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Segundo Clichê

февраля 27, 2017 15:48 , by Blogoosfero - | 1 person following this article.

Economia não reage

августа 21, 2017 14:59, by segundo clichê


E a recessão teima em não ir embora: o Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país), recuou 0,24% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro trimestre, informa o Monitor do PIB, divulgado hoje (21), no Rio de Janeiro, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).


Segundo a pesquisa, no primeiro trimestre o PIB tinha registrado alta de 0,99%. Na comparação com o segundo trimestre de 2016, o recuo foi ainda maior: 0,30%. O principal destaque negativo neste tipo de comparação foi a queda de 1,8% da indústria, influenciada pela redução de 7,4% do setor da construção.

Sob a óptica da demanda, os investimentos tiveram um recuo de 5,1%. O consumo das famílias avançou 0,6%, depois de nove trimestres consecutivos de queda. O resultado positivo foi influenciado pelos bens duráveis (alta de 3,8%), semiduráveis (7,3%) e não duráveis (0,5%).

Analisando-se apenas o mês de junho, o PIB cresceu 2,65% na comparação com maio, depois de uma queda de 5,79% na passagem de abril para maio.



Haddad está cada vez mais no jogo da eleição presidencial

августа 21, 2017 10:25, by segundo clichê


O ex-prefeito paulistano Fernando Haddad deu uma longa entrevista à BBC Brasil, na qual analisa a crise brasileira e fala sobre seu futuro político e o de seu partido, o PT, entre outros temas importantes. 

Haddad é bom de papo, tem raciocínio rápido e um grau elevado de conhecimentos gerais e históricos - é um acadêmico sem os ares esnobes do acadêmico.

Foi um dos melhores ministros de Educação do país e, aos poucos, os paulistanos vão percebendo que foram ludibriados pelo "João Trabalhador" e que a vida no tempo de Haddad não era tão ruim assim como falavam.

Não só por essa e outras entrevistas a órgãos da chamada "grande imprensa", mas pelas viagens e contatos que tem feito Brasil afora, fica mais que evidente que Haddad é o "Plano B" do PT para a eleição presidencial do ano que vem, na eventualidade - para muitos, quase certeza - da manutenção da condenação do ex-presidente Lula em segunda instância.

Claro que ele nega essa possibilidade, mas é sempre bom ler as entrelinhas.

Os trechos selecionados da sua entrevista à BBC Brasil são uma clara indicação de que ele é, sim, um nome muito forte no jogo político-eleitoral do país:

BC Brasil - O senhor viajou para diversos Estados nos últimos seis meses. Está iniciando uma pré-campanha, como Lula e Dória?
Fernando Haddad - Não. Na verdade, eu estou atendendo a um pedido do Lula. Ele me pediu para rodar as universidades. Eu me coloquei à disposição para integrar a equipe que vai formatar o plano de governo dele. No começo do ano, quando ele me perguntou o que eu queria, falei que gostaria de ajudar a formular uma plataforma para a sua candidatura. Aí, ele falou: 'Une o útil ao agradável. Você está sendo convidado para dar palestras no Brasil. Nesse périplo, você pode se conectar a pessoas, estabelecer relações com pessoas no Brasil inteiro. Você tem um nome forte na educação em função do seu trabalho no MEC (Ministério da Educação) e seria uma oportunidade ótima para nós."

(...)

BBC Brasil - Lula teve que escolher a Dilma como pessoa de confiança quando não podia concorrer novamente à Presidência. Caso ele fique sinucado judicialmente, o senhor seria uma opção?
Haddad - Eu acho que ninguém deveria encarar essa possibilidade dessa forma. Os esforços não podem ser outros a não ser o de fortalecer a candidatura do Lula, de pedir Justiça, o que significa a revisão da sentença. Qualquer outro movimento é um movimento que não deveria ser feito.

BBC Brasil - O Fernando Haddad em 2018 pretende se candidatar a senador, a deputado, governo de São Paulo?
Haddad - Eu vou querer ouvir o Lula sobre isso.

