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Blog do damirso

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Diálogos de Mr. X no filme JFK de Oliver Stone

27 de Julho de 2018, 20:16, por Daniel Miranda Soares - 0sem comentários ainda

QUEM MATOU O PRESIDENTE JFK ?  A MELHOR

RESPOSTA À ESTA PERGUNTA ESTÁ NO FILME

“JFK” DE OLIVER STONE – versão do diretor.

 

O filme é baseado no livro “On the trail of the assassins” deJim Garrison e “Crossfire: the plot that killed Kennedy” deJim Marrs. Em 22 de novembro de 1963, em Dallas oPresidente Kennedy foi assassinado. O governo anunciauma comissão para investigar o ocorrido em Dallas, chefiada pelo presidente da Suprema Corte, Earl Warren, para pôr fim a “muitas indagações do Texas e do Congresso”. A Comissão Warren foi criada para ocultar os fatos…. Três anos depois o promotor de New Orleans, Jim Garrison desconfia que as investigações estavam ocultando fatos reais….

 

A melhor parte do filme é quando o promotor se encontra com um tal de Mr. X, que explica com detalhes porquê o Presidente John Kennedy foi assassinado…. É um resumo de tudo.

 

ENCONTRO DE GARRISON COM MR. X.

Mr. X:….. tudo que direi é confidencial…. Não lhe darei meu nome e quem represento…. Fui soldado, lutei duas guerras…. Trabalhei no Pentágono com suprimentos de armas : aviões, balas, rifles que chamamos “Black Operations” …. Isto é, assassinatos, golpes de Estado, fraudes eleitorais, propagandas, guerra psicológica. Na Segunda Guerra, estive na Romênia, Grécia, Iugoslávia,. Ajudei a resgatar parte da inteligência nazista e os usávamos contra os comunistas. Na Itália, em 1948, roubamos as eleições. Em 49 na França, acabamos com as greves. Depusemos Quirino nas Filipinas, Arbenz na Guatemala, Mossadegh no Irã, Vietnã em 54, Indonésia em 58, Tibete em 59 expulsamos o Dalai Lama. Éramos bons. Muito bons. Daí nos envolvemos com Cuba. Não fomos muito bem. Preparamos uma invasão em outubro de 62 Khrushchev mandou mísseis e Kennedy não invadiu. Ficamos a ver navios. Muita gente se aborreceu, Sr. Garrison. Entende ? Vou voltar a esse ponto. Então em 1963, passei quase todo o mês de setembro trabalhando no plano de Kennedy em tirar o pessoal do Vietnã lá pelo final de 1965. Um dos planos concebidos pelo governo Kennedy o documento de Segurança Nacional 263 mandava de volta as primeiras mil tropas. Mas, em novembro, uma semana após o assassinato de Diem e duas antes do assassinato de Kennedy algo estranho me aconteceu…

 

Fui enviado pelo meu superior o qual chamávamos general Y para o Polo Sul. ….Estava voltando na Nova Zelândia, quando Kennedy foi morto. …. Oswald foi incriminado às 19:30 hs pelo assassinato de Tippit. Na Nova Zelândia eram 14 horas mas seus jornais já tinham a história toda daquele desconhecido Oswald. Foto de estúdio, biografia, sua vida na URSS e “temos certeza que agiu sozinho.”… apesar de levarem mais 4 horas para culparem-no pelo crime. Parecia que montavam uma fraude. Como costumávamos fazer. …...ao voltar me perguntei: “Por que eu, chefe de Operações Especiais fui enviado ao Polo Sul quando qualquer outro poderia ter ido ?” Imaginei que fosse porque um de meus deveres, em Washington seria o de enviar seguranças a Dallas…… descobri que alguém naquele dia ordenou à inteligência do 112º batalhão em São Houston para ficarem estacionados…. Acredito que seja um erro…..Mesmo se ele andasse em carro aberto colocaríamos no mínimo centenas de agentes na rua sem pensar…...Nunca permitiríamos janelas abertas na Dealey. Nossos atiradores cobririam a área e localizariam tudo. Observaríamos a multidão, pacotes, casacos, ninguém abriria um guarda-chuva. A limusine nunca andaria devagar ou entraria naquela curva fora de propósito . Teriam sentido a presença do Exército naquele dia. Mas nada disso ocorreu. Foram violados códigos básicos de proteção e essa é a melhor indicação de uma conspiração em Dallas. …..

