O estudo TIC Domicílios, que está em sua 10ª edição, revelou o avanço do uso dos smartphones para acessar a internet. O relatório foi divulgado nesta terça-feira (15) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR.
A TIC Domicílios realizou a pesquisa em mais de 19 mil domicílios brasileiros entre outubro de 2014 e março deste ano. O principal objetivo foi fazer a medição do uso das tecnologias da informação e da comunicação nas residências do Brasil, além do acesso individual a computadores e à internet, e atividades desenvolvidas na rede.
De acordo com o levantamento, somente no Brasil, 47% dos usuários com 10 anos ou mais relataram usar a internet pelo aparelho celular no ano passado, o que representa 81,5 milhões de pessoas. O crescimento aconteceu em todas as classes sociais, mas o resultado do estudo ainda reflete desigualdade no País, pois os menores patamares foram encontrados nas áreas rurais e, principalmente, nas regiões norte e nordeste.
O acesso à internet via redes móveis mais do que triplicou nos últimos três anos. Em 2011, a proporção de internautas nas redes sociais em dispositivos mobile era de 15% e em 2014 chegou a 47%.
A pesquisa também descobriu quais são os dispositivos mais utilizados para fazer esse acesso. Em primeiro lugar está o smartphone com 76%, seguido do computador de mesa (54%), notebooks (46%) e tablet (22%). Cerca de 85% dos usuários da internet pelo celular ainda dizem que se conectam diariamente ou quase todos os dias.
São cerca de 50% dos domicílios brasileiros que possuem computador, de acordo com a TIC, mas o dispositivo que apresentou maior crescimento foi o notebook, estando presente em 60% das residências. Em relação aos tablets, o número é um pouco menor, sendo de apenas 33%. A pesquisa também mediu pela primeira vez a disponibilidade de redes sem fio nas casas e constatou que mais da metade dos domicílios, 66%, possui acesso Wi-Fi.
Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br, diz que é possível perceber um cenário de múltiplos dispositivos tecnológicos presentes na vida dos brasileiros e afirma que isso indica uma tendência à portabilidade e à mobilidade. “Esta combinação traz implicações para as atividades e para a frequência de uso da Internet pelo cidadão e, possivelmente, contribui para que os dispositivos sejam cada vez mais utilizados de forma individual”, completa.
Em 2014, a proporção de domicílios com acesso à internet foi registrada com 50%, correspondendo a 32,3 milhões de residências. O estudo também registra a desigualdade, mostrando que na classe A 92% das casas possuem internet, enquanto que na classe B esse número é de 82% e na classe C de 48%. Já nas classes D e E a proporção é de apenas 14%. Em áreas urbanas, o número chega a 54%, enquanto que nas áreas rurais é de somente 22%.
“Mesmo com o crescimento da internet móvel, o Brasil ainda encontra desafios para a universalização do acesso à internet no domicílio. A série histórica da TIC Domicílios tem mostrado a permanência da desigualdade no acesso, fato que precisa ser observado em sua complexidade pelos gestores públicos para a reversão deste quadro”, comenta Barbosa.
Ainda de acordo com a pesquisa TIC Domicílios de 2014, existem 94,2 milhões de usuários brasileiros com mais de 10 anos que são usuários de internet. Entre as atividades mais realizadas por eles está o envio de mensagens instantâneas, como WhatsApp, Messenger ou Skype, com 83%. Já 76% destes internautas preferem participar de redes sociais e 58% assistir a filmes e vídeos.
Os indicadores podem ser vistos aqui e Canaltech.