BBC Brasil - O senhor aceitaria ser vice do Lula?
Haddad - Eu vou querer ouvir ele. Fui ministro a convite dele. Fui candidato a prefeito a convite dele. O mínimo que eu devo é a lealdade de perguntar para ele o que seria melhor para o projeto que ele e todos nós representamos. Tem mais experiência política do que eu. Eu vou querer ouvi-lo antes de tomar qualquer decisão. Não que necessariamente eu vou acatar, mas eu quero ouvi-lo.

BBC Brasil - É possível trazer o Ciro ou o PSB para uma candidatura em volta do Lula?
Haddad - Está havendo muita conversa. Os dirigentes do PT conversam com os dirigentes de outros partidos. O Ciro é uma pessoa próxima nossa. Foi ministro nosso e um bom ministro. Um bom governador. É uma pessoa muito qualificada. O PSB também tem quadros importantes. Tem governadores muito próximos. Ricardo Coutinho (governador da Paraíba), um grande quadro. Tive com o Paulo Câmara (governador de Pernambuco) esses dias no Recife.

Para quem se interessar, a íntegra da entrevista vai abaixo:


BBC Brasil - O senhor viajou para diversos Estados nos últimos seis meses. Está iniciando uma pré-campanha, como Lula e Dória?
Fernando Haddad - Não. Na verdade, eu estou atendendo a um pedido do Lula. Ele me pediu para rodar as universidades. Eu me coloquei à disposição para integrar a equipe que vai formatar o plano de governo dele.
No começo do ano, quando ele me perguntou o que eu queria, falei que gostaria de ajudar a formular uma plataforma para a sua candidatura. Aí, ele falou: 'Une o útil ao agradável. Você está sendo convidado para dar palestras no Brasil. Nesse périplo, você pode se conectar a pessoas, estabelecer relações com pessoas no Brasil inteiro. Você tem um nome forte na educação em função do seu trabalho no MEC (Ministério da Educação) e seria uma oportunidade ótima para nós".

BBC Brasil - Movimentos sociais e políticos acabam de lançar um projeto chamado Vamos!. Como o senhor vê essa nova movimentação da esquerda?
Haddad - É natural que, diante de uma crise tão profunda, existam várias iniciativas. Eu entendo que é bom para o processo que haja mais de uma iniciativa. Considero importante a candidatura do Ciro (Gomes). Considero importante esse movimento Vamos!, considero mais importante ainda a candidatura Lula.
Mas eu penso que esses movimentos fazem parte do mesmo diagnóstico: de apresentar uma plataforma de superação da crise alternativa ao governo Temer. Porque o governo Temer é o que está posto hoje. E precisa de uma alternativa a isso. E o governo Temer certamente terá alguém do PMDB ou do PSDB para defender.

BBC Brasil - Mas é possível criar uma plataforma comum para essas esquerdas?
Haddad - Não saberia te dizer hoje e consideraria até prematuro.

BBC Brasil - Se o Lula for condenado em segunda instância, ele pode ter sua candidatura impedida pela Lei Ficha Limpa. O que o PT deveria fazer nesse caso?
Haddad - Não estamos trabalhando com essa hipótese. Para nós é muito caro o processo de revisão da sentença.
Lula está sendo acusado de uma suposição de que ele trocaria um apartamento por uma cobertura sem pagar a diferença. Não existe absolutamente nada no processo que indique que isso seria feito. E nem por que seria feito, que é um pressuposto do crime de corrupção.
É você indicar o ato que beneficiou aquele que está te favorecendo. Então juridicamente é frágil.

BBC Brasil - O fato de o PT estar se focando no Lula é um sinal de que o partido não conseguiu criar um quadro novo para substituí-lo?
Haddad - Um Lula é a cada 50, 100 anos que surge. Então, num certo sentido, o Lula não tem substituto, porque ninguém tem o carisma e a trajetória que ele tem. A trajetória dele é única.
Um Lula é a cada 50, 100 anos que surge. Então, num certo sentido, o Lula não tem substituto, porque ninguém tem o carisma e a trajetória que ele tem.
Então, nesse sentido, o PT faz bem em dizer que não há plano B (à candidatura Lula). Agora, o próprio Lula hoje (sexta-feira) deu uma entrevista citando os governadores do PT. Citou Wellington Dias (governador do Piauí), citou Jaques Wagner (ex-governador da Bahia), citou Rui Costa (atual governador da Bahia).

