Os ânimos andam acalorados entre o WikiLeaks e o Twitter. A organização transnacional sem fins lucrativos que publica documentos e informações confidenciais de governos e empresas está acusando a rede de microblogging de praticar uma espécie de “feudalismo virtual” por ter banido o jornalista Milo Yiannopoulos depois de ele ter publicado ofensas direcionadas a Leslie Jones, atriz de Caça-Fantasmas que vem sofrendo racismo e misoginia na rede.
De acordo com a rede social, Yiannopoulos foi banido para sempre da plataforma por “incitar ou praticar abuso ou assédio contra outros” depois da atriz começar a denunciar mensagens de ódio que vinha recebendo pelo Twitter. Jack Dorsey, CEO da rede social, respondeu à WikiLeaks explicando que “nós não banimos pessoas por expressar seus pensamentos, mas incitar abuso direcionado a pessoas, no entanto, não é permitido”.
Ainda assim, a WikiLeaks não voltou atrás e acusou a rede social de mirar seu “raio censor” em celebridades, não costumando ter o mesmo cuidado com pessoas comuns, que estão fora dos holofotes da mídia. Contudo, o Twitter afirma que a decisão de banir o jornalista foi tomada porque seu perfil já havia sido denunciado antes e, portanto, seria um caso de má conduta reincidente. Ainda assim, muitos usuários acreditam que a melhor postura a tomar seria a criação de ferramentas que coibissem atitudes violentas na rede, em vez de simplesmente censurar e banir pessoas. E Dorsey concorda com a WikiLeaks nesse aspecto, respondendo com a informação de que “estamos trabalhando nisso”.
A WikiLeaks chegou a comparar a decisão do Twitter de banir usuários com as prisões em massa que aconteceram na Turquia – país que vem enfrentando um golpe militar violento. Na sequência, a organização ameaçou desenvolver uma alternativa própria ao Twitter. “Nós iremos criar um serviço rival se [o Twitter] continuar [banindo usuários], porque a WikiLeaks e nossos apoiadores estão ameaçados em um espaço cuja justiça é feudal”, disse a organização em um tweet em meio ao fogo cruzado.