Linus Torvalds não acredita que inteligência artificial seja uma ameaça
июля 10, 2015 0:44Recentemente, alguns profissionais da tecnologia manifestaram seu medo sobre a inteligência artificial. Stephen Hawking, famoso físico britânico, por exemplo, comentou que ela pode causar o fim da humanidade. O bilionário empresário Elon Musk concorda com a mesma teoria e ainda compara a IA com uma “invocação do demônio”.
Porém, para Linus Torvalds, criador do sistema operacional Linux, esse medo não passa de uma preocupação sem sentido. Em entrevista, o empresário falou sobre suas expectativas para o futuro das pesquisas sobre redes neurais e inteligência artificial e defendeu que não será criada uma superinteligência como a Skynet, mas sim uma série de inteligências artificiais com o objetivo de desempenhar tarefas específicas.
Ele ainda espera uma versão maior e melhor da inteligência artificial direcionada no lugar de algo tão parecido com o ser humano. “Reconhecimento de linguagens, reconhecimento de padrões, coisas assim. Mas não consigo imaginar uma situação na qual você tem uma crise existencial porque seu lava-louças começa a discutir Sartre”, afirmou.
Quando questionado sobre a “singularidade”, evento futuro no qual a inteligência dos computadores vai superar a inteligência humana depois de uma “explosão tecnológica”, Linus diz que não passa de ficção científica. “Crescimento exponencial infinito? Que drogas essas pessoas usam?”, indaga.
Com informações de Slashdot e Canaltech.
Android recebe 5 mil códigos maliciosos por dia
июля 10, 2015 0:41De acordo com dados divulgados pela G Data Software AG, cerca de 5 mil novas amostas de programas malware para Android foram detectados diariamente nos três primeiros meses de 2015. No total, foram mais de 440 mil softwares maliciosos detectados no período. Em média, os especialistas registraram um novo código malicioso a cada 18 segundos, em sua maioria projetados para roubar dinheiro. A previsão é que para o resto deste ano o número de novas ameaças cresça significativamente.
Os dados mostram que os cibercriminosos estão adaptando suas maneiras de atuação, utilizando ameaças para uma nova era de compras e operações financeiras feitas a partir de dispositivos móveis. Segundo a G Data, mais de 50% dos programas maliciosos para o sistema móvel do Google têm motivação exclusivamente econômica.
Os criminosos digitais aproveitam as inscrições online a serviços de chamadas ou SMS Premium para poderem realizar chantagens por meio de ransomware, software malicioso que restringe o usuário de acessar o sistema infectado, cobrando um valor de “resgate” para que esse acesso possa ser novamente estabelecido. Além disso, eles utilizam desse meio para interceptar dados durante processos de transferência de dinheiro.
Segundo o relatório, a indústria do cibercrime tem a intenção de colocar em circulação malwares especificamente projetados para atacarem o Android devido à sua consolidação como sistema operacional predominante no mercado mundial. Sendo assim, é crescente a quantidade de dispositivos inteligentes sujeitos a ataques, incluindo carros, refrigeradoras, relógios, entre outros equipados com Android.
Os especialistas que coletam os dados estão se deparando todos os dias com mais vulnerabilidades de segurança em novos equipamentos conectados. Em muitos dos casos, os dispositivos são controlados com tablets e smartphones. Assim, a probabilidade de novos ataques aumenta e eles podem ser utilizados como vetor de infecção em outros dispositivos hiperconectados.
Com informações da EBC.
“Estoque” de endereços IPv4 está acabando na América do Norte
июля 7, 2015 19:30A América do Norte se uniu a outros territórios mundiais, nesta semana, como parte da lista de regiões que estão com estoque limitados de endereços IPv4. A ARIN (American Registry for Internet Numbers), entidade responsável por liberar tais blocos para organizações que precisam deles, revelou que, pela primeira vez, teve que negar um grande pedido realizado devido ao fato de que não existiam números suficientes para preenchê-los.
Dessa maneira, a entidade tomou duas atitudes. A primeira foi a abertura de uma lista de espera onde os interessados em utilizar a tecnologia IPv4 poderão se cadastrar para aguardar a liberação de novos blocos. Além disso, está pedindo que as empresas realizem pedidos menores, uma vez que o inventário de endereços ainda não chegou ao fim, mas se torna cada vez mais limitado, o que acaba dificultando a tarefa.
Além disso, a ARIN pede que as corporações considerem utilizar a tecnologia IPv6, mais moderna e adequada para os padrões de hoje, e com um espaço de endereços muito maior. Enquanto o IPv4 possui “apenas” 4,3 bilhões de combinações possíveis, a versão mais atual do protocolo comporta 430 trilhões de formas.
Bem em breve, porém, a organização acredita que isso deixará de ser uma recomendação para se tornar uma necessidade. Outras regiões, como a América Latina, a Ásia e a Europa, já entraram em um regime semelhante em relação aos endereços IPv4 – alguns funcionam desta maneira desde 2011 – e a chegada da Internet das Coisas somente fará aumentar a procura pelo protocolo, tornando o uso do IPv6 não apenas uma alternativa, mas sim, a única escolha.