BBC Brasil - Deveria ter citado Fernando Haddad?
Haddad - Certamente, alguém vai ligar para ele e dizer que ele esqueceu alguém e ele vai citar numa terceira entrevista.
Eu estava dando uma entrevista e citei Tarso Genro, Olívio Dutra. Por que não?

BBC Brasil - Lula teve que escolher a Dilma como pessoa de confiança quando não podia concorrer novamente à Presidência. Caso ele fique sinucado judicialmente, o senhor seria uma opção?
Haddad - Eu acho que ninguém deveria encarar essa possibilidade dessa forma. Os esforços não podem ser outros a não ser o de fortalecer a candidatura do Lula, de pedir Justiça, o que significa a revisão da sentença. Qualquer outro movimento é um movimento que não deveria ser feito.

BBC Brasil - O Fernando Haddad em 2018 pretende se candidatar a senador, a deputado, governo de São Paulo?
Haddad - Eu vou querer ouvir o Lula sobre isso.

BBC Brasil - O senhor aceitaria ser vice do Lula?
Haddad - Eu vou querer ouvir ele. Fui ministro a convite dele. Fui candidato a prefeito a convite dele. O mínimo que eu devo é a lealdade de perguntar para ele o que seria melhor para o projeto que ele e todos nós representamos.
Tem mais experiência política do que eu. Eu vou querer ouvi-lo antes de tomar qualquer decisão. Não que necessariamente eu vou acatar, mas eu quero ouvi-lo.

BBC Brasil - É possível trazer o Ciro ou o PSB para uma candidatura em volta do Lula?
Haddad - Está havendo muita conversa. Os dirigentes do PT conversam com os dirigentes de outros partidos. O Ciro é uma pessoa próxima nossa. Foi ministro nosso e um bom ministro. Um bom governador. É uma pessoa muito qualificada.
O PSB também tem quadros importantes. Tem governadores muito próximos. Ricardo Coutinho (governador da Paraíba), um grande quadro. Tive com o Paulo Câmara (governador de Pernambuco) esses dias no Recife.

BBC Brasil - Vocês estão estudando uma convergência com o PSB?
Haddad - Isso, por incrível que pareça, não é possível antecipar. Porque é muito grave a situação. Imagine se passa o distritão. Com quem você vai dialogar? É o fim dos partidos.

BBC Brasil - Mas o relator da reforma política que propõe o distritão é um petista (Vicente Cândido)…
Haddad - Não é ideia dele. É relator. Ele tem que aprovar um texto para ir a plenário. Não vamos também colocar a culpa em quem não tem. Tem que apanhar a opinião da maioria. Mas é o fim dos partidos. Se juntar parlamentarismo com o distritão… São duas propostas que no meu conceito de democracia…Não tenho aderência nenhuma a essas ideias.

BBC Brasil - O que o PT deveria propor em termos de reforma?
Haddad - Um fundo público modesto, para fazer campanhas que tenham sustentabilidade econômica com a sobriedade que a crise exige, e o fim da coligação proporcional.
Essas duas medidas representam mais da metade das tarefas que precisam ser cumpridas.

BBC Brasil - E a cláusula de barreira (dispositivo que restringe ou impede a atuação parlamentar de partido que não alcança um determinado percentual de votos)?
Haddad - A cláusula de barreira não é necessária se você acabar com a coligação proporcional. Eu manteria os partidos pequenos ideológicos. É importante para o Brasil ter um PSOL, PSTU, PCO. Os da direita também. É importante isso.
O fim da coligação proporcional vai fazer com que os partidos se organizem em torno de ideários mais robustos e, portanto, não tenha 30 partidos. Tenha quatro, cinco. O que vai possibilitar o presidente da República compor uma maioria com base em princípios e valores e plataforma política, que é o que tem que ser.

