O poder judiciário da Suécia decidiu em novo julgamento que manterá a detenção à revelia de Julian Assange. Segundo a corte de Estocolmo, responsável pelo caso, o fundador do WikiLeaks ainda deve respostas no que se refere ao processo em que é acusado de estuprar duas mulheres em 2010. “Julian Assange ainda será detido, por suspeita de estupro”, arguiu o tribunal – em tradução livre do site The Register, já que ainda não há uma tradução oficial para o inglês.
Ainda segundo a corte, o mandado de prisão deve ser mantido por conta de “a evasão [de Assange] representar um risco substancial”. O julgamento também menciona o parecer da organização contra crimes arbitrários da ONU (Organização das Nações Unidas), que concluiu em favor de Assange. Para o tribunal, a natureza dos crimes investigados supera quaisquer “intrusões ou lesões” que precederam a prisão, de maneira que a detenção in absentia deve ser mantida.
“Em nossa opinião, o interesse público pela continuidade da investigação ainda tem peso”, concluiu a justiça sueca. O tribunal também fez saber que “os esforços para conduzir uma entrevista e para obter amostras de DNA continuam, embora nós ainda estejamos à espera de uma resposta ao pedido de assistência legal encaminhado ao Equador em março de 2016”.
A decisão foi endossada pela procuradora do Ministério Público, Marianne Ny. Segundo ela, “a corte compartilha a nossa visão de que a continuidade da detenção está em conformidade com o princípio da proporcionalidade”.
“Fale com o meu gato”
Julian Assange, por sua vez, se absteve de um comentário direto, preferindo, antes, enviar um “porta-voz”: o seu gato de estimação, identificado em conta de Twitter própria como @embassycat. “Furioso com a Suécia pela subversão dos direitos do meu humano”, teria dito o gatinho, obviamente entediado em uma foto bocejante – e com um texto cheio de trocadilhos com a palavra “fur” (peludo, em inglês).
Julian Assange se encontra desde junho de 2012 na embaixada do Equador em Londres, onde obteve asilo político – passando a viver em um escritório convertido em apartamento. O abrigo foi buscado como forma de evitar uma possível extradição para os EUA, onde Assange teria que responder sobre o vazamento de centenas de milhares de documentos por meio do site WikiLeaks.
Com informações de The Register e Canaltech.