Ao que tudo indica, um dos projetos mais ambiciosos da história do Facebook foi colocado na geladeira. De acordo com o site The Information, a rede social desistiu de construir e lançar um satélite espacial para fornecer internet em regiões pobres do planeta. O custo total do programa seria de aproximadamente US$ 1 bilhão.
Foi justamente o valor elevado da fabricação dos equipamentos que teria levado a companhia a abandonar o projeto. Segundo o relato de uma fonte familiarizada com o assunto, a empresa não desistiu de expandir seus planos em levar web para todos. O que teria mudado é que, em vez de construir um satélite próprio, Mark Zuckerberg teria optado por alugar satélites de outras entidades ou firmar parcerias com organizações do ramo para tocar a ideia.
Não está claro se a decisão do Facebook em abandonar os satélites, que não foi confirmada oficialmente, atinge apenas esse tipo de aparelho, uma vez que o próprio Zuckerberg declarou abertamente em algumas entrevistas que sua empresa avalia diversos tipos de tecnologia para ampliar o projeto Internet.org.
No site do projeto, é possível ler a descrição de que o Facebook “está explorando várias tecnologias, incluindo aeronaves de grande altitude e autonomia, satélites e lasers” para levar internet para outros locais do planeta.
Uma dessas tecnologias são os drones. Em uma participação no Mobile World Congress 2015, em Barcelona, na Espanha, o executivo disse que considera o uso desses dispositivos, mas reconheceu que, apesar de chamar a atenção das pessoas, eles ainda são muito limitados e estão na “margem” do que a companhia quer realmente criar. Lembrando que a rede social já desenvolveu alguns modelos de drones, sendo estes equivalentes a um Boeing 737 (com envergadura de cerca de 30 metros), podendo voar durante meses a uma altitude de cerca de 18 quilômetros.
O Internet.org é um projeto elaborado pelo Facebook que visa oferecer internet de graça em regiões carentes ou com pouca acessibilidade de rede. O programa, que está em processo de expansão aqui no Brasil, tem sido duramente criticado por entidades e especialistas que acusam a rede social de promover a chamada neutralidade de rede. Além disso, ativistas alegam que a iniciativa cria uma web “de duas camadas”, em que as pessoas mais pobres do mundo só vão ser capazes de acessar um conjunto limitado de sites inseguros e serviços.
Em todo caso, o Facebook não seria a única empresa a cogitar o uso de satélites para ampliar o acesso à rede. No começo deste ano, o Google investiu US$ 1 bilhão na SpaceX, empresa privada de exploração espacial do bilionário Elon Musk, com o mesmo objetivo: usar satélites para fornecer internet a regiões isoladas. No entanto, a gigante das buscas parece ter voltado seus investimentos ao Project Loon, que tem o mesmo fim, mas utilizando balões.
Com informações de The Information, The Next Web e Canaltech.