Trocando em miúdos, as siglas estão relacionadas ao protocolo de internet necessário para que as máquinas conectadas na rede possam trocar informações entre si. O IPv6, além de ser um sucessor para a tecnologia que está em funcionamento desde os primórdios, também permite uma expansão maior e melhor em qualidade de serviços como voz sobre IP e streaming. O acesso mobile também é melhorado por uma maior velocidade de transmissão, algo que também é bastante importante quando se pensa na Internet das Coisas.
Tais características, consideradas necessárias para o avanço da tecnologia, levaram até mesmo governos a implantarem metas de aplicação. Os Estados Unidos, por exemplo, obrigam todas as suas agências a darem suporte ao IPv6 desde 2008, uma iniciativa que também existe em outros países do mundo. Enquanto isso, o uso do IPv4 também se tornou uma boa fonte de renda para as agências de regulação, com a venda de endereços não utilizados gerando bastante fundos para os cofres públicos, uma ideia que já foi aplicada no Reino Unido, por exemplo.
Com informações de V3 e Canaltech.
EUA espionaram Dilma Rousseff e alto escalão do governo brasileiro
июля 7, 2015 19:24Novos documentos vazados pelo WikiLeaks revelaram que o governo dos EUA espionou ativamente a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, além de outros membros de seu gabinete, durante seus primeiros anos no poder. 29 telefones teriam sido grampeados como parte de um “programa de monitoramento de governos estrangeiros”, que seria realizado de forma cotidiana pela agência americana.
A lista revela, por exemplo, que o telefone por satélite instalado no avião presidencial – e uma das principais formas de contato usadas pela presidente durante os voos – está entre os grampeados. Além disso, constam ali nomes como Antonio Palocci (que na época era chefe da Casa Civil), o ex-subsecretário geral de Meio Ambiente Washington Luiz Alberto Figueiredo, Nelson Barbosa, que atuava como secretário executivo do Ministério da Fazenda, e José Elito Siqueira, que era ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, além de assessores do PT e também assistentes pessoais de Dilma.
Telefones do palácio presidencial, inclusive alguns que davam acesso direto à presidente, também foram grampeados, além de números do Banco Central do Brasil e de outros gabinetes do governo. Celulares pessoais e embaixadas brasileiras em países como Alemanha, Suíça, França e Estados Unidos também estão na lista de grampos.
Para o WikiLeaks, mais do que uma operação contra membros-chave do governo brasileiro, trata-se de uma campanha de espionagem econômica. A ideia de que a gestão da economia e da diplomacia nacionais foram alvos mostram uma ação com diferentes objetivos e uma flagrante quebra da soberania e das relações diplomáticas entre os dois países.
Todos os números eram considerados “alvos prioritários”, o que significa que eles tinham preferência na análise de dados e composição de relatórios em meio às diversas operações de espionagem que estavam em curso. A partir das informações dos grampos, a NSA teria composto relatórios sobre negociações com instituições financeiras, políticas macroeconômicas, orçamentos e contratos internacionais. Tais documentos, porém, não foram divulgados.
As revelações foram feitas em parceria com empresas de mídia do Brasil, além do The Intercept, publicação online focada na defesa de liberdades individuais e que tem como um de seus editores o jornalista Glenn Greenwald. Ele esteve envolvido, recentemente, no escândalo de espionagem detonado pelo ex-analista Edward Snowden, que também revelou grampos e ações da NSA contra governos e os próprios cidadãos americanos.
Foi justamente esse caso que levou, em 2013, ao cancelamento de uma visita oficial de Dilma aos Estados Unidos, após a revelação dos primeiros indícios de espionagem contra o governo brasileiro. Nesta semana, ela visitou o presidente Barack Obama pela primeira vez desde então, e brincou com o fato, afirmando que, a partir de agora, ele poderia telefonar para ela sempre que quisesse saber algo sobre o Brasil.
A visita teria servido, justamente, como uma prova de que o escândalo entre os dois países já foi deixado para trás, uma afirmação que foi ecoada pelo ministro da Comunicação Social, Edinho Silva. Segundo ele, mesmo com a revelação dos novos grampos, os episódios de espionagem já estão superados.
Com informações de WikiLeaks, G1, Agência Pública e Canaltech.
“Valeu a pena ser preso pelo Pirate Bay”, diz cofundador do site
июля 7, 2015 19:20Os últimos dez meses de Fredrik Neij, um dos fundadores do Pirate Bay, foi bem diferente da intensa vida digital que ele viveu na última década. O sueco foi uma das primeiras pessoas a serem condenadas à prisão pelo crime de quebra de direitos autorais, uma pena que ele cumpriu em seu país natal, a Suécia, em um complexo penitenciário de segurança média. Para ele, valeu a pena ser preso pelo site de torrents.
