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Blog do damirso

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

DESVENDANDO MORO de Rogério Cerqueira Leite

16 de Outubro de 2016, 14:32, por Daniel Miranda Soares

Desvendando Moro.


Físico, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia
 

O húngaro George Pólya, um matemático sensato, o que é uma raridade, nos sugere ataques alternativos quando um problema parece insolúvel.

Um deles consiste em buscar exemplos semelhantes paralelos de problemas já resolvidos e usar suas soluções como primeira aproximação. Pois bem, a história tem muitos exemplos de justiceiros messiânicos como o juiz Sérgio Moro e seus sequazes da Promotoria Pública.

Dentre os exemplos se destaca o dominicano Girolamo Savanarola, representante tardio do puritanismo medieval. É notável o fato que Savanarola e Leonardo da Vinci tenham nascido no mesmo ano. Morria a Idade Média estrebuchando e nascia fulguramente o Renascimento.

Educado por seu avô, empedernido do moralista, o jovem Savanarola agiganta-se contra a corrupção da aristocracia e da Igreja. Para ele ter existido era absolutamente necessário o campo fértil da corrupção que permeou o início do Renascimento.

Imaginem só como Moro seria terrivelmente infeliz se não existisse corrupção para ser combatida. Todavia existe uma diferença essencial, apesar de muitas conformidades, entre o fanático dominicano e o juiz do Paraná – não há indícios de parcialidade nos registros históricos da exuberante vida de Savanarola, como aliás aponta o jovem Maquiavel, o mais fecundo pensador do Renascimento italiano.

É preciso, portanto, adicionar, um outro componente à constituição da personalidade de Moro – o sentimento aristocrático, isto é, a sensação, inconsciente por vezes, de que se é superior ao resto da humanidade e de que lhe é destinado um lugar de dominância sobre os demais, o que poderíamos chamar de “síndrome do escolhido”.

Essa convicção tem como consequência inexorável o postulado de que o plebeu que chega a status sociais elevados é um usurpador e, portanto, precisa ser caçado. O PT no poder está usurpando o legítimo poder da aristocracia, ou melhor, do PSDB.

A corrupção é quase que apenas um pretexto. Moro não percebe, em seu esquema fanático, que a sua justiça não é muito mais que intolerância moralista. E que por isso mesmo não tem como sobreviver, pois seus apoiadores do DEM e do PSDB não o tolerarão após a neutralização da ameaça que representa o PT.

Savanarola, após ter abalado o poder dos Médici em Florença, é atraído ardilosamente a Roma pelo papa Alexandre 6º, o Borgia, corrupto e libertino, que se beneficiara com o enfraquecimento da ameaçadora Florença.

Em Roma, Savanarola foi queimado. Cuidado Moro, o destino dos moralistas fanáticos é a fogueira. Só vai sobreviver enquanto Lula e o PT estiverem vivos e atuantes.
Ou seja, enquanto você e seus promotores forem úteis para a elite política brasileira, seja ela legitimamente aristocrática ou não.



No Brasil não basta ser idiota, é preciso ser idiota de verde e amarelo.

16 de Outubro de 2016, 14:22, por Daniel Miranda Soares

By Glauco Cortez

O Brasil vive uma revolução, uma revolução da ignorância, uma revolução ao avesso.

Na verdade, vivemos o ódio ao conhecimento e ao saber, como bem nos alerta Márcia Tilburi e Rubens Casara no artigo ‘Ódio à inteligência: sobre o anti-intelectualismo’.

O ódio ao PT (Partido dos Trabalhadores) foi só um pretexto. O que se odeia é a razão. Não é por acaso que alguns dos líderes dessa revolução são pastores fundamentalistas.

E fez sentido usar o ódio ao PT porque é um partido que disputa o poder. E mais, na origem, o PT se consolidou com uma união entre intelectuais e trabalhadores. Essa foi sua força inicial que aos poucos foi se perdendo pelo caminho.

Mas no plano mais abaixo da superfície, tudo que está relacionado ao conhecimento, ao saber, à reflexão, ao pensamento crítico deve ser odiado. Então, todos que usam a racionalidade para criticar os absurdos atuais do Brasil, o golpe, as rupturas constitucionais, são classificados como ‘petistas’. O ódio ao PT é a máscara para esconder o ódio à inteligência.

Para Tilburi e Casara, diversos exemplos de anti-intelectualismo podem ser observados na sociedade brasileira. “Desde a caricata presença do ator Alexandre Frota (menos pelo que ele é, mas sobretudo pelo que ele representa) como formulador de políticas públicas do Ministério da Educação ao projeto repleto de ideologia (e mais precisamente: da ideologia, de viés autoritário, da “negação do saber”) da “Escola sem partido”. Do silêncio em torno da exclusão de disciplinas (filosofia, sociologia, artes, etc.) do ensino médio (MP 746) à expressiva votação de candidatos que apostam no uso da força, em detrimento do conhecimento, como resposta aos mais variados problemas sociais. Do descaso com a educação (consagrado na PEC 241) ao tratamento conferido aos professores em todo Brasil”, relembram os autores do texto.

É uma revolução histórica. Queremos ser ignorantes, não queremos educação nem saúde.

Veja algumas peças recentes do Ministério Público e da própria polícia. Queriam investigar um tal ‘Mikhail Bakunin’ nas manifestações. Depois o MP queria prender Lula e citaram a dupla ‘Marx e Hegel’.

Mas toda essa loucura revolucionária só foi possível com o papel fundamental da grande mídia para alavancar o ódio à inteligência. Veja, Folha, Estadão, Época, Globo etc. Todos esses veículos contrataram, nos últimos anos, sempre um idiota para destilar o ódio e fomentar a ignorância. Em nome da ‘pluralidade’, insuflaram a estultice.

Eles ganharam força, viram que não estavam sozinhos, então o idiota saiu do armário.

O idiota gritou contra Paulo Freire sem nunca ter lido um livro do autor.

O idiota vestiu a camisa amarela de uma das organizações mais envolvidas em corrupção do planeta para bradar contra a corrupção.

O idiota pediu escola e saúde em nome de políticos que iriam destruir o que havia sido construído de educação e saúde.

Os idiotas pediram democraticamente uma ditadura.

No Brasil do ódio à inteligência, não basta ser idiota. É preciso ser um idiota de verde e amarelo.