Acredite se quiser: Brasil tem 14 redes de televisão regulamentadas
22 de Fevereiro de 2016, 9:45
Este é o número correto e que por certo nos surpreende, porque a maioria dessas geradoras, com emissoras e repetidoras em todo o país, está nas mãos de religiosos
Por Flávio Ricco – do Rio de Janeiro:
Todos nós, de forma simplista, mas completamente imprecisa, entendemos ou consideramos como redes de televisão apenas as principais, Band, Globo, Record, Rede TV!, SBT e, com boa vontade, alguma coisinha ou outra a mais que isso.
Algo que, no rigor da lei, é uma conceituação das mais enganosas e das mais distantes da realidade.

Está sentado? Hoje no Brasil existem exatas 14 redes de televisão. Este é o número correto e que por certo nos surpreende, porque a maioria dessas geradoras, com emissoras e repetidoras em todo o país, está nas mãos de religiosos. Ou porque eles alugam daqueles que têm as concessões ou porque são mesmo donos no papel.
É um número impressionante. Poucos se deram tão bem quanto Edir Macedo, que usa a madrugada para a sua igreja, mas no restante do dia faz a Record se comportar como uma TV – quase – normal. Pelo menos até a página 2 é isso. O exemplo contrário ao dele é o do R.R. Soares que faz da sua Rit um templo em horário quase integral.
Não sei se é possível saber se existe algo de podre no reino da Dinamarca, mas com certeza o número de mistérios entre céu e a terra é maior do que imagina a vã filosofia.
Durma com isso
Leitor deste espaço preocupado com essa desproposital ocupação religiosa consultou o Ministério das Comunicações.
A resposta, em letras de forma, foi que não há nada de ilegal: “Não existe qualquer hipótese de restrição à veiculação de conteúdo religioso por parte das entidades outorgadas”.
Vai saber
Frequentadores da Universal, ressabiados, têm procurado descobrir qual a grande bomba que a mídia está reservando para a igreja “por causa do sucesso do filme”.
Alguém, por acaso, viu ou ouvir falar alguma coisa? Será que já não é um pouco de nóia.
Lá como cá
Sabia que o nosso Lauro César Muniz, sob encomenda, estava escrevendo uma novela para a televisão chilena, tendo como parceiro o diretor Vicente Sabatini?
O projeto, no entanto, foi suspenso “devido à crise financeira”.
Chama o síndico!
Esta santa coluna já revelou que o Power Couple, da Record, terá como locação uma casa num condomínio de Alphaville. Novas informações: este condomínio é o que leva o número 10 e que tem como síndico, ninguém mais ninguém menos, que o nosso Silvio Luiz. O que é a vida.
Acertou a mão
É preciso reconhecer que um dos acertos da Record foi colocar o Gugu às quartas-feiras. Pode-se até questionar a validade ou não de alguns dos assuntos apresentados. Vai do gosto e da exigência de cada um, mas os resultados são inquestionáveis.
É de se louvar a facilidade que ele tem de segurar o programa. É outro dos poucos que sabem fazer.
Bobagem de sempre
Desde o final do ano passado têm pipocado informações sobre uma possível volta da Ana Maria Braga para a Record.
A Globo nunca soube de nada, a Record também não e a Ana muito menos. Aliás, hoje será a volta dela, ao vivo, no Mais Você.
E deve-se considerar mesmo uma grande bobagem a possibilidade de qualquer investida da Record neste sentido, porque o Hoje em Dia está funcionando e o Balanço chega a aparecer inclusive em primeiro lugar.
Sinal amarelo – 1

De 29 de fevereiro a 4 de março, o canal Fox preparou uma semana especial de Os Simpsons.
Episódios de todas as temporadas serão exibidos na sequência, das 19h às 23h, destacando a presença de convidados especiais.
Sinal amarelo – 2
Serão mais de 70 participações e entre os nomes famosos estão Ringo Star, Aerosmith, Elizabeth Taylor, Red Hot Chilli Peppers, Paul McCartney, U2, Mark Zuckerberg, Ronaldinho, Katy Perry, Justin Bieber e Lady Gaga.
Os convidados, claro, ao melhor estilo Simpsons de ser, como se observa com o nosso Fenômeno. O nome da série é Sinal Amarelo.
Gravando

Malvino Salvador, Marcela Valente, Marcelo Médici, Ellen Rocche e Agatha Moreira já começaram as gravações de Haja Coração, próxima das 7, em locações na cidade de São Paulo.
Ellen, no caso, fará uma ex-BBB que foi eliminada no início, na casa de vidro, e acredita que ainda é famosa.
Hipertensão
O clima continua um tanto quanto sinistro nas gravações da série de comédia Nem Vem que Não Tem que será exibida pela Fox.
Segundo relato de atores, na verdade a produção está mais para um drama.
Ninguém aguenta mais os gritos, destemperos e ataques de fúria do diretor André Pellens. Difícil saber como isso chegará ao fim. Se é que chegará. Foi-se o tempo disso, não acha? O espaço está aberto caso queira se manifestar.
Série especial
O Jornal da Record começa a exibir, a partir desta segunda-feira, a série O Negócio das Arma$, com cifrão mesmo, para mostrar a força do poder econômico em manter o país armado.
Trabalho do repórter Luiz Carlos Azenha.
Bate – Rebate
• “Cozinha em Guerra” é o título definitivo do novo programa de Buddy Valastro na Record…
• … O programa, em 13 episódios e previsto para estrear na segunda quinzena de junho, envolve uma disputa na qual os participantes terão que criar pratos e desenvolver técnicas culinárias…
• … Será exibido semanalmente, às terças-feiras, depois do Jornal da Record. As gravações começam no mês que vem…
• … Trata-se do segundo programa de Buddy na casa, após Batalha dos Confeiteiros.
• Na coletiva da Record, segunda que vem, será anunciada a exibição de Escrava Mãe…
• … A novela já está inteirinha gravada e irá abrir o segundo horário da dramaturgia…
• … Só que tem um “gato” no meio disso. Como não se pretende diminuir tanto o Cidade Alerta, o seu horário de exibição não será às 19h30…
• … Marcelo Rezende, com essa mexida, vai perder um pouco de horário, mas não será tanto…
• … Isto, no entanto, só será conhecido quando a novela estrear em abril.
C´est fini
O jornalista e escritor Ruy Castro será o convidado do Roda Viva, da Cultura, nesta segunda-feira, 22 horas, com apresentação do Augusto Nunes.
Será entrevistado por Júlio Maria, repórter de O Estado de S. Paulo; Celso Arnaldo Araújo, jornalista e escritor; Luiza Moraes, repórter do Jornal da Cultura; Roberto Sion, maestro, compositor e saxofonista; e Maurício Meireles, da Folha de S. Paulo.
Então é isso. Mas amanhã tem mais. Tchau!
Colaboração de José Carlos Nery
Berlim, curta português Urso de Ouro denuncia racismo
21 de Fevereiro de 2016, 16:25Muitos comerciantes portugueses nutrem uma velha crença, tradição racista, a de espantar os ciganos de suas lojas colocando um sapo de cerâmica ou porcelana à entrada ou na vitrina. A cineasta Leonor Teles ironiza e denuncia esse hábito no curta-metragem A Balada do Batráquio.
Por Rui Martins, no Festival Internacional de Cinema de Berlim.

