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November 29, 2015 12:12 , by Blogoosfero - | No one following this article yet.

Chuva se prolonga e provoca transtornos em regiões do Rio

January 16, 2016 16:52, by Jornal Correio do Brasil

No Complexo do Alemão, subúrbio do Rio, uma casa foi interditada pela Defesa Civil depois que a estrutura ficou comprometida devido a infiltrações

 

Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro

A forte chuva que atinge o Rio de Janeiro desde a tarde de sexta-feira provocou o transbordamento do Rio Quitandinha, em Petrópolis, e do Rio Grande, em Bom Jardim, na região serrana e deixou em estágio de alerta máximo os rios Bengala, em Nova Friburgo e Paquequer, em Teresópolis, também no alto da serra. O alerta máximo é emitido quando continua chovendo na região e o rio atinge 80% do nível de transbordamento. As tempestades já duram 16 horas.

A chuva permaneceu durante toda a madrugada deste sábado em toda a cidade, a exemplo do Catete
A chuva permaneceu durante toda a madrugada deste sábado em toda a cidade, a exemplo do Catete

De acordo com o Corpo de Bombeiros, ocorreu um deslizamento de terra durante a madrugada de hoje (16), com queda de barreira no bairro Roseiral, em Petrópolis. Quatro adultos e duas crianças foram retirados de casa pelos bombeiros. Ninguém ficou ferido, mas a casa foi interditada pela Defesa Civil municipal. Um dos acessos ao bairro Roseiral está interditado, devido à grande quantidade de lama que desceu da encosta. Não há previsão para liberação do trecho.

A Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis registrou de sexta-feira até as 10h deste sábado, 170 ocorrências relacionadas à chuva, sem registros de vítimas ou feridos. O maior índice pluviométrico foi registrado em Pedro do Rio, com 150 milímetros em 24 horas. Até o momento há 11 desalojados. Todos estão na casa de parentes. A Defesa Civil opera em estágio de alerta.

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, coordena as ações pessoalmente. O plano de contingência foi acionado e todas as secretarias estão envolvidas no atendimento às famílias e na desobstrução das ruas para o restabelecimento do acesso ao transporte.

Em Petrópolis, a situação do tempo varia de chuva forte a moderada. A Secretaria de Defesa Civil pede que moradores de áreas de risco saiam imediatamente de casa e se desloquem para áreas seguras, como casas de parentes e amigos. A orientação do órgão é que em caso de qualquer sinal de instabilidade na casa ou no terreno, o morador ligue para o 199 e solicite uma vistoria. A ligação e o serviço são gratuitos.

De acordo com o Sistema de Alerta de Cheias do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), os rios Iguaçu, em Nova Iguaçu, Rio Pavuna, em São João de Meriti e Capivari, em Duque de Caxias, todos na Baixada Fluminense, transbordaram e alagaram diversas casas.

Na Rodovia BR-040, que liga o Rio a Juiz de Fora, o tráfego está sendo desviado pela pista central, próximo a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, devido ao alagamento da pista lateral. Há 5 km de congestionamento em direção à serra de Petrópolis.
Cidade do Rio

No município do Rio de Janeiro, chove deste a tarde de ontem. A cidade está em estágio de atenção. De acordo com o chefe do Centro de Operações da prefeitura do Rio, Pedro Junqueira, a chuva que atinge a cidade deve permanecer até amanhã (17). As pessoas que moram em áreas de risco devem procurar abrigo em local seguro assim que forem acionadas as sirenes do sistema de alerta da prefeitura, instaladas em dezenas de comunidades da capital fluminense.

Apesar da chuva forte, não houve registro de casos graves. A Estrada Menezes Côrtes, que liga os bairros de Jacarepaguá, na zona oeste ao Grajaú, na zona norte, pela serra, teve uma queda de barreira que interditou a pista parcialmente durante a madrugada, mas o local já foi liberado pela Defesa Civil.

No Complexo do Alemão, subúrbio do Rio, uma casa foi interditada pela Defesa Civil depois que a estrutura ficou comprometida devido a infiltrações. Os moradores foram levados para a casa de parentes.



Chuva se prolonga e provoca transtornos regiões do Rio

January 16, 2016 16:52, by Jornal Correio do Brasil

No Complexo do Alemão, subúrbio do Rio, uma casa foi interditada pela Defesa Civil depois que a estrutura ficou comprometida devido a infiltrações

Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro

A forte chuva que atinge o Rio de Janeiro desde a tarde de sexta-feira provocou o transbordamento do Rio Quitandinha, em Petrópolis, e do Rio Grande, em Bom Jardim, na região serrana e deixou em estágio de alerta máximo os rios Bengala, em Nova Friburgo e Paquequer, em Teresópolis, também no alto da serra. O alerta máximo é emitido quando continua chovendo na região e o rio atinge 80% do nível de transbordamento. As tempestades já duram 16 horas.

A chuva permaneceu durante toda a madrugada deste sábado em toda a cidade, a exemplo do Catete
A chuva permaneceu durante toda a madrugada deste sábado em toda a cidade, a exemplo do Catete

De acordo com o Corpo de Bombeiros, ocorreu um deslizamento de terra durante a madrugada de hoje (16), com queda de barreira no bairro Roseiral, em Petrópolis. Quatro adultos e duas crianças foram retirados de casa pelos bombeiros. Ninguém ficou ferido, mas a casa foi interditada pela Defesa Civil municipal. Um dos acessos ao bairro Roseiral está interditado, devido à grande quantidade de lama que desceu da encosta. Não há previsão para liberação do trecho.

A Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis registrou de sexta-feira até as 10h deste sábado, 170 ocorrências relacionadas à chuva, sem registros de vítimas ou feridos. O maior índice pluviométrico foi registrado em Pedro do Rio, com 150 milímetros em 24 horas. Até o momento há 11 desalojados. Todos estão na casa de parentes. A Defesa Civil opera em estágio de alerta.

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, coordena as ações pessoalmente. O plano de contingência foi acionado e todas as secretarias estão envolvidas no atendimento às famílias e na desobstrução das ruas para o restabelecimento do acesso ao transporte.

Em Petrópolis, a situação do tempo varia de chuva forte a moderada. A Secretaria de Defesa Civil pede que moradores de áreas de risco saiam imediatamente de casa e se desloquem para áreas seguras, como casas de parentes e amigos. A orientação do órgão é que em caso de qualquer sinal de instabilidade na casa ou no terreno, o morador ligue para o 199 e solicite uma vistoria. A ligação e o serviço são gratuitos.

De acordo com o Sistema de Alerta de Cheias do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), os rios Iguaçu, em Nova Iguaçu, Rio Pavuna, em São João de Meriti e Capivari, em Duque de Caxias, todos na Baixada Fluminense, transbordaram e alagaram diversas casas.

Na Rodovia BR-040, que liga o Rio a Juiz de Fora, o tráfego está sendo desviado pela pista central, próximo a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, devido ao alagamento da pista lateral. Há 5 km de congestionamento em direção à serra de Petrópolis.
Cidade do Rio

No município do Rio de Janeiro, chove deste a tarde de ontem. A cidade está em estágio de atenção. De acordo com o chefe do Centro de Operações da prefeitura do Rio, Pedro Junqueira, a chuva que atinge a cidade deve permanecer até amanhã (17). As pessoas que moram em áreas de risco devem procurar abrigo em local seguro assim que forem acionadas as sirenes do sistema de alerta da prefeitura, instaladas em dezenas de comunidades da capital fluminense.

Apesar da chuva forte, não houve registro de casos graves. A Estrada Menezes Côrtes, que liga os bairros de Jacarepaguá, na zona oeste ao Grajaú, na zona norte, pela serra, teve uma queda de barreira que interditou a pista parcialmente durante a madrugada, mas o local já foi liberado pela Defesa Civil.

No Complexo do Alemão, subúrbio do Rio, uma casa foi interditada pela Defesa Civil depois que a estrutura ficou comprometida devido a infiltrações. Os moradores foram levados para a casa de parentes.



Atletismo russo tem novo dirigente para moralizar desporto

January 16, 2016 16:23, by Jornal Correio do Brasil

Shlyakhtin foi eleito por unanimidade por mais de 100 autoridades da federação russa de Atletismo em conferência em Moscou

Por Redação, com agências internacionais – de Moscou e Bruxelas

O novo chefe do atletismo da Rússia, Dmitry Shlyakhtin, afirmou neste sábado que sua prioridade é garantir que os esportistas russos disputem a Olimpíada de 2016, no momento em que o esporte tenta lidar com o doping.

— Esse não é um momento fácil para a Rússia, não é um momento fácil para o atletismo. Ir aos Jogos Olímpicos é a ‘tarefa número um’ — disse Shlyakhtin, que foi eleito como novo presidente da Federação Russa de Atletismo.

Shlyakhtin tem como 'tarefa número um' levar o time de atletismo russo às Olimpíadas deste ano
Shlyakhtin tem como ‘tarefa número um’ levar o time de atletismo russo às Olimpíadas deste ano

A Rússia foi suspensa do atletismo no ano passado após alegações de doping patrocinado pelo Estado em um relatório da Agência Mundial Antidoping, dando início ao maior escândalo esportivo do país em várias décadas.

Shlyakhtin foi eleito por unanimidade por mais de 100 autoridades da federação russa em conferência em Moscou.

Futebol

O candidato à presidência da Fifa príncipe Ali Bin Al Hussein, da Jordânia, pediu à entidade mundial do futebol que investigue o acordo de sexta-feira assinado entre as confederações africana e asiática no caso de ele quebrar o código eleitoral.

O presidente da Confederação Asiática de Futebol, xeque Salman Bin Ebrahim Al Khalifa, e o chefe da Confederação Africana de Futebol, Issa Hayatou, assinaram o “acordo de cooperação” em Ruanda, pouco mais de um mês antes da eleição presidencial da Fifa em 26 de fevereiro.

O xeque Salman, o empresário e político sul-africano Tokyo Sexwale e o príncipe Ali estão entre os cinco candidatos na eleição, sendo que o jordaniano teme que acordos de voto tenham sido fechados entre as duas confederações, que terão um total combinado de 100 votos na votação com 209 membros.

“Eu sempre promovi entendimento entre regiões, entretanto, o momento desse memorando de entendimento parece uma tentativa gritante de produzir um voto em bloco”, disse o príncipe Ali em comunicado.



Coreia do Norte exige fim de exercícios militares do Sul

January 16, 2016 16:06, by Jornal Correio do Brasil

A Coreia do Norte afirmou no dia 6 de janeiro ter testado uma bomba de hidrogênio, provocando condenações por parte de seus vizinhos e dos Estados Unidos

 

Por Redação, com Reuters – de Tóquio

A Coreia do Norte exigiu neste sábado a conclusão do tratado de paz com os Estados Unidos e uma interrupção dos exercícios militares norte-americanos com os vizinhos do Sul para encerrar seus testes nucleares.

Agente do governo norte-americano, Blinken diz que manterá exercícios com a Coreia do Sul
Agente do governo norte-americano, Blinken diz que manterá exercícios com a Coreia do Sul

O vice secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse, no entanto, que Pyongyang precisa demonstrar em ações que leva a sério a desnuclearização para que qualquer diálogo tenha início.

— Infelizmente temos agora uma década durante a qual o Norte reverteu totalmente suas obrigações para com a comunidade internacional no que se refere a programas nucleares e de mísseis. Portanto é muito difícil levar qualquer proposta vinda deles muito a sério, particularmente após seu quarto teste nuclear — disse Blinken em entrevista à imprensa em Tóquio, após reunião com os colegas do Japão e Coreia do Sul.

Pyongyang afirmou no dia 6 de janeiro ter testado uma bomba de hidrogênio, provocando condenações por parte de seus vizinhos e dos Estados Unidos.

Coreia x Coreia

O Estado isolado busca há muito tempo um tratado de paz com os Estados Unidos, bem como um fim dos exercícios da Coreia do Sul e dos EUA, que tem cerca de 28.500 tropas baseadas na Coreia do Sul.

