Edward Snowden está asilado em Moscou, na Rússia, desde 2013, mas isso não impediu que ele “viesse” aos Estados Unidos e chegasse perto de membros do exército norte-americano durante a CES 2016. Pelo menos, virtualmente, já que o delator responsável pela detonação de um escândalo de espionagem que ainda tem seus efeitos sobre a opinião pública e o governo dos EUA apareceu durante uma demonstração do robô de telepresença Beam.
A tecnologia é voltada para que pessoas à distância possam se locomover por uma sala e conversar diretamente com os membros presentes nela. E, como forma de mostrar exatamente como é possível trazer para perto alguém que está longe, a fabricante Suitable Technologies contou com a presença de Snowden, que não deixou de aproveitar a oportunidade para cutucar mais uma vez as autoridades.
Segundo ele, o mundo precisa de tecnologias como esta para que a liberdade de expressão seja cada vez mais protegida. Chamando o Beam de “poderoso”, Snowden provocou o governo dos Estados Unidos afirmando que o FBI não pode prender um robô. Tudo isso a meros metros do estande do exército norte-americano, que também foi a CES 2016 para exibir suas novidades no campo da inovação.
Apesar de se mostrar empolgado com algumas novidades apresentadas durante a feira, Snowden afirmou que as fabricantes precisam levar a segurança e a privacidade de seus usuários à sério. Para ele, na hora de inovar, muitas companhias acabam deixando tais fatores de lado, pensando primeiro na forma e depois em como proteger as informações dos clientes.
Durante sua apresentação, a Suitable Technologies também evidenciou que, além de permitir a presença de pessoas que estão à distância, o Beam pode servir para auxiliar na ressocialização de deficientes físicos, principalmente daqueles que estão presos à cama. A empresa diz estar trabalhando em um sistema que permite utilizar sinais cerebrais para mover o equipamento, dando um pouco mais de autonomia e liberdade, mesmo que virtualmente, para quem se encontra nesse tipo de situação.
Com informações de The Guardian e Canaltech.