O curta-metragem português Balada de um Batráquio, da jovem realizadora Leonor Teles, ganhou o Urso de Ouro, da categoria, no 66 Festival Internacional de Cinema de Berlim.
Um filme dentro da preocupação principal do Festival – imigração, exclusão, integração. São 11 minutos sobre a exclusão dos ciganos da sociedade portuguesa com o hábito supersticioso de se colocar à porta ou na vitrina das lojas, um sapo em porcelana para afugentar os ciganos.
Leonor Teles, filha de pai cigano, formada pela Escola Superior de Teatro e Cinema, utilizou os sapos para ironizar e denunciar esse racismo.
O cinema portugues esteve em destaque no Festival de Cinema de Berlim, pois participou da competição internacional dos longas-metragens com o filme Cartas da Guerra, de Ivo Ferreira que, embora não premiado, foi bem recebido pela crítica e pelo público.
Rui Martins, no Festival Internacional de Cinema de Berlim.
‘SuperStar’ troca a noite pelo dia na programação da Globo
21 de Fevereiro de 2016, 9:53
E a informação que chega, agora, de integrantes do programa é que o SuperStar trocará a noite pelo dia e passará a ser apresentado na faixa atualmente ocupada pelo The Voice Kids
Por Flávio Ricco – do Rio de Janeiro:
No começo deste mês, a coluna informou que a Globo planejava mudanças na próxima edição do SuperStar, após anúncio que a idade mínima de inscrição para o reality musical caíra de 18 para 13 anos.

Isso vai provocar a escolha de um horário diferente daquele já conhecido, depois do Fantástico, nas noites de domingo, para sua exibição. O novo enquadramento também visa a evitar problemas com a “classificação indicativa”.
Imagem 1
Imagem 2
Inexplicável
Olimpíada 1
Olimpíada 2
Dinheiro
Pé atrás
Sem folga 1
Sem folga 2
Sem folga 3
Só alegria
Bate – Rebate
C’est fini
Berlim, o Urso de Ouro foi para Gianfranco Rosi
20 de Fevereiro de 2016, 19:43A maioria dos críticos dava Fogo no Mar como o favorito e se confirmou.
Por Rui Martins, no Festival Internacional de Cinema de Berlim:

O Urso de Ouro do 66.Festival Internacional de Cinema de Berlim foi para o filme Fuocoammare, Fogo no Mar, do italiano Gianfranco Rosi com seu documentário filmado em Lampedusa, onde chegam os barcos vindos da África, saindo da Líbia.
Exibido logo no começo do Festival, Fuocoammare tinha divido os críticos, pois o documentário inclui um garoto Samuel, preocupado com fazer e usar um estilingue e em dar uma volta de barco com seu amigo. Aparece também um mergulhador e algumas cenas submarinas. Tanto o garoto como o mergulhador mostram, argumentou Rosi no encontro com a crítica, que apesar da chegada de tantos imigrantes e da ocorrência diária quase diária de naufrágios e afogamentos, os habitantes de Lampedusa vivem sua vida normal.
O Urso de Melhor Interpretação foi para o ator Majd Mastoura, no papel principal do filme tunisiano Hedi, um jovem protegido pela mãe que lhe escolheu inclusive a futura esposa. Às vésperas do casamento, Hedi descobre um jovem tunisiana fora dos padrões muçulmanos, vive algumas noites ardentes de amor, decide partir com ela para a França e recomeçar uma nova vida. Mas na hora H, chega atrasado no aeroporto e sem mala, para dizer ter decidido ficar. Vivendo sob a proteção da mãe e com casamento arranjado, vive a situação real de grande parte das mulheres tunisianas. Por coincidência, o filme documentário do americano Michael Moore, On Será a Próxima Invasão, fora da competição, refere-se à atual situação da mulher tunisiana, onde conseguiram obter na Constituição o reconhecimento da igualdade total com os homens.
O Urso para a melhor atriz foi para a atriz dinamarquesa Trine Dyrholm, no filme Comunidade (Kollektivet), mostrando a criação de uma comunidade, numa grande casa recebida de herança, o bom funcionamento inicial mas o gradativo aparecimento de problemas, mostrando a dificuldade do convívio e como nem sempre o coletivo funciona.
O premio para a Melhor Direção foi para a jovem realizadora do filme O Futuro (L´Avenir), Mia Hansen-Love, nascida em Paris. Conta a história de um professora de filosofia num liceu parisiense, que vive num meio intelectual, mas enfrentando o problema da solidão, quando o marido a abandona por outra. Um filme feito por mulher para mostrar como reagem as mulheres em tais situações. A personagem é vivida pela atriz Isabelle Huppert, que parecia bem melhor com Chabrol, por se revelar um tanto fria num papel familiar.
O premio da Melhor Câmera foi para o chinês Mark Lee Ping-Bing, no filme de Yang Chao, CrossCurrent, uma viagem num pequeno e velho navio cargueiro pelo longo rio Yangtzé.
O prêmio de melhor roteiro foi para o realizador polonês Thomasz Wasilewski, com seu filme Estados Unidos do Amor, mostrando a vida diferenciada de quatro mulheres polonesas no fim do comunismo na Polônia.
O Premio Especial do Júri foi para o filme Morte em Sarajevo, de Danis Tanovic, nascido em Zenica, na ex-Iugoslávia. Um filme que reúne a comemoração do assassinato em 28 de junho de 1914, do arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trone do Império Áustro-húngaro, desencadeador da Primeira Guerra Mundial e o lançamento de uma greve do empregados no Hotel Europa, por falta de pagamento.
O Urso de Ouro para o Melhor Curta-Metragem foi para o filme português Balada de um Batráquio, de Leonor Teles.
Rui Martins está em Berlim, convidado pelo Festival Internacional de Cinema.
Museu da Língua Portuguesa leva exposição itinerante para interior de SP
20 de Fevereiro de 2016, 10:20
A Estação da Língua abriga projeção de breves textos literários especialmente escolhidos para a itinerância
Por Redação, com ABr – de São Paulo:
Depois de passar por sete cidades entre 2013 e 2014, a exposição itinerante Estação da Língua, do Museu da Língua Portuguesa, chega à cidade de Araraquara no dia 4 de março. A exposição faz parte das atividades desenvolvidas pelo museu que, em dezembro do ano passado, teve as instalações destruídas por causa de um incêndio.
Nos anos anteriores, a exposição itinerante recebeu quase 70 mil visitantes em Santos, Registro, Sorocaba, Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e São Bernardo. Assim como o museu, a Estação da Língua enfocará na interatividade e na tecnologia. Em Araraquara a exposição ficará no Palacete das Rosas Paulo A.C. Silva, no Centro. O destaque da mostra fica com o Mapa dos Falares, que exibe a singularidade do português falado em diferentes regiões do estado de São Paulo.