— Ainda são válidas todas as propostas pela preservação da paz e da estabilidade na península e no Nordeste asiático, incluindo aquelas pelo cessar de nossos testes nucleares e a conclusão do tratado de paz em troca da interrupção dos exercícios militares por parte dos EUA — disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país neste sábado segundo a agência norte-coreana de notícias KCNA.

Perguntado se os EUA considerariam interromper os exercícios conjuntos, o porta-voz do Departamento de Estado John Kirby afirmou ter comprometimentos em aliança com o Sul.

— Continuaremos garantindo que a aliança esteja pronta para agir em defesa do povo da Coreia do Sul e da segurança da península — concluiu.



Oposição vence e Tsai Ing-wen é a nova presidenta de Taiwan

January 16, 2016 15:51, by Jornal Correio do Brasil

A candidata da oposição em Taiwan, Tsai Ing-wen, conseguiu uma vitória eleitoral esmagadora, tornando-se a primeira mulher presidenta da ilha. O partido no poder, o Kuomintang (KMT), já admitiu a derrota

Por Redação, com agências internacionais – de Taipé

De acordo com os dados fornecidos pela televisão local, a vitória de Tsai Ing-wen foi esmagadora, com cerca de 60% dos votos contra os 30% de Eric Chu, que sofreu uma derrota histórica.

Candidata da oposição em Taiwan, Tsai Ing-wen promete reformas no país
Candidata da oposição em Taiwan, Tsai Ing-wen promete reformas no país

Ao votar em massa no Partido Democrático Progressista (PDP) de Tsai Ing-wen e o principal partido da oposição, os taiwaneses expressaram claramente o desejo de virar contra a China, depois de vários anos de aproximação.

O KMT liderou por oito anos a ilha e desenvolveu uma política de aproximação, sem precedentes, com a China, sob a liderança de Ma Jing-jeou.

– Desculpem-me. Nós perdemos. O KMT sofreu uma derrota eleitoral. Nós não trabalhamos o suficiente e decepcionamos as expetativas dos eleitores – disse Eric Chu, candidato do Kuomintang na sede do partido.

A nova presidenta, de 59 anos, beneficiou-se da crescente preocupação com as relações bilaterais com a China e da frustração dos 18 milhões de eleitores com a estagnação econômica. A China ainda considera Taiwan parte integrante de seu território.

A candidata eleita explicou que a dependência econômica de Taipé em relação a Pequim deve ter fim e que irá, enquanto presidenta, ouvir a opinião pública sobre as relações bilaterais com o vizinho.



Venezuela vive um novo jogo de guerra declarada

January 16, 2016 15:42, by Jornal Correio do Brasil

Existem duas propostas na guerra em curso na Venezuela: a dos que defendem um pacto com a oposição e a dos que sustentam que é possível avançar sem abrir mão do processo revolucionário

Por Aram Aharonian – de Caracas

O tsunami eleitoral do dia 6 de dezembro ainda balança o chão da política, da sociedade e até da psicologia venezuelana, e a “coexistência” de 16 anos entre as diferentes forças políticas está em risco, enquanto o novo gabinete anunciado pelo presidente Nicolás Maduro dá esperanças de certa oxigenação, com a designação do veterano dirigente magisterial Aristóbulo Istúriz como vice-presidente executivo.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acaba de decretar estado de emergência econômica

Livre da mesquindade e da soberba mostrada por alguns dirigentes e funcionários governistas – e que foram, em parte, despedaçadas parte pelo resultado das urnas no mês passado, e transformadas em resignação – o governo busca otimismo em Istúriz, um experiente político de esquerda, que foi prefeito de Caracas antes mesmo da instalação do chavismo, e que possui a capacidade de impulsionar uma nova forma de fazer política, diferente do que se viu nos últimos três anos, e que já ofereceu um convite ao diálogo com os dirigentes opositores Henry Ramos Allup e Julio Borges, para frear uma crise institucional.

Assim, os deputados Julio Haron Ygarza, Nirma Guarulla e Romel Guzamana, do Estado Amazonas, solicitaram sua desincorporação da Assembleia Nacional, para poderem se defender judicialmente, da sentença emitida pela Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça, que declarou nula as decisões que tomadas pelo Poder Legislativo enquanto os mesmos seguissem processados, segundo pedido de impugnação apresentado pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

Parece que este primeiro confronto institucional, que foi bastante instigado pela imprensa internacional, já está sendo controlado, embora o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o uruguaio Luis Almagro – que se tornou o principal porta-voz dos interesses políticos estadunidenses no continente –, tenha continuado sua campanha de ingerência nos assuntos internos venezuelanos: “Qualquer coisa que signifique que um deputado não possa assumir seu cargo significa um golpe direto à vontade do povo”, escreveu Almagro numa extensa carta aberta dirigida ao presidente Nicolás Maduro, desconhecendo a separação de poderes.

A verdade é que o PSUV não estava preparado para assumir seu rol de minoria parlamentar, e, além disso, foi obrigado a lidar com um adversário que estreia sua condição de maioria, e que a prepara para utilizá-la em favor de sua sede de vingança, como afirma a socióloga Maryclén Stelling.

Desesperança, desamparo, desilusão, raiva e castigo, esses foram os sentimentos que fizeram com que quase três milhões de chavistas se abstivessem, deixando de dar os votos aos candidatos do PSUV: foi mais um castigo pela ausência, não voto de castigo. Hoje, a nova maioria parlamentar promove a histeria coletiva – incluindo a caça às bruxas –, e apela permanentemente ao medo, enquanto, nessa guerra, não dissimula seus impulsos revanchistas, expressados claramente por Ramos Allup, o novo presidente da Assembleia Nacional: “Não quero ver nenhum quadro de Chávez ou de Maduro. Levem toda essa porcaria para Miraflores, ou joguem no lixo”.

– O mais terrível é ter que entender que depois de três anos na mais profunda crise econômica, e após uma série de anúncios que não anunciam nada, finalmente percebemos que não é que este governo não queria tomar medidas antipopulares, mas que nem sequer tinha medidas para tomar, que não havia nenhum diagnóstico, que não tinha equipes preparadas para responder à crise que estava enfrentando pela situação eleitoral. Enfim, o mais terrível é que não tínhamos nada – analisa o cientista político Nicmar Evans, dirigente da agrupação Maré Socialista.

Por isso, não se pode estranhar que altos funcionários do governo comecem uma retirada em silêncio, enquanto outros, sobretudo os que representam as bases comunitárias e sindicais, se aferram à necessidade de salvar a Revolução Bolivariana.

– Todos buscam uma saída: a direita busca usar a força, os setores populares buscam a defesa do que foi conquistado nesses 16 anos de luta. Mas há outros que querem uma saída pessoal, inclusive tirando seus filhos do país – relata com tristeza um veterano embaixador bolivariano.

Ai, a economia…

“Ou nós mudamos ou eles nos mudarão. Se não somos capazes de mudar, não podemos ser percebidos de novo como a verdadeira transformação do país”, decreta o intelectual governista Néstor Francia, enquanto o desabastecimento continua em todo o país (como parte da guerra contra o bolivarianismo).

Dentro do bolivarianismo (que não deve ser confundido com o chavismo) existem duas propostas para uma saída da crise: a dos que defendem um pacto com a oposição e suas câmaras de empresários associados aos Estados Unidos, e a dos que sustentam que é possível voltar a avançar sem abrir mão do processo revolucionário em benefício da direita e de ilusões econômicas monetaristas já fracassadas no mundo.

O investigador Álvaro Verzi fala de um novo-velho gabinete econômico, ainda sem projeto nem planos. Nesse novo cenário, o jovem sociólogo Luis Salas “obteve o pomposo cargo de vice-presidente econômico, encarregado de coordenar uma equipe na qual coexistem ministros sem profundidade conceitual, mas com muito poder, outros com sólida formação neoclássica, e também com muito poder, o que os torna mais perigosos”.

Salas foi anunciado como o “cérebro” do novo gabinete, com opiniões teóricas heterodoxas, e o foco da “preocupação” da imprensa nacional e estrangeira se voltou contra ele. Mas, na verdade se trata de um ministro sem pasta, não integrará o diretório do Banco Central nem terá influência em suas políticas, tampouco sobre o Ministério das Fazenda, ou sobre os ministérios produtivos importantes.

O poder, analisa Verzi, continua nas mão do general Adolfo Marco Torres, que passa da carteira de Fazenda para a de Alimentação, deixando o manejo da economia e das finanças a um econometrista neoclássico como Adolfo Medina, estreitamente vinculado à banca nacional e transnacional, apadrinhado por seu antecessor.

“O modelo econômico do governo nacional não funciona, e o que não funciona precisa mudar”, criticou o ex-candidato presidencial opositor Henrique Capriles, que assegurou que o Executivo está numa “encruzilhada”, entre mudar o modelo econômico e tomar ações radicais, e advertiu que a crise não será resolvida com expropriações, confiscos e ameaças a empresários, produtores e investidores.

Jogos de guerra na Venezuela

O mais relevante nestes primeiros dias do ano é a decisão tomada pela oposição de buscar a saída de Nicolás Maduro da presidência o mais rápido possível, descartando o caminho institucional progressivo que teria como próxima estação a eleição dos governadores, em dezembro deste ano, mais uma parada no caminho do pleito presidencial, em 2019.

Nesse jogo de guerra, a oposição diz que o método será definido nos próximos cinco meses, o que indica que, nesse lapso, a direita usará a Assembleia Nacional para impulsionar iniciativas que criem um clima favorável às suas políticas, enquanto, simultaneamente, estimularão a mobilização nas ruas.

Essa decisão deriva numa nova situação conflitiva e tensa, o que ocorre cada vez que se apresenta a ideia da saída de um mandatário antes de finalizar seu período constitucional. Para isso, há diversas ferramentas: o juízo político, o golpe parlamentar ao estilo paraguaio – como o sofrido por Fernando Lugo em 2012 – ou com o apoio militar – ao estilo de Honduras, em 2009, contra Manuel Zelaya. Para o cientista político opositor Leopoldo Puchi, “o machado da guerra já foi desenterrado”, embora não se trate necessariamente de um enfrentamento armado, e sim algo que pode ser canalizado através de um referendo revocatório, visando destituir Maduro através de um plebiscito previsto na constituição venezuelana, um mecanismo que a direita não descarta.

Desacertos

O sociólogo Javier Biardeau afirma que os estrategistas do governo só descobriram seus desacertos em dezembro, entre eles o de subestimar o peso das pesquisas no imaginário coletivo e o impacto eleitoral dos problemas em matéria econômica e social, superestimar o peso histórico do legado eleitoral de Chávez e os recursos da que máquina eleitoral do PSUV. Outro dos desacertos foi o de subestimar o fato de que o sistema eleitoral poderia favorecer a oposição, e também o apoio eleitoral instável que a esquerda tinha nos distritos onde votam os povos indígenas.

Outro erro grave foi o de não precisar como a situação interna de debilidade, dispersão e potencial divisão das forças sociais e políticas do processo bolivariano impactaria no abstencionismo. Tampouco se percebeu antes os graves erros da direção política do governo e do PSUV no manejo de política pública e de gestão das contradições secundárias, incluindo a degradação do Grande Polo Patriótico, que se tornou um espaço dedicado à intranscedente política de alianças.

Alí Rodríguez Araque, ex-ministro, ex-secretário-geral da Organização de Países Produtores de Petróleo (OPEP) e da Organização de Países Sul-Americanos (Unasul), que hoje se desempenha como embaixador em Cuba, é talvez a maior referência política do chavismo após a morte de Chávez. Ele afirma que a Assembleia Nacional pode colocar muitos obstáculos para a boa marcha das políticas, e pode gerar uma guerra por poder que permitiria ao chavismo a mobilizar o povo. Porém, alerta que o objetivo dos setores da direita é preparar um golpe parlamentar contra Maduro.

“Enquanto não se integre ao povo no exercício real e diário da política, enquanto não se demonstre ao povo que ele é o protagonista, será muito difícil chegar a algum resultado. Neste momento, o processo exige uma série de correções. Se deve colocar ênfase na mobilização política, e essa estratégia deve partir não somente do governo, mas também do partido. E também é preciso que haja uma mobilização profunda entre as unidades básicas de luta, o partido e a esquerda”, concluiu.