BBC Brasil - Então um fundo público ficaria mais barato do que voltar às doações de empresas?
Haddad - Muito mais barato. Olha o que deu no Brasil deixar empresa financiar campanha política. Acabou com o país.

BBC Brasil - Os jovens são a principal força da direita no Brasil? Temos o MBL, o Vem Pra Rua, mas não vemos nenhuma grande militância de esquerda.
Haddad - O Vamos! tem muito jovem.

BBC Brasil - Mas não tem esse poder de mobilização do Vem Pra Rua e MBL...
Haddad - A direita tem dinheiro, não tem mobilização. A atuação nas redes sociais da direita é com dinheiro. E muito dinheiro, inclusive dinheiro de fora do Brasil. Tem financiamento externo nessa atuação em rede desses movimentos sociais. Isso declaradamente. Nem eles negam isso. Tem petrolíferas americanas, tem tudo.
A atuação nas redes sociais da direita é com dinheiro. E muito dinheiro, inclusive dinheiro de fora do Brasil.
Saiu uma boa reportagem no The Intercept sobre isso. Mostrando como o dinheiro dos tycoons americanos está circulando na América Latina patrocinando ONGs, institutos, movimentos espontâneos.

BBC Brasil - Tem fundos patrocinando movimentos de esquerda também, fundações de 
partidos de esquerda alemães…
Haddad - Tem? Ótimo.

BBC Brasil - Em artigo na (revista) Piauí, o senhor disse que os protestos de 2013 tinham como pano de fundo uma movimentação patrocinada em redes sociais e que o Putin e o Erdogan teriam avisado o Lula e a Dilma sobre isso. O senhor acha que os protestos de 2013 foram manipulados?
Haddad - É um pouco mais complexo que isso. O que eu disse e repito é que o MPL (Movimento Passe Livre) tem uma forma de organizar protestos e de dialogar com a institucionalidade de partidos e governos que foi, na minha opinião, raptada por grupos que tinham outros objetivos. E que usaram aquela forma para fazer valer os seus pontos de vista.
O MPL estava defendendo uma tese dele. Só que a forma que ele escolheu para defender a tese dele favoreceu grupos que queriam minar as bases institucionais da democracia. Que, ao meu ver, levaram ao impeachment.

BBC Brasil - O senhor não acredita que esse discurso de neoliberalismo, privatizações, porte de armas não é mais atrativo para os jovens hoje que distribuição de renda e programas sociais?
Haddad - Pode acontecer porque quando existe uma crise sistêmica, em geral as pessoas ficam muito mais conservadoras. Isso tem vários precedentes históricos. Quando tem uma crise sistêmica, a tendência das pessoas não é a superação positiva. É uma reação conservadora. Um instinto de proteção meio atávico. As pessoas vão buscando proteção pelo supremacismo branco americano, volta da Ku Klux Klan, essas coisas.
As pessoas vão buscar refúgio nesse tipo de atitude. Vão buscando o que eles entendem que sejam os iguais. Buscando proteção em grupos cada vez menores. E isso aumenta a intolerância.

BBC Brasil - O senhor perdeu em primeiro turno, perdeu muito voto na periferia. Aquela população que tinha virado a base do lulismo aparentemente abandonou o partido e a candidatura do senhor. A gente pode avaliar que é mais provável uma vitória da direita no próximo ano?
Haddad - A tendência mundial é de uma disputa entre a direita e a extrema-direita, conforme eu afirmei e dei exemplos. Holanda, França, Estados Unidos, Inglaterra com o Brexit.
A tendência é essa, mas no Brasil há duas variáveis que podem mudar a história.
Uma delas é o Lula e a outra é o governo Temer, que pode aglutinar contra si forças que impeçam a continuidade do projeto que ele representa.

BBC Brasil - O senhor acha que se não tivesse no PT teria tido mais chances em São Paulo?
Haddad - Não. Não porque a população não entende esses gestos de traição de última hora. Não entende isso. E outra, (o PT) tem um milhão e meio de filiados. De pessoas que a vida inteira se dispuseram a lutar por mais igualdade, por mais oportunidade.
Você não pode rifar uma experiência histórica em função de uma dificuldade.