– Continuamos a nossa missão bem-sucedida de aproximar o conteúdo do Museu da Língua Portuguesa das pessoas em todos os cantos. Estamos muito realizados em dar continuidade a essa viagem que é recebida com entusiasmo pelo público em suas paradas, disse o diretor do museu, Antonio Carlos Sartini.
A Estação da Língua abriga projeção de breves textos literários especialmente escolhidos para a itinerância. Em um ambiente imersivo, três frases promovem o início dessa viagem pela história da língua portuguesa: “Quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma”, de Fernando Pessoa; “Penetra surdamente no reino das palavras”, de Carlos Drummond de Andrade; e “Como é que chama o nome disso”, de Arnaldo Antunes, foram interpretadas pelos atores Paulo Betting, Julia Lemmertz e Deborah Evelyn. Painéis de LED vermelho reproduzem o que está sendo ouvido.
O visitante terá acesso ainda a terminais com telas sensíveis ao toque que apresentam a relação do português com outros idiomas, como as línguas indígenas e africanas, e também as influências dos imigrantes europeus em solo brasileiro.
A exposição também conta com um painel em forma de quebra-cabeça que apresenta um vídeo baseado em dez entrevistas especiais, ressaltando as particularidades linguísticas de cada região. A parada final destaca em projeções a presença diversificada da língua portuguesa no dia a dia do brasileiro.
A exposição itinerante do Museu da Língua Portuguesa segue pelo interior do Estado de São Paulo e, partir de 2 abril, estará em Pirassununga, a 208 km da capital.
Eduardo Sterblitch apresenta estpetáculo no Rio e em São Paulo
19 de Fevereiro de 2016, 15:52O espetáculo de Eduardo Sterblitch conta com as presenças do DJ Rael Barja e do comediante André Pateta
Por Redação – do Rio de Janeiro:
O humorista Eduardo Sterblitch está em turnê pelo Brasil com o espetáculo “Use Me” em que passa a limpo os últimos dez anos de sua carreira, revisitando seus principais momentos de forma irreverente e inusitada. O espetáculo chega ao Rio de Janeiro dias 20 e 21 de fevereiro para apresentações no Teatro Bradesco Rio e segue para São Paulo com apresentações nos dias 27 e 28 de fevereiro, no Teatro Bradesco.

USE ME tem um formato ousado, subvertendo o clima intimista de um bate-papo descontraído para os moldes de uma grande apresentação. A intenção é fazer a plateia se sentir parte do processo que desnudará a alma de Eduardo, oferecendo reações inesperadas a cenas absurdas. Afinal, qual é o verdadeiro poder que o público tem sobre a obra? O artista está à disposição da vontade de seus espectadores? Qual o limite da interatividade? Evocando o sucesso de 2010, Minhas Sinceras Desculpas, o caráter experimental de USE ME sugere um novo patamar de participação da plateia. Chegou o momento de todos se sentarem para uma conversa.
A parceria com o diretor Rafael Queiroga nos palcos já vem de anos e só serve para firmar a personalidade do espetáculo. As presenças de DJ Rael Barja e do comediante André Pateta fecham a apresentação com chave de ouro.
O espetáculo é uma realização da EBPZ Empreendimentos Artísticos, Branco Produções e Opus Promoções.
Serviço:
Rio de Janeiro
Dia: 20 e 21 de fevereiro
Sábado, às 21h
Domingo, às 20h
Teatro Bradesco Rio (Avenida das Américas, 3900 – loja 160 do Shopping VillageMall – Barra da Tijuca)
Classificação: 12 anos
Duração aprox.: 90min
www.teatrobradescorio.com.br
Berlim, o cinema em prosa, verso e filosofia
19 de Fevereiro de 2016, 15:00Quatro filmes literários no 66. Festival de Cinema de Berlim, mostrando que a escrita tem seu lugar protegido no mundo das imagens.
Por Rui Martins, do Festival Internacional de Cinema de Berlim

