O Tor é um serviço que foi projetado para manter o anonimato dos usuários na internet, mas no início do ano passado ele foi comprometido. Agora, a organização sem fins lucrativos Tor Project, que desenvolveu e mantém o software, acredita que a culpa foi do FBI.
O grupo alega que a plataforma foi hackeada pelo órgão americano com a ajuda de pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, que supostamente receberam US $ 1 milhão do Departamento Federal de Investigação pelo seu trabalho.
“Aparentemente, esses pesquisadores foram pagos pelo FBI para atacar usuários de serviços escondidos numa ampla varredura e depois peneirar seus dados para encontrar pessoas a quem eles poderiam acusar de crimes”, declarou o diretor do Tor Project, Roger Dingledine.
As suspeitas contra o FBI foram estimuladas por documentos utilizados pelo governo norte-americano no caso Silk Road, o mercado negro online que operava por meio da rede Tor. Brian Richard “DoctorClu” Farrell, um dos membros da versão 2.0 do Silk Road, foi acusado de estar diretamente ligado com a segunda versão do serviço e ele foi identificado graças a informações obtidas por “um instituto de pesquisas universitário”.
No mandado de busca usado para vasculhar a casa de Farrell em janeiro de 2015, o agente especial responsável pelo caso disse que uma fonte confiável do FBI teria conseguido endereços de IP relacionados a serviços ocultos, como o Silk Road 2.0, no TOR entre janeiro e julho de 2014 – época que coincide com o comprometimento do sistema.
Em declarações à revista Wired, a Carnegie Mellon disse que o Tor Project não tem provas para suas acusações. “Eu gostaria de ver a comprovação de sua reivindicação”, disse um assessor de imprensa do Instituto de Engenharia de Software da Universidade. “Eu não estou ciente de nenhum pagamento”, disse.
Com informações de Wired e Canaltech.