do ensino superior foi mais alta nos anos 2000 do que em outros períodos analisados, para todo o país. Mas a análise por regiões mostra que o crescimento do ensino superior foi acima da média nacional no Norte e o Nordeste, tanto em termos de número de Instituições de Ensino Superior (IES) 6,7% e de 5% ao ano para o conjunto do Brasil, entre 1995 e 2014, enquanto Norte e Nordeste cresceram a taxas anuais de 9,9% e 8,2% e 8,5 e 8,3%, nessa ordem. 


Assim, o Norte praticamente duplicou sua participação no total nacional de matrículas e IES nos anos analisados. O Nordeste, por sua vez, além de também ter dobrado sua participação no número de IES, registrou aumento relativo de 38,8% nas matrículas, superando a região Sul.



Tal fenômeno atenuou assimetrias e propiciou o surgimento e a expansão de áreas de geração e difusão de conhecimento. A maior expansão territorial do sistema de ensino superior cria condições mais promissoras de desenvolvimento regional e pode estimular o surgimento de novas centralidades geradoras de conhecimento científico e tecnológico para além das áreas tradicionais.

O reconhecimento dessas virtuosas mudanças, no entanto, não pode obscurecer o fato de que as atividades de ensino superior (bem como pedidos de patentes e produção científica) continuam muito concentradas no Sudeste, em especial em São Paulo.



Boicote

Marzo 6, 2017 10:31, by segundo clichê


A julgar pelo que se lê nas redes sociais, muita gente está disposta a boicotar a rede de fast food Habib's, apoiadora pública do golpe que trocou uma presidenta honesta por um bando de picaretas, e envolvida no assassinato de um menino de 13 anos na capital paulista.

Sou inteiramente a favor do boicote.

Aliás, já não entro nos "restaurantes" dessa rede há um bom tempo, não só pelo fato de ela ter participado intensamente do golpe, mas por ter sido pessimamente atendido em certa ocasião.

Quando a gente chega a uma determinada idade parece que a paciência, como o nosso próprio corpo, dá claros sinais de esgotamento.

Comigo aconteceu isso: a grande dose de paciência que demonstrava em outras eras se foi na mesma proporção em que praticamente todos os serviços privados e públicos acompanharam a derrocada do processo civilizatório do Brasil.

Para resumir, boicoto todo comércio ou serviço ou profissional que não me trate bem, como pessoa ou consumidor - e ostensivamente esteja do lado daqueles que querem levar o país para a Idade das Trevas.

Globo, por exemplo, não assisto há não sei quantos anos.

Não assino nenhum jornal ou revista.

Deixei de comprar na Livraria Cultura desde que ela nada fez para impedir que fascistas hostilizassem Suplicy e Haddad.

Não entro na Riachuelo por motivos mais que óbvios.

E assim vai.

Aqui mesmo, na pequena cidade de Serra Negra onde moro há três anos, deixei de ir a vários locais por esses motivos.

Sei que uma atitude isolada, ou de um grupo de pessoas, vai afetar muito pouco os negócios dessa turma.

Mas, pessoalmente, isso pouco me importa.

O passar dos anos não me deixou apenas impaciente, mas me obrigou a fazer o possível para evitar aborrecimentos.

Buscar, ao menos, a tranquilidade, a paz de espírito, é tudo o que me resta. (Carlos Motta)



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