Um paradoxo, enquanto a civilização da imagem se impõe sobre a nova geração, reduzindo mesmo o uso do vocabulário e dificultando o raciocínio abstrato, o Festival de Berlim surpreende propondo na sua principal mostra, a da competição internacional, nada menos que quatro filmes literários.
O filme chinês de Yang Chao, Seguindo a Corrente, é uma composição poética, calcada na navegação de um barco cargueiro enferrujado, uma verdadeira sucata, pelo longo rio Yangtzé, o maior da Ásia com 6300 quilômetros de comprimento. Nasce nos Montes Kunlum, no Tibete, atravessa a China até o mar da China Oriental, irrigando suas terras férteis e serpenteando entre montanhas.
É uma narrativa poética feita ao desfilar das imagens, como se fez no filme Cartas da Guerra, numa mistura de contos e lendas ligadas à viagem do filho do falecido capitão piloto do cargueiro, obrigado, segundo a tradição, a navegar pelo rio a fim de libertar a alma do pai ao chegar ao mar.
O jovem Gao Chun, enquanto navega, procura em cada cidade de acostamento, encontrar o amor de sua vida, mas cada moça que encontra é sempre a mesma ou na sua cama ou correndo nos declives das montanhas costeiras.
Os portos envoltos pela neblina ou poluição, como o de Shangai, se sucedem, surgem desfiladeiros entre altas montanhas, meandros, numalonga viagem cheia de histórias, como a da jovem que, depois de uma noite de amor, rouba o corpo de um capitão e desaparece no porto, obrigando o capitão, agora com corpo de mulher, a repetir a façanha para poder continuar a navegar.
Não será surpresa se este filme poético, imagino em rimas chinesas, ganhar algum Urso, pela beleza das imagens flotantes, pelo som, pelas histórias e pelo caminho sobre o líquido do Yangtzé, todo ele uma história da China.
Outro filme literário do tipo epistolar foi o português Cartas da Guerra, de Ivo Ferreira, já comentado, e forte candidato ao Urso, que não chegou a ter o filme Tabu, há três anos.
Editada em prosa é a história real do filme inglês Genius, de Michael Grandage, envolvendo um escritor, Thomas Wolfe e seu editor, Max Perkins, descobridor de talentos literários, como Hemingway e Fitzgerald.
Mais literário não poderia ser, pois o filme começa com o editor Perkins preso no texto de um enorme pacote de páginas datilografadas, que o autor enviara à sua editora. Ali, naquela descoberta de um novo escritor, começa uma forte amizade entre o autor excentrico, hiperativo, incontrolável com o editor, um autêntico gentleman, contido e sério, cuja missão maior era a de conter a vertente prolixa de Thomas Wolf, em favor de uma maior concisão.
Thomas Wolfe se tornou um autor de sucesso, praticou a ingratidão de se revoltar contra seu descobridor, mas com ele se reconciliou poucos dias antes da morte prematura com trinta e poucos anos.
O outro filme literário é O Futuro, da francesa Mia Hansen-Love com a atriz Isabelle Huppert, séria candidata ao premio de melhor atriz. Conta a vida academica de um casal, ela é professora de filosofia num liceu parisiense, escreve numa coleção de livros filosóficos de uma pequena editora, enquanto o marido leciona numa universidade.
O clima na família é intelectual com cenas, no filme, de gente comprando livros, lendo no transporte público, discutindo o que leu em casa, com amigos ou na escola, ou seja, um filme bem francês. Nesse contexto filosófico literário, o marido encontra uma espanhola e rompe um casamento de 26 anos, a mãe da professora morre e a editora suprime a coleção na qual ela escreve. Só lhe resta um gato e a necessidade de se adaptar à nova vida solitária.
Livros, poesia, cartas de amor, tratados de filosofia, editor de livros à procura de autor de sucesso, esse é o 66. Festival de Cinema dea Berlim, sem se esquecer de que praticamente quase todos os filmes se inspiraram em livros de sucesso, como Sós em Berlim, romance inspirado numa história real de Hans Fallada.
Rui Martins está em Berlim, convidado pelo Festival Internacional de Cinema.
Globo vai trabalhar com elenco enxuto em próxima novela das 18h
19 de Fevereiro de 2016, 9:36
A próxima novela das 18h, Arigatô Amore Mio, do Walter Negrão, em parceria com Júlio Fischer e Suzana Pires, no entanto, irá na contramão do sistema regularmente adotado
Por Flávio Ricco – do Rio de Janeiro:
De um determinado momento para cá, em se tratando da história das novelas no Brasil, os autores passaram a se dar ao luxo de trabalhar com elencos bem numerosos, em várias oportunidades beirando a casa de uma centena, mesmo não havendo o aproveitamento de uma grande parte dos seus atores.

Hoje, em A Regra do Jogo, apenas como um caso, o apartamento do Marcos Caruso tem personagens sem nenhuma importância na ordem das coisas. Se não existissem, não fariam a menor diferença.
Outro nome
Ruivinho
Está esquisito
Tempos de agora
Olha a ordem
Quadro novo
Nada em vista
E bem desagradável…
Acertou a mão
Então é assim
Dupla musical
Bate – Rebate
C’est fini
Berlim, a ilusão americana e Michael Moore
18 de Fevereiro de 2016, 20:44Michael Moore mostra com seu novo documentário como os Estados Unidos estão atrasados com relação à Europa.
Por Rui Martins, do Festival Internacional de Cinema de Berlim:

Convalescendo de uma pneumonia, o cineasta documentarista, escritor e provocador Michael Moore não pôde vir lançar em Berlim seu novo filme Onde Será a Próxima Invasão. Para não ficar um vazio entre seus admiradores, Moore enviou um vídeo, ao que parecia trajando um roupão, mas já em casa.
Os Estados Unidos costumam resolver tudo na força e na violência, invadindo e desfechando guerras sem negociar antes uma solução pacífica, utilizando mentiras se for necessário e ignorando a ONU quando isso lhe convém.
Michael Moore propõe um tipo de invasão diferente – em lugar do petróleo, buscar nos outros países, sem dar nenhum tiro, aquelas iniciativas e soluções inexistentes entre os americanos, embora tantos latinos pensem ser os EUA, o Eden criado por Deus.
Algumas horas antes da projeção do filme de Moore, tinha sido Spike Lee quem insistira no fato dos EUA ser um país violento e com sua cultura calcada em cima do dólar e do lucro. Onde Será a Próxima Invasão vai na mesma linha, porém, não de maneira acusatória e sim para evidenciar as falhas e atrasos dos americanos nas questões trabalhistas, educacionais, de direitos humanos e assim por diante.
Entre soluções superiores às encontradas pelos americanos estão o sistema de saúde e previdenciário dos franceses ; a política de legalização de certas drogas aplicada pelos portugueses ; o comportamento natural de muitos europeus com relação aos seus corpos nos campos naturistas de nudismo ; as merendas escolares nas escolas francesas ; as longas férias concedidas aos operários italianos ; o melhor sistema educacional dos finlandeses ; a maneira como foram processados e presos os banqueiros islandeses envolvidos na falência do país ; e como os noruegueses processaram sem violência o maior assassino do país, o extremista neonazista autor de mais de 80 assassinatos, sem condená-lo à morte.
Há muito sabor na surpresa quase ingênua do irônico Moore, quando lhe contam haver quatro a cinco semanas de férias pagas para os trabalhadores na Itália, sem se contar a proteção e férias dadas às mulheres grávidas e depois do parto. Como um país tão moderno em armas destruidoras não dispõe do trem bala mas de uma rede ferroviária antiquada, apesar de ser um país de grandes distâncias.
E com que prazer Moore participa do almoço com as crianças, numa escola francesa, boquiaberto pela refeição equilibrada oferecida às crianças. Enfim, nos países europeus existem melhores qualidades de vida e melhores condições de trabalho. Os alemães não escondem terem vivido o regime nazista e o extermínio dos judeus, enquanto os EUA ignoram o extermínio dos índios e suas guerras e invasões intoleráveis – Coréia, Vietnã, Líbano, Iraque, Afganistão, Líbia.
O objetivo meramente lucrativo da educação faz as escolas americanas serem de má qualidade, além de terem eliminado do currículo matérias ligadas à arte, consideradas desnecessárias, enquanto as universidades são um privilégio das elites, pela impossibilidade de jovens pobres pagarem as elevadas anuidades.
Rui Martins está em Berlim, convidado pelo Festival Internacional de Cinema.
Berlim, o estranho filme de Gianfranco Rosi
18 de Fevereiro de 2016, 15:00A idéia de incluir um menino e um margulhador de Lampedusa no documentário, acabou comprometendo o filme Fuocoammare.
Por Rui Martins, do Festival Internacional de Cinema de Berlim:

Berlim, o estranho Ninguém se esquece que Gianfranco Rosi ganhou o Leão de Ouro de Veneza, há três anos, com Sacro Gra, o primeiro documentário a ganhar esse prêmio. Mas seu filme na competição internacional do Festival de Berlim é estranho.
Filmado em Lampedusa, cidade italiana que se tornou conhecida por ali chegarem milhares de imigrantes africanos, em barcos vindos da Líbia, Fuocoammare parece conter dois documentários : um principal mostrando a tragédia humana dessa imigração e outro com o menino Samuel fabricando ou usando seu estilingue ou num barco, mais um anônimo pescador mergulhador.
O problema para quem vê Fuocoammare é a sensação senão a certeza de haver uma heterogeneidade entre os imigrantes e o menino e o pescador de Lampedusa. Rosi, diante das perguntas de críticos um tanto surpresos, não se sentiu constrangido e explicou ter usado o menino Samuel e o mergulhador para mostrar como prosseguia a rotina normal na cidade de Lampedusa. A explicação pode ser bene trovata, mas não convence, mesmo porque tanto Samuel como o mergulhador não têm sequer um único ponto de contato com os imigrantes.
Um outro fator trabalhou contra o filme de Gianfranco Rosi, foi a atualidade. Enquanto Rosi montava seu filme com migrantes, na maioria jovens da África subsaariana, em busca de uma vida melhor na Europa, tragédias ainda maiores começaram a ser cotidianas, no trajeto das costas turcas para as costas gregas, de famílias inteiras afogadas no naufrágio de precários barcos pneumáticos. Mulheres, homens e crianças fugindo da guerra na Síria e de outras regiões instáveis do Oriente Médio, em busca de refúgio na Europa.
Rui Martins está em Berlim, convidado pelo Festival Internacional de Cinema.
‘Vídeo Show’ quer sair do puxadinho da Fátima Bernardes
18 de Fevereiro de 2016, 8:57
O seu cenário, que não passa de uma bancada estilizada e uma coisinha a mais, está colocado num cantinho do estúdio onde é feito o Encontro, da Fátima Bernardes
Por Flávio Ricco – do Rio de Janeiro:
A busca de uma nova apresentadora é a prioridade de agora no Vídeo Show. De acordo com o Boninho, diretor do núcleo responsável, ainda não é possível cravar o nome de ninguém para formar dupla com Otaviano Costa.

