Um dos primeiros produtos criados após os escândalos de espionagem revelados por Edward Snowden, há um ano, já está chegando às lojas europeias. Trata-se do Blackphone, smartphone que promete ser a prova de invasão e garante segurança total para as comunicações do usuário. Quem encomendou o aparelho também está começando a receber os exemplares.
É claro, não se trata de uma solução completa como o Galaxy S5, por exemplo. Rodando o PrivOS, uma versão altamente modificada do Android, o Blackphone traz aplicativos padrões para troca de mensagens, realização de ligações e acesso à internet de maneira criptografada, além de assinaturas de serviços como o Silent Circle, que adiciona uma camada de proteção adicional às comunicações.
Mais do que isso, o smartphone é o primeiro a chegar ao mercado com o processador Tegra 4i, da Nvidia, citado pela empresa como o single-chip de melhor performance do mercado atual. Adiado devido a problemas de fabricação e distribuição, o componente começa apenas agora a aparecer por aí, cerca de seis meses depois de sua previsão inicial de lançamento, custando US$ 629.
Na visão do Ars Technica, é justamente ele o principal responsável por fazer com que o Blackphone não deixe muito a dever aos principais celulares do mercado. Sua utilização é limitada, é claro, mas durante o uso, o celular não apresentou lentidão nem travamentos, um feito bastante impressionante para um sistema operacional altamente customizado e rodando diversas soluções de segurança em background.
Mas é em seu principal intuito que o Blackphone brilha. Durante a análise do veículo, os especialistas não foram capazes de hackear o dispositivo nem capturar as informações trocadas por ele em redes 3G ou Wi-Fi. A única comunicação detectada foi a conexão do aparelho aos servidores da Silent Circle, um aspecto que, por si só, não fornece informação alguma a possíveis espiões.
Apesar dessa proteção declarada, os fabricantes do Blackphone deixam claro que ele não é um aparelho “a prova da NSA”. Por mais que seus sistemas de segurança sejam mais arrojados que o usual e deem mais controle ao usuário, as técnicas da agência de segurança são bastante avançadas e, apesar de terem mais trabalho com o aparelho, elas podem sim acabar ultrapassando as barreiras e tendo acesso às informações.
Ainda assim, o que se observa aqui é o possível nascimento de um novo nicho de mercado, voltado para empresas que lidam constantemente com informações altamente confidenciais ou que sejam constante alvo de hackers. E é contra esse grupo que, sim, o Blackphone tem as melhores barreiras no mundo dos smartphones e pode constituir uma oferta bastante interessante no segmento corporativo.
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