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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Governo paulista vai expandir Acessa SP

28 de Junho de 2013, 12:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

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Davi Zaia, secretário estadual de Gestão Pública, anunciou na segunda-feira (24) a expansão do Acessa SP, programa de inclusão digital do estado de São Paulo, em encontro com monitores e autoridades. Unidades serão criadas em 80 municípios ainda sem telecentros do programa. Destas cidades, cinco ganharão Super Acessas, unidades regionais que concentrarão serviços e divisões físicas para cursos, salas de estudos e oficinas: Marilia, Mogi Mirim, Jaboticabal, São Vicente e Mococa.

Durante o evento foram assinados termos de cooperação técnica entre o Acessa SP, o Sebrae-SP e a Fundação Memorial da América Latina. Também foi apresentado o projeto que prevê a parceria do programa com o Banco do Povo Paulista. A cooperação entre o Acessa SP e o Sebrae-SP estabelece a capacitação de 2,6 milhões de usuários do sistema Acessa SP através de conteúdos específicos de empreendedorismo desenvolvidos pela instituição.

No total, serão oferecidos mais de 100 cartilhas sobre como montar um negócio e 41 cursos à distância, sendo 30 para pessoa jurídica e 11 para pessoa física, envolvendo diversas áreas de conhecimento, como finanças, marketing, administração e inovação. O conteúdo estará disponível nos sites do Sebrae-SP e do Acessa SP.

“A troca de informações entre Acessa SP e Sebrae-SP objetiva fortalecer a qualificação dos monitores e levar conhecimentos para futuros microempreendedores individuais e donos de microempresas”, explica o gerente do programa Acessa SP, Emilio Bizon Neto.

Para Bruno Caetano, o diretor superintendente do Sebrae-SP, a parceria é um importante passo para inserir a população no âmbito do empreendedorismo e da formalidade. “Os cursos ajudam as pessoas que têm interesse em empreender e também aquelas que já são donas do próprio negócio, mas querem melhorar a gestão da sua empresa. Hoje temos muitas empresas disputando a mesma clientela e é preciso ter um diferencial e saber oferecer as melhores opções”, explica ele.

Já o termo de cooperação assinado entre Acessa SP e a Fundação Memorial da América Latina garante o uso do espaço físico para a realização de capacitações e atividades do programa. “É um orgulho para nós sediar eventos deste nível. Enxergamos o Acessa SP como um instrumento fundamental para a democracia”, destaca João Batista Andrade, presidente da Fundação Memorial da América Latina.

Na ocasião, também foi apresentada a futura parceria entre Acessa SP e o Banco do Povo Paulista. “Queremos fortalecer a capacitação dos monitores, que são os maiores agentes disseminadores da notícia e os responsáveis por orientar os usuários em todos os serviços de créditos oferecidos”, disse o diretor executivo do Banco do Povo, Antônio Mendonça.

Com informações de ARede.



Europeus processam Facebook, Apple, Microsoft, Skype e Yahoo! por PRISM

28 de Junho de 2013, 11:50, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

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A organização não-governamental Europe-v-facebook, formada por estudantes austríacos, entrou com ações na Justiça da Irlanda, Luxemburgo e Alemanha contra Facebook e Apple, Skype e Microsoft, e Yahoo, respectivamente. Os processos pedem que as empresas sejam responsabilizadas por cederem aos Estados Unidos dados de cidadãos europeus.

Para a ONG, as empresas se aproveitam da legislação europeia para instalar subsidiárias e pagar menos impostos do que pagariam no país de origem (EUA). Mas, a partir do momento que se instalam no velho continente, devem se submeter às leis locais.http://www.revista.espiritolivre.org/wp-content/uploads/2013/06/10-06-2013_prism1-640×360.jpg

De acordo com as leis locais, as empresas são proibidas de exportar dados de cidadãos europeus a menos que possam garantir proteção aos dados no país estrangeiro. Segundo a Europe-v-Facebook, com a descoberta do PRISM, essas garantias deixaram de existir.

