Imagine um laboratório para você pôr em prática ideias e projetos, onde se compartilhe conhecimentos e o foco não seja necessariamente a construção de algo comercializável.
Com programação fixa de atividades, porém aberto a utilização criativa do ambiente e do tempo, conforme os interesses dos frequentadores que montam, desmontam e transformam velhos aparelhos eletrônicos em máquinas inéditas.
Esta é uma descrição resumida das possibilidades de um Hackerspace e engana-se quem pensa que esse tipo de espaço reúne apenas entendidos em eletrônica e programação.
Em Florianópolis, o Tarrafa Hacker Clube está completando dois anos. A localização é o pavilhinho do bloco da Arquitetura na UFSC, sala com o número 42 na porta (referência ao Mochileiro das Galáxias). Começou sem local fixo para os encontros dos participantes e foi crescendo em palestras e eventos promovidos pela turma, como a favorito de mentes criativas e experimentadores de técnicas , em português . O termo maker significa autor, criador, e pode ser empregado na substituição do termo hacker, utilizado muitas vezes para designar invasores mal intencionados de softwares de computador. É um equívoco considerar que todos os hackers utilizam os conhecimentos para atos criminosos. Gilberto Gil, cantor e ex ministro da cultura, declarou em entrevista durante a gestão no ministério: “Trabalho inspirado pela ética hacker. Uma ética de doação permanente da capacidade e do trabalho para o diálogo enriquecedor com todas as outras formas de linguagem. Uma ética de criação coletiva, de solidariedade”.
Na agenda semanal do Hacker Clube florianopolitano constam atividades de corte e costura, programação em softwares livres, engenharia reversa arduíno e há planos de reservar um dia para a criação de stêncil e estamparia de roupas. “Nosso objetivo é aproximar as pessoas da tecnologia ou de algum projeto que elas queiram executar, o Tarrafa sempre teve essa proposta. Ninguém precisa vir pra cá exclusivamente para fazer o que está programado para aquele momento. Por exemplo, o Piteco está ali agora costurando”, explica Maykon Chagas, participante do coletivo. Lucas Luedels Espírito Santo, o Piteco, é desenhista e, no momento em que conversamos com Maykon, recarrega o carretel interno de uma das máquinas de costura.
Como outros hackerspaces, o Tarrafa Hacker Clube é mantido por associados, interessados e quem quiser chegar.
Há um sensor de presença na porta da sala que muda o status no tarrafa.net/wiki sempre que tem alguém no espaço.
Para discussões e atualização da agenda de atividades semanais, além de reuniões periódicas, o Tarrafa mantém um grupo de emails e uma fanpage no Facebook.
Com informações Ganesha.org.br.
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