BBC Brasil - O PT deveria tentar montar uma frente de esquerda, com um nome diferente?
Haddad - É o que estava previsto, né? Antes da crise, o Lula sempre disse que em 2018 o ideal seria apoiar um candidato de outro partido, numa frente mais ampla que o próprio PT poderia ajudar a constituir.

BBC Brasil - Isso está descartado agora?
Haddad - Está em função da candidatura Lula, que se impôs pela marcha mais acontecimentos. Mas não era o roteiro original, vamos dizer assim.

BBC Brasil - Como petista, o senhor se preocupa mais com Doria, Alckmin ou Bolsonaro no ano que vem?
Haddad - Óbvio que é o Bolsonaro. Mas eu acredito que ele seja o que tem menos chance de chegar à Presidência. Mas eu não considero nenhum dos três apto a governar o país. De maneira nenhuma. E não falo isso como crítica pessoal.

BBC Brasil - Mas com base em quê? Passado político?
Haddad - As circunstâncias são muito difíceis. Exige muita experiência, muito traquejo político. Exige um tipo de ousadia que não é a do espalhafato, não é a do marketing. É um tipo de ousadia da sobriedade, do estadista. Essa combinação não é uma combinação simples. Eu até gostaria que tivesse alguém dessa direita que tivesse estatura. Um John McCain (senador do partido Republicano nos EUA) aqui.

BBC Brasil - No Brasil, o senhor identifica alguém que já foi assim?
Haddad - O Fernando Henrique foi. Um cara de direita que tinha envergadura para presidir.

BBC Brasil - Doria, como o anti-Lula, tem capacidade de repetir o que aconteceu com o senhor no ano passado?
Haddad - Como candidato eu não saberia responder. Como presidente, a minha opinião é que não está à altura do que foi colocado.

BBC Brasil - O senhor não descarta uma viabilidade eleitoral do Doria?
Haddad - Não. Tudo é possível no Brasil de hoje. Absolutamente tudo.

BBC Brasil - No artigo da Piauí o senhor falou que a corrupção no Brasil é mais do que sistêmica, que é um 'corolário do nosso patrimonialismo'. O senhor tentou isentar o PT de responsabilidade dos problemas da corrupção?
Haddad - O que eu quis dizer é que não é fácil você fazer reforma política. E por que não é fácil? Porque o Congresso se protege da reforma política. A única reforma política que o Congresso aceita é aquela que o beneficia. Distritão, fundão, parlamentarismo. Eles só fazem a reforma política que os beneficia. O chefe do Executivo sempre fica de mãos atadas.
A única reforma política que o Congresso aceita é aquela que o beneficia... O chefe do Executivo sempre fica de mãos atadas.
Por isso eu vejo com bons olhos o Supremo declarar inconstitucional a contribuição empresarial a campanhas. Ou essa sinalização que o Supremo está dando de que vai declarar inconstitucional a coligação proporcional. Porque a reforma parece impossível por dentro do sistema. Por dentro do Congresso ela parece impossível, a não ser para pior.

BBC Brasil - Como faz a reforma então? Constituinte exclusiva?
Haddad - Não. Por que quem você vai eleger como os constituintes?

BBC Brasil - Então não tem muito jeito?
Haddad - O Supremo tem feito a reforma. O que eu estou dizendo é que se resolver o problema do financiamento e da coligação proporcional, nós vamos melhorar a representação em 2018. Já é um caminho.

BBC Brasil - O senhor estava criticando essa crise institucional e está defendendo que o Supremo atue como legislador.
Haddad - Na reforma política, eu não vejo saída. Porque o sistema não se autorreforma. Então, é heterodoxa a saída.
Até do ponto de vista jurídico, o Supremo poderia declarar inconstitucional a contribuição empresarial? Tem gente que diz que diz que foi uma exorbitância. Mas de que outro jeito ia se colocar ordem no financiamento de campanha?
Há quem diga que não dá para resolver pelo Supremo. Tem que resolver pela Constituição, pelo Congresso. Mas o Congresso não quer pôr ordem nas coisas. Interessa aos integrantes manter essa desordem.