“É impossível haver um nível adequado de proteção se as empresas cooperam com a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos do outro lado da linha. Hoje, a exportação de dados para os EUA deve ser vista como ilegal, caso as companhias envolvidas não consigam provar que não participaram do PRISM”, diz Max Schrems, porta voz da organização. Ele dia ainda: “No final das contas, a pergunta crucial é se uma empresa europeia pode repassar dados para uma agência estrangeira de espionagem”.

A organização ressalta que, desde o vazamento de informação que havia o PRISM (programa que permitiria acesso irrestrito do governo aos dados dos usuários das empresas), nenhuma autoridade estatunidense se pronunciou negando sua existência. As empresas, nos EUA, também não podem se pronunciar a respeito, por estarem sujeitas à lei do país. No entanto, afirma a ONG, as subsidiárias não estão sujeitas à legislação dos EUA, o que permitiria um pronunciamento sobre o tema.

Com informações de ARede.



Índia lança programa para monitorar 120 milhões de internautas

28 de Junho de 2013, 11:45, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

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A Índia lançou um programa amplo de vigilância que dará às suas agências de segurança e até às autoridades tributárias a capacidade de ler e-mails e ouvir telefonemas sem supervisão direta dos tribunais ou do Legislativo, segundo diversas fontes.

A vigilância expandida, justificada pelo governo para salvaguardar a segurança nacional, alarmou os defensores da privacidade num momento em que denúncias sobre programas de monitoramento pelos EUA e pelo Reino Unido causam furor mundial.

“Se a Índia não deseja parecer um regime autoritário, precisa ser transparente sobre quem estará autorizado a recolher dados, que dados serão recolhidos, como os dados serão usados e como o direito à privacidade será protegido”, disse Cynthia Wong, pesquisadora sobre internet na Human Rights Watch.

O Sistema Central de Monitoração (SCM) foi anunciado em 2011, mas não houve debate público e pouco se sabe sobre como ele funcionará.

O governo começou a implementar o sistema discretamente, Estado por Estado, em abril deste ano, segundo funcionários.

Quando o processo estiver concluído, será possível vigiar os 900 milhões de assinantes de telefonia fixa e móvel e os 120 milhões de internautas do país.

K. S. Dhatwalia, porta-voz do Ministério do Interior indiano, disse que não tinha detalhes sobre o SCM.

Um importante funcionário do Ministério das Telecomunicações, no entanto, defendeu a necessidade de um sistema de escuta em larga escala como o SCM.

“Pode-se apanhar terroristas, impedir crimes. Vigilância é necessária. O sistema serve para proteger a vocês e ao país”, disse o funcionário, que esteve envolvido na implementação do projeto.

Alvos específicos

O novo sistema permitirá que o governo ouça e grave conversas telefônicas, leia e-mails e mensagens de texto, monitore posts no Facebook, Twitter e LinkedIn e acompanhe buscas no Google para alvos específicos.

Em 2012, a Índia enviou 4.750 pedidos de dados sobre usuários ao Google, o maior número atrás dos EUA.

As agências de segurança não precisarão mais de mandados judiciais para vigilância e tampouco dependerão, como acontece agora, das empresas para lhes dar acesso aos dados.

Servidores de interceptação de dados do governo estão sendo montados nas instalações de empresas privadas de telecomunicações.

Nove agências do governo indiano estarão autorizadas a realizar pedidos de interceptação, entre as quais o Serviço Central de Investigação (CBI), a mais importante agência de polícia do país.

Com informações de Observatório da Imprensa.



EUA afiam capacidade de filtrar dados

28 de Junho de 2013, 11:42, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

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Ao buscar novas formas de combater e caçar terroristas, a comunidade de inteligência dos Estados Unidos inaugurou parcerias com o Vale do Silício para expor os segredos do big data – todo o volume de registros telefônicos, e-mails e outros dados que se acumulou à medida que as comunicações digitais explodiram na última década. A revolução resultante na tecnologia dos softwares deu, pela primeira vez, aos espiões americanos a capacidade de monitorar as atividades e movimentos das pessoas em praticamente qualquer lugar do mundo, sem necessariamente observá-las ou escutar suas conversas.

