O RapidShare já foi o serviço de compartilhamento de arquivos mais popular da web. Hoje, a coisa é bem diferente: deixado de lado diante de várias ofertas de armazenamento, a plataforma vai deixar de funcionar no dia 31 de março, com todas as contas automaticamente desligadas. As informações são do Venture Beat.
Fundando em maio de 2002, o RapidShare foi um serviço de hospedagem de arquivos que cresceu rapidamente num ambiente em que era difícil encontrar um serviço de armazenamento tão simples, com apenas um clique, e com capacidade para trocar conteúdo em larga escala. Foi um dos programas mais populares do início do compartilhamento em larga escala e muito utilizado pelos primeiros usuários digitais.
Em 2009, o site afirmou ter cerca de 10 petabytes de arquivos enviados para seus servidores. No ano seguinte, os visitantes mensais chegavam às centenas de milhões e o RapidShare era uma das 50 páginas mais populares de todo o mundo.
O anúncio sobre o encerramento das atividades não explica as razões pelas quais o RapidShare será desligado. A empresa não tem um blog ativo e nada foi postado em sua página do Facebook desde janeiro de 2014. A conta do Twiiter também não contem informações desde dezembro de 2013.
Contudo, não é difícil imaginar o que teria causado seu fim. O aumento da concorrência dos serviços de armazenamento em nuvem é, provavelmente, a maior razão de seu encerramento. Por mais que o RapidShare não tenha limites de tamanho para upload ou download, é impossível baixar grandes arquivos simultâneos se o usuário não tiver uma assinatura premium.
Além disso, o RapidShare sofreu com problemas legais entre 2007 e 2012. Assim como outros serviços semelhantes da época, o site não facilitou a remoção e busca de material ilegal e protegido por direitos autorais quando solicitado. Tribunais ao redor do mundo consideraram que a plataforma era responsável pelas ações dos usuários, mais precisamente a pirataria. Alguns atribuíram essa culpa aos clientes que trocaram esses arquivos, entretanto, a questão nunca teve uma unanimidade.
Nos últimos anos, o RapidShare se esforçou para cooperar com a indústria de entretenimento e até houve uma tentativa de reposicionar o conceito e a marca da empresa, como um serviço de armazenamento de nuvem pessoal. Mas a tentativa talvez tenha vindo tarde demais, pois sua base de usuários já havia caído drasticamente. E isso, claro, afetou a receita do site, que deixou de ser tão rentável como antes.
Encerrar as atividades foi então a única saída para o serviço que fez a festa dos adeptos à pirataria nesses anos todos. Os clientes que ainda possuem as contas Standard Plus (que custam € 49,99 por mês) e os da assinaturas Premium (€ 99,99 ao mês) podem utilizar os serviços até o dia 28 de fevereiro. Em março, todo serão desativados. A recomendação da empresa é que os usuários façam backup dos dados, no prazo do comunicado até as próximas sete semanas. A partir de abril, nada mais poderá ser recuperado.
Com informações do Venture Beat e Canaltech.