Aram Aharonian é jornalista e professor uruguaio-venezuelano, diretor da revista Question, fundador do canal TeleSur e diretor do Observatório Latino-americano em Comunicação e Democracia (ULAC).

Tradução: Victor Farinelli



Atentado promovido pela al Qaeda na África deixa 23 mortos

January 16, 2016 15:23, by Jornal Correio do Brasil

O ataque na capital Ouagadougou, reivindicado pela al Qaeda no Magreb Islâmico na África, sinalizou uma expansão das operações de militantes islâmicos que estão forjando novas alianças

 

Por Redação, com agências internacionais – de Ouagadougou

Forças de segurança em Burkina Faso retomaram um hotel na capital neste sábado de combatentes da al Qaeda que haviam tomado o local em um ataque que matou dezenas de pessoas de, pelo menos, 18 países, marcando uma escalada da militância islâmica na África Ocidental.

Vítima do atentado foi levada a um carro, com buraco de bala no parabrisa
Vítima do atentado foi levada a um carro, com buraco de bala no parabrisa

Até o ataque de sexta-feira o país, sem saída para o mar e aliado de governo ocidentais contra grupos jihadistas nas áreas áridas do sul do Saara, havia sido poupado de ataques deste tipo, que têm atormentado países vizinhos.

O ataque em Ouagadougou, reivindicado pela al Qaeda no Magreb Islâmico, sinalizou uma expansão das operações de militantes islâmicos que estão forjando novas alianças e intensificando suas atividades, ecoando um crescimento do Estado Islâmico no Oriente Médio.

— A situação que estamos enfrentando desde ontem em Burkina Faso não tem precedentes. Estes são atos vis e covardes e as vítimas são pessoas inocentes. Pedimos que o povo de Burkina fique vigilante e corajoso pois precisamos incluir os ataques terroristas como parte integral de nossa luta diária — disse o presidente, Roch Marc Christian Kabore, ao visitar o local do ataque.

Kabore disse que 23 pessoas de 18 diferentes nacionalidades foram mortas no ataque ao Hotel Splendid e a um cassino próximo, popular entre os soldados ocidentais e franceses que têm base em Bukina Faso. As autoridades não deram mais detalhes sobre as vítimas.

O embaixador francês Gilles Thibault colocou o número de mortos em 27 e afirmou no Twitter que cerca de 150 reféns haviam sido liberados durante uma operação que recebeu apoio das forças francesas e norte-americanas.

As autoridades de Burkina Faso afirmaram que cerca de 33 pessoas ficaram feridas e quatro assaltantes, incluindo um “árabe” e dois “africanos negros”, foram mortos.

O ataque islâmico teve início às 20:30 (18:30 no horário de Brasília) de sexta-feira, quando a área fica tipicamente cheia. Os atacantes incendiaram carros e dispararam para o ar para levar as pessoas de volta ao edifício, antes de entrarem no hotel e tomar reféns.

Soldados franceses

No Splendid, que tem 147 quartos, se hospedam frequentemente turistas de países ocidentais e funcionários das Nações Unidas.

Entre os reféns, estava o ministro de obras públicas do país, Clément Sawadogo, que foi libertado durante a madrugada.

Carros e motos foram queimadas nos arredores do hotel, onde era possível ver vidro quebrado e cadeiras viradas. As forças de segurança isolaram o bairro.

Dezenas de soldados franceses chegaram na madrugada deste sábado ao local, vindas do vizinho Mali, para auxiliar na operação de retomada do prédio.

Segundo as agências de notícias, houve trocas de tiros por toda a madrugada, até depois do amanhecer.

A al Qaeda no Magreb Islâmico reivindicou o ataque em uma mensagem postada em uma página da internet ligada a extremistas, segundo o grupo de monitoramento Site. No comunicado, o grupo disse batalhar contra os inimigos da religião.

Burkina Fasso, país de maioria muçulmana (60%) que se tornou independente da França em 1960, é um importante aliado de Paris e de Washington no combate a militantes islamitas no oeste da África.

O presidente francês, François Hollande, disse apoiar a nação contra o “ataque odioso e covarde”.

A Embaixada norte-mericana no país também condenou o ataque, que descreveu como uma ação “sem sentido contra pessoas inocentes”.



Rússia visa quebrar monopólio dos EUA na cotação do petróleo

January 16, 2016 14:55, by Jornal Correio do Brasil

Rússia segue a passos largos na direção do fim do atual monopólio que Wall Street impõe ao preço do petróleo, pelo menos para parte significativa do mercado mundial

 

Por Redação, com Sputnik – de Moscou

O movimento é parte de estratégia de mais longo prazo para descolar a economia da Rússia e, especialmente sua muito significativa exportação de petróleo, do dólar norte-americano – que é hoje o calcanhar de Aquiles da economia russa.

Os petrodólares financiam as guerras dos EUA contra diversos países do mundo e, agora, a Rússia entra no jogo
Os petrodólares financiam as guerras dos EUA contra diversos países do mundo e, agora, a Rússia entra no jogo

No final de novembro, o Ministério de Energia da Rússia anunciou que começaria a testar um novo preço referencial para o petróleo russo. Pode parecer pouco para muitos, mas trata-se, na realidade, de um passo consistente para a mudança do paradigma mundial no mercado de petróleo. Caso o experimento seja bem-sucedido, os contratos futuros negociados para o óleo cru da Rússia nas bolsas do país, serão denominados em rublos, não mais em dólares norte-americanos. É parte de um movimento de desdolarização que Rússia, China e número crescente de outros países já iniciaram sem alarde.

A fixação de um preço referencial é o eixo de distribuição de todo o sistema que os grandes bancos de Wall Street usam para controlar os preços mundiais do petróleo.

Hoje, o petróleo é a principal mercadoria negociada em dólares em todo o mundo. O preço do ‘cru russo’ está hoje referenciado a um preço chamado “preço Brent” (¹). O problema é que o campo de Brent, como outros grandes campos do Mar do Norte estão já em declínio, o que implica dizer que Wall Street pode estar usando uma referencial em vias de esgotamento, para controlar o preço de quantidades gigantescas de petróleo. O outro problema é que o contrato Brent é controlado essencialmente por Wall Street e pela manipulação dos derivativos em bancos como Goldman Sachs, Morgan Stanley, JP MorganChase e Citibank.

Fim do ‘petrodólar’

A venda de petróleo denominado em dólares é essencial como apoio ao EUA-dólar. Por sua vez, manter a demanda por dólares em todos os bancos centrais, como moeda básica das reservas nacionais para pagar pelo petróleo importado, em países como China, Japão ou Alemanha, é essencial para que o dólar norte-americano continue a ser a principal moeda de reserva em todo o mundo. O status de principal moeda de reserva é um dos dois pilares da hegemonia dos EUA desde o final da 2ª Guerra Mundial. O segundo é a força militar armada.

Porque todos os países têm de comprar dólares para pagar pelo petróleo e por praticamente todas as mercadorias que importam, países como Rússia ou China (para ficar nesses exemplos) investem em papéis do governo dos EUA ou outras securities semelhantes do governo dos EUA – portanto, em dólares –, o excedente que suas empresas acumulam. O único segundo candidato suficientemente grande para esses investimentos, o euro, passou a ser visto como de mais alto risco desde a crise da Grécia em 2010.

O papel de liderança do US-dólar na função de moeda de reserva é o que permite, desde agosto de 1971, quando o dólar foi desvinculado do lastro ouro, que o governo dos EUA sobreviva apesar de infindáveis déficits no orçamento, sem ser forçado a subir a taxa de juros – como alguém que pudesse usar um ‘cheque especial’ bancário infinito, sem limite nem prazo.

É também o que permitiu que Washington criasse dívida federal recorde de $18,6 trilhões, sem nenhuma preocupação. Hoje, a relação dívida federal/PIB do governo dos EUA é 111%. Em 2001, quando George W. Bush assumiu a Casa Branca, e antes de torrar trilhões na Guerra ao Terror no Afeganistão e Iraque, a mesma relação EUA-dívida/PIB era a metade do que é hoje: 55%.

Daí que críticos em Washington vivam a dizer que “dívida não é problema”: porque têm certeza de que Rússia, China, Japão, Índia, Alemanha estão para sempre condenados a ter de comprar a dívida dos EUA com os dólares excedentes que consigam acumular.

Manter esse ‘poder’ – a condição de principal moeda internacional de reserva – é prioridade estratégica para Washington e Wall Street, vitalmente ligada ao processo pelo qual o mundo determina os preços do petróleo.

No período até o final dos anos 1980 os preços mundiais do petróleo eram determinados, em grande proporção, pela relação real diária entre oferta e demanda. Ali ainda reinavam os corretores de petróleo, os que compravam e vendiam. Então, Goldman Sachs decidiu comprar uma pequena corretora de mercadorias que havia em Wall Street, J. Aron, nos anos 1980. Já haviam posto o olho na possibilidade de transformar o modo como, dali em diante, o petróleo seria negociado nos mercados mundiais.

Foi o advento do “petróleo papel”, petróleo vendido em contratos futuros – contratos independentes de entrega do cru físico, que podem ser muito mais facilmente manipuláveis por grandes bancos, cujos preços são muito sensíveis a boatos e a operações clandestinas sórdidas ‘de mercado’, e quanto mais sórdidas mais lucrativas. Esse ‘mercado’ era meia dúzia de bancos de Wall Street que denominavam as vendas futuras de petróleo e sabiam que posições preservar e que posições vender – função insider muito conveniente, da qual não se fala em reuniões sociais da boa sociedade.

Foi o começo da conversão do mercado de petróleo em cassino, no qual Goldman Sachs, Morgan Stanley, JP MorganChase e uns poucos outros bancos gigantes de Wall Street controlam as mesas de roleta.

Depois do aumento do petróleo da OPEP em 1973, quando o preço chegou a quase 400% em apenas alguns meses depois da Guerra do Yon Kippur em outubro de 1973, o Tesouro dos EUA enviou emissário de alto nível a Riad, Arábia Saudita.

Em 1975, o secretário-assistente do Tesouro dos EUA Jack F. Bennett foi enviado à Arábia Saudita para firmar um acordo com a monarquia, pelo qual o petróleo saudita e de toda a OPEP passaria a ser negociado exclusivamente em EUA-dólares, não mais em ienes japoneses, ou marcos alemães, ou o que fosse. Imediatamente depois, Bennett assumiu um alto posto na Exxon.

Os sauditas exigiram altas garantias militares e equipamento de ponta, em troca do ‘acordo’ e, daquele ponto em diante, por mais que países importadores de petróleo tenham protestado, o petróleo é vendido em dólares em todos os mercados do mundo, a preços determinados por Wall Street mediante o controle dos derivativos e do mercado de futuros, como se faz na Bolsa Intercontinental Exchange, ICE em Londres, na Bolsa de Mercadorias NYMEX, em New York, ou na Bolsa Mercantil de Dubai, que determina o preço de referência para o cru árabe. Todas essas instituições são propriedade de um fechadíssimo grupo de bancos de Wall Street (Goldman Sachs, JP MorganChase, Citigroup e outros). Foi quando se diz que o secretário de Estado Henry Kissinger teria dito que “Se você controla o petróleo, você controla nações inteiras”. O petróleo sempre foi o coração do Sistema EUA-dólar, desde 1945.

Referencial da Rússia

Hoje, os preços do petróleo que a Rússia exporta são fixados conforme o preço Brent negociado em Londres e New York. Com o lançamento do preço referencial da Rússia, isso deve mudar, provavelmente muito dramaticamente. O novo tipo de contrato para o cru russo em rublos será negociado na Bolsa Mercantil Internacional de São Petersburgo (SPIMEX).

Os contratos referenciados ao preço Brent são usados atualmente para fazer preço não só do petróleo cru russo. Fazem preço também de mais de 2/3 de todo o petróleo negociado internacionalmente. O problema é que a produção do Mar do Norte está caindo, a ponto de que hoje míseros 1 milhão de barris de Brent ali produzido fazem o preço de 67% de todo o petróleo comercializado no mundo.

