A Wikipedia é, sem dúvida, um dos sites mais acessados da internet em todo o mundo, disponível em dezenas de idiomas e com milhões de acessos todos os dias. Mas, para um dos administradores da rede, a falta de cobertura da imprensa faz com que até mesmo seus usuários mais fieis desconheçam o caráter real da Wikimedia Foundation, além de dificultar as campanhas de arrecadação de fundos que mantêm a plataforma em funcionamento.
O texto escrito por Robert Fernandez tem como principal argumento um ranking do Alexa que mostra a Wikipedia na sétima colocação em número de textos publicados no jornal The New York Times. A posição pode parecer ótima, assim como o número de artigos, 50, mas basta olhar os que estão no topo do ranking para entender a disparidade. A Amazon, em sexto lugar, tem 635 reportagens publicadas, enquanto o Google, que lidera o levantamento, tem 1052.
O editor considera a cobertura inadequada para o tamanho e influência da Wikipedia. Além disso, compara a abordagem dada à plataforma como a de um país estrangeiro e exótico, que os jornalistas não sabem como funciona e nem fazem questão de descobrir. Ele ressalta que há histórias a serem contadas também dentro da fundação, além de programas interessantes que poderiam receber mais atenção, e não estão. O motivo por trás disso, porém, não é especulado por Fernandez.
A resposta, porém, veio por meio de um artigo do site The Next Web e elucida essa questão. Para a jornalista Amanda Connolly, trata-se de uma falta de contato da própria Wikipedia com a imprensa. Na visão dela, a fundação espera que os repórteres descubram as coisas por si só, aparentemente, e não aposta em relações públicas de forma consistente para fazer com que suas ações e iniciativas realmente cheguem ao público.
Ela admite que a enciclopédia livre recebe menos atenção do que deveria, principalmente levando em conta a influência que possui na vida de milhões de usuários da internet. Mas colocar a culpa única e exclusivamente na imprensa, porém, não cola. “Nós amamos você, Wikipedia – se algo está acontecendo aí, com certeza queremos saber”, conclui a repórter.
Com informações de Wikimedia Foundation, The Next Web e Canaltech.