Em entrevista, ele afirma saber que a ideia do serviço, que serviu e continua servindo à comunidade online por tantos anos, representa muito para bastante gente. Isso e a quantidade surpreendente de correspondência de “fãs” com mensagens de apoio durante o tempo em que ficou preso o ajudaram a encarar de frente o tempo de encarceramento, que, ao contrário do que ele esperava, não foi tão ruim assim.
Ele conta que, como muita gente, conhece o cotidiano das prisões a partir de filmes de Hollywood. O complexo carcerário na cidade de Skänninge, porém, se provou bem diferente disso. Apesar de dividir o local com condenados por assassinato, tráfico de drogas e roubo, Neij tinha privacidade, uma cela própria e nada de barras nas janelas ou na porta. Lá dentro, um banheiro separado com chuveiro, uma smart TV da Samsung e videogames.
Durante a semana, Neij tinha que trabalhar durante três horas com serralheria, colocando madeira em uma máquina de corte a laser. Apesar de serem obrigados a permanecer nas celas entre às 19h e às 7h, os presos podiam ficar com as luzes acesas, o que significou muitas noites em claro jogando videogame.
Sem acesso à internet, o cofundador do Pirate Bay contou que se mantinha atualizado com as notícias do mundo pela televisão. Ele também recebia livros, jornais e até mesmo notícias impressas da rede, onde acompanhava os desdobramentos do seu caso e também outras polêmicas relacionadas a direitos autorais e as ações da MPAA contra serviços do tipo. Na entrevista, ele chamou a organização que protege os direitos autorais de estúdios de cinema e gravadoras, entre outras empresas, de MAFIAA.
Sobre seu acesso à mídia, ainda vale uma ironia. Na prisão sueca, Neij conta que pela primeira vez desde a virada do século teve que efetivamente pagar para ter acesso à música. Para ouvir seus artistas preferidos, ele dependia de um antigo Discman e CDs, o que acabou gerando um retorno curioso a uma realidade de mais de uma década atrás. Ele contou que foi estranho ter que trocar de disco para ouvir outros artistas e não ter acesso imediato às faixas preferidas, além de lidar com o consumo de bateria e a falta de portabilidade.
Isso, porém, não significa que ele tenha ficado sem acesso a conteúdo baixado da internet. Como em toda prisão, o complexo sueco também tinha seu contrabando e, para ele, isso significava a entrada irregular de pendrives e cartões SD com séries e filmes, muitos provavelmente obtidos no próprio Pirate Bay. “Archer”, “Futurama”, “Firefly” e outros shows de ficção científica estiveram entre seus preferidos no período.
Ele não falou sobre amizades na prisão, mas disse ser o único preso naquele local por crimes digitais. Mais do que isso, tanto os outros prisioneiros quanto carcereiros e outros membros da equipe do complexo afirmaram nunca terem ouvido falar sobre alguém encarcerado por quebra de direito autoral, principalmente em uma prisão de segurança média, onde normalmente se encontram presos mais violentos. Mais uma vez, ele “agradeceu” à MPAA por isso.
Falando assim, até parece que o tempo na prisão foi um passeio, mas Neij garante que não foi nada próximo disso. Por outro lado, ele apenas tenta focar no lado bom das coisas e, acima de tudo, diz que suas expectativas extremamente negativas contrastaram com a realidade do complexo penitenciário sueco, o que acabou tornando seu tempo por lá muito mais suportável.
Agora, ele retornou a Laos, país onde reside, para ficar com a mulher e os filhos. Ele pretende assistir às temporadas mais recentes de “Archer” e “Doctor Who”, matar a saudade de seu Nintendo 8-bits e, acima de tudo, voltar a tomar cerveja, algo que, segundo ele, foi uma das maiores faltas sentidas durante o período que passou preso.
Entenda o caso
Fundado em 2003, o Pirate Bay rapidamente se tornou um dos mais conceituados serviços de torrent da internet. Com arquivos disponibilizados pelos próprios usuários, a plataforma servia apenas como uma espécie de catálogo online de dados, o que não impediu que ele se tornasse alvo da MPAA e outras organizações de direitos autorais.
Os problemas com a lei começaram em 2006 e, três anos depois, os fundadores Peter Sunde, Gottfrid Svartholom e Fredrik Neij, além de Carl Lundström, empresário responsável por fornecer serviços de telecomunicações e equipamentos para o site pirata, foram condenados a um ano de prisão cada um por auxiliar usuários no crime de quebra de direitos autorais.
Hoje, o Pirate Bay permanece no ar, mas sem relação alguma com seus idealizadores ou administradores originais. O serviço permanece como um dos principais trackers de torrent da internet e foi alvo de uma nova batida policial no final do ano passado, que motivou sua retirada do ar e mudanças completas na infraestrutura para que problemas desse tipo não aconteçam novamente.
Com informações de Torrent Freak e Canaltech.