Contratos denominados em rublos russos podem dar mordida considerável na demanda por petrodólares, tão logo comecem a aparecer.

A Rússia é o maior produtor de petróleo do mundo; a criação de um referencial independente para o preço do petróleo russo, que seja independente do dólar, é evento muito significativo, para dizer o mínimo. Em 2013 a Rússia produziu 10,5 milhões de barris/dia, pouco mais que a Arábia Saudita. Dado que país usa predominantemente o gás natural, os russos podem exportar 75% de todo o petróleo que extraem. A Europa é, de longe, o principal consumidor do petróleo russo, comprando 3,5 milhões de barris/dia, ou 80% do total das exportações russas.

O petróleo Urals Blend, mistura de vários tipos de petróleo russo, é o item mais exportado da ‘carta’ de petróleo russo. Principais consumidores são Alemanha, Países Baixos e Polônia. Para avaliar com mais clareza o peso do preço referencial que os russos estão criando, basta considerar que os demais grandes fornecedores de cru para a Europa – Arábia Saudita (890 mil barris/dia), Nigéria (810 mil b/d), Cazaquistão (580 mil b/d) e Líbia (560 mil b/d) – ficam muito abaixo da Rússia, na relação de fornecedores para a Europa.

E, também, a produção doméstica de petróleo na Europa já entrou em declínio acentuado. O petróleo extraído em toda a Europa caiu abaixo de 3 mi b/d em 2013, acompanhando o declínio ininterrupto também no Mar do Norte, base do referencial Brent.

Infraestrutura básica

O movimento dos russos para negociar petróleo em rublos para os mercados mundiais, especialmente para a Europa Ocidental, e cada vez mais para China e Ásia pelo oleoduto SOOP (Sibéria Oriental-Oceano Pacífico) (ing. ESPO, Eastern Siberia–Pacific Ocean) e por outras vias, precificado pelo novo referencial russo, na Bolsa Mercantil Internacional de São Petersburgo não é, de modo algum, o único movimento concebido por países dependentes do dólar, para escapar dessa dependência na compra de petróleo.

Em algum momento, no início do próximo ano, a China, segundo maior importador de petróleo do mundo, planeja lançar seu próprio contrato para compra de petróleo a ser pago, não em dólares, mas em yuan chineses – a ser negociado na Bolsa Internacional de Energia de Xangai.

Passo a passo, Rússia, China e outras economias emergentes estão tomando medidas para reduzir o muito que dependem do EUA-dólar, para se “desdolarizar”. Petróleo é a mercadoria mais negociada no mundo e quase inteiramente em EUA-dólares. Se essa relação desigual for rompida, a capacidade do complexo industrial militar norte-americano para fazer guerras sofrerá duro baque.

Talvez assim se abram algumas portas para ideias mais pacíficas, menos belicistas, sobre como gastar os dólares dos contribuintes norte-americanos para reconstruir a infraestrutura básica da economia dos EUA, hoje reduzida às mais escandalosas ruínas.

Em 2013, a Sociedade Norte-Americana de Engenheiros Civis estimou em $3,6 trilhões o investimento em infraestrutura básica de que os EUA carecem, se for feito nos próximos cinco anos (se demorar mais que isso, os números crescem).

Aquele relatório informa que de cada nove pontes nos EUA, mais de 70 mil pontes em todo o país, estão em estado precaríssimo. Quase 1/3 de todas as grandes rodovias nos EUA estão em más condições. Só dois, dos 14 grandes portos que há na costa leste têm condições de receber os super cargueiros que em breve estarão chegando pelo recém alargado Canal do Panamá. Já há no mundo mais de 224 mil quilômetros de trilhos para trens de alta velocidade; nem um metro deles em território dos EUA.

Esse tipo de gasto em infraestrutura básica seria fonte muito mais economicamente benéfica de empregos reais e de renda real para os EUA, que as infindáveis guerras de que John McCain fez meio de vida. Investimento em infraestrutura, como já escrevi incontáveis vezes, tem efeito multiplicador na criação de novos mercados. Infraestrutura cria eficiências econômicas e arrecadação da ordem de 11 dólares para cada dólar investido, porque toda a economia ganha eficiência.
Declínio dramático no papel do dólar como moeda mundial de reserva, se combinado com foco concentrado, à moda russa, na reconstrução da economia nacional, em vez de deslocalizar tudo, terceirizar tudo em todos os casos, seria excelente caminho para reequilibrar um mundo já completamente enlouquecido com tantas guerras.

Por paradoxal que pareça, a desdolarização – que negue a Washington os meios para financiar guerras futuras com o que o país recebe de chineses, russos e outros compradores de papeis da dívida pública dos EUA – pode vir a ser valiosa contribuição para um mundo de paz genuína.

Frederick William Engdah, 72, é jornalista, historiador e pesquisador em economia.

*****

(¹) Orig. Brent price. “Brent” é uma categoria de petróleo cru, que se subdivide em Brent Crude, Brent doce leve, Oseberg e Forties. O Brent Crude é originário do Mar do Norte. O nome ‘Brent’ foi criado por uma política interna da Shell, que originalmente denominava seus campos de produção com nomes de aves (neste caso, o ganso de Brent, ave típica do Mar do Norte) [NTs].



Presidente da Argentina Mauricio Macri e Juliana Awada: Um Casal Quente na Ribalta Internacional.

January 16, 2016 14:33, by Jornal Correio do Brasil

Mauricio Macri, 56 anos, o novo Presidente da Argentina e sua Esposa Juliana Awada, 41 anos, o Casal foram empurrados para a Ribalta Internacional, com suas demonstrações de Afetos Públicos e Revelações intimas, que virou a cabeça dos Argentinos ao mencionar algumas confissões muito francas sobre sua Vida Sexual. Na Argentina é comum o Jornalista fazer perguntas pessoais a um Entrevistado, com detalhes mais Íntimos de seu relacionamento: Como e o desempenho do Presidente na Cama? Juliana respondeu ao Jornalista “Você não pode Ver quão Feliz eu Estou!. Já o Presidente Argentino disse a um entrevistador de TV: “Minha esposa Adora sexo. Ela é Insaciável na Cama.

Juliana Awada, tem Raízes Libanesa e Síria, seus Pais são donos de uma Confecção de Roupas, ela estudou Inglês e Designer na Universidade de Oxford. Mauricio Macri é Ítalo-Argentino, Empresário, Engenheiro Civil, atual Presidente da Argentina.

Mauricio Macri, esta no 3º Casamento e Juliana no 2º Casamento

Juliana de 41 anos, depois de seu primeiro Casamento, viveu por dez anos com o Conde Belga Bruno Laurent Barbier, que e Pai de sua primeira filha Valentina.

Juliana e Mauricio, se conheceram em 2009, uma Academia, onde compartilhavam um Personal Trainer, ele era o Prefeito de Buenos Aires, e ficou tomado com a beleza escultural de Juliana, e deixou sua então namorada Malala Groba. Juliana e Mauricio casaram um ano depois de se unirem e a filha Antonia, nasceu em 2011.
O casal chegar ao Teatro Colón em Buenos Aires para celebrar a inauguração do novo presidente.  Juliana mostrou seu senso de estilo impecável em um vestido branco com cinto de segurança com um alto divisão coxa 
Juliana Awada, 41 anos e Mauricio Macri, 56 anos, o Casal da Hora e da Vez. Os Fashionistas e Especialistas de Moda admiram o Estilo da Primeira-Dama Argentina, com seus terninhos lânguidos, os Belos Vestidos e suas Bolsas Hermès no valor de US$ 12.000. Catapultando-a a “Lista das Mulheres Mais Bem Vestidas Do Mundo”
Mauricio tem discutido abertamente a vida sexual do casal dizendo que sua esposa é "insaciável" durante uma entrevista de TV
O Presidente da Argentina e a Primeira-Dama
A mãe-de-dois encheu sua conta Instagram com imagens espontâneas do casal em casa e nos bastidores eventos políticos 
Juliana, comparada a Jackie Kennedy, adora postar Selfies no Instagram, sempre ao lado do Marido.
Juliana compartilhou esta foto do casal na mesa de jantar, que ela legendados 'en familia ", indicando que eles foram desfrutar o tempo com a família 
Mauricio e Juliana, tem discutido abertamente a Vida Sexual do Casal.
Juliana configurar uma conta Instagram, que atraiu 242.000 seguidores e isso selfie casual, mas carinhoso era seu primeiro post 
O Casal virou a Cabeça dos Argentinos e do Mundo, ao mencionar algumas confissões muito francas sobre sua vida Sexual.
Juliana, 41 anos, disse que ela sabia que muito em breve depois de conhecer o marido que ele era o amor de sua vida 
O Presidente e a Primeira Dama da Argentina, atraindo 242.000 seguidores no Instagram, comparados ao Casal Brangelina.
Juliana premia o marido com um beijo após um de seus debates presidenciais antes da eleição 
Juliana premia o Marido com um caloroso beijo.
A Juliana vestida casualmente levou para a campanha eleitoral com o marido que foi empossado como presidente da Argentina em dezembro 
Mauricio e Juliana, que agrada a todos com seu Estilo Casual e Chic.
Presidente da Argentina Mauricio Macri beija sua esposa Juliana Awada na Casa Rosada depois da sua tomada de posse, em dezembro.  O casal só recentemente foram empurrado para a ribalta internacional, mas já virou cabeças com suas demonstrações públicas de afeto e revelações sobre sua vida sexual 
O Presidente Argentino, beija sua esposa na Casa Rosada.
O casal tem uma filha de quatro anos de idade, Valentina e compartilhou esta foto da família que comemora o ano novo com taças de vinho tinto 
O Casal com a Filha Antonia, de  quatro anos de Idade.
O Estilo elegante de Juliana, fez ela rapidamente subir as fileiras de Listas Internacionais das “Mulheres Mais Bem Vestidas do Mundo”.
O Casal Juliana e Mauricio, festejam o Aniversário de quatro anos de Antonia.

Fotos do Instagram de Juliana Awada/Getty Images/AFP.



Cansado de ser atacado, Chico Buarque processa seus algozes

January 16, 2016 14:25, by Jornal Correio do Brasil

Vítima de uma agressão verbal, recentemente, quando deixava um restaurante no Leblon, por defender o governo do PT, o escritor, cantor e compositor Chico Buarque começará a processar aqueles que o atingem com calúnias

Por Redação – do Rio de Janeiro

Vítima de uma agressão verbal, recentemente, quando deixava um restaurante no Leblon, por defender o governo do PT, o escritor, cantor e compositor Chico Buarque começará a processar aqueles que o atingem com calúnias também nos meios de comunicação. A ação inicial proposta por seus advogados, por danos morais, será exercida junto com a ex-mulher, a atriz Marieta Severo, e as filhas do casal, contra o jornalista paulista João Pedrosa.

Chico processa o jornalista que atacou sua família. Na foto, a ex-mulher Marieta Severo e a filha Silvia
Chico processa o jornalista que atacou sua família. Na foto, a ex-mulher Marieta Severo e a filha Silvia

Em fins de dezembro, Pedrosa postou em seu perfil no Instagram ao comentar uma foto publicada pela atriz Silvia Buarque ao lado do pai e da irmã Helena:

Família de canalhas!!! Que orgulho de ser ladrão!!!”.

Em nota, publicada na coluna do jornalista Ancelmo Gois, no diário conservador carioca O Globo, Chico quer dar um basta às falsas acusações que circulam sobre ele na internet, inclusive as de que ele seria beneficiário da Lei Rouanet.

O colunista afirma que o artista não tem nada contra as leis do governo de incentivo à cultura, mas que nunca usou qualquer uma delas. A ação será defendida pelo advogado João Tancredo.

Chico, à saída do restaurante, na Zona Sul do Rio, foi chamado de “merda” e “petista ladrão” por fazer defesas ao governo do PT. Entre os agressores, estavam Álvaro Garnero Filho, filho do empresário e apresentador paulista Álvaro Garnero, e o rapper Túlio Dek, conhecido apenas por ter namorado a atriz Cleo Pires.



