Uma vulnerabilidade descoberta recentemente em uma popular biblioteca de código aberto foi divulgada e agora ela vem sendo utilizada por invasores para espionar o tráfego criptografado de mais de 25 mil aplicativos para iOS.
A vulnerabilidade é resultado de uma falha na validação dos nomes de domínios dos certificados digitais na biblioteca AFNetworking, que é usada por diversos desenvolvedores de aplicativos para iOS e Mac OS X para implementar comunicações web – incluindo conexões HTTPS, conhecidas por oferecer maior segurança.
A falha permite que os cibercriminosos interceptem o tráfego HTTPS entre uma aplicação vulnerável e um serviço web e o decifrem com a ajuda de um certificado digital falso, que direciona para um domínio diferente do estipulado. Esse tipo de ataque pode acontecer por meio de redes Wi-Fi inseguras (geralmente públicas), pela invasão de roteadores ou por meio de outros métodos.
A empresa SourceDNA, que monitora o uso de componentes de terceiros em aplicativos móveis, alertou que mais de 25 mil aplicações para iOS são potencialmente vulneráveis a esses ataques, pois elas usam a AFNetworking 2.5.2 ou versões ainda mais antigas da biblioteca. A vulnerabilidade foi corrigida na versão 2.5.3 da biblioteca, lançada no dia 20 de abril.
Essa falha foi divulgada para os desenvolvedores que utilizam a biblioteca no dia 27 de março, apenas um dia após uma falha diferente que também afetada conexões HTTPS ter sido descoberta. Essa primeira vulnerabilidade usava o AFNetworking 2.5.1, lançado em fevereiro, e afetou mil em cada 100 mil aplicativos.
A SourceDNA oferece um serviço online chamado Searchlight para que os usuários verifiquem manualmente se os aplicativos instalados em seus dispositivos equipados com o sistema operacional móvel da Apple estão vulneráveis. De acordo com pesquisas realizadas no site, aplicativos desenvolvidos por grandes empresas como Microsoft, Yahoo! e Google estão vulneráveis a falha.
Além disso, a página de consulta também indica que aplicativos dos bancos Bradesco e Itaú estão vulneráveis. O Bradesco esclarece que está atualizando todas as versões dos apps que utilizam a AFNetworking, mas que “o ambiente transacional de seus apps é seguro e não é vulnerável”. Já o Itaú “esclarece que seus aplicativos móveis não são vulneráveis a esse risco”.
Com informações de PCWorld, G1 e Canaltech.