BBC Brasil - Voltando à responsabilidade do PT. O PT não deveria pedir desculpas, reconhecer os erros e expulsar os envolvidos em corrupção?
Haddad - O problema todo é de natureza política, num sentido muito preciso. Se não houvesse seletividade dos vazamentos, seletividade do tratamento…
Tucano preso parece que o Ibama proíbe. Não tem nenhum. Nem julgado.
Não vi nenhum tucano ser conduzido coercitivamente a lugar nenhum. Tucano preso parece que o Ibama proíbe. Não tem nenhum. Nem julgado. Tem processo se arrastando há 20 anos, que não se julga. Então nesse contexto é mais difícil você conseguir que as partes façam as autocríticas cabíveis e promovam uma virada de página porque tudo virou briga de facção no Brasil. Se estivéssemos numa normalidade institucional esses gestos seriam mais frequentes.

BBC Brasil - O eleitor não merece?
Haddad - Eu acho é que o ano de 2017 é muito mais favorável a esse tipo de gesto do que 2016, porque em 2016 nós vivemos uma situação de fraude no ponto de vista da informação. Represaram as informações contra o PSDB e contra o PMDB. Todo mundo sabia que elas existiam e não vinham a público.
Isso causou um desequilíbrio e é muito difícil você cobrar de quem quer que seja.

BBC Brasil - Então por causa dessa polarização, o senhor acha que o PT erraria se pedisse desculpas?
Haddad - Não é questão de errar ou acertar. É saber o efeito que aquilo vai ter. Porque tem que produzir um efeito de superação. Todo mundo tem que entender aquele gesto. Qualquer gesto político você tem que pensar no efeito que ele vai ter.
Então o contexto tem que estar preparado para aquele gesto, para que você promova a superação da situação.

BBC Brasil - E não tem esse contexto agora?
Haddad - Está sendo construído e tem gente contra essa construção. Tem gente querendo impedir que ela aconteça. Então, vamos pegar alguns casos. O mesmo Senado tratou o Delcídio de um jeito e o Aécio de outro. Não estou dizendo qual é o certo. Estou dizendo que são duas coisas completamente diferentes. O mesmo Senado.
A mesma Câmara tratou a Dilma de um jeito e o Temer de outro. Completamente diferente.
É um desequilíbrio muito grande em tudo. Isso vai impedindo avanços quando você nota esse desequilíbrio.

BBC Brasil - Como o senhor vê as pesadas críticas do João Doria ao PT e sua gestão?
Haddad - A estratégia do Doria é só comunicacional. Ela não tem nenhuma outra finalidade. É uma estratégia de marketing. Pura e simplesmente. Os termos com os quais ele se dirige a Dilma, por exemplo, e ao Temer não têm a ver com uma métrica ética que vale para todo mundo. Tem a ver com uma lógica de disposição e uma lógica de angariar apoio. É assim que funciona.
Chamar uma mulher de anta. Qual é o sentido disso? A não ser o de se apresentar de uma determinada maneira. E se aliar ao Temer? O que está por trás disso? Do meu ponto de vista, é só uma lógica comunicacional.

BBC Brasil - Que erros o senhor cometeu na prefeitura?
Haddad - Eu acredito que o de comunicação foi o maior. Mas tem coisas que é difícil explicar. É difícil explicar para taxistas que eu tinha que regulamentar o Uber.

BBC Brasil - Foi comunicação o seu pior erro?
Haddad - Foi com certeza. Mas tem decisões que eu tomei que são difíceis de comunicar. A regulamentação do Uber traz para a cidade de São Paulo entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões de arrecadação. E o Uber ia operar na cidade eu querendo ou não porque eles tinham ganhado na Justiça.
Então, a regulamentação significou botar ordem no sistema e aumentar a arrecadação da cidade num momento difícil. Como é que você comunica isso para 35 mil taxistas? Então eu tinha 35 mil cabos eleitorais contra durante a eleição. Como é que você resolve isso?