Veio à tona neste mês que a NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) obteve secretamente os registros telefônicos de milhões de americanos e o acesso a e-mails, vídeos e outros dados de estrangeiros em poder de nove empresas americanas da internet. Isso oferece um raro vislumbre do crescente alcance da maior agência de espionagem dos EUA. O fato também alarmou o governo: em 8 de junho, Shawn Turner, porta-voz do diretor de Inteligência Nacional, disse que “a NSA registrou um boletim de ocorrência” sobre os vazamentos.

Um documento da NSA, supostamente vazado ao jornal britânico The Guardian por um ex-prestador de serviços da agência chamado Edward Snowden, mostrou um “mapa global de calor” que parecia representar o volume de dados colhido pela NSA. Ele mostrava que, em março de 2013, havia 97 bilhões de informações recolhidas de redes no mundo todo. Cerca de 14% estavam no Irã, muita coisa era do Paquistão e cerca de 3% vinham de dentro dos EUA.

Privacidade e liberdades civis

Com pouco debate público, o governo dos EUA tem despejado bilhões de dólares na agência ao longo da última década, construindo uma fortaleza de 93 mil m2 em Utah aparentemente para armazenar indefinidamente enormes volumes de dados pessoais. A NSA criou estações de interceptação em todo o país, segundo ex-funcionários da iniciativa privada e do setor de inteligência, e ajudou a montar um dos mais velozes computadores do mundo para decifrar os códigos que protegem as informações.

“Há cinco anos, eles ainda não tinham a capacidade de monitorar um volume significativo de tráfego na internet”, disse Herbert Lin, especialista em ciência da computação e telecomunicações no Conselho Nacional de Pesquisas. Agora, disse ele, parece que “eles estão se aproximando desse objetivo”.

A capacidade da agência para garimpar dados sobre quem está ligando ou mandando e-mails torna menos importantes as escutas telefônicas, segundo especialistas. Mas esse acesso aos dados desperta questões perturbadoras sobre a privacidade e as liberdades civis. A União Americana das Liberdades Civis abriu em 11 de junho uma ação judicial contra o governo Obama, pedindo a um juiz de Nova York que interrompa a coleta de dados domésticos e expurgue os arquivos.

90% dos dados foram criados nos últimos dois anos

“As leis e políticas americanas veem o conteúdo das comunicações como o que deve ser preservado, mas isso hoje é retrógrado”, disse Marc Rotenberg, diretor-executivo do Centro de Informação da Privacidade Eletrônica, de Washington. “A informação associada às comunicações hoje é, com frequência, mais significativa do que as comunicações em si. As pessoas garimpam de dados sabem disso.”

A legislação americana restringe os grampos telefônicos e a bisbilhotagem do conteúdo das comunicações de cidadãos americanos, mas oferece pouquíssima proteção para os dados digitais emitidos pelo telefone quando uma ligação é feita.

Graças aos smartphones, aos tablets, às redes sociais, aos e-mails e a outras comunicações digitais, o mundo cria 2,5 quintilhões de bytes de novos dados diariamente, segundo a IBM. A empresa estima que 90% dos dados que hoje existem no mundo foram criados apenas nos últimos dois anos. De agora até 2020, o universo digital deverá duplicar a cada dois anos, segundo a empresa International Data Corporation.

Preocupações constitucionais

Ao mesmo tempo, houve um rápido avanço na capacidade de filtrar a informação.

Meros quatro dados acerca da localização e do momento de uma ligação por celular bastam, segundo estudo publicado na Nature, para identificar o autor da chamada em 95% das vezes. “Podemos encontrar todos os tipos de correlações e padrões”, disse um cientista de computação do governo que falou sob a condição de anonimato. “Tremendos avanços vêm ocorrendo.”

Quando o presidente George W. Bush iniciou secretamente o programa da NSA que realizava escutas telefônicas, em outubro de 2001, para observar telefonemas internacionais e e-mails de cidadãos americanos sem autorização judicial, o programa veio acompanhado por operações de garimpagem de dados em grande escala. Essas atividades secretas levaram, em março de 2004, a um confronto entre funcionários da Casa Branca de Bush e um grupo de altos funcionários do Departamento de Justiça e do FBI.

