Sabemos que a velocidade média de internet banda larga no Brasil apresenta um dos níveis mais baixos do mundo. A diferença pode chegar a sete vezes meno que a velocidade de outros países, como é o caso da Coreia do Sul, onde as médias de conexão variam entre 22 Mbps e 25 Mbps. De olho nessa qualidade, o governo brasileiro vai buscar ajuda dos sul-coreanos para acelerar a adoção de tecnologias digitais no país e, consequentemente, aumentar as velocidades de rede.
Durante o Seminário Internacional Brasil 100% Digital, em Brasília, as duas nações assinam nesta quinta-feira (23) um acordo que visa incentivar a transferência de tecnologias entre empresas, universidades e institutos de pesquisas dos dois países. E ambos têm muito o que trocar entre si: de um lado, a Coreia do Sul é o berço de grandes empresas do cenário tecnológico, como LG e Samsung; do outro, o Brasil tem a oferecer a escala de adoção de novas tecnologias produzidas por essas corporações.
De acordo com Virgílio de Almeia, secretário de política do acordo, o Brasil é o sexto maior mercado de tecnologia da informação do mundo, com milhões de consumidores e aplicações próprias como a urna eletrônica usada nas eleições e a possibilidade de declarar o imposto de renda pela internet. Além do acordo com a Coreia do Sul, o secretário afirma que a Samsung fechará outra parceria com a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadoras (Anprotec), que reúne os grandes parques tecnológicos brasileiros.
“[O país] tem um ambiente de redes muito avançado, além de aplicações muito desenvolvidas. O que a gente vê é que vários países avançaram e integraram essas aplicações. Temos visto que cada vez mais a possibilidade de usar essas tecnologias para oferecer novos serviços e as demandas da sociedade são algo em que o Brasil tem de investir e tem de explorar mais”, destacou Almeida.
A partir das discussões expostas na conferência, o governo brasileiro pretende impulsionar a implantação de serviços públicos conectados. A ideia é lançar mão dos instrumentos já existentes para facilitar a migração do governo rumo ao mundo digital. Isso pode incluir um programa de startups para serviços do governo e usar os certificados de software nacional para empurrar o desenvolvimento de aplicações que venham a ser comprados pelo governo.
Um outro projeto baseado nos moldes de internet de outros países, em especial o da Coreia do Sul, é a expansão do Banda Larga para Todos, uma das promessas de campanha da presidenta Dilma Rousseff. O objetivo principal é universalizar a web no território nacional e elevar a velocidade das conexões brasileiras, passando dos atuais 2,9 Mbps para 25 Mbps, média de conexão do país asiático. Os planos do governo incluem um investimento de aproximadamente R$ 50 bilhões, que seria dividido entre o governo e as operadoras de telefonia móvel.
Com informações de G1 e Canaltech.