O Google, mais uma vez, está na mira do governo. A Federação de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) anunciou o início de uma investigação sobre as práticas relacionadas ao sistema operacional Android, mais especificamente, sobre possíveis restrições no acesso à plataforma por meio de terceiros, para privilegiar aplicativos nativos.
É um inquérito semelhante ao que já está em andamento na Europa, e foi aberto pela federação de comércio do Velho Continente em resposta às reclamações de Microsoft e Nokia. Por lá, as empresas solicitam ajuda no que afirmam ser um monopólio, já que o Android tem o Google como dispositivo de busca padrão e abre automaticamente apps como o Gmail e o Mapas para as respectivas aplicações, não dando espaço para rivais como o Outlook e o Here.
O processo de investigação começou no Departamento de Justiça americano, de forma que poderia evoluir até mesmo para um processo legal, mas acabou sendo assumido pela FTC devido às suspeitas de monopólio. Como o Android concentra mais de 50% do market share de smartphones em operação, o trabalho é da alçada da federação, que vai avaliar se a situação está fora do aceitável.
É aqui, por sinal, que deve estar o grande nó da questão. Ao contrário do que aconteceu com o Windows, por exemplo, um dos casos de monopólio mais lembrados do mundo da tecnologia, os usuários de smartphones possuem soluções plenamente acessíveis no mercado. É o caso, por exemplo, de aparelhos com iOS, Windows Phone ou BlackBerry. A existência de tais dispositivos lado a lado nas prateleiras pode acabar derrubando o caso como um todo.
Por outro lado, especialistas apontam para a existência de dois processos semelhantes em duas partes diferentes do mundo. Caso as federações regionais cheguem a conclusões diferentes, toda a questão pode acabar tomando um escopo maior ainda, além de abrir um precedente para novas investigações.
Por enquanto, Google e FTC não se pronunciaram sobre o assunto. A investigação, como sempre, corre em segredo, assim como os nomes responsáveis por iniciar as reclamações sobre o caso nos Estados Unidos.
Com informações de Bloomberg e Canaltech.