Dilma, de marxista a mulher sapiens neoliberal

January 15, 2016 15:00, by Jornal Correio do Brasil

Por Celso Lungaretti, de São Paulo:

Colunista faz do seu testemunho de antigo companheiro de luta um retrato cru à la Picasso da presidente Dilma
Colunista faz do seu testemunho de antigo companheiro de luta um retrato cru à la Picasso da presidente Dilma

Companheiros já tentaram me demover da minha posição de indiferença às desgraças da Dilma, reprovando-me a falta de solidariedade a uma antiga guerrilheira.

Dilma em 1972, na auditoria militar de Juiz de Fora (MG).

Como a vida é curta e nunca sabemos quando ela vai terminar, decidi finalmente esclarecer esta questão.

Não quero que aconteça comigo o que aconteceu em 1967 com o cel. Américo Fontenelle, surpreendido por um ataque cardíaco no exato instante em que se dispunha a finalmente revelar, num programa de TV, por que se considerava traído pelo governador Abreu Sodré (este lhe dera carta branca para, inclusive recorrendo a práticas autoritárias, botar ordem no trânsito caótico de São Paulo, mas depois entregou sua cabeça ao grupo empresarial proprietário da Folha de S. Paulo, de outros jornais e da antiga estação rodoviária.

Os que realmente se interessam por meu trabalho, terão neste post a explicação sincera. Pensei até em não o divulgar amplamente, por se tratar de assuntos um tanto melindrosos. Aí me lembrei de versos que sempre me inspiraram, dos primórdios da carreira do Gilberto Gil: “Agora vou terminar/ Agora vou discorrer/ Quem sabe tudo e diz logo/ Fica sem nada a dizer”.

 

O que há a dizer, antes de mais nada, é que entre eu e Dilma houve desamor à primeira vista. Conhecemo-nos em outubro de 1969, no Congresso de Teresópolis da VAR-Palmares, como quadros em ascensão das duas facções antagônicas, os militaristas e os massistas.
Moisés (José Raimundo da Costa) e eu, ambos comandantes estaduais da Organização em SP, fomos os iniciadores do racha que acabaria acontecendo no final daquele tenso congresso, mas um contra-ataque do lado oposto resultara na cassação de nossa condição de delegados. Por conhecermos o local onde se realizava, tivemos de nele permanecer até o final, incorporados à equipe de segurança.
Quando não estávamos vigiando os acessos para darmos o alarme se a repressão chegasse (e, provavelmente, sermos os primeiros a tombar sob o fogo inimigo), tínhamos o direito de assistir às discussões, desde que entrássemos mudos e saíssemos calados.
Então, percebi claramente que os massistas experientes e influentes (o Antonio Roberto Espinosa, o Carlos Franklin Paixão de Araújo e a Maria do Carmo Brito) haviam delegado à jovem e ambiciosa pupila a missão de atacar com muita contundência os militaristas de pavio curto como o Carlos Lamarca e o Cláudio de Souza Ribeiro.
Araújo na auditoria da Marinha (RJ)
Por coincidência, eu estava lendo O Profeta Armado, de Isaac Deutscher, então me pareceu um caso semelhante ao do também jovem Trotsky que, ao ser acolhido no círculo de revolucionários mais antigos na redação do Iskra, atacava com tamanha fúria retórica posições contrárias que ganhou o apelido de “o porrete do Lênin”, pois parecia a todos que o líder deixava a cargo do discípulo a tarefa antipática de desancar exacerbadamente algumas lendas vivas do passado que teriam amolecido com a idade (depois eles romperiam e Trotsky se tornaria menchevique, só se reconciliando com Lênin em julho de 1917).

Como não passo a vida remoendo mágoas e antipatias de outrora, minhas restrições ao porrete do Araújo haviam ficado para trás em novembro de 2008, quando fui o primeiro a denunciar as falsidades que a direita virtual espalhava sobre a ministra Dilma (vide aqui).

Em seguida, a Folha de S. Paulo fez o maior alarde a respeito de um plano de sequestro do Delfim Netto que a VAR esboçou mas nunca colocou em prática, tendo sido graças a uma mensagem minha que o ombudsman ficou sabendo e reconheceu publicamente que seu jornal estampara em plena capa uma ficha policial fajuta de Dilma, proveniente… da internet! Aquela reportagem como um todo ficou desmoralizada.

Veio a campanha presidencial de 2010 e o segundo turno me colocou num dilema. De um lado, a candidatura de José Serra se deslocara em demasia para a direita, recebendo apoio até das viúvas da ditadura. Precisava ser barrado.

...em 1970. Eu era réu do mesmo processo.

Do outro, um posicionamento que perpassa toda a minha militância é a opção inflexível pela revolução, jamais me dando por satisfeito com a mera distribuição entre os trabalhadores das migalhas do banquete capitalista.

Ou seja, via o PT de 2010 como um partido reformista, empenhado apenas em atenuar os malefícios do capitalismo ao invés de acabar com ele; então, eu me sentiria muito mal apoiando a chapa petista.

Optei por pegar no pé do Serra o tempo todo, batendo pesado em todas as suas definições e posturas de campanha contrárias aos ideais da esquerda nos quais um dia ele acreditou.

Ou seja, fiz o de sempre, combater a direita, sem apontar méritos na adversária nem apresentar motivos para se votar nela. Senti-me um tanto desconfortável, pois nunca fui adepto da comunicação negativa, que só aponta defeitos e não oferece esperanças; mas, foi a solução menos ruim que encontrei naquele instante.

Explorados: sujeitos da História
ou beneficiários da ação estatal?

Saudei a vitória da Dilma, abrindo-lhe um crédito de confiança. Manifestei a esperança de que, na Presidência, ela continuasse sendo a militante de outrora, que “como Chaplin, queria chutar o traseiro dos ociosos” e “como Marx, pretendia proporcionar a cada trabalhador o necessário para sua realização plena como ser humano”.

Mantive-me, contudo, cautelosamente reticente, pois ela me inspirava mais dúvidas do que certezas:

Dilma (…) terá de provar que é algo mais do que uma estátua de esculpida com tamanha perfeição pelo artista Michelangelo da Silva que acabou ocupando o melhor pedestal no panteão do Planalto.

…O lulismo no poder já provou sua competência no gerenciamento do estado em conformidade com os interesses dominantes, mas garantindo uma fatia um pouco maior do bolo para aqueles que produzem todas as fatias.

A dívida social, entretanto, está muito longe de ser zerada, como o foi o débito com o FMI.

Torço para que a Dilma saiba aproveitar seu grande momento…

E, aliviado, voltei a me distanciar da política oficial, pois a linha que definira para minha atuação na web era a de ignorar as escaramuças e pendengas da Corte, defendendo apenas os personagens e valores revolucionários.

P. ex., projetos governamentais e as críticas que opositores lhes faziam não estavam na minha mira, mas o da transposição do rio São Francisco passou a estar quando o bispo Luís Flávio Cappio contra ela utilizou um recurso frequente nas lutas revolucionárias, o da greve de fome. Fiquei indignado com a decisão do Lula, de pagar para ver, tão insensível como qualquer Margaret Thatcher, ajudando a esvaziar uma forma extrema de protesto a que já recorremos muitas vezes no passado e poderemos ter de voltar a recorrer.

Então, até hoje sou implacável com essa maracutaia do agronegócio, sempre destacando as notícias negativas que pipocam: não cumprimento de metas, estouros do orçamento, evidências de inutilidade ou insuficiência de algumas iniciativas do programa e, claro, corrupção. Tudo aquilo que D. Cappio tentou evitar.

Mas, é uma exceção. Como regra, considero que os governos, sob o capitalismo, jamais levarão os explorados aonde eles precisam chegar, daí não merecerem a atenção obsessiva que a grande imprensa e a esquerda chapa branca lhes dedica. Fixo-me nas perspectivas de transformação da sociedade, não no dia a dia do gerenciamento da dominação burguesa.

Então, mesmo percebendo que Dilma se tornara uma pessoa bem diferente daquela que conhecera, evitei comentar sua atuação presidencial, salvo no que esta se chocasse frontalmente com o ideário da esquerda.

Em 1969, ela seguia fielmente a linha da VAR-Palmares, que acreditava ser imprescindível algum enraizamento nas massas para a organização não se tornar apenas um exército combatendo outro.

Já para nós, os egressos e depois refundadores da VPR, bastava estarmos imbuídos da ideologia do proletariado, sendo dispensável o contato orgânico com  o mesmo, que nos acarretaria riscos terríveis de segurança. O perfil de nosso pessoal era mais apropriado para o cumprimento das tarefas militares da revolução, propaganda armada inclusive, deixando para outros grupos os laços com a população.

Paradoxalmente, aquela que em 1969 nos acusava de vanguardistas não mais procurava, quatro décadas depois, estar junto das massas e interagir com elas.

Integrando governos desde 1986, adquirira os jeitos e trejeitos dos tecnoburocratas, passando a se ver como a mulher sapiens a quem competiria detectar o que fosse melhor para o povo e, gerindo pedaços do Estado, impulsionar as transformações que via como necessárias, independentemente de as massas compreenderem tais intentos e com eles concordarem.

Para ela, implicitamente, os humildes explorados deixaram de ser os sujeitos da História, tornando-se apenas os beneficiários da ação estatal. Sua nova postura era um amálgama do velho nacional-desenvolvimentismo na economia com um bolivarismo light na política (uma tendência a avassalar outros Poderes e entes estatais, mas de forma gradual e sutil, sem incorrer num autoritarismo chocante).

Não deixo de compreender o que levou Dilma e muitos outros esquerdistas a abdicarem dos projetos de transformação em profundidade da nossa sociedade, contentando-se com mudanças bem mais tímidas. O desencanto da terrível derrota da geração que pegou em armas contra a ditadura os fez procurar atalhos para obterem, pelo menos, alguns resultados.

Se tivessem lido com mais atenção Marx, Rosa Luxemburgo e outros clássicos, saberiam que o reformismo convém muito mais à burguesia do que aos explorados; e que a mera infiltração no Estado não equivale a uma revolução, pois aquilo que o povo verdadeiramente não conquista, dificilmente conseguirá manter depois.

Até porque acaba não reconhecendo como seu o governo de seus presumidos benfeitores, muitas vezes interessados mais em se perpetuarem indefinidamente no poder do que em fazerem avançar o processo revolucionário.

Não me dispus, contudo, a fazer críticas mais contundentes ao primeiro governo da Dilma, pois sabia que, com tais premissas, ela não iria longe –ou seja, dificilmente conseguiria consolidar o reformismo e fechar, por longo período, as portas à revolução. Sua esperança de fazer deslanchar a economia brasileira a partir da ação estatal era um anacronismo, o pré-sal o sonho de uma noite de verão. Isso tudo jamais daria certo.

E, claro, a fetichização dos governos por parte da esquerda (além da gana de parte dela pelas boquinhas) ainda é tão forte que, sensatamente, avaliei como contraproducente abrir o jogo: eu ficaria isolado.

Algo que para mim é questão de princípio me fez, no entanto, deixar de lado o cálculo político e assumir uma postura mais incisiva com relação ao Governo Dilma: a criação de uma Comissão da Verdade como contraponto propagandístico a algo muitíssimo mais sério, a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre a guerrilha do Araguaia, responsabilizando o Brasil pelo extermínio de 70 militantes (em sua grande maioria, capturados com vida) e exigindo apuração rigorosa dos massacres, localização dos restos mortais e punição dos carrascos.