O jornalismo preguiçoso. Ou apenas vagabundo

августа 19, 2017 11:50, by segundo clichê

O estranho caso da suposta herdeira do banqueiro suíço que prometeu doar uma bolada para que o ex-presidente Lula possa tocar a sua vida, já que a "Justiça" brasileira quer privá-lo de qualquer meio de subsistência enquanto não o trancafia numa cela, demonstrou, de maneira inequívoca, que o jornalismo brasileiro é o mais preguiçoso, irresponsável e vagabundo do universo.

A moça pode até mesmo ser o que diz que é, embora existam, como levantou o jornalista Luis Nassif, enormes suspeitas de que ela seja tão somente uma impostora, ou então alguém que sofre de algum transtorno psicológico, como a mitomania, mas isso é o que menos importa.

O triste de toda essa história é constatar que a imprensa brasileira, com raríssimas exceções, não observa nem as mais básicas e elementares regras do jornalismo.


Uma delas, que qualquer "foca" conhece, é checar as fontes de informação, para que não se dê crédito a lunáticos, malucos, napoleões de hospício, ou mesmo a espertalhões, pilantras e picaretas em geral, que adoram usar a imprensa para atingir seus propósitos.

O jornalismo brasileiro, já se sabe há algum tempo, virou uma grande agência de publicidade, que trabalha dia e noite para preservar os imensos e seculares privilégios da classe social dos donos das empresas de comunicação, ou seja, dos endinheirados que mandam e desmandam neste país.

Mas eles bem que poderiam fazer este trabalho sujo com um pouco mais de competência.

Do jeito que está, fica fácil aparecer mais umas tantas "herdeiras" para engabelar esses jornalistas de meia pataca que se acham os tais.

O caso da moça me fez lembrar de uma história ocorrida lá pelo ano de mil novecentos e oitenta e pouco, no falecido jornal "Jundiaí Hoje", quando começaram a ocorrer algumas coisas estranhas: as notícias mais interessantes de esportes estavam saindo também num dos concorrentes. 

Não podia ser coincidência, atestava o saudoso Ademir Fernandes, mestre em jornalismo e em bom humor, que tocava, praticamente sozinho, a editoria - Ademir, para quem não o conheceu, foi um dos mais profícuos e respeitados profissionais que passaram pelo "Jornal da Tarde" e Agência Estado

Pois bem, ele desconfiava que o jornal estava sendo vítima de um "vazamento" - claro que a palavra, naquela época não estava tão em voga quanto hoje. A suspeita recaía sobre uma digitadora de texto cujo marido era repórter esportivo do concorrente. 

Assim, armou a armadilha: escreveu uma matéria com alguns detalhes que inventou - nada que comprometesse a veracidade da história.

Não deu outra: no dia seguinte, lá estava a notícia no concorrente, igualzinha. A tal digitadora acabou confessando seu "crime". Levou uma bronca daquelas e a vida continuou. 

O estratagema inventado pelo Ademir foi simples e eficaz. Desmascarou a impostura de maneira incontestável. 

E mostrou uma face detestável do jornalismo, essa marcada pela negligência, preguiça e "esperteza".

Dói saber que pouca coisa mudou de lá para cá - e se mudou, foi para pior. (Carlos Motta)



Brasil, o país dos "bicos"

августа 18, 2017 18:06, by segundo clichê


Vagner Freitas

O total de trabalhadores subempregados aumentou para 11,5% – pulou de 5,2 milhões para 5,8 milhões – no 2º trimestre, segundo o IBGE.

E o total da força de trabalho subutilizada – que inclui desempregados, subempregados e a força de trabalho potencial (pessoas que não procuram empregos) – chegou a 26,3 milhões de pessoas no mesmo período.

Temer e os patrões devem estar felizes, eles queriam isso mesmo, tirar direitos e jogar a classe trabalhadora no subemprego, na miséria. Foi para isso que aprovaram o desmonte da CLT, que eles chamaram de reforma trabalhista.


