Parece que o WhatsApp está realmente incomodado com o avanço do Telegram em seu império das conversas instantâneas. Por mais que o concorrente ainda não tenha ameaçado a liderança no segmento dos mensageiros e nem tenha o mesmo apelo, o aplicativo decidiu se proteger antes que isso aconteça e passou a impedir a exibição de links que levem os usuários ao serviço rival, exibindo-os como se fossem mensagens comuns.
Isso faz com que as pessoas interessadas tenham de copiar e colar o texto no navegar ao invés de apenas clicar sobre o endereço, como acontece com qualquer outro endereço. Assim, ao criar esse empecilho, o WhatsApp dificulta a vida de quem poderia migrar para o Telegram e se blinda contra uma eventual evasão de público. Afinal, quem tem paciência para ficar copiando e colando — ou pior, digitando! — a URL de uma página quando é muito mais fácil apenas tocar sobre ela?
O bloqueio foi descoberto por alguns usuários do fórum Reddit, que estranharam o fato do link ter sido enviado como se fosse uma mensagem qualquer. A partir disso, eles perceberam que isso é algo que só acontece na versão para Android do WhatsApp. Tanto no iOS quanto na versão web da plataforma, os endereços continuam sendo exibidos normalmente e podem ser acessados pela própria conversa.
Além disso, segundo os membros do Reddit, essa artimanha do WhatsApp é algo recente e só começou a acontecer após o lançamento da versão 2.12.327 do app, liberada recentemente na Play Store. O curioso é que a barreira ao Telegram é tão grande que até mesmo links não relacionados ao aplicativo são desabilitados, como o endereço telegram.com, referente a um jornal norte-americano.
As razões para o bloqueio não foram reveladas, mas é sempre bom lembrar que o WhatsApp pertence ao Facebook e a empresa de Mark Zuckerberg já adotou estratégias semelhantes no passado com outros serviços, incluindo o Tsu.co, a rede social que pagava os usuários pelo conteúdo publicado. No entanto, essa é a primeira vez que vemos isso acontecer no app de bate-papo — o que prova que velhos hábitos não mudam nunca.
Com informações de The Verge, The Next Web e Canaltech.