Apelo aos amigos
Elogios naturais
Necessário também
Não por acaso
Casualidade
Nada ainda
Quarteto
Um ponto…
… E outro
Rumos
Inspirada na Cersei
Bate – Rebate
C’est fini
Berlim, aborto é a mulher quem decide
17 de Fevereiro de 2016, 15:55A dolorosa situação da mãe que decide abortar o feto, quase no sétimo mês, com defeitos no coração e síndrome de Down.
Por Rui Martins, no Festival Internacional de Cinema de Berlim:

O filme 24 Semanas, dirigido por uma jovem cineasta da antiga RDA comunista, Anne Zohra Berrached, na competição internacional do Festival de Cinema de Berlim, terá sua distribuição comercial restrita, admitiu seu produtor no encontro com a crítica. O tema, o aborto, é tabu em numerosos países por questões religiosas, cristãs e muçulmanas, agravado por tratar de um aborto por questões médicas além dos prazos limites, na verdade quase perto do parto.
É a história de Astrid, uma atriz, espécie de one woman show, na Alemanha, mãe de um filho de nove anos, que trabalha junto com o marido produtor. Tudo começa com a alegria do casal diante da gravidez, mas nos exames de ecografia ficam sabendo que o bebê é portador do síndrome de down, trisonomia 21 ou mongolismo. O choque parece reunir o casal que, depois de muito refletir se considera capaz de assumir esse nascimento.
Mas a situação se agrava quando, em outra ecografia, se constata uma anomalia no coração – o bebê tão logo nasça deverá passar por uma série de operações, dolorosas para o bebê e com resultados não garantidos. Depois de visitar uma maternidade, onde bebês prematuros e deficientes estão nas incubadoras, Astrid fica em dúvida quanto à sua responsabilidade de deixar nascer um bebê condenado a uma existência anormal e limitada. E igualmente se o casal e seu filho de nove anos poderão suportar sem sequelas essa situação, além das consequências no trabalho, pois esse filho exigirá, dcurante toda sua vida, cuidados constantes e dedicação plena. Primeiro sinal negativo, a babysitter do filho de nove anos se demite ao saber do próximo nascimento do bebê excepcional.
Na maioria dos países europeus existem dois tipos de abortos, o que se pode fazer por decisão voluntária da mãe até as 12 semanas e o aborto por questões médicas, chamado de interrupção médica da gravidez, sem um limite definido mas sujeito à comprovação dos problemas de formação do feto.
A indecisão de Astrid provoca crise no casal, pois o marido julga serem capazes de enfrentar juntos esse desafio. Astrid, finalmente, é mais realista e opta pelo aborto do feto já formado e quase a termo para o parto. Neste caso, o aborto exige a interrupção da vida do feto por uma injeção que atravessa a placenta e se aplica na cabeça, causando morte instantânea. A seguir, a mãe tem um parto induzido.
Coincidentemente, o filme é bastante atual para a situação vivida por muitas mães grávidas brasileiras portadoras de bebês com microcefalia em gravidez avançada. Na Alemanha, 98 % das mães decidem abortar quando se constata qualquer anomalia ou deficiência no feto.
Para a realizadora Anne Zohra Berrached, o tratamento da questão do aborto é mais realista, pois foi criada na antiga Alemanha oriental, onde o governo marxista, desvinculado de religiões tinha legalizado e garantido o aborto em qualquer situação, se a mãe assim desejasse. O mesmo não acontece na Polônia, país vizinho, onde a probição do aborto foi reintroduzida por pressão da Igreja católica. No Brasil, além dos católicos e evangélicos, também os espíritas condenam o aborto.
Rui Martins está em Berlim, convidado pelo Festival Internacional de Cinema.
Record grava em maio a minissérie dos Mamonas Assassinas
17 de Fevereiro de 2016, 9:20
Quanto à história, a ideia do Lombardi é abordar as dificuldades do início de carreira dos músicos, desde os tempos que trabalhavam como office-boys até se transformarem em um grande fenômeno musical
Por Flávio Ricco – do Rio de Janeiro:
A Record confirma para maio o início das gravações de uma minissérie em cinco capítulos sobre a trajetória da banda Mamonas Assassinas. Projeto em parceria com a Endemol, a mesma de Big Brother Brasil.
O autor Carlos Lombardi está trabalhando acelerado nisso, e o primeiro episódio, nas mãos da direção da emissora, causou a melhor das impressões. A história do grupo, embora curta, é muito forte. Designado para fazer a direção-geral, Leonardo Miranda deve completar em alguns dias a escalação do elenco, que não terá a anunciada participação do Rodrigo Faro. Em diversas ocasiões, ele já disse que gostaria de fazer, mas os planos para o “cast” são outros.

Quanto à história, a ideia do Lombardi é abordar as dificuldades do início de carreira dos músicos, desde os tempos que trabalhavam como office-boys até se transformarem em um grande fenômeno musical. A carreira dos “Mamonas” foi interrompida em 2 de março de 1996, quando os músicos foram vítimas de um trágico acidente aéreo na Serra da Cantareira.
Dois canais pagos também já demonstraram interesse em participar do projeto – um deles, a Fox.
Aniversário na “Praça” – 1
Muitas vezes se reclama do pouco empenho do SBT em divulgar as suas novidades. Passa impressão de pouco caso, o que não é verdade.
Agora tem uma boa. No dia 12 de março próximo, Carlos Alberto de Nóbrega vai completar 80 anos.
Aniversário na “Praça”- 2
Uma data que irá merecer os festejos devidos. No programa do dia 10 serão recebidos outros artistas, como convidados especiais, também com 80 anos.
Moacyr Franco, que já é do elenco, Dedé Santana e Aguinaldo Timóteo entre outros.
No particular
No sábado, 12, dia do aniversário, Carlos Alberto vai reunir 80 amigos em um almoço. É de se louvar.
Por toda a história que tem e por este número tão grande. Não sei se chego a 10.
Falando nisso
Em total contramão com a história, a Bandeirantes determinou que tudo que se refira ao Pânico, a partir de agora, tem que passar por ela. Ou pelo Diego Guebel. Entendeu-se como necessário haver este filtro, por causa de uma foto do novo tipo do Carioca, vazada por esta santa coluna. Vejam só.
Sem dúvida, é uma medida que agora tem tudo para revolucionar a história do programa.
É uma situação
Então, a Globo, como sempre acontece, no fim de março ou comecinho de abril, irá anunciar as suas novidades deste ano.
A Record irá fazer o mesmo, um pouco antes, no dia 29 agora, e a Band em 1º de março: MasterChef, A Liga e…? e… ?
Ponta do lápis
Em alguns setores da Bandeirantes há o entendimento de que ela será a emissora da aberta que maior espaço dedicará à Olimpíada do Rio. Muito provável.
Globo e Record, as outras duas, têm compromissos mais sérios com as suas grades de programação.
Reta final