Os dados da tragédia brasileira, que constam da pesquisa ampliada da Pnad Contínua, divulgada nesta quinta-feira (17), é a maior comprovação de que o governo golpista e ilegítimo de Temer legalizou o “bico”. É o fim do contrato de trabalho formal, da carteira assinada, dos direitos.

E a triste ironia é que a comprovação do prejuízo para os trabalhadores que as reformas de Temer representam foi feita justamente por uma organização oficial do governo, o IBGE.

A pesquisa também trouxe dados sobre o desempregado, que hoje atinge 13,5 milhões de pessoas em todo o Brasil. O maior contingente de trabalhadores afetados pelo golpe vive na região Nordeste, onde 3,9 milhões estão desempregados.

Pernambuco é o Estado com a maior taxa de desemprego (18,8%). Em 2º lugar vem Alagoas (17,8%) e, em 3º lugar vem a Bahia, com 17,5%.

Do total de desempregados, 2,924 milhões de pessoas, pais e mães de famílias que dependem do emprego para sobreviver, estavam em busca de emprego há dois anos ou mais.

O percentual de pessoas que trabalham por conta própria no Norte (31,8%) e Nordeste (29,8%) é muito superior ao das demais regiões do país. Mais uns meses e seremos todos trabalhadores informais se não nos mobilizarmos.

Com Temer, trabalhador só tem notícia ruim.

Com essa turma no governo não existe possibilidade de desenvolvimento sustentável, com distribuição de renda, justiça e inclusão social.

Eles só pensam em como aumentar os lucros dos empresários, muitos deles deputados e senadores que aprovam leis contra a classe trabalhadora e, óbvio, em benefício próprio e de sua turma.

Eles não pensam no país e muito menos em quem, com o seu trabalho, constrói as riquezas do Brasil.

Mais do que nunca é necessário que todas as categorias de trabalhadores se mobilizem para retomar os direitos que nos foram roubados, e lutar para manter e ampliar as nossas conquistas, mesmo que para isso tenhamos de renovar 100% deste Congresso Nacional cheio de reacionário e eleger um presidente comprometido com os interesses da classe trabalhadora. (Vagner Freitas é presidente da Central Única dos Trabalhadores - CUT)



Salário de juízes será investigado. Dá para acreditar?

августа 18, 2017 16:48, by segundo clichê


Pode ser sério, mas pode, como quase tudo o que ocorre no mundo dos endinheirados brasileiros, ser apenas um teatrinho, um faz de conta: a presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, decidiu que o órgão vai investigar a folha de pagamentos de todos os magistrados do país. De acordo com portaria publicada hoje (18) pelo CNJ, os tribunais de Justiça de todos os Estados deverão enviar mensalmente ao conselho cópias do contracheque dos magistrados cinco dias depois da liberação do pagamento.


A medida foi tomada depois que surgiram suspeitas de irregularidades com 84 juízes do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT). O caso veio à tona após a imprensa publicar que um dos magistrados recebeu R$ 503 mil em julho. Diante do fato, o conselho determinou a suspensão imediata de novos repasses.

Segundo o TJ do Mato Grosso, os pagamentos foram amparados em decisão do CNJ. O juiz Mirko Vincenzo Giannotte, beneficiado por um pagamento de R$ 503 mil, disse que os valores foram recebidos como compensações legais por ter atuado por dez anos em comarcas maiores da que está lotado.

“A partir do mês de setembro de 2017 todos os tribunais do país submetidos ao controle administrativo do Conselho Nacional de Justiça encaminharão, até cinco dias após o pagamento aos magistrados, cópia da folha de pagamentos realizados para divulgação ampla aos cidadãos e controle dos órgãos competentes e para controle da regularidade do orçamento e finanças de cada qual dos Tribunais pelo Conselho Nacional de Justiça”, diz a portaria do CNJ. Conforme a nova norma, o CNJ vai divulgar em seu site todos dados sobre a folha de pagamento dos magistrados do país.



Motta