O Tor Project, grupo por trás do desenvolvimento do Tor, um software de código aberto que visa garantir o anonimato e a privacidade de quem utiliza a internet, lançou nesta semana uma campanha de financiamento coletivo para receber doações de pessoas comuns de várias partes do mundo.
O projeto tem como principal garota-propaganda a cineasta e jornalista Laura Poitras, que, junto de Glenn Greenwald, foi responsável por divulgar ao mundo as denúncias feitas por Edward Snowden em 2013. Snowden, um ex-analista de sistemas da CIA, revelou um enorme esquema de espionagem na internet por parte do governo dos Estados Unidos.
“Edward Snowden não teria condições de me contatar sem o Tor e outros projetos de softwares livres de criptografia”, revela Poitras. “Jornalistas precisam do Tor para proteger suas fontes e para pesquisar livremente. Ele é uma ferramenta essencial e precisa do seu apoio”, complementa a cineasta responsável pelo filme Citizenfour, premiado documentário sobre a luta de Snowden.
Quem se interessar pela causa pode fazer uma doação única ou mensal de qualquer valor. Basta acessar a página de doação, escolher com quantos dólares você pretende apoiar o Tor Project e realizar o pagamento. Apesar de não deixar isso claro, a razão pela qual o Tor Project procura ampliar e variar a sua base de financiamento não envolve apenas a vontade ampliar o alcance de suas ferramentas, mas também a necessidade de ampliar sua base de contribuição.
Atualmente, o maior contribuidor do projeto é justamente o governo dos Estados Unidos. E mesmo com tanto apoio, instituições governamentais dos EUA costumeiramente se envolvem em controvérsias com o Tor, como o suposto pagamento de US$ 1 milhão de dólares feito pelo FBI a pesquisadores de uma universidade que conseguiram desmontar as ferramentas de anonimato presentes no navegador do Tor — o que foi negado pela instituição.
Com informações de Tor Project e Canaltech.