Já na reta final das gravações como Duda em A Regra do Jogo, Giselle Batista participa do Altas Horas (Globo) deste sábado.
Ela fala do envolvimento com gêmeos, que vai além dos bebês que espera na novela.
Na vida real, ela tem uma irmã gêmea, a também atriz Michelle Batista, e namora o grafiteiro Otávio Pandolfo, também gêmeo.
Vidinha atribulada
O que seria da televisão se não existissem programas como o Casos de Família, do SBT, e o Você na TV, da Rede TV!? A vida como ela é.
O mesmo marido, que foi ao programa da Christina Rocha, dizendo que trabalhava na noite e correspondia ao assédio das mulheres sob o protesto da esposa ao lado, esteve no João Kleber, 10 dias depois, reclamando que a mulher dele, a mesma, servia comida nua, com os ingredientes em seu próprio corpo, num restaurante japonês. Impressionante.
E assim vai
Hoje, no campo da TV, existe uma infinidade de sites, chupinhando o que outros escrevem ou simplesmente funcionando como a rádio Camanducaia: “quando não tem notícia nóis inventa”.
Um desses montou uma nota sobre a novela do Negrão, “escalando” meio mundo que nem sequer foi cogitado e a maioria que o autor nunca ouviu falar. Como pode?
Decolagem suspensa

A série do Miguel Falabella, como piloto de avião, inicialmente projetada pela Globo para estrear ainda neste primeiro semestre, ficou para o ano que vem.
Gira em torno de uma tripulação, com seus pousos, em diversas cidades brasileiras.
Verdadeira agressão
É de chamar atenção os vícios linguísticos que aparecem no BBB, refletindo e espalhando ainda mais um pouco o muito do que hoje se fala e se ouve.
A advogada Adélia não inicia ou termina frase nenhuma sem o “tipassim” e a bela Munik não economiza no “nóis vai” ou no “eles foi”. Aliás, escrever e falar direito poderia ser uma boa prova. Eliminatória.
Bate – Rebate
• Amor em Sampa, novo filme da Bruna Lombardi, tem seu lançamento confirmado para o próximo dia 25.
• Ratinho vem com novidade nesta quarta-feira, para enfrentar o embalado Gugu da Record…
• … Contra a entrevista do concorrente com o cabeleireiro Marco Antonio Biaggi e sua luta contra o câncer…
• … Ratinho vem com um quadro de interatividade chamado Num Dia Antes…
• … O público opina sobre o final desejado. Qualquer semelhança com o Você Decide, pelo jeito, não será mera coincidência.
• Esta promete ser uma noite de quarta das mais concorridas…
• … A Globo tem futebol da “Libertadores”, agora valendo taça.
• A ESPN também já está com suas atenções voltadas para as Olimpíadas. Cobertura em três canais…
• … Magic Paula, Maurício Lima, Ana Mozer, Fernando Meligeni e Jackie Silva serão alguns dos analistas convidados…
• … A pretensão é chegar a 15 ídolos do nosso esporte integrando uma equipe que deve chegar a 40 comentaristas…
• … Record e Fox, sobre o mesmo tema, preferem continuar trabalhando no maior “silêncio”. Silêncio demais!
C´est fini
Ney Latorraca, nesta terça-feira, entrou na lista dos muitos artistas que tiveram suas “mortes” anunciadas nas redes sociais. Assim como já aconteceu com Silvio Santos, zilhões de vezes, Laura Cardoso e Fernanda Montenegro mais recentemente. Entre tantos outros.
Será que não tem um jeito de acabar com isso? Tinha que dar cadeia.
Então é isso. Mas amanhã tem mais. Tchau!
Colaborou José Carlos Nery
Berlim, Spike Lee denuncia violência nos Estados Unidos
16 de Fevereiro de 2016, 21:59Com seu filme Chi-Raq, em Berlim, o cineasta Spike Lee denuncia a crescente violência não só em Chicago como nos Estados Unidos e aproveita para explicar que não irá à cerimônia dos Oscars, dentro de alguns dias.
Por Rui Martins, do Festival Internacional de Cinema de Berlim:

