O Brasil começou o ano de 2015 com os dois pés nos freios da economia. O Boletim Focus, preparado pelo Banco Central, estima que a expansão da economia, em 2016, deverá ser de 0,9% e que, este ano, ela deve encolher 1,35%.
Como resultado desta retração — somado à alta do dólar e à inflação, que ameaça retornar com força, atingindo itens essenciais para a vida das pessoas e também para o mercado corporativo — teremos pela frente aumentos de luz, água, combustíveis, telefone e outros.
Se a crise ameaça as empresas de um lado, de outro a capacidade de sobrevivência exige inovação e, nesse sentido, a Tecnologia da Informação é uma aliada importante. O mercado já percebeu isso, tanto que, de acordo com uma pesquisa realizada pela Abranet (Associação Brasileira de Internet), entre 2012 e 2014, as empresas de telecomunicações, serviços de TI e prestação de serviços de comunicação viram seu faturamento crescer de R$ 96,4 bilhões para R$ 144,7 bilhões no período, o que representa quase 2% do faturamento de todas as empresas brasileiras.
Por trás da frieza dos números há uma tendência clara: apertadas pela crise e por mercados cada vez mais competitivos, as empresas brasileiras estão recorrendo à tecnologia para reduzir custos sem causar prejuízos na produtividade e qualidade de seus produtos e serviços. E isso inclui o uso de certas tecnologia em diversas frentes. Uma delas é a disponibilidade de dados, que garante que as informações e sistemas da companhia estarão protegidos e no ar sempre que necessário — o que pode ser 24 horas por dia, principalmente para os negócios modernos.
Não se trata apenas de fazer o backup e recuperar dados, que por si só já seriam benefícios bem interessantes. Mas a disponibilidade vai além e trata de prevenir falhas e evitar grandes prejuízos — tanto econômicos como de reputação — garantindo que aplicações e sistemas estejam sempre atualizados e operacionais. É possível imaginar o que pode causar um sistema de notas fiscais eletrônicas fora do ar? Ou ainda uma loja online indisponível por algumas horas? Ou um ERP desligado durante um dia ou dois? De acordo com a pesquisa Veeam Data Center Availability Report 2014, realizada com 760 CIOs, as empresas sofrem mais de R$ 7 milhões em prejuízos anuais por períodos de inatividade e perda de dados com suas soluções de backup legado. Outros números interessantes do estudo mostram que:
- 81% das empresas estão envolvidas na modernização do data center para atingir as crescentes demandas de acesso 24 horas, 7 dias por semana, a serviços e aplicativos de TI, e para capacitar o Always-On Business (negócios em operação constante);
- 90% das empresas buscam minimizar períodos de inatividade e garantir o acesso aos dados;
Hoje, empresas avançadas estão buscando oportunidades de investimentos em tecnologias, já que a TI permite que as organizações não apenas reduzam custos operacionais, mas mudem a maneira que elas operam. Por exemplo, a loja de artigos esportivos Netshoes, que começou com lojas físicas e, em 2007, decidiu entrar total e exclusivamente para o e-commerce. Agora, a Netshoes é um dos comércios eletrônicos que mais cresce no Brasil e que expandiu também para a Argentina e México, e a empresa investe constantemente em novas tecnologias. E se não tivesse apostado nelas para realizar as vendas 24 horas por dia, muito provavelmente não teria crescido como cresceu. Outro exemplo é o Itaú Unibanco, que recentemente inaugurou um novo data center em Mogi Mirim, São Paulo. O investimento na área de 815 mil metros quadrados não foi baixo — R$ 3,3 bilhões no total —, mas as tecnologias avançadas vão permitir que o banco aumente a capacidade de processamento e armazenamento das operações em 25 vezes, o que garante o suporte aos negócios da empresa até 2050.
Aqui os números e exemplos dão uma demonstração prática do quanto a disponibilidade vem ganhando importância dentro das corporações. E é preciso ficar cada vez mais claro para as organizações que, para combater a crise econômica e garantir a sobrevivência no mercado, é necessário usar as tecnologias certas a favor da inovação, da resolução de problemas e de serviços mais eficientes capazes de gerar mais oportunidades de negócio. Ignorar o fato de que tais tecnologias existem e que podem até ter um custo acessível afeta a produtividade e, consequentemente, o valor econômico da empresa, especialmente em momentos difíceis de crise e mudanças. Em um mercado global e online, o Always-On Business não é mais uma opção, mas uma obrigação.
*Ricardo Apud é Country Manager da Veeam Software para o Brasil
Fonte: Canaltech