 

Quem teria feito isso ? Gente da minha área. Nesse dia, havia agentes do Exército em Dallas não sei quem ou por que mas não protegiam clientes. Além disso, o Exército tinha a ficha completa de Lee Oswald. Essas fichas foram destruídas. Coisas estranhas aconteceram…. E Oswald nada teve com isso. …. O gabinete do Presidente estava no Extremo Oriente. Um terço da divisão de combate voava da Alemanha sobre os EUA no momento do crime. Às 12:34 hs , o sistema telefônico de Washington pifou durante uma hora. No avião que voltava a Washington informaram a Johnson por rádio que houvera um só assassino. … Coincidências Sr. Garrison ? Não por um momento. O gabinete estava fora de ação. As tropas estavam no ar. Os telefones, bloqueados, para deter as histórias indesejadas. Nada foi deixado ao acaso. ELE NÃO PODIA ESCAPAR VIVO... As coisas nunca mais foram as mesmas. …… O Vietnã começou para valer, havia uma atmosfera de encenação no Pentágono e na CIA. Nós sabíamos que a Comissão Warren era uma ficção. Mas havia algo mais profundo horrível. Eu conheci Allen Dulles. Era um de seus informantes. Por que logo ele investigaria a morte de Kennedy, o homem que o despediu ? Aliás, ele era conselheiro do General “Y”. Licenciei-me em 64. Renunciei ao meu posto.

 

Garrison: “não sabia que Kennedy era tão perigoso para o “establishment.” Foi por isso ? “

Mr. X: “é a verdadeira questão não é? Por quê ? “ O como e quem é só cenário para o público….. Oswald, Ruby, Cuba, a Máfia o distraem…. Evitando que a pergunta básica seja feita.: Por que Kennedy morreu ? Quem se beneficiou ? Quem tem o poder de ocultar ? Quem ?

 

Em 1961 logo após a Baía dos Porcos poucos sabiam que eu ajudara nos memorandos de Segurança em 55, 56 e 57. Esses documentos eram confidenciais. Neles, Kennedy diz ao general Lemnitzer, da Junta Militar que dali em diante a Junta seria totalmente responsável por todas as ações paramilitares em tempos de paz. Isso encerrava o reinado da CIA. “Estilhaçado em mil peças” como J.F.K. prometera. E agora ele exigia a ajuda dos militares. Isso era inédito!. Não imagina as reações que se deram nos corredores do poder. Além da demissão de Dulles , Richard Bissell e o general Charles Cabel. Todos figurões da inteligência desde a Segunda G. Guerra. Muitos se irritaram. As diretrizes de Kennedy não foram implementadas por causa da resistência burocrática. Mas um dos resultados foi que a Operação Cuba passara para o meu departamento como Operação Mangus. Foi serviço da “Operações”. Secretamente baseado no campus da universidade de Miami. Que tem a maior agência americana da CIA, com verbas anuais de centenas de milhões de dólares. Trezentos agentes,, 7000 cubanos treinados, 50 empresas de fachadas para lavagem de dinheiro. Lutavam ininterruptamente contra Fidel. Sabotagem industrial, queima de colheita, tudo. Tudo sob o comando do general Y. O que ele fez foi trazer os negócios escusos para cá. Agora ele tinha gente, bases, equipamentos e motivação. …. E não subestime os cortes de verbas exigidos por Kennedy em 63, Perto de 52 instalações militares em 25 estados e 21 bases ultramarinas. Muito dinheiro. Sabe quantos helicópteros foram perdidos no Vietnã ? Perto de 3 mil. A Bell os fabrica. Quem é o dono ? Ela estava quase a falência quando o Banco de Boston pediu à CIA para usá-los na Indochina. E o caça F-111 ? General Dynamics, de Fort Worth, Texas. Quem é o dono ?

 

A verba para a defesa, desde o Vietnã, chega a US$100 bilhões. Ainda será gasto o dobro. Em 1949 eram US$10 bilhões. Sem guerra, não há dinheiro. O princípio de organização de qualquer sociedade é para a guerra. A autoridade do Estado sobre a sociedade reside em seu poder de guerra. KENNEDY QUERIA O FIM DA GUERRA FRIA EM SEU 2º MANDATO. Parar com a corrida à Lua e colaborar com os russos. Assinou um tratado pelo fim dos testes nucleares. Negou-se a invadir Cuba em 62, e quis tirar os EUA da guerra do Vietnã. MAS TUDO TERMINOU EM 22 DE NOVEMBRO DE 1963. Desde 1961 sabiam que JFK não lutaria no Sudeste Asiático. Como César, estava cercado de inimigos. Todos sabiam de uma trama, mas não se sabiam quem. …...Há dinheiro em jogo. Muito dinheiro. US$100 Bilhões. ….. Não foi dito: “ele deve morrer.” Não houve votação ou notas. Não há ninguém para culpar. Tão antigo como a crucificação. Ou o pelotão de fuzilamento. Cinco balas, quatro de festim. Ninguém é culpado.. Todos na estrutura do poder. Tem negativas plausíveis. Não há ligações comprometedoras., exceto em assuntos secretos. Mas tem que dar certo.. Não importa quantos morram ou quanto custe. Os conspiradores devem vencer. E nunca se sujeitarem a qualquer processo. ISSO É GOLPE DE ESTADO. Kennnedy anuncia a viagem ao Texas em setembro. Nesse momento falsos Oswald aparecem em Dallas. Onde tiras e o prefeito são controlados. O Gen. Y envia os assassinos. Talvez da base da CIA da Grécia. Profissionais. Talvez fossem locais, cubanos ou a Máfia. Equipes separadas. Importa quem disparou de cima do prédio ? Parte do cenário. Fico pensado naquela terça, 26 de novembro um dia após o sepultamento de Kennedy….