Sentença da OEA foi a última chance
para corrigirmos aberração do STF
A apuração das bestialidades perpetradas pela ditadura de 1964/1985 contra os que exerceram o direito milenar de resistência à tirania e punição dos agentes do Estado responsáveis por tais crimes contra a humanidade vinha sendo negligenciadas desde 1985 pelo Estado brasileiro, na contramão das recomendações da ONU para países que se redemocratizam.
No final de agosto de 2007, a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos do Ministério da Justiça encerrou seu trabalho de apurar as circunstâncias da morte de militantes durante o regime militar e indenizar as famílias das vítimas cujas mortes haviam sido oficializadas e daquelas cujos restos mortais evaporaram, pois, como sabemos, tudo que é sólido desmancha no ar…
Reuniu, então, o que apurara num livro-relatório intitulado Direito à Memória e à Verdade. Ao ser lançado, contudo, o Alto  Comando do Exército emitiu uma nota oficial de protesto contra a iniciativa.
Ao invés de exonerar imediatamente os responsáveis por insubmissão e quebra da cadeia de comando, o presidente da República e comandante supremo das Forças Armadas, Lula, recuou de forma humilhante: ordenou a seus ministros Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) que não tentassem mais levantar o assunto na esfera do Executivo, instruindo-os a apontarem aos insatisfeitos com a impunidade dos carrascos o caminho do Judiciário.
Recomendou, ademais, que fossem esquecidos os ressentimentos do passado, prestando-se tributo aos militantes que haviam heroicamente lutado contra o estado de exceção e esquecendo-se os seus algozes.

Depois, em abril de 2010, o Supremo Tribunal Federal tomou uma das decisões mais escabrosas de sua história, ao considerar válida a auto-anistia que os assassinos e torturadores do regime se outorgaram no ano de 1979, em plena vigência da ditadura.

Anistia? Nem a pau, Juvenal! Tratara-se apenas de uma espécie de habeas corpus preventivo, com a complacência de um Congresso Nacional intimidado e coagido (a aceitação da barganha tinha como contrapartida a libertação de presos políticos e a permissão de volta de exilados).

Fechadas as portas do Executivo e do Judiciário, uma última esperança de ainda vermos os Ustras e Curiós responderem criminalmente por seus feitos surgiu sete meses depois, com a sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos, vinculada à OEA:

Os crimes de desaparecimento forçado, de execução sumária extrajudicial e de tortura perpetrados sistematicamente pelo Estado para reprimir a Guerrilha do Araguaia são exemplos acabados de crime de lesa-humanidade. Como tal merecem tratamento diferenciado, isto é, seu julgamento não pode ser obstado pelo decurso do tempo, como a prescrição, ou por dispositivos normativos de anistia.

Se o Estado brasileiro aceitasse o que é praticamente uma obviedade no Direito Internacional –a de que leis de anistia não têm força legal para impedirem o julgamento de assassinatos e torturas perpetrados por ditaduras–, como poderia sustentar posição diferente com relação aos demais assassinatos e torturas cometidos pela repressão política do regime militar? Era uma oportunidade de ouro para passarmos uma borracha sobre a aberração parida pelo Congresso.
 Logo em seguida houve a troca de governo e, empossada Dilma, as entidades e os militantes dedicados à defesa dos direitos humanos passaram a cobrar-lhe, com insistência cada vez maior, o cumprimento da sentença da Corte Interamericana.
Até que, no final de 2011, ela definiu suas linhas de ação: ignorar olimpicamente a sentença da OEA e instituir a Comissão Nacional da Verdade, bem na linha do que Lula pregara: ao invés de mexer em vespeiros, multiplicar os elogios e homenagens aos massacrados. Me engana que eu gosto.
Percebendo o que estava para vir, ainda tentei salvar algo do incêndio, propondo meu nome como (anti)candidato a membro da CNV –alternativamente, indiquei o do companheiro Ivan Seixas, um dos principais responsáveis pelas investigações das ossadas de Perus. Pois duvidava de que os habituais e doutos integrantes de comissões desse tipo fossem suficientemente combativos para arrancar a verdade dos que ainda redobravam esforços para mantê-la oculta. Acertei na mosca: negligenciariam até o dever de providenciarem proteção para duas testemunhas marcadas para morrer.
Dilma, tendo colocado o trem nos trilhos, estava com pressa em fazer com que a criação da CNV fosse aprovada pelo Congresso Nacional e cumprisse sua serventia: a de se constituir no fato novo que faria ser definitivamente esquecida a sentença da Corte Interamericana.
Então, aceitou a chantagem da bancada evangélica na Câmara Federal, que só admitiu apoiar a iniciativa do governo se este se comprometesse a não indicar, para membro da CNV, nenhum veterano da luta armada. A alegação foi a de que seria uma medida de reciprocidade, pois os militares também estavam vetados para o colegiado.
Tratou-se de uma estridente bofetada na cara de todos nós. Pois, quando ficou evidente para os defensores da ditadura militar que eles jamais conseguiriam convencer a opinião pública de que as atrocidades não haviam ocorrido, passaram a alegar que nós, os resistentes, também possuíamos esqueletos no armário, portanto os excessos teriam sido cometidos pelos dois lados.
Ou seja, pretenderam dar a alguns episódios isolados o mesmo peso da prática generalizada da tortura como uma não admitida mas inequívoca política de Estado durante o regime dos generais (além dos assassinatos, que viraram norma a partir de 1971 e durante 1972, aumentando em muito quando as organizações guerrilheiras estavam nos estertores, fragilizadas e quase impotentes, pois a intenção era mesmo a de não deixarem vivos os militantes mais determinados).
Dilma, uma ex-guerrilheira, na prática coonestou a tese das viúvas da ditadura, igualando-nos aos nossos carrascos. Ficou muito claro para mim que, retórica política à parte, ela já deixara Wanda para trás há muito tempo. Estava noutra.
Levando em conta tudo que pessoas do seu círculo de relacionamentos já revelaram em entrevistas e escritos sobre o comportamento da Dilma, tenho a impressão de que ela ainda não haja superado os rancores de 1969, o ressentimento contra os militaristas.
Quando de sua primeira campanha presidencial, visitou a cidade onde mora o Darcy Rodrigues, companheiro de armas e de militância do Lamarca, a quem não via há quatro décadas. A única coisa que encontrou para lhe dizer foi: “Puxa, como você está velho e acabado!”.
Espirituoso, Darcy rebateu: “É por isto mesmo que estou aqui. Vim pedir o telefone da esteticista que consegue te manter com aparência de jovem”.
Quanto a mim, sofro encarniçada perseguição e abuso de poder por parte da Advocacia Geral da União, que há quase nove anos usa todo seu arsenal de filigranas jurídicas para impedir que eu receba uma indenização retroativa que o ministro da Justiça me concedeu no final de 2005.
A lei respectiva determinava o apagamento desses atrasados no prazo de dois meses. Depois de um ano sem receber satisfação nenhuma, em fevereiro de 2007 chegou-me uma mensagem propondo que aceitasse voluntariamente a alternativa de um pagamento parcelado que se prolongaria até dezembro de 2014.
Já entrara com mandado de segurança para que fosse cumprida a lei e decidi seguir em frente, pois meu direito não caíra do céu nem dependera da vontade da Corte: tive sangue derramado, minha vida foi quase tirada, sofri uma lesão permanente, enfrentei enormes dificuldades nas minhas esferas pessoal e profissional, vi morrerem os companheiros mais estimados. Ceder seria desmerecer tudo que sofri.
A AGU, incapaz de encontrar qualquer justificativa para o não cumprimento de uma lei cuja revogação o Governo preferira não propor, vem há muito esgrimindo embargos e recursos para retardar seus efeitos. No Superior Tribunal de Justiça, venci o julgamento do mérito da questão por 8×0 e o de dois embargos de declaração por 7×0 e 8×0. Agora, um recurso extraordinário encontra-se para ser julgado no STF, com alegações praticamente idênticas às que o STJ fulminou.
Para quem se sujeitasse a tomar uma decisão financeiramente desvantajosa e moralmente humilhante, a promessa era de que o débito seria zerado até dezembro de 2014. Caso isto tenha realmente ocorrido, a pendenga agora se evidenciaria como retaliação pura e simples, produzindo uma desigualdade inaceitável entre os anistiados que aderiram voluntariamente ao plano de pagamentos da União e os que ousaram exigir o cumprimento estrito da lei.
Mas, por que conto tudo isto aqui? Porque companheiros já intercederam por mim junto à Dilma e mesmo eu, para corresponder à iniciativa solidária que eles tomaram, engoli meu orgulho e mandei uma mensagem à presidente. A resposta a todos foi de que não cabia a ela intervir num assunto que estava na alçada do Judiciário.
Respondemos, claro, que o obstáculo era a determinação da AGU em evitar o cumprimento do que a lei estabeleceu e o julgamento do mérito da questão confirmou. Bastaria a AGU abrir mão de suas medidas protelatórias e tudo se resolveria de imediato.
Um porta-voz, em nome de Dilma, praticamente repetiu, palavra por palavra, a mensagem anterior, como se a afirmação já não tivesse sido cabalmente desmentida. É o que ela sempre faz quando fica sem argumentos, fingir que não ouviu o que o outro lado declarou.
Sou um militante à moda antiga, mágoas pessoais não interferem em meus posicionamentos políticos.

Mas, também não vejo motivo nenhum para, contrariando avaliações racionais, conceder tratamento diferenciado a Dilma. Ajo em consonância com o que ela é hoje, uma personagem da política oficial e nada mais.

A vitória em 2014 embutia a destruição
do PT e a desmoralização da esquerda
Outras cruéis decepções com Dilma vieram na esteira:
  • a negativa pífia ao pedido de asilo de Edward Snowden, sob pretexto burocrático que não iludiu ninguém, Deus e o mundo perceberam que o motivo real foi o receio de desagradar aos EUA;
  • a reação igualmente pífia à constatação de que vinha sendo espionada pelos estadunidenses, preferindo discursar inutilmente na ONU, diante de uma bancada dos EUA esvaziada de personagens do alto escalão, quando tinha uma oportunidade de ouro para dar realmente o troco, revendo a decisão sobre o Snowden;
  • a prorrogação dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade a fim de que o relatório final só fosse divulgado depois do 2º turno presidencial, para evitar que previsíveis protestos de militares jurássicos servissem como munição eleitoral para a direita (ou seja, por motivo politiqueiro, deixou-se de aproveitar o 50º aniversário do golpe de 1964 para aumentar, em muito, a repercussão na mídia dos relatos sobre o festival de horrores da ditadura).
Eram mais razões para eu manter-me à distância da eleição de 2014. Então, nem sequer me animei a protestar contra a negativa de registro da Rede Sustentabilidade, embora estivesse careca de saber qual a mão que movimentara os cordéis nos bastidores. A política oficial me enojava.

Com a morte de Eduardo Campos e a volta de Marina Silva à disputa pra valer, vi com simpatia a possibilidade de outra representante da esquerda interromper o ciclo petista, pois a eternização no poder costuma provocar graves distorções na prática e até na identidade de partidos sem muita consistência ideológica, como o PT (tinha-a em 1980, mas o inchaço, o aburguesamento e a direitização o foram minando cada vez mais, por dentro).

Evitei declarar-lhe apoio, afirmando:

Marina Silva é uma incógnita; Dilma Rousseff, a continuidade da pasmaceira atual; e Aécio Neves, o retrocesso.

Aquilo com que sonho não é nenhuma candidatura presidencial de 2014, mas sim a emergência e afirmação de uma nova geração revolucionária, capaz de conquistar nas ruas o que jamais obteremos na Praça dos Três (podres) Poderes.

Mas, vi-me obrigado a sair em sua defesa quando passou a sofrer uma campanha de satanização grotesca e repulsiva, que me fez até lembrar a frase célebre do ministro da Propaganda nazista, Joseph Goebbels (“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”).

Mentirosos conscientes de estarem mentindo descaradamente, os responsáveis pela propaganda eleitoral petista e pelo municiamento da rede virtual chapa branca trombetearam que Marina seria subserviente aos banqueiros por estar recebendo o apoio de uma integrante da família proprietária do Itaú.

Omitiram que tal fulana era (é) uma mera herdeira, que apenas embolsa seus dividendos e jamais apitou nada nas decisões do grupo, tendo muito tempo ocioso no seu cotidiano e preenchendo-o com a adesão a causas nobres (na esfera da educação e ecologia, principalmente).  Pior ainda, que ela, na eleição anterior, prestara o mesmíssimo serviço ao candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.