Chi-Raq, o novo filme de Spike Lee é uma peça de teatro com lances de comédia musical rap, simplesmente espetacular, que denuncia a violência diária nos Estados Unidos, envolvendo tanto negros como brancos.
Em Chicago Midwest morre tanta gente vítima de violência quanto num país em guerra, daí ter sido utilizada a contração das palavras Chicago e Irague no título do filme, ou seja, Chi-Raq.
É uma adaptação de uma peça teatral grega de Aristófones, Lisístrata, escrita na época da guerra do Peloponeso envolvendo espartanos e troianos, enfraquecendo o país diante da ameaça de invasão persa. Na peça, Lisístrata, que seria hoje uma líder feminista, consegue convencer as mulheres a lançarem uma greve de sexo, se os homens não puserem um fim à guerra.
No filme, Lisístrata, negra de cabelos tipo Angela Davis, mobiliza a população feminina do Midwest de Chicago, depois do assassinato de uma jovem, e em defesa da vida de seus filhos ou de seus irmãos, as mulheres declaram a greve de sexo, No peace, no pussy, que numa tradução livre, daria mais ou menos – Sem paz não há trepada !.
A situação se torna insustentável porque as mulheres se vestem de maneira ainda mais provocante, com suas coxas, seios e bundas quase nus, provocando desespero e mesmo crises de nervos na população masculina carente de sexo. E o filme mostra a greve de sexo se alastrando pelo mundo, até com feministas de São Paulo com cartazes na linguagem da periferia, prometendo não haver mais foda se continuar a violência.
É um filme a não se perder quando passar no Brasil. Logo depois da projeção de Chi-Raq, Spide Lee foi se encontrar com a imprensa e denunciou a insuportável violência nos Estados Unidos. Seguem alguns trechos selecionados.
Palavras de Spike Lee
« Só no mês de janeiro deste ano, foram assassinadas 53 pessoas nos EUA num aumento de mais de 80 % sobre o ano passado. Já morreram neste ano 90 pessoas e, só nesta semana, 17 foram mortas a tiros.
A juventude atual parece insensível à violência, que está por tudo, nos jogos vídeos, na televisão, na música, a violência é glorificada e se faz na mídia a apologia da violência de uma maneira atroz, de tal forma que, em Chicago, se tem a impressão de um retorno à selvageria.
Quando há troca de tiros se contam os disparos como se fosse um jogo vídeo, dando a impressão de que para tais pessoas a vida não tem nenhum valor. Seja por tendência social ou por falta de melhor educação, isso é muito triste. A referência dos jovens se tornou a dos jogos vídeo. Os EUA se tornaram um país extremamente violento e as estatística de mortes dão a impressão de hver combates nas cidades.
E se Donald Trump for eleito presidente dos EUA ?
Bom, por enquanto ele é apenas candidato a candidato. Certos Estados americanos se utilizam da violência, considerando-a legítima quando isso lhes convém. Uma das razões dessa violência é o dinheiro e a ganância dentro da sociedade americana. E essa violência ocorre também entre os brancos, crianças de origem mexicanas são envenadas por produtos tóxicos. E é sempre assim, entre a vida humana e o dinheiro, é sempre o dinheiro quem ganha nos EUA. No setor público, a privatização faz com que as estruturas sejam deixadas ao abandono.
Eu e minha mulher decidimos não ir à cerimônia dos Oscars, não se trata de convocarmos um boicote, simplesmente nós não iremos. Cada ano, a categora de atores, há 20 nominações para o Oscar. Ora, nos últimos dois anos, não houve nenhuma nominação para atores negros, como se pode chamar isso ? Nos esportes, ocorre o inverso, há muitos negros. E tudo ia ser feito em silêncio, se eu e outros não tivéssemos protestado.
Mas não apelei ao boicote, simplesmente não iremos. Veja bem, aqui em Berlim, são sete jurados, mas no Oscar são 1500 jurados, sobre os quais são exercidas pressões e do lobbing. E como se passam as coisas, são dois meses de filmagens e depois o resto do ano são premios e promoções do filme. Portanto, não vamos exagerar também a importância do Oscar, é uma tradição do passado. O problema no Oscar são os seus guardiãs ou responsáveis. Esse pessoal de alto nível, produtores nos estúdios, nas redes de televião e do mundo do cinema, se reúne cada três meses e decide o que vamos ver, e depois enviam seus representantes ao júri. Falta diversidade própria do cinema. Foi o que eu dizer ao receber o Oscar honorário.
As estatísticas dizem que no 2026 os americanos brancos serão minoria. Ora, mesmo se não acreditam na diversidade, sei que acreditam na força sacrossanta do dinheiro e do dólar, mas se não levarem em contra essa mudança de maioria demográfica será catastrófico porque existe um mercado enorme a se levar em consideração.
Depois do 11 de setembro a violência se espalhou pelo mundo e eu não votarei naqueles que utilizam a violência com o objetivo de salvar a economia. Se for para votar num democrata contra Trump, eu votarei democrata, com preferência para Bernie que vem do Brooklin. Outra coisa, o presidente viaja sempre com uma maleta onde está o código secreto no caso de guerra nuclear. Imaginem se Donald Trump tem acesso a essa maleta. Isso dá medo.”
Rui Martins, está em Berlim, convidado pelo Festival Internacional de Cinema.
Berlim, romantismo durante a guerra colonial portuguesa
16 de Fevereiro de 2016, 15:00Aos 28 anos, formado médico, Antonio Lobo Antunes, que se tornaria um dos grandes escritores portugueses atuais, foi enviado para Angola, durante a guerra colonial, de onde escrevia cartas de amor para a esposa, reunidas depois em livro e transformadas em filme em competição no Festival de Cinema de Berlim.
Por Rui Martins, do Festival Internacional do Cinema de Berlim

O filme portugues Cartas da Guerra, do realizador Ivo Ferreira, foi bem acolhido aqui no Festival Internacional de Cinema de Berlim. Conta a história verdadeira do médico Antonio Lobo Antunes mobilizado para a guerra colonial em Angola, onde sentindo-se só, com pano de fundo os horrores, escreve cartas para sua esposa.
No filme em preto e branco, rodado em Angola, revivendo o movimento das tropas, são lidos muitos trechos dessas cartas de amor, guardadas pela esposa, transformadas em livro e selecionadas para o filme pelas duas filhas do casal.
Além de descrever a vida dos soldados na guerra colonial, essas cartas foram os primeiros escritos daquele que se tornaria um dos grandes escritores portugueses, Antonio Lobo Antunes. Diante da miséria presenciada como médico dos soldados, Antunes contava ter se conscientizado da questão colonial e do absurdo da guerra.
Nessa época, 1971, o pai do realizador Ivo Ferreira vivia exilado em Paris, para onde fugiam muitos jovens, antes de serem enviados para a guerra colonial. Paradoxalmente, foi a guerra colonial que acabou provocando a queda da mais longa ditadura européia, criada por Salazar.
O excelente filme Cartas da Guerra, de guerra e romantismo, está no concurso internacional do Festival de Cinema de Berlim e concorre aos ursos de ouro ou de prata, a serem counicados no próximo sábado 20, pela atriz Merril Streep, presidente do júri.
Rui Martins, está em Berlim, convidado pelo Festival Internacional de Cinema.