Advogados do Departamento de Justiça que estavam dispostos a manter os grampos sem mandado judicial argumentavam que a garimpagem de dados motivava preocupações constitucionais ainda maiores. Em 2003, após a revelação de que o Pentágono tinha um plano para criar uma operação de garimpagem de dados, protestos forçaram o governo Bush a recuar.

O poder da inteligência artificial

Mas, desde então, as operações de garimpagem de dados por parte da comunidade de inteligência têm crescido enormemente, segundo especialistas.

“Cada vez mais, serviços como Google e Facebook se tornaram imensos repositórios centrais de informação”, disse Dan Auerbach, analista da Fundação Fronteira Eletrônica. “Isso criou uma pilha de dados que é um alvo incrivelmente atraente para agências legais e de inteligência.”

As agências de espionagem, há muito tempo, estão entre os clientes que mais exigem avanços na informática e na coleta de dados – ainda mais nos últimos anos.

Em 2006, o governo Bush estabeleceu um programa para acelerar o desenvolvimento de tecnologias relativas à inteligência. Watson, da IBM, tecnologia de supercomputação que derrotou campeões humanos do “Jeopardy!” [programa de perguntas a respostas] na televisão em 2011, é um ótimo exemplo do poder da inteligência artificial com uso intensivo de dados. A informática no estilo Watson poderia observar padrões de comportamento suspeito na internet.

Limites constitucionais a buscas e apreensões

A NSA e a CIA (Agência Central de Inteligência) estão testando o Watson nos últimos dois anos, segundo um consultor que assessorou o governo e pediu para não ser identificado por não estar autorizado a falar.

Especialistas do setor dizem que as agências legais e de inteligência também usam uma nova tecnologia, chamada trilaterização, que permite monitorar a localização de um indivíduo. “É o Grande Irmão ao extremo”, disse Alex Fielding, especialista em data centers.

Além de abrir o data center de Utah, o que supostamente está previsto para este ano, a NSA ampliou secretamente seu acesso a dados de comunicações dentro dos Estados Unidos, segundo denunciantes. Nada do que foi revelado nos últimos dias sugere que os espiões da NSA tenham violado a lei americana.

Em 7 de junho, o presidente Barack Obama defendeu a coleta de dados pela agência. “Ninguém escutou o conteúdo do telefonema das pessoas”, afirmou ele.

Rotenberg, referindo-se aos limites constitucionais a buscas e apreensões, disse que “é um pouco fantasioso achar que o governo pode apreender muita informação sem implicar os interesses dos cidadãos americanos na Quarta Emenda”.

Com informações de Observatório da Imprensa.



Tudo ao mesmo tempo agora na rede

28 de Junho de 2013, 11:32, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

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A população conectada no mundo – 2,7 bilhões de pessoas – passa, todos os meses, mais de 35 bilhões de horas na internet. Isso equivale, segundo cálculos do site Go-Gulf.com baseados em consultorias como comScore Data Mine e Pew Research, a 3 milhões, 995 mil e 433 anos (3.995.433 anos!!). A questão é: como os usuários sentem a percepção desse tempo?

A cada ano que passa, ouvimos mais a expressão: “puxa, esse ano está voando mais que o anterior”. E, quando dizemos “vou dar só uma olhadinha no Facebook”, acabamos ficando horas na web sem nos darmos conta.

Nicholas Carr, autor do livro O que a internet está fazendo com nossos cérebros, disse num artigo recente no site Edge.org estar preocupado com a aceleração do tempo atual, pois a tecnologia da informação estaria nos colocando na velocidade “warp” de Jornada nas estrelas. “Estou ciente de que minha própria percepção de tempo foi alterada pela tecnologia. Se eu usar um computador ou conexão web um pouco mais lentos que os meus, mesmo que por questão de segundos, acho a espera quase intolerável. Antes, nunca tinha estado tão consciente (e perturbado) pela passagem de meros segundos”, escreve Carr.