Senhores, não permitirei que o Vietnã faça o mesmo que a China. Estou empenhado em não tirar os soldados de lá, pois temos negócios na Ásia. ….Lyndon Johnson assina o memorando de Segurança 273 que reverte a política de Kennedy. E aprova ações contra o Vietnã do Norte provocando o incidente de Tonkin. Se eu for eleito, darei a vocês a guerra. Aquele documento autorizou a Guerra do Vietnã.

 

Garrison: não acredito que ele foi morto porque quis mudar as coisas… em nosso tempo! Em nosso país!….

Mr. X: sempre fizeram isso. Reis são mortos. Política é poder, nada mais. Não se influencie por minhas palavras. Pense por si mesmo.

Garrison: a magnitude de tudo isso está além da minha compreensão.. Você testemunharia ?

Mr. X: eu? Testemunhar ? De forma alguma. Eu seria preso e silenciado. Talvez enviado a um hospício. Talvez pior. Você também. Posso lhe dar informações. Observe os eventos, tudo. Vá fundo. Você é o único promotor que abriu um processo. Isso é importante. É histórico.

Garrison: ainda não abri. Não tenho provas suficientes.

Mr. X: não tem mais escolhas. Você é uma grande ameaça para esta estrutura burocrática. Já teria matado. Mas a mídia o destacou. Tentarão agora destruir sua credibilidade. E já tem muitos nessa tarefa. Seja honesto. Sua única chance é abrir um processo. Qualquer coisa. Prenda. Perturbe-os. Busque uma reação em cadeia de depoimentos voluntários. O governo entrará em crise. Fundamentalmente as pessoas acreditam em você. E a verdade está do seu lado, amigo. Espero tê-lo ajudado. ….

 

 

EM JANEIRO DE 1961 EM SEU DISCURSO DE DESPEDIDA DO CARGO, O PRESIDENTE DWIGHT D. EISENHOWER JÁ DENUNCIAVA O GRANDE PODER DO COMPLEXO INDUSTRIAL MILITAR….SUA INFLUÊNCIA ECONÔMICA E POLÍTICA E ESPIRITUAL.…. Dizia: “temos que nos prevenir contra as injustificadas aquisições de influências, solicitadas ou não, pelo complexo industrial militar. Nunca devemos deixar que o peso dessa combinação ameace nossas liberdades e o processo democrático….”…. (imagens do ex-presidente Einsenhower citando estas frases aparecem no início do filme).

 

O filme de Oliver Stone põe a nu o extraordinário poder do complexo industrial militar. Um grande conglomerado de grandes corporações não só da indústria bélica mas também outras complementares e de serviços (bancos incluídos) com intricadas ligações com o governo americano, que possui um orçamento enorme e boa parte dele sigiloso e secreto que investe pesado em pesquisa e desenvolvimento além das compras de armas e serviços. Nada de mercado livre, o que existe é um mercado induzido com forte peso estatal, que vive de guerras e intrigas internacionais…. eles dominam o mundo “livre”, possuem grande influência internacional e hegemônica nas decisões dos países capitalistas e orientam os destinos dos investimentos neoliberais…. Aliás eles adoram o neoliberalismo… uma ideologia que disfarça suas reais intenções “com menos governo e mais mercado”, que na verdade se transforma em menos democracia e mais ditadura das grandes corporações. O capitalismo detesta a democracia, já dizia Noam Chomsky. O poder deste complexo citado, na verdade só promoveu derrubadas de regimes democráticas com apoio a ditaduras sangrentas em diversas partes do mundo, da América Latina, África, Oriente Médio e Ásia.

 

Daniel Miranda Soares é economista, ex-professor e mestre pela UFV.