Depois de martelado à exaustão na cabeça dos crédulos um inexistente vínculo de Marina com banqueiros, a campanha de Dilma passou à mentira seguinte: de que a malévola ex-seringueira, na Presidência, imporia um perverso ajuste fiscal, tirando a comida da mesa do povaréu, enquanto a santa Dilma jamais maltrataria os coitadezas. Nem que a vaca tossisse ela mexeria nos direitos trabalhistas, etc.

Desde o primeiro momento tentei dissuadir os grão petistas de cometerem tal infâmia, lembrando que o nosso lado não pisa no pescoço da mãe para ganhar eleições presidenciais; que, para nós, a verdade é (ou deveria ser) revolucionária; e que, antes da degringola ideológica das últimas décadas, tratávamos os lacaios da burguesia e a ralé ditatorial como inimigos, mas respeitávamos os esquerdistas de outras tendências como adversários, tentando destruir politicamente os primeiros e trazer para o nosso lado os segundos.

Um de meus piores pesadelos foi a tragédia que se abateu sobre a mais proletária revolução do século passado, a soviética, que terminou melancolicamente com uma bestial e parasitária nomenklatura encastelada no poder. Nos nefandos julgamentos de Moscou, veteranos e dignos, revolucionários, com décadas de heroicas lutas travadas em seu currículo, eram submetidos a intermináveis torturas e acabavam vindo alquebrados a público admitir que haviam sido sempre espiões das potências imperialistas, envolvidos em conspirações tão mirabolantes como as dos vilões da série 007 (envenenar reservatórios de água, p. ex.).

Foi canalhice equivalente, embora em miniatura, que o PT cometeu com Marina Silva, a filha pródiga do petismo: desconstruiu-a fazendo o povo acreditar que ela fosse uma envenenadora de represas. Refleti que um partido que recorre a tais ignomínias para permanecer no poder já está descendo a ladeira.

Paralelamente, comecei a perceber a insistência com que os poderosos do capitalismo exigiam do novo governo, qualquer que fosse ele, a adoção de medidas recessivas na economia. Era uma ação concertada, agressiva. E, analisando os três candidatos principais sem ilusões, cheguei à conclusão de que nenhum deles resistiria a tal rolo compressor.

Isto acendeu o alerta vermelho na minha mente. Os anos de trabalho indesejado em editorias de Economia, remédio amargo que tive de engolir por falta de melhor opção, familiarizaram-me o suficiente com o mundo dos negócios para saber muito bem o que vinha pela frente, um festival de iniquidades, injustiças e abusos contra os explorados.

Aí, mais do que nunca, passei a considerar fundamental a alternância de poder: qualquer partido de esquerda que fosse cumprir o que o poder econômico exigia estaria se condenando à desmoralização e ao opróbrio.

Pior, muito pior, se o partido atendesse pelo nome de PT. Pois, certo ou errado, o povo o vê como a esquerda no poder. E a esquerda no poder não pode se tornar neoliberal da noite para o dia, arrochando os coitadezas para garantir que os bancos brasileiros continuem entre os mais lucrativos do mundo.

A reeleição de Dilma foi a pior vitória de Pirro que poderia nos acontecer: trazia embutida a destruição do PT e da credibilidade da própria esquerda, que demorará uma eternidade para recuperar o prestígio com que saiu da ditadura militar.

Aí Dilma.2 começou da pior maneira possível, com a posse de um office-boy do mercado como ministro da Fazenda: Joaquim Levy, economista sem brilho acadêmico e que respondia por uma diretoria secundária do Bradesco, cujas principais credenciais eram a de ser neoliberal desde criancinha e vir indicado pelo patrão Luís Carlos Trabuco, que astutamente se recusou a assumir ele próprio o posto, quando Dilma o convidou.

Iniciava-se o ano perdido de 2015, que acabaria superando minhas mais pessimistas previsões.

Uma pergunta que não quer calar: de que
adiantou dormirmos com o inimigo em 2015?

A última eleição presidencial esquentou a partir da morte de Eduardo Campos, no dia 13 de agosto de 2014. E, se não me animava a lutar por nenhuma candidatura, a partir daí ficaram claras na minha mente quais as possibilidades que deveriam ser evitadas a todo custo:

  • um verdadeiro golpe de estado, com tropas e tanques nas ruas, que nos faria retroceder décadas, extirpando o pouco que se construiu de aproveitável a partir de 1985; e
  • a reeleição de Dilma, a pior timoneira possível e imaginável numa tempestade como a que se formava.

Então, ao mesmo tempo em que rebatia falácias utilizadas para desconstruir a candidatura de Marina Silva e tentava convencer os petistas a refrearem a selvageria de sua campanha, em várias ocasiões manifestei minha simpatia pelo volta, Lula!, pois a troca de cabeça de chapa provavelmente recolocaria no poder um político com habilidade e jogo de cintura para, pelo menos, reduzir as previsíveis tensões de um futuro imediato que seria crítico em termos econômicos.

Já Dilma, com sua péssima leitura do quadro político, seu primarismo estratégico, sua truculência tática e sua irredutibilidade característica de tecnoburocratas, é do tipo que joga álcool na fogueira o tempo todo, às vezes sem sequer perceber…

Assim, depois de tentar acelerar a economiano tranco (estatal) durante o primeiro governo, ela parece ter ficado aturdida quando lhe caiu a ficha de que, isto sim, incubara uma grave recessão.

E, tão sofregamente quanto abraçara o nacional-desenvolvimentismo, deslocou-se para o polo quase que oposto: o neoliberalismo. Quis, a ferro e fogo, consertar a lambança que aprontara. Engoliu a retórica interesseira do mercado sobre qual deveria ser o antídoto e, claro, só conseguiu piorar o que já estava péssimo.

A escolha do ideologicamente detestável e politicamente inábil Joaquim Levy para ministro da Fazenda foi um balde de água fria na ala lulista do PT, pois a adoção do receituário de Milton Friedman por um partido de esquerda seria óbvio veneno eleitoral.

Dilma fizera a opção de tentar salvar sua reputação (supondo-se que as medidas ortodoxas, com enorme ônus social, ao menos revertessem o quadro de progressiva piora dos índices econômicos), mesmo que isto implicasse mandar às urtigas a candidatura presidencial de Lula em 2018.

E Levy, ainda por cima, levantava a bola para os inimigos anunciando medidas extremamente impopulares como o estupro de direitos trabalhistas e a exumação do famigerado imposto do cheque, que a classe média via como um conto de vigário no qual caíra uma vez (a utilização de um médico digno mas ingênuo para dourar a pílula de mais um assalto ao bolso do contribuinte) e jamais cairia de novo.

Talvez Leonel Brizola haja esquecido de contar a Dilma como João Goulart, na presidência da República, tinha seus ministros burgueses triturados pela esquerda até se afastarem, cansados de tanta grita assumida e de tanta puxação de tapete nos bastidores. O cunhado-urso poderia discorrer sobre isto com muito conhecimento de causa, pois era a principal mão que movimentava os cordéis dessa rejeição.

A História se repetiu em 2015, com o enfático repúdio a Levy por parte de Rui Falcão (presidente do partido), João Pedro Stedile (MST), Guilherme Boulos (MTST), Wagner Freitas (CUT), André Singer e Franklin Martins (sucessivos secretários de Comunicação de Lula quando este era presidente da República), etc.

fogo amigo minava cada vez mais o já parco prestígio de Levy enquanto, paradoxalmente, era a direita quem o tentava sustentar, com Luís Carlos Trabuco conversando ao pé do ouvido da Dilma para apaziguá-la sempre que ela se exasperava com seu ministro da discórdia, os jornalões lançando editoriais alarmistas, o Reinaldo Azevedo o colocando como única exceção num governo por ele execrado, etc. A fratura estava exposta a tal ponto que, mesmo nas manifestações contra o impeachment, a defesa do mandato de Dilma coexistia com o exacerbado repúdio à sua política econômica.

A presidente, enquanto isto, mostrava total impotência para deter a degringola econômica, só se preocupando com manobras rasteiras para evitar que o Congresso Nacional ou a Justiça Eleitoral a defenestrassem.

Ou seja, ganhava sobrevida no varejo mas continuava marchando para a ruína no atacado, pois país pobre como o Brasil não aguenta a depressão econômica que se desenha para breve. E, quando a penúria estiver causando turbulência social, alguma solução a classe dominante produzirá para se manter dominante; como a impopularidade de Dilma já atingiu o ponto de não-retorno, tal solução passará necessariamente por sua saída do poder. Quem viver, verá.

Também, pudera! Expelido Levy, ela teve uma chance de ouro para voltar às boas com a esquerda, que é quem a conseguiu manter no posto até agora (se dependesse da direita, seu ano sabático já estaria em curso…). E o que fez?

  • ofendeu toda a rede virtual chapa branca ao escolher a odiada Folha de S. Paulo como veículo de sua mensagem de ano novo; e
  • estragou o reveillon da imensa maioria dos seus leitores, ao anunciar que continuará tentando socar o arrocho fiscal garganta dos brasileiros abaixo e que trama a elevação da idade mínima para aposentadoria, cometendo terrível injustiça com os que começam a trabalhar cedo (meu pai pegou no batente com míseros 11 anos e, que eu saiba, burlas à lei continuam ocorrendo até hoje, aos montes…).
Ou seja, Dilma não aprendeu nem esqueceu nada com o fracasso retumbante de Levy. Talvez porque, depois de reconhecer que pisara feio na bola em seu primeiro governo, falte-lhe humildade para admitir que novamente meteu os pés pelas mãos em 2015. [Nem mesmo como Wanda ela convivia bem com as autocríticas…]
Como a Operação Lava-Jato continuará colocando sob os holofotes as maracutaias do PT e parceiros, enquanto a recessão só tende a agravar-se, a meteorologia política indica a certeza de muitas chuvas e trovoadas depois do carnaval, além da possibilidade de ocorrências ainda piores.
Pessoalmente, mantenho o otimismo possível nas melancólicas circunstâncias presentes. Acredito:
  • que Dilma, de um jeito ou de outro, cairá, até por ser o desejo secreto de muitos grãos petistas;
  • que, desde que tal queda se dê nos marcos constitucionais (sem quartelada e ditadura), Lula voltará a ter chance de sucesso eleitoral em 2018, mantendo-se, portanto, aberta a porta para o reformismo;
  • que, por outro lado, o abalo sofrido pela esquerda foi profundo e acarretará um processo agudo de autocríticas e busca de novas opções por parte dos militantes mais articulados e idealistas; e
  • que, consequentemente, teremos uma chance de arejar e reciclar a esquerda, a fim de recolocá-la no rumo da revolução, cada vez mais necessária quando o capitalismo faz água por todos os lados e ameaça até destruir a espécie humana.
Por último, retomo a questão levantada no início desta digressão, sobre motivos de eu não considerar Dilma merecedora de solidariedade revolucionária, depois de tê-la prestado a tantos companheiros, mesmo em circunstâncias adversas e que exigiram grande sacrifício pessoal.
É que considerei simplesmente inaceitável sua iniciativa de forçar a inclusão de Leonel Brizola no Livro dos Heróis da Pátria, mesmo tendo de, casuisticamente, alterar a regra dessa homenagem (que a restringia a personagens históricos mortos há pelo menos 50 anos)  e sabendo que isto implicaria um desprestígio póstumo para heróis muito mais merecedores de que se contornassem obstáculos em seu benefício, Carlos Lamarca e Carlos Marighella, os únicos que, pela trajetória e seu significado simbólico, se ombreiam aos grandes Tiradentes (o 1º da lista), Zumbi dos Palmares (o 2º) e Frei Caneca (o 12º).
Isto reforçou minha convicção de que ela ainda não transcendeu os ressentimentos de 1969, fazendo questão até hoje de marcar distância dos antigos militaristas e dos revolucionários em geral, como deu para percebermos claramente na afoiteza com que encaminhou a criação da Comissão Nacional da Verdade e no abandono a que a relegou em seguida, não lhe dando respaldo para vencer sucessivos braços-de-ferros com milicões recalcitrantes.
É direito dela querer ser hoje apenas uma política convencional. Deveria, contudo, ter a sinceridade de admitir que se trata muito mais de uma negação que de uma continuação da Wanda.
À qual, mesmo não morrendo de amores por ela, eu respeitava, como respeito todos os companheiros que travaram luta tão desigual e trágica. Difundo-lhes o exemplo e honro sua memória.
Mas, a excelentíssima senhora presidente da República é-me indiferente, como me são indiferentes todos os dignatários dos podres Poderes.
Celso Lungaretti, jornalista e escritor, foi resistente à ditadura militar ainda secundarista e participou da Vanguarda Popular Revolucionária. Preso e processado, escreveu o livro Náufrago da Utopia. Tem um ativo blog com esse mesmo título.
Direto da Redação é um fórum de debates editado pelo jornalista Rui Martins.


