Nesta quarta-feira (12), o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo participou de um seminário de políticas de TICs promovido pelo Ministério das Comunicações no qual comentou o futuro da universalização da internet no Brasil. O tema, proposto pela presidente Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral, tem um custo estimado em R$ 50 bilhões para que possa ser posto em prática no país.
O custo maior é para a implementação de fibra ótica nos municípios brasileiros, onde atualmente 47% deles já possui a infraestrutura necessária, informa o site Convergência Digital. “O Brasil tem dificuldades enormes para universalizar a banda larga em quatro anos, mas é factível. Para levar fibras a mais de 90% dos municípios estamos estimando em R$ 10 bilhões. Outros R$ 40 bilhões se a fibra chegar a 45% dos domicílios”, explicou o ministro.
O objetivo é que este valor não seja arcado exclusivamente pelo governo, mas por meio de uma parceria com o setor privado. “A ideia é fazer leilões reversos, contratando aquele que pedir menos subsídios”, afirmou o ministro. As empresas ainda teriam a possibilidade posterior de explorar a rede de fibra ótica após construírem a estrutura, um mecanismo de participação que já acontece com o programa Cidades Digitais do Minicom, por exemplo. Segundo os ministros, os leilões podem ser realizados em meados de 2015.
Mesmo com o investimento de R$ 50 bilhões, não é possível afirmar que a universalização da internet no Brasil fará com que todos tenham acesso à rede. “É importante frisar que universalizar não significa que 100% das pessoas estarão conectadas, porque nem a TV aberta faz isso. Imagino que já se pode começar a falar em universalização quando esse percentual de acesso estiver na faixa dos 90%”.
A nova política de universalização, que recebeu o nome de Banda Larga Para Todos, segue algumas medidas que já vêm sendo discutidas pela Anatel no novo Plano Geral de Metas de Universalização, que pretende obrigar as concessionárias a implantar fibra ótica nos municípios que ainda não contam com a infraestrutura.
Atualmente, a proposta da agência reguladora está em consulta pública e prevê usar a “dívida” das concessionárias para que elas realizem a implantação da fibra. “O ideal é fazer combinado com o PGMU. Tem que ser integrado. Não faz sentido duplicar esforços”, defendeu Paulo Bernardo.
Telecentros
Ainda durante o evento que o ministro participou foram apresentados os dados da pesquisa sobre telecentros públicos de internet realizada em 2013 com a consulta de 5.012 desses espaços. Ao todo, o país possui 9.514 telecentros, dos quais 78% em funcionamento, segundo informações do blog Mundo Bit.
Nos locais sem funcionamento, as principais causas eram a falta de instalação de computadores (22%) e a falta de assistência técnica (19%). Daqueles em operação, 94% têm monitores para auxiliar os visitantes e 72% oferecem cursos de informática e de internet, além de 74% deles possuírem serviço de impressão. O ministro comemorou os dados e afirmou que são nesses espaços que as pessoas aprendem a usar a rede.
Entre os telecentros pesquisados, 26% estavam localizados em escolas, 24% em prefeituras e 19% em bibliotecas. A conexão também varia: 39% via satélite, 27%, via linha telefônica, 24%, via cabo e 17% via rádio. Os usuários também avaliaram a qualidade da conexão: 12% a consideram ótima e 38% aceitável.
Entre os usuários que frequentam os telecentros, 53% afirmaram que é o principal local de acesso à internet. O uso também foi questionado e 69% dos usuários afirmaram que utilizam o telecentro para pesquisas escolares, 53% para troca de e-mails e 50% para busca de informações sobre serviços.