O empreendedor e fundador da Tesla Motors, Elon Musk, continua sua empreitada de inovação, que agora inclui uma iniciativa sem fins lucrativos para o desenvolvimento de uma inteligência artificial (IA) pública e focada em desenvolver patentes sem royalties para uso aberto, apelidada de OpenAI.
O projeto foi anunciado nesta segunda-feira (21) e inclui uma lista de investidores e entusiastas de tecnologia, como o cofundador do LinkedIn, Reid Hoffman; o cofundador do PayPal, Peter Thiel; a Amazon Web Services; além da fundadora da aceleradora Y Combinator (YC), Jessica Livingston, e também do CEO da empresa, Sam Altman – que será codiretor da OpenAI ao lado de Musk. Juntos, os membros do time deverão investir mais de um bilhão de dólares na iniciativa no decorrer dos próximos anos.
O projeto deverá funcionar como um laboratório de pesquisa independente sobre inteligência artificial, na tentativa de contra-balancear iniciativas de empresas gigantes como Google, Apple e Facebook e evitar que elas dominem completamente o setor de IA. Para isso, a organização já está recrutando talentos da área, como o pesquisador Ilya Sutskever, ex-Google envolvido com um grupo de estudos do cientista inglês pioneiro em redes neurais, Geoffrey Hinton.
Em entrevista ao Backchannel, Musk afirmou que já vinha se preocupando com os avanços em IA há algum tempo, questionando se ela seria desenvolvida para realmente beneficiar o mundo. Ao lado dos outros fundadores do projeto, o empreendedor chegou a conclusão que a melhor forma de garantir isso acontecerá seria através de um projeto sem fins lucrativos ou obrigações para maximizar lucros.
Segundo o executivo, a OpenAI deverá focar no desenvolvimento de uma IA segura e que funcionará como uma extensão do usuário, para ser utilizada de forma semelhante a nossa relação atual com aplicativos de smartphones, por exemplo. No início, a iniciativa será gerenciada por Musk e Altman pessoalmente, mas a ideia é que um time de fiscalização seja criado para garantir que o desenvolvimento da OpenAI seja feita de forma segura. De acordo com Musk, qualquer sinal de que alguma coisa pode dar errado também será comunicado publicamente.
Apesar de promissora, a OpenAI ainda pode estar longe de dar seus primeiros frutos. O projeto da organização será iniciado do zero, com um time de apenas oito pesquisadores, e deverá continuar com “cara de laboratório de pequisa durante muito tempo”, como explicou Altman ao Backchannel.
A vantagem é que pessoas de fora do projeto também poderão contribuir com o desenvolvimento, já que o desenvolvimento será completamente aberto e sem contratos de confidencialidade. A ideia é que outras empresas também entreguem dados voluntariamente para ajudar a tornar a OpenAI mais inteligente – entre elas, poderão estar dados da montadora Tesla e da Space X de Elon Musk.
Com informações de Backchannel (via Medium) e Canaltech.