Chuvas provocaram 13 mortes em São Paulo

January 15, 2016 14:47, by Jornal Correio do Brasil

 

Estão atualmente desabrigados pelos deslizamentos e enchentes 685 pessoas em todo o Estado

Por Redação, com ABr – de São Paulo:

Devido ao forte volume de chuvas que atinge o Estado de São Paulo desde o início da semana, pelo menos cinco municípios pediram à Defesa Civil estadual a homologação de seus pedidos de situação de emergência. Segundo boletim divulgado nesta sexta-feira pela Defesa Civil, já decretaram Estado de emergência os municípios de Guapiara, Sumaré, Águas da Prata, Pompéia e Itapecerica da Serra. Desde dezembro, 13 pessoas morreram no Estado por causa das enchentes, informou a Defesa Civil.

Em Águas da Prata, os cinco rios que atravessam a cidade transbordaram: Ribeirão do Quartel, Fartura, da Prata, Ribeirão da Prata e Córrego da Platina. Nos três primeiros, oito pontes sofreram danos, assim como a proteção do leito dos rios. Cinquenta famílias foram atingidas pela enchente, mas todas já voltaram para casa. Segundo a Defesa Civil do município, a ordem já foi restabelecida, e as ruas e casas estão limpas.

Devido ao forte volume de chuvas que atinge o Estado de São Paulo desde o início da semana
Devido ao forte volume de chuvas que atinge o Estado de São Paulo desde o início da semana

Outro município que enfrenta problemas com as chuvas é Juquitiba, que decretou Estado de emergência, Há bairros afetados no Distrito dos Barnabés (no início da Serra do Cafezal) e ocorreram 15 desmoronamentos que afetaram 15 famílias, mas não houve mortes. Existem ainda cerca de 100 pontos de escorregamento que interditaram 20 estradas e acessos aos bairros mais distantes; mais de 30 pontos de alagamento, alguns intransitáveis. Além disso, romperam-se pelo menos três represas nos bairros Barnabés, Juquiázinho e Senhorinhas.

Desde as primeiras horas da manhã, o prefeito Francisco Júnior reuniu um gabinete de crise composto por representantes de todas as secretarias municipais e da Defesa Civil para atendimento das famílias afetadas. “Dez famílias foram encaminhadas para uma escola municipal e estão sendo atendidas com alimentos, roupas e água pela assistência municipal”, informou, em nota, Defesa Civil.

Em Piracicaba, que decretou estado de emergência nesta semana, as águas das chuvas começaram a chegar aos rios Piracicaba, Corumbataí e Capivari na tarde da terça-feira, aumentando rapidamente a vazão. A Defesa Civil recebeu o alerta por volta das 18h e iniciou a operação padrão de combate a enchentes. Foram usados oito caminhões, duas viaturas da Guarda Civil e duas viaturas da Defesa Civil, com um total de 35 homens para retirada das famílias. Foram removidas 10 famílias dos bairros Bongue, IAA, Vila Rios e da Região da Rua do Porto. Os pertences de todos foram levados para casas de parentes.

– A maior vazão registrada até o momento foi de 5,87 metros na régua por volta das 10h de quarta. Na quinta a vazão caiu para 4,87 metros, voltando as águas para o leito dos rios. Na madrugada desta sexta-feira, porém, os rios voltaram a subir para 5,84 metros, causando novos transbordamentos. Como as famílias já não estão em suas casas, não houve necessidade de nova ação – informou a Defesa Civil de Piracicaba.

Em Poá, que também está em estado de emergência, as chuvas do último fim de semana deixaram 150 pessoas desalojadas e causaram prejuízos a comerciantes. A prefeitura solicitou ao governo estadual a liberação de maquinário para fazer o desassoreamento do Rio Tietê de modo a permitir o escoamento das águas que invadiram a cidade. O Executivo estadual enviou a Poá dois caminhões com mantimentos, produtos de limpeza e de higiene pessoal.

Em Lençóis Paulista, no centro-oeste do Estado, o Rio Lençóis chegou a subir 5 metros acima do leito, deixando 800 desalojados e 100 desabrigados. As famílias estão sendo abrigadas em um ginásio de esportes. Há dificuldades no abastecimento de água por causa do comprometimento da estação de tratamento da cidade.

Estão atualmente desabrigados pelos deslizamentos e enchentes 685 pessoas em todo o Estado. A Defesa Civil estadual já enviou auxílio, como kits de higiene e limpeza, para 19 cidades: Nova Campina, Carapicuíba, Suzano, Juquiá, Itapecerica da Serra, Eldorado, Sumaré, São Paulo, Registro, Ribeirão Pires, Cabreúva, Boituva, Taboão da Serra, Jacupiranga, Apiaí, Itaóca, Barra do Chapéu, Peruíbe e Divinolândia.



Sean Penn afirma lamentar repercussão de entrevista com El Chapo

January 15, 2016 14:16, by Jornal Correio do Brasil

Por Redação, com Reuters – de Los Angeles:

O ator Sean Penn disse em entrevista exibida nesta sexta-feira que lamenta a repercussão de sua reportagem com o chefe do tráfico mexicano Joaquín “El Chapo” Guzmán, que tinha como objetivo discutir a violência das drogas, segundo o astro de Hollywood.

– Eu lamento terrivelmente – disse Penn ao apresentador Charlie Rose, do programa de TV This Morning, da CBS, em entrevista gravada na quinta-feira em Santa Monica, na Califórnia. “Eu lamento que a discussão inteira sobre essa reportagem ignore o seu propósito, que era tentar contribuir para essa discussão sobre a política da Guerra às Drogas”.

Guzmán foi recapturado pela polícia mexicana na semana passada, seis meses após ter protagonizado uma fuga espetacular da prisão por meio de um túnel dentro de sua cela. Enquanto estava foragido, Guzmán teve um encontro secreto com Penn em um esconderijo na selva, fato que o governo diz ter sido “essencial” para encontrá-lo.

O ator Sean Penn
O ator Sean Penn

A reportagem com base na entrevista concedida a Penn, de 55 anos, foi publicada na revista Rolling Stone no sábado. Nela, Guzmán se vangloria dos envios de drogas e da lavagem de dinheiro por meio de grandes empresas mexicanas e estrangeiras.

O ator rejeitou as alegações de que a entrevista resultou na prisão de “El Chapo”.

– Existe esse mito sobre a visita que fizemos, meus colegas e eu, a El Chapo, que foi… ‘essencial’ para a captura dele – disse Penn. Ele disse que se encontrou com Guzmán há “muitas semanas” e em um local longe do ponto de sua captura.

As autoridades mexicanas querem incentivar os cartéis de drogas a colocar a culpa pela prisão de Guzmán no encontro, segundo Penn, porque o governo ficou constrangido por Penn e seus colaboradores terem encontrado o traficantes antes que as autoridades conseguissem prendê-lo.

Penn disse que poderia estar correndo perigo, mas afirmou não ter medo de possíveis ameaças. Ele não disse quem organizou o encontro com Guzmán, mas contou ter um contato que “facilitou um convite”.

 



Livro de educação sexual não foi distribuído pelo MEC

January 15, 2016 14:06, by Jornal Correio do Brasil

 

O livro em questão é uma publicação da editora Cia das Letras e a empresa informa, em seu catálogo, que a obra já vendeu 1,5 milhão de exemplares

Por Redação, com ABr – de Brasília:

O Ministério da Educação (MEC) informou, por meio de nota, que não produziu, adquiriu ou distribuiu o livro Aparelho Sexual e Cia, que, segundo vídeo que circula em redes sociais, seria inadequado para as crianças e jovens brasileiros. O MEC afirmou que não há qualquer vinculação entre o ministério e o livro, já que a obra tampouco consta dos programas de distribuição de materiais didáticos como Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) ou Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE).

Circula nas redes sociais um vídeo que afirma que o governo distribuiu a obra e, assim, estaria “estimulando precocemente as crianças a se interessarem por sexo”. Em um dos vídeos, a acusação é feita pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) que afirma que “livros distribuídos pelo PT ensinam sexo para criancinhas”.

O Ministério da Educação (MEC) informou, por meio de nota, que não produziu, adquiriu ou distribuiu o livro Aparelho Sexual e Cia
O Ministério da Educação (MEC) informou, por meio de nota, que não produziu, adquiriu ou distribuiu o livro Aparelho Sexual e Cia

O livro em questão é uma publicação da editora Cia das Letras e a empresa informa, em seu catálogo, que a obra já vendeu 1,5 milhão de exemplares em todo o mundo e foi publicada em 10 idiomas.

Segundo o MEC, as informações presentes no vídeo já tinham sido repetidas em 2013. À época, o ministério já havia respondido oficialmente à imprensa que “a informação sobre a suposta recomendação é equivocada e que o livro não consta no Programa Nacional do Livro Didático/PNLD e no Programa Nacional Biblioteca da Escola/PNBE”.



Copa do Rei: Barcelona e Bilbao se enfrentam nas quartas de final

January 15, 2016 13:57, by Jornal Correio do Brasil

 

Os dois times se enfrentam na Liga Espanhola no próximo domingo antes da partida de ida da Copa, na próxima quarta-feira

Por Redação, com Reuters – de Madri:

O campeão Barcelona segue em busca do quarto título consecutivo da Copa do Rei em oito anos nas quartas de final contra o Atlético de Bilbao, time que derrotou na final três vezes desde 2009, incluindo por 3 a 1 na temporada passada.

O sorteio desta sexta-feira colocou o clube recordista de vitórias, que perdeu para o Real Madrid em 2011 e 2014, contra o time basco, cujas 23 vitórias da Copa só são superadas pelas 27 do Barça.

Os dois times se enfrentam na Liga Espanhola no próximo domingo antes da partida de ida da Copa, na próxima quarta-feira.

O Atlético de Madri, campeão de 2013, joga contra o Celta Vigo, que nunca ganhou a competição. O Valencia, treinado por Gary Neville, joga contra o Las Palmas.

O Mirandes, da segunda divisão, único time restante que não é da primeira divisão, joga contra o Sevilla, atual campeão da Liga Europa e campeão da Copa da Espanha em 2010.

O campeão Barcelona segue em busca do quarto título consecutivo da Copa do Rei
O campeão Barcelona segue em busca do quarto título consecutivo da Copa do Rei

Liga Europeia

Karl-Heinz Rummenigge, presidente da associação que representa os maiores clubes de futebol da Europa, acredita que uma Liga Europeia é uma possibilidade no futuro, disse a um jornal alemão.

– Não descarto que no futuro uma Liga Europeia será fundada, na qual os maiores times da Itália, Alemanha, Inglaterra, Espanha e França irão jogar – disse segundo o Sueddeutsche Zeitung.

– O sistema do futebol irá se ajustar aos novos desafios da globalização – acrescentou.

Rummenigge, que é presidente da Associação de Clubes Europeus, ECA, e diretor-executivo do Bayern de Munique, falava em um evento em Milão na terça-feira.

A ECA informou em comunicado que a ideia nunca foi discutida em encontros.

– Há muito em discussão sobre o futuro das competições europeias no momento, como sempre antes de um novo ciclo de competições – disse um porta-voz da ECA. “No entanto, a ideia de uma Liga Europeia, como relatado, nunca foi parte de qualquer discussão na ECA”.

Competições de clubes europeus acontecem em ciclos de três anos e mudanças nas estruturas, como a adição de novas competições, só ocorre no final de cada ciclo. O ciclo atual termina após a temporada 201

 

 



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