Especialistas corroboram esse tipo de experiência. E não é de agora que a sensação de urgência despertada pela vida ubiquamente on-line recebeu atenção de cientistas. Um estudo do Departamento de Ciência e Tecnologia da Universidade de Hong Kong já estudava em 2004 o efeito de diferentes cores em indicadores de downloads no monitor sobre a percepção de tempo dos usuários, enquanto o antropólogo dinamarquês Andreas Lloyd escreveu na Universidade de Manchester, em 2005, que as tecnologias de informação e comunicação, ao mesmo tempo que nos liberaram dos “ritmos e tempo sincronizado da sociedade”, diluíram as fronteiras entre horas de trabalho e de lazer. Pouco antes da virada do século XXI, a fabricante suíça de relógios Swatch sintetizou o sentido geral de urgência conectada criando o “Internet Time”, horário bizarro que substitui as 24 horas de um dia por 1.000 “beats” de internet, cada um com duração de 1,264 minuto.

– O mundo virou mais rápido. O tempo digital é mais veloz que o nosso tempo cronológico. E isso muda tudo – diz a psicóloga Luciana Nunes, do instituto Psicoinfo. – A velocidade é uma coisa importante e cada vez mais exigida no mundo mobile. E é parte dessa velocidade digital a necessidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Como ver novela e estar on-line num celular ou tablet.

Ação contraposta à reflexão

É justamente essa demanda multitarefa que aparentemente nos “rouba” o tempo. Mas essa é uma falsa sensação, de acordo com Junia de Vilhena, coordenadora do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa e Intervenção Social e professora do Departamento de Psicologia da PUC-Rio.

– O tempo da contemporaneidade é o tempo da ação, que não vem acompanhada da meditação ou da reflexão – define Junia. – E a percepção de que “nunca dá tempo” na verdade é uma consequência de que a gente mesmo não “faz” o tempo.

Segundo a professora, é impossível dar conta de todas as demandas, responder a todas as solicitações. Essa ansiedade nos leva achar que estamos sempre “perdendo” alguma coisa.

– É preciso ter uma certa disciplina, e optar por às vezes frustrar o outro, ser capaz de fazê-lo perceber que “não, não estou disponível para você as 24 horas do dia” – afirma.

Segundo analistas, o tempo da geração Y é diferente do tempo da anterior, até porque a vida urbana contemporânea tem outro ritmo hoje, mais vertiginoso.

De acordo com a psicóloga Luciana Nunes, a rapidez do mundo digital se faz presente até nas mais corriqueiras lidas diárias.

– Por exemplo: na escola, não adianta o professor passar uma tarefa de casa para a próxima semana. Os jovens precisam de desafios. Em vez de mandar tarefa de casa gigantesca, eu peço: em meia hora, as respostas das questões dois e três – conta.

Gargalo de processamento humano

A adaptação muito rápida a novos intervalos de tempo nos levou a uma espécie de sensação de estranhamento com o tempo. O psicólogo André Mascioli Cravo, professor adjunto da Universidade Federal do ABC, em São Paulo, e doutor em neurofisiologia, opina que, como na internet quase tudo é instantâneo, nos desacostumamos a esperar pelas coisas.

– E tentar fazer tudo ao mesmo tempo tem um efeito na atenção, pois há um gargalo, um limite em nossa capacidade de processar informação – diz Cravo.

Se a informação na internet nos é útil e conveniente, por outro lado a sensação de perda de tempo também é a tradução de que vamos deixando de lado o tempo para pensar, para o ócio, o tempo para se estar consigo mesmo, diz Junia de Vilhena.

– O tempo em que ficamos no espaço virtual é uma coisa; mas é outro o tempo de encontrar concretamente alguém, ao vivo, e olhar em seus olhos – sentencia.

Já Luciana Nunes indica que as novas percepções de tempo podem augurar as transformações anunciadas pela novíssima sociedade pós-industrial.

– A educação mudou, a economia mudou, a comunicação mudou. Com isso tudo, as relações se transformaram. Quando as relações mudam, muda a cultura, e a cultura é a base da história. Então, no fim das contas, estamos mudando a história – resume.